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livro segur no traba 2016 1 20170728181002

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Prévia do material em texto

Daniela Eugênia Silva Lopes
Cynthia Chagas Rocha de Souza
Segurança no 
Trabalho
Daniela Eugênia Silva Lopes
Cynthia Chagas Rocha de Souza
SEGURANÇA NO TRABALHO
Belo Horizonte
Fevereiro de 2016
COPYRIGHT © 2015
GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO
Todos os direitos reservados ao:
Grupo Ănima Educação
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste livro, sem prévia autorização 
por escrito da detentora dos direitos, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios 
empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.
Edição
Grupo Ănima Educação
Vice Presidência
Arthur Sperandeo de Macedo
Coordenação de Produção
Gislene Garcia Nora de Oliveira
Ilustração e Capa
Alexandre de Souza Paz Monsserrate
Leonardo Antonio Aguiar
Equipe EaD
Conheça 
a Autora
Cynthia Chagas Rocha de Souza, é 
Mestre em Administração com ênfase 
em Comportamento Organizacional pela 
FUMEC (2015), MBA em Marketing – pela 
Fundação Getúlio Vargas (2005) e Bacharel 
em Relações Públicas - Unicentro Newton 
Paiva (2001). Possui experiência nas áreas 
de Administração e Comunicação, com 
ênfase em Comportamento Organizacional. 
Suas principais linhas de pesquisa são: 
motivação, gestão de pessoas, gestão do 
sorriso. 
Conheça 
a Autora
Daniela Eugênia Silva Lopes é farmacêutica 
industrial formada pela Universidade Federal 
de Minas Gerais, com pós-graduação 
em Engenharia da Qualidade pelo IEC-
PUC Minas, e mestrado em Ciências 
Farmacêuticas pela Universidade Federal 
de Minas Gerais. É professora do Centro 
Universitário UNA, em Belo Horizonte, 
desde 2010, onde ministra as disciplinas 
de Gestão da Qualidade, Sistema de Gestão 
Ambiental, Saúde e Segurança do Trabalho, 
Responsabilidade Social e Ambiental e 
Projeto Aplicado. Atua há mais de 18 anos 
no setor de sistema de gestão, com vivência 
em projetos envolvendo sistemas de gestão 
da qualidade ISO 9001, boas práticas de 
fabricação, sistema de gestão ambiental 
ISO 14001 e sistema de saúde e segurança 
do trabalho OHSAS18001. Atua como 
consultora e auditora interna e externa em 
sistemas de gestão. 
A segurança e a saúde do trabalho nas organizações sempre conviveram 
com o estigma de serem exercidas apenas como uma obrigação legal. 
Esse fato acarretou a pouca atenção destinada, principalmente pelos 
administradores, às ações relativas à prevenção de acidentes e doenças. 
Os setores prevencionistas eram considerados apenas como mais um 
centro de custos, e que muitas vezes atrapalhavam as atividades e a 
produtividade devido àsua intervenção quando verificados riscos nos 
locais de trabalho.
Com as exigências cada vez maiores do mercado, quanto a aspectos 
de competitividade como a melhoria nos processos, redução de custos 
e as exigências da sociedade, esse quadro começou a se alterar. Além 
da atenção com os custos dos acidentes e a melhoria das condições 
de trabalho visando maior produtividade, as empresas começaram a se 
preocupar com a sua imagem perante o seu público-alvo, preocupação 
esta que não combina com condições precárias de trabalho e um 
número elevado de acidentes.
O objetivo desta disciplina é conhecer as regras e os procedimentos de 
saúde e segurança do trabalho, bem como os componentes, modelos e 
programas relacionados à qualidade de vida do trabalhador. Tem como 
objetivo fornecer ferramentas para a implantação de programas para o 
atendimento aos requisitos legais aplicáveis à atividade das empresas, 
destacando a qualidade de vida no trabalho.
Apresentação 
da disciplina
UNIDADE 1 003
Saúde e segurança do trabalhador 004
O que é segurança do trabalho? 006
A evolução da saúde e segurança do trabalho no mundo 007
A evolução da saúde e segurança do trabalho no Brasil 013
Legislação e normas regulamentadoras 018
Conceituando e classificando os acidentes 026
Riscos das atividades laborais: conceituação, classificação 030
Revisão 040
UNIDADE 2 042
Prevenção de riscos e segurança no trabalho 043
Prevenção dos riscos ambientais nas atividades laborais 045
Programas de Segurança e Saúde do Trabalho (PSST) 063
Revisão 073
UNIDADE 3 075
Ambiente empresarial e sua interação com saúde e segurança 076
Conceito e definição de satisfação no trabalho 078
Saúde e doença no mundo do trabalho 081
A saúde do trabalhador 083
Doenças ocupacionais 084
Estresse no ambiente de trabalho 086
Revisão 090
REFERÊNCIAS 116
UNIDADE 4 091
Qualidade de vida no trabalho 092
Definindo qualidade de vida no trabalho - QVT 094
Revisão 107
Saúde e segurança 
do trabalhador
• Saúde e segurança 
do trabalhador 
• Legislação 
e normas 
regulamentadoras 
• Conceituando 
e classificando os 
acidentes 
• Riscos das 
atividades laborais: 
conceituação, 
classificação 
• Revisão
Introdução
Nesta unidade, vamos iniciar algumas reflexões acerca do tema 
saúde e segurança do trabalho. Trabalharemos de forma a introduzir 
esse assunto, buscando fornecer entendimento principalmente 
sobre o que é a saúde e segurança do trabalhador, seu histórico no 
Brasil e no mundo. A preocupação com a segurança do trabalhador 
começou bem antes de Cristo e continua sendo uma das grandes 
preocupações na atualidade no mundo todo.
Em 1943, foi criada no Brasil a Consolidação das Leis do Trabalho 
– CLT, que trata da saúde e segurança do trabalhador. No Brasil, a 
Segurança e Medicina do Trabalho é regulamentada pela portaria 
nº 3.214 de 1978, atualmente é constituída por 36 normas 
regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e Emprego 
(MTE). As NRs são obrigatórias para todas as empresas que 
possuem pelo menos um funcionário regido pela CLT. O objetivo da 
área de saúde e segurança do trabalhador é prevenir acidentes e 
doenças relacionadas ao trabalho, promovendo segurança, saúde e 
qualidade de vida para os trabalhadores.
Pela lei de acidente de trabalho – lei nº 6.367 de 1976, acidente 
do trabalho é “todo aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, 
a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação 
funcional ou doença, que cause morte, perda ou redução, 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. 
Vamos ver também que o exercício da atividade laboral sob 
condições inseguras existentes no ambiente de trabalho expõe 
o trabalhador a riscos que podem ser classificados em cinco 
categorias: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos 
(ou de acidentes). Esses conceitos veremos mais detalhadamente 
no desenvolvimento da unidade.
Dessa forma, esperamos contribuir com sua trajetória acadêmica e 
profissional. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
005
Segurança do 
trabalho pode ser 
entendida como 
os conjuntos 
de medidas que 
são adotadas 
visando minimizar 
os acidentes de 
trabalho, doenças 
ocupacionais, bem 
como proteger 
a integridade e 
a capacidade 
de trabalho do 
trabalhador.
Saúde e segurança 
do trabalhador
O que é segurança do trabalho? 
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de 
medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de 
trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e 
a capacidade de trabalho do trabalhador.
Quando falamos em saúde e segurança do trabalho, falamos de 
exposição de pessoas à probabilidade de se acidentarem, portanto o 
acidente de trabalho é inerente à atividade laboral. Isso não quer dizer 
que devemos aceitar o acidente do trabalho como uma ocorrência 
normal no dia a dia das empresas; pelo contrário, devemos sim 
considerá-lo anormal, pois todas as possibilidades de um trabalhador 
se acidentar devem ser estudadas/analisadaspara que medidas 
efetivas sejam adotadas para evitar esse tipo de ocorrência.
A figura a seguir representa a segurança contra quedas no início do 
século passado. Além da ausência de equipamentos adequados, mostra 
também a displicência e a falta de conscientização dos trabalhadores.
FIGURA 1- A segurança dos trabalhadores 
no início do século passado
Fonte:[A segurança dos trabalhadores no início do século passado].http://
www.jurimed.com.br/guia/index.php?nav=nav/segurancadotrabalho/
segurancasingle&topico=130
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
006
Fato marcante, 
porém, ocorreu 
entre 1760 e 1830 
(séculos XVIII e 
XIX), na Inglaterra: a 
Revolução Industrial, 
cuja origem foi 
o surgimento da 
máquina de fiar. 
A evolução da saúde e 
segurança do trabalho 
no mundo
Certamente, a preocupação com a segurança do trabalho já existia 
bem antes de Cristo, haja vista que grandes obras foram realizadas 
anteriormente ao seu nascimento, como as Pirâmides do Egito, por 
exemplo.
Na Bíblia, mais precisamente em Deuteronômio, capitulo 22, 
versículo 8, encontra-se: “Quando construíres uma nova casa, farás 
uma balaustrada em volta do teto, para que não derrame sangue 
sobre tua casa, se viesse alguém a cair lá de cima”(Scaldelai, et al).
Fato marcante, porém, ocorreu entre 1760 e 1830 (séculos XVIII 
e XIX), na Inglaterra: a Revolução Industrial, cuja origem foi o 
surgimento da máquina de fiar. Como se sabe, até então a fiação 
e a tecelagem eram desenvolvidas para atender as necessidades 
domésticas, sendo seu excedente vendido a preço elevado, em 
regiões onde essas atividades não existiam.
Na história da segurança do trabalho, são encontrados indicativos 
muito antigos da preocupação quanto à preservação da vida dos 
trabalhadores. Hipócrates (460-357 a.C.) e Plínio, o Velho (23-
79 d.C.) indicaram nos seus trabalhos a ocorrência de doenças 
pulmonares em mineiros. 
No ano de 1556, Georg Bauer publicou o livro “De Re Metallica”, 
em que estuda as doenças e acidentes de trabalho relacionados à 
mineração e fundição de ouro e prata. O autor discute, em especial, 
a inalação de poeiras causadora da “asma dos mineiros”, que pelos 
sintomas descritos deve se tratar de silicose. Ele destaca que 
devido ao índice de acidentes fatais e de doenças ocupacionais que 
levavam à morte os trabalhadores em algumas regiões, as mulheres 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
007
As máquinas a vapor 
usavam carvão para 
seu acionamento, 
o que aumentou 
também o número 
de minas de carvão 
nos diversos países. 
chegavam a se casar sete vezes, dada a precocidade da morte dos 
maridos 11 anos mais tarde.
Em 1567, Aureolus Theophrastus Bombastusvon Hohenheim 
apresentou a primeira monografia relacionando trabalho com 
doença. 
Em 1700, na Itália, o médico Bernardino Ramazzini, considerado o 
“pai da medicina do trabalho”, publicou o livro “De morbis artificum 
diatriba”. A obra descreve com bastante profundidade as doenças 
relacionadas a cerca de 50 profissões, tais como: mineiros, químicos, 
oleiros, ferreiros, cloaqueiros, salineiros, joalheiros, pedreiros, entre 
outras. Essa relação é a precursora da lista atual de doenças 
ocupacionais reconhecidas pela OIT (Organização Internacional do 
Trabalho) e adotada por muitos países, inclusive o Brasil.
A Revolução Industrial significou a mudança vertiginosa na história 
da humanidade, quando os meios de produção, até então dispersos 
e baseados na cooperação individual, passaram a se concentrar em 
grandes fábricas, ocasionando profundas transformações sociais e 
econômicas. 
As máquinas a vapor usavam carvão para seu acionamento, o que 
aumentou também o número de minas de carvão nos diversos 
países. 
O trabalho em condições degradantes, que era desempenhado 
pelos mineiros, contribuiu para criar na categoria uma consciência 
das circunstâncias desumanas a que eles eram submetidos. 
Era comum a ocorrência de incêndios, explosões, intoxicação por 
gases, inundações e desmoronamento, ocasião em que muitos 
trabalhadores ficavam sepultados nas galerias. Também eram 
comuns as doenças ocupacionais, tais como tuberculose, anemia 
e asma. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
008
A partir de 1792, 
com a invenção do 
lampião a gás, houve 
uma tendência de 
aumento da jornada 
de trabalho, haja 
vista a possibilidade 
de uso de iluminação 
artificial, ainda que 
precária. 
• A improvisação das fábricas e a mão de obra constituída, 
principalmente, por crianças e mulheres resultaram em 
problemas ocupacionais extremamente sérios. 
• Os acidentes de trabalho eram numerosos, provocados por 
máquinas sem qualquer proteção, movidas por correias 
expostas, e as mortes, principalmente de crianças, eram 
muito frequentes. 
Mesmo o processo de trabalho tendo sido modificado, as 
condições de trabalho não eram as melhores. Não havia nenhuma 
regulamentação quanto às condições do trabalho e do ambiente 
industrial, tampouco em relação à duração da jornada de trabalho. 
A partir de 1792, com a invenção do lampião a gás, houve uma 
tendência de aumento da jornada de trabalho, haja vista a 
possibilidade de uso de iluminação artificial, ainda que precária. 
Em função das más condições de trabalho, o parlamento inglês 
criou uma comissão de inquérito que foi responsável pela criação, 
em 1802, da primeira lei de proteção aos trabalhadores, a “Lei de 
Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 
horas de trabalho diário, proibia o trabalho noturno, obrigava os 
empregadores a ventilarem as fábricas e lavarem suas paredes 
duas vezes por ano. 
Essa lei, complementada em 1819, não teve a eficiência esperada 
devido à oposição dos empregadores. 
A partir do relatório elaborado pela comissão, foi instituída na 
Inglaterra, em 1833, a “Lei das Fábricas” (FactoryAct), primeira 
lei realmente eficaz no campo da segurança e saúde no trabalho, 
sendo aplicada à indústria têxtil. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
009
Para menores 
entre 9 e 13 anos, a 
jornada de trabalho 
diária passou a ser 
de 9 horas. 
A “Lei das Fábricas” (FactoryAct) tinha como principais itens as seguintes 
regras estatutárias:
• Proibição do trabalho noturno para os menores de 18 anos.
• Restringia as horas trabalhadas por menores a 12 horas diárias e 
69 horas por semana.
• As fábricas precisavam ter escolas frequentadas por todos os 
trabalhadores menores de 13 anos.
• Para menores entre 9 e 13 anos, a jornada de trabalho diária 
passou a ser de 9 horas. 
• A idade mínima para o trabalho era de 9 anos, sendo necessário 
um médico atestar que o desenvolvimento físico da criança 
correspondia à sua idade cronológica.
No período de 1789 a 1799, época da Revolução Francesa, 
movimento preparado para o estabelecimento de liberdades 
políticas, observam-se também aspectos bem relevantes em 
relação à questão das vítimas de acidentes no trabalho. Uma vez 
que minimizou uma série de injustiças sociais e, no que diz respeito 
aos trabalhadores, desenvolveu e indicou a aplicação de regras 
de indenização às vítimas de acidentes do trabalho, evitando a 
exploração industrial, sem esquecer de outras inúmeras conquistas 
que vieram a acontecer. 
Com a propagação da Revolução Industrial em boa parte do resto 
da Europa, houve o aparecimento progressivo dos serviços de 
saúde ocupacional em diversos países, sendo que em alguns deles 
foi dada tal importância a esses serviços que a sua existência 
deixou de ser voluntária. 
As figuras a seguir mostram crianças trabalhando nas fábricas 
têxteis na época. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
010
FIGURA 2- Duas criançastrabalhando nas fábricas têxteis na época 
FIGURA 3 - Crianças trabalhando nas fábricas têxteis na época
Fonte: [Crianças trabalhando nas fábricas têxteis na época]. Disponível em: <http://
historiaecoisaetal.blogspot.com.br/2012/06/ao-longo-de-toda-historia-podemos.
html>. Acesso em: 16 fev. 2016.
Fonte: [Crianças trabalhando nas fábricas têxteis na época]. http://historiaecoisaetal.
blogspot.com.br/2012/06/ao-longo-de-toda-historia-podemos.html
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
011
Proteger os 
trabalhadores contra 
qualquer risco à sua 
saúde que possa 
decorrer do trabalho 
ou das condições em 
que este é realizado.
A França, com a lei de 11 de outubro de 1946, hoje devidamente 
atualizada por alguns decretos, tornou obrigatória a existência 
de serviços de saúde ocupacional em estabelecimentos 
industriais e comerciais, de qualquer tamanho e com qualquer 
número de funcionários. 
Já nos Estados Unidos, embora a industrialização tenha se 
desenvolvido de forma acentuada, até a segunda metade do 
século XIX os serviços de saúde ocupacional se mantiveram 
praticamente desconhecidos.
Mas, com o surgimento da legislação sobre indenizações em 
casos de acidentes do trabalho (ainda no início do século XX), 
os empregadores passaram a estabelecer os primeiros serviços 
de saúde ocupacional naquele país, com objetivo precípuo de 
reduzir o custo das indenizações, como um bom país capitalista. 
A OIT, em sua 43ª Conferência Internacional do Trabalho, 
em 1959, aprovou a recomendação nº 112 com o título de 
"Recomendação para serviços de saúde ocupacional" com os 
seguintes objetivos:
• Proteger os trabalhadores contra qualquer risco à sua 
saúde que possa decorrer do trabalho ou das condições 
em que este é realizado.
• Contribuir para o ajustamento físico e mental do 
trabalhador, obtido especialmente pela adaptação do 
trabalho aos trabalhadores e pela colocação destes em 
atividades profissionais para as quais tenham aptidões.
• Contribuir para o estabelecimento e a manutenção do 
mais alto grau possível de bem-estar físico e mental dos 
trabalhadores.
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
012
Assim, pouco, ou 
melhor, quase nada 
se falava sobre 
preocupação com 
as condições de 
trabalho ou com a 
saúde de qualquer 
quem fosse. 
A evolução da saúde 
e segurança do 
trabalho no Brasil
No período da Independência do Brasil (1822) até a abolição da 
escravatura (1888), como havia o trabalho escravo não houve 
muita possibilidade para o desenvolvimento de uma legislação 
trabalhista. Assim, pouco, ou melhor, quase nada se falava sobre 
preocupação com as condições de trabalho ou com a saúde de 
qualquer quem fosse. 
• Em 1831, conforme já estudamos, uma comissão de 
inquérito chefiada por Michael Saddler elaborou um 
relatório que chocou a opinião pública por suas exposições 
e conclusões. Em função desse relatório, em 1833, foi criada 
a FactoryAct. No Brasil, a respeito desse episódio, foram 
desenvolvidos estudos por Leôncio Martins Rodrigues em 
sua obra “Conflitos industriais e sindicalismo no Brasil”, 
Boris Fausto em sua obra “Trabalho urbano e conflito 
social”, dentre outros.
• Em 1850, o nosso Código Comercial Brasileiro, em seu 
art. 79, demonstrava uma preocupação com os acidentes 
ocorridos com os agentes do comércio. 
• Foi o nosso primeiro diploma legal a apresentar um rumo 
geral sobre acidente do trabalho, quando previu em seus 
dispositivos a manutenção dos salários por três meses 
contínuos por acidentes “imprevistos e inculpados”. Nessa 
época, adotava-se a teoria da culpa.
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
013
Essa teoria da culpa 
era aplicada na 
Inglaterra no ano 
de 1837 e no Brasil 
era adotada antes 
da lei nº 3.724, de 
15/01/1919.
Você sabe em que se baseia a teoria da culpa?
A teoria da culpa aquiliana, que tem por fundamento a Lex Aquilia (Direito 
Romano), tratava da reparação dos danos causados às coisas alheias e 
era também conceituada teoria de culpa delitual. Podemos encontrar 
alguns registros definindo como teoria extracontratual.
Nessa teoria, o dano a ser indenizado dependia da demonstração de culpa, 
ou seja, havia a necessidade de se estabelecer a prova do dano, quem 
tinha cometido, se havia nexo entre o dano e a falta.
Essa teoria da culpa era aplicada na Inglaterra no ano de 1837 e no Brasil 
era adotada antes da lei nº 3.724, de 15/01/1919.
Assim, no caso de haver um acidente, o ônus da prova era de 
responsabilidade das vítimas, caso desejassem receber efetivamente 
as indenizações, tendo por base a culpa do empregador, comprovada 
a negligência, imprudência ou imperícia do último. Mas, conforme 
Martins (1999), na prática o acidentado não conseguia provar a culpa do 
empregador, ficando totalmente desamparado em razão do infortúnio 
(MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. 11ed. São Paulo: 
Atlas, 1999).
Em 1919, foi aprovada a primeira lei sobre acidentes do trabalho 
(decreto legislativo nº 3, de 15 de janeiro de 1919), contudo, sem ser 
votado o Código do Trabalho, proposto em 1917 ao Congresso.
Nesse diploma legal, vigorava a regra da responsabilidade objetiva 
do empregador, ou seja, responsabilidade sem culpa. Por isso, 
muitas vezes o empregador firmava contrato de seguro com 
seguradoras privadas para evitar perdas com indenizações. 
Em 12 de outubro de 1927, o decreto nº 17.943-A aprova o Código 
de Menores que ressaltava as seguintes restrições: trabalho para os 
menores de 12 anos; trabalho noturno para os menores de 18 anos e 
exercício de emprego para os menores de 14 anos na praça pública.
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
014
Essa legislação 
vetava o trabalho 
nas minas para 
os menores de 16 
anos e obrigava 
as empresas a 
apresentarem 
a relação de 
empregados 
menores de idade. 
Já em 1932, o decreto nº 22.042 vem e determina as regras 
quanto ao trabalho do menor na indústria. A idade mínima para a 
atividade passou a ser 14 anos e havia a obrigatoriedade de alguns 
documentos para a admissão, tais como: certidão de nascimento 
(de idade), autorização dos pais ou responsáveis, atestado médico 
com avaliação de capacidade física e mental, prova para verificar se 
o menor sabia ler, escrever e contar. 
Essa legislação vetava o trabalho nas minas para os menores 
de 16 anos e obrigava as empresas a apresentarem a relação de 
empregados menores de idade. Para os analfabetos, foi garantida a 
reserva de tempo para dedicação à escola. 
Nesse mesmo ano, outro diploma legal merece destaque, pois 
ainda em 1932 surge a primeira legislação regulando algo referente 
à proteção ao trabalho da mulher no Brasil: o decreto nº 21.417-A. 
Dotado de uma concepção protecionista, ele vetava dentre outras 
coisas: o trabalho noturno das 22 horas às 5 horas; trabalhos 
executados em subterrâneos, nas minerações em subsolos, nas 
pedreiras, nas obras de construção; trabalho em serviços insalubres 
ou perigosos; remoção dos pesos.
Em 1934, com o decreto nº 24.637, de 10 de julho, devido à 
aceleração de todo o processo de industrialização do país, ocorre 
de forma necessária e tempestiva a ampliação do conceito de 
acidentes do trabalho, com a inclusão de qualquer doença produzida 
pelo exercício do trabalho ou em consequência dele. Vale ressaltar 
que nesse ano ainda era mantida a concepção do risco profissional. 
Em 1º de maio de 1943, foi baixado o decreto-lei nº 5.452, aprovando 
a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em seguida, 
em 10 de novembro de 1944, foi baixado o decreto nº 7.036, o qual, 
em seu art. 82, obrigava as empresas a organizarem comissões 
internas, com representaçãodos empregados, para “estimular o 
interesse pelas questões de prevenção de acidentes”. Contudo, 
somente após a portaria nº 155, de 27 de novembro de 1953, 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
015
Com a lei nº 6.514, 
de 22 de dezembro 
de 1977, foi alterado 
o capítulo V, do 
título II, da CLT, 
relativo à Segurança 
e Medicina do 
Trabalho.
no Governo Vargas, é que se regulamentou a organização e 
o funcionamento das Comissões Internas de Prevenção de 
Acidentes, a CIPA.
Em 14 de setembro de 1967, na ditadura militar, criou-se a lei nº 
5.316, íntegra do seguro de acidente na previdência. Com a portaria 
nº 3.237, de julho de 1972, estabelece-se a obrigatoriedade dos 
serviços especializados em segurança, higiene e medicina do 
trabalho nas empresas, levando em consideração o número de 
empregados e o grau de risco. Já com a portaria nº 3.460, de 31 de 
dezembro de 1975, instituíram-se, obrigatoriamente, os serviços 
de medicina e segurança nas empresas. O art. 162 da CLT fixava 
as normas gerais. Com a lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, 
foi alterado o capítulo V, do título II, da CLT, relativo à Segurança 
e Medicina do Trabalho. Esse diploma legal define as atribuições 
do empregador, responsável pela execução das normas 
estabelecidas, bem como as do empregado, como fiel cumpridor 
das regras e instruções indicadas pelo empregador, sem deixar 
de mencionar as atribuições do Estado como órgão normativo e 
fiscalizador desse processo. 
Em 8 de junho de 1978, com a portaria nº 3.214, foram aprovadas 
as primeiras normas regulamentadoras (NR) do capítulo V da CLT, 
relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Essas NRs vêm 
sendo atualizadas e ampliadas, e atualmente já existem 33 delas.
Com o decreto nº 7.036, de 1944, temos uma definição mais 
adequada para acidente do trabalho. Foi mantida a concepção 
do risco profissional, mas foi ampliada a concepção do risco de 
autoridade. Para esse decreto a concepção de acidente era mais 
ampla, ou seja, acidente não era apenas os típicos e as doenças 
profissionais relacionadas com o trabalho, mas todo evento que 
tivesse uma estreita relação de causa e efeito, mesmo não sendo 
o único responsável pelo infortúnio, que poderia se concretizar 
com a morte, a perda total ou parcial da capacidade laborativa. Foi 
nesse diploma legal que também foi introduzida a obrigatoriedade 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
016
Esse diploma 
legal constitui um 
instrumento precioso 
para a redução 
das doenças 
profissionais e 
a prevenção de 
acidentes do 
trabalho. 
do empregador em garantir aos seus empregados a máxima 
segurança e higiene no trabalho. 
 - Em 1966, temos criado oficialmente o FUNDACENTRO 
(Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e 
Medicina do Trabalho), que em 1974 se vinculou ao 
Ministério do Trabalho - MTb. Nessa época, a preocupação 
com os altos índices de doenças e acidentes do trabalho 
crescia na sociedade, e consequentemente, no Governo da 
época. Daí a necessidade desse órgão, que tem o objetivo 
totalmente focado em estudos e pesquisas sobre a saúde 
ocupacional e os acidentes do trabalho. 
 - O decreto-lei nº 229, de 28 de fevereiro de 1967, dá um 
enfoque aos equipamentos de proteção individual em dois 
dos seus artigos (165 e 166).
Em 1971, a SIPAT (Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho) 
foi instituída pelo decreto nº 68.225 como ação obrigatória 
na CANPAT (Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes 
do Trabalho) em caráter permanente. E toda a sua estrutura e 
organização foi determinada na portaria ministerial 3.233 do 
mesmo ano.
Em 1972, foi publicada a portaria nº 3.237 que regulamenta toda 
a organização dos serviços de segurança, higiene e medicina 
do trabalho nas empresas, trazendo uma complementação ao 
quanto disposto no art. 164 da CLT. Esse diploma legal constitui 
um instrumento precioso para a redução das doenças profissionais 
e a prevenção de acidentes do trabalho. Essa portaria também 
regulamenta o número de profissionais necessário de acordo com o 
número de empregados e a gradação dos fatores de risco.
Com o surgimento da lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, 
regulamentada pelo decreto nº 79.037/76, tem-se um novo regime 
urbano de acidentes do trabalho. A assistência médica, hospitalar, 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
017
Com a edição dessa 
lei, a legislação de 
acidente do trabalho 
foi incorporada 
à legislação de 
benefícios da 
Previdência Social, 
não mais existindo 
um diploma legal 
específico para tratar 
do tema em questão. 
odontológica e farmacêutica, bem como o transporte do acidentado 
e a reabilitação profissional, seriam devidos em caráter obrigatório. 
• De acordo com esse diploma legal, são segurados 
da Previdência Social aqueles que exercem atividade 
remunerada no meio urbano; assim, todos os segurados 
empregados, o trabalhador temporário, o trabalhador 
avulso e o presidiário que exerça atividade remunerada. 
Sempre resguardando o modelo prevencionista brasileiro, em 
1978 é baixada a portaria nº 3.214, que já tem estabelecidas 
33 NRs (normas regulamentadoras) as quais nos dias de hoje 
correspondem ao principal instrumento legal de regulamentação 
das condições laborativas no Brasil. Atualmente existem 36 NRs.
Em 1991, veio surgir a lei de benefícios (lei nº 8.213/91) 
estabelecendo regras para o segurado ter direito aos benefícios 
da Previdência Social, trazendo mudanças em matéria de acidente 
do trabalho, doenças profissionais e do trabalho e quanto à forma 
de indenizar a incapacidade laborativa. Com a edição dessa lei, a 
legislação de acidente do trabalho foi incorporada à legislação de 
benefícios da Previdência Social, não mais existindo um diploma 
legal específico para tratar do tema em questão. 
Legislação e normas 
regulamentadoras
As normas regulamentadoras (NR) são consideradas uma grande 
conquista na busca pela prevenção de acidentes e doenças 
profissionais. As empresas devem se adequar e cumprir as 
disposições nelas contidas para garantir condições mínimas de 
saúde e segurança a seus empregados. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
018
. Todo novo 
estabelecimento 
precisa de um 
certificado de 
aprovação de 
instalações (CAI). 
Atualmente são 36 NRs, sendo que cada uma delas apresenta um 
conteúdo específico. A seguir, a descrição de cada NR (ROSSETE, 2014):
NR1: Disposições gerais – Tem sua existência jurídica assegurada, 
em nível de legislação ordinária, pelos arts. 154 a 159 da 
CLT, estabelecendo o campo de aplicação de todas as NRs 
– normas regulamentadoras de Segurança e Medicina do 
Trabalho urbano, rural e marítimo. Mostra a forma como 
estão organizadas as leis, aponta a atribuição das obrigações 
do empregador e empregado, estabelece a obrigatoriedade 
da elaboração e informação aos trabalhadores por meio das 
ordens de serviços de segurança e saúde do trabalho. 
NR2: Inspeção prévia – Tem sua existência jurídica assegurada, 
em termos de legislação ordinária, pelo art. 160 da CLT. Todo 
novo estabelecimento precisa de um certificado de aprovação 
de instalações (CAI). Nesta norma, são apresentadas as regras 
para a emissão desse documento.
NR3: Embargo ou interdição – Tem sua existência jurídica 
assegurada, em termos de legislação ordinária, pelo art. 161 
da CLT, o qual estabelece as situações em que as empresas 
se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas e 
equipamentos, bem como o procedimento a ser observado pela 
fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no 
tocante à Segurança e Medicina do Trabalho. 
NR4: Serviço Especializado em Engenhariade Segurança e Medicina 
do Trabalho (SESMT) – Tem sua existência jurídica assegurada, 
em termos de legislação ordinária, pelo art. 162 da CLT, sendo 
responsável pelas diligências técnicas de medidas de prevenção 
de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais e, ainda, 
pela proteção eficaz dos trabalhadores em relação aos riscos 
porventura existentes no local de trabalho. O SESMT é composto 
pelos seguintes profissionais: engenheiro de segurança do 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
019
 Seu anexo indica os 
exames de acordo 
com o agente 
agressor à saúde do 
trabalhador.
trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, auxiliar de 
enfermagem do trabalho e técnico de segurança do trabalho.
NR5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) – 
Tem sua existência jurídica assegurada, em termos de 
legislação ordinária, pelos arts. 163 a 165 da CLT, os quais 
estabelecem a obrigatoriedade de as empresas públicas ou 
privadas organizarem e manterem em funcionamento, por 
estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente 
por empregados, com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, 
por meio da apresentação de sugestões e recomendações 
ao empregador para que melhore as condições de trabalho, 
eliminando as possíveis causas de acidentes de trabalho 
e doenças ocupacionais. Determina o dimensionamento, 
o processo eleitoral, o treinamento e as atribuições dessa 
comissão.
NR6: Equipamentos de proteção individual (EPI) – Tem sua existência 
jurídica assegurada, em termos de legislação ordinária, 
pelos arts. 166 e 167 da CLT, fornece os requisitos mínimos 
para fabricação, utilização e ensaio dos EPIs, bem como as 
responsabilidades de empregados e empregadores e até 
mesmo os cuidados com os equipamentos.
NR7: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) 
– Tem sua existência jurídica assegurada, em termos de 
legislação ordinária, pelos arts. 168 e169 da CLT, trata de ações 
que visam a promoção da saúde e prevenção de doenças, além 
de tornar obrigatórios os exames médicos nas empresas. Seu 
anexo indica os exames de acordo com o agente agressor à 
saúde do trabalhador.
NR8: Edificações – Tem sua existência jurídica assegurada, em 
termos de legislação ordinária, pelos arts. 170 a 174 da CLT, 
estabelece requisitos mínimos observados em edificações que 
garantem a segurança dos trabalhadores.
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
020
Tem sua existência 
jurídica assegurada, 
em termos de 
legislação ordinária, 
pelos arts. 187 e 188 
da CLT, estabelece 
requisitos de 
segurança para o 
uso de caldeiras e 
vasos de pressão 
(compressores, 
trocadores de calor, 
entre outros).
NR9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – Tem 
sua existência jurídica assegurada, em termos de legislação 
ordinária, pelos arts. 175 a 178 da CLT, visa a preservação 
da saúde e da integridade dos trabalhadores, mediante a 
antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos 
riscos ambientais; apresenta o conceito de nível de ação.
NR10: Segurança em instalações e serviços em eletricidade – Tem 
sua existência jurídica assegurada, em termos de legislação 
ordinária, pelos arts. 179 a 181 da CLT, fixa condições 
mínimas para garantir a segurança dos empregados que 
trabalham com instalações elétricas; determina o conteúdo 
básico do treinamento para os trabalhadores que se 
enquadram a esta norma.
NR11: Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de 
materiais – Tem sua existência jurídica assegurada, em 
termos de legislação ordinária, pelos arts. 182 e 183 da 
CLT, estabelece requisitos para a operação de elevadores, 
guindastes, transportadores industriais e máquinas 
transportadoras; indica a necessidade e obrigatoriedade de 
treinamentos para os operadores.
NR12: Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos – Tem 
sua existência jurídica assegurada, em termos de legislação 
ordinária, pelos arts. 184 a 186 da CLT, estabelece requisitos 
obrigatórios para garantir a saúde e a integridade física dos 
trabalhadores e a prevenção de acidentes e doenças do 
trabalho onde há máquinas e equipamentos.
NR13: Caldeiras e vasos de pressão – Tem sua existência jurídica 
assegurada, em termos de legislação ordinária, pelos arts. 
187 e 188 da CLT, estabelece requisitos de segurança para 
o uso de caldeiras e vasos de pressão (compressores, 
trocadores de calor, entre outros).
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
021
Tem sua existência 
jurídica assegurada, 
em termos de 
legislação ordinária, 
pelo art. 187 da 
CLT, estabelece 
requisitos mínimos 
para a construção, 
instalação e 
utilização de fornos 
industriais, visando 
a segurança e 
o conforto dos 
trabalhadores.
NR14: Fornos – Tem sua existência jurídica assegurada, em termos 
de legislação ordinária, pelo art. 187 da CLT, estabelece 
requisitos mínimos para a construção, instalação e utilização 
de fornos industriais, visando a segurança e o conforto dos 
trabalhadores.
NR15: Atividades e operações insalubres – Tem sua existência 
jurídica assegurada, em termos de legislação ordinária, 
pelos arts. 189 a 192 da CLT, fundamenta os limites de 
tolerância para agentes físicos e químicos, definindo três 
graus de insalubridade: mínimo, médio e máximo. Determina 
pagamento de adicional de insalubridade em razão de limites 
de tolerância e enquadramento de atividades.
NR16: Atividades e operações perigosas – Tem sua existência 
jurídica assegurada, em termos de legislação ordinária, pelos 
arts. 193 a 197 da CLT, esta norma caracteriza atividades 
e operações com explosivos e inflamáveis. E determina 
também o pagamento de adicional de periculosidade.
NR17: Ergonomia – Tem sua existência jurídica assegurada, em 
termos de legislação ordinária, pelos arts. 198 e 199 da 
CLT, estabelece parâmetros que permitem a adaptação 
das condições de trabalho às características psicológicas 
dos trabalhadores, de modo a proporcionar condições de 
conforto e segurança, além de um desempenho eficiente. 
NR18: Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da 
construção – Tem sua existência jurídica assegurada pelo 
inc. I do art. 200 da CLT, que estabelece diretrizes de ordem 
administrativa de planejamento e organização, que objetivam 
a implementação de medidas, controles e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e 
no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. 
Determina a obrigatoriedade da elaboração do Programa 
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
022
 Tem sua existência 
jurídica assegurada 
pelo inc.II do art. 
200 da CLT, que 
estabelece critérios 
para o depósito, 
o manuseio e a 
armazenagem de 
explosivos.
Construção Civil (PCMAT), para estabelecimentos com 20 ou 
mais trabalhadores.
NR19: Explosivos – Tem sua existência jurídica assegurada pelo inc.
II do art. 200 da CLT, que estabelece critérios para o depósito, 
o manuseio e a armazenagem de explosivos.
NR20: Líquidos combustíveis e inflamáveis – Tem sua existência 
jurídica assegurada pelo inc. II do art. 200 da CLT, que 
estabelece parâmetros para armazenar, transportar e 
manusear líquidos combustíveis e inflamáveis.
NR21: Trabalho a céu aberto – Tem sua existência jurídica assegurada 
pelo inc. IV do art. 200 da CLT, que estabelece critérios para o 
trabalho a céu aberto e impõe a existência de abrigos.
NR22: Segurança e saúde ocupacional na mineração – Tem sua 
existência jurídica assegurada pelo inc. III do art. 200 e pelos 
arts. 293 a 301 da CLT, que têm o objetivo de disciplinar o 
trabalhadornas atividades de minas.
NR23: Proteção contra incêndios – Tem sua existência jurídica 
assegurada pelo inc. IV do art. 200 da CLT, que estabelece 
critérios para a proteção de ambientes contra incêndios, 
além das características e acessórios de equipamentos e 
agentes extintores para a proteção ativa contra incêndios.
NR24: Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho – 
Tem sua existência jurídica assegurada pelo inc. VII do art. 
200 da CLT, que estabelece cuidados na higiene pessoal e 
normaliza as instalações sanitárias, banheiros, vestiários, 
alojamento, cozinhas, refeitórios, entre outros locais de 
trabalho. 
NR25: Resíduos industriais – Tem sua existência jurídica 
assegurada pela parte final do inc. VII do art. 200 da CLT, 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
023
Tem sua existência 
jurídica assegurada 
pelo art. 201 da 
CLT, que estabelece 
que a fiscalização, 
embargo, interdição 
e penalidades 
serão efetuados 
obedecendo ao 
disposto nos 
decretos-leis.
que estabelece requisitos sobre tratamento, destinação e 
lançamento de resíduos gasosos, líquidos e sólidos.
NR26: Sinalização de segurança – Tem sua existência jurídica 
assegurada pelo inc. VIII do art. 200 da CLT, aborda a 
utilização de cores para garantir a segurança nos locais de 
trabalho e a sinalização de substâncias perigosas, além de 
estabelecer rotulagem preventiva.
NR27: Registro profissional do técnico de segurança do trabalho 
no Ministério do Trabalho e Emprego – MTE– Tem 
sua existência jurídica assegurada pelo art. 3º da lei 
nº 7.410/1985, regulamentada pelo art. 7º do decreto 
nº 92.530/1986, que trata do registro dos técnicos de 
segurança do trabalho no MTE. 
NR28: Fiscalização e penalidades – Tem sua existência jurídica 
assegurada pelo art. 201 da CLT, que estabelece que a 
fiscalização, embargo, interdição e penalidades serão 
efetuados obedecendo ao disposto nos decretos-leis.
NR29: Segurança e saúde do trabalho portuário – Tem sua existência 
jurídica assegurada pela medida provisória nº 1.575/1997, do 
art. 200 da CLT e da convenção OIT nº 152, promulgada pelo 
decreto nº 99.534/1980, que regula a proteção obrigatória 
contra doenças profissionais, a fim de facilitar os primeiros 
socorros a acidentados e alcançar melhores condições 
possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores 
portuários. 
NR30: Segurança e saúde no trabalho aquaviário – Aplicada aos 
trabalhadores das embarcações comerciais, pesca e/ou 
instalações de apoio.
NR31: Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, 
silvicultura, exploração florestal e aquicultura – Tem por 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
024
 Segurança e 
saúde em espaços 
confinados – 
Apresenta requisitos 
mínimos para 
trabalhos realizados 
em espaços 
confinados.
objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na 
organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar 
compatíveis o planejamento e o desenvolvimento das 
atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração 
florestal e aquicultura com segurança, saúde e meio 
ambiente do trabalho.
NR32: Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde – 
Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para 
implementação de medidas de proteção à segurança e à 
saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência 
à saúde; aborda a integração entre PPRA (NR9) e PCMSO 
(NR7) como norma para os estabelecimentos de saúde.
NR33: Segurança e saúde em espaços confinados – Apresenta 
requisitos mínimos para trabalhos realizados em espaços 
confinados.
NR34: Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da 
construção naval – Estabelece requisitos mínimos para 
trabalhadores nas atividades da indústria da construção 
naval. 
NR35: Trabalho em altura – Mostra os requisitos e as medidas de 
proteção para o trabalho em altura, envolvendo planejamento, 
organização e execução, de forma a garantir a segurança e a 
saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente 
com atividades relacionadas. Aborda os critérios e assuntos 
que devem ser aplicados em treinamento específico para os 
trabalhadores em altura.
NR36: Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate 
e processamento de carnes e derivados – Estabelece 
requisitos mínimos para o controle de riscos em atividades 
de abate e processamento de carnes e derivados.
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
025
Toda atividade 
laboral está sujeita 
a acidentes de 
trabalho, sobre 
os quais vamos 
conhecer um 
 pouco mais.
Portanto, no Brasil a Segurança e Medicina do Trabalho é 
regulamentada pelas 36 NRs do Ministério do Trabalho e Emprego.
Conceituando e 
classificando os 
acidentes
Toda atividade laboral está sujeita a acidentes de trabalho, sobre os 
quais vamos conhecer um pouco mais.
Conceito legal de acidente de trabalho
No que concerne à sua disciplina legal, esse tipo de acidente é regido 
pela lei de acidentes de trabalho – lei nº 6.367, de 19 de outubro de 
1976 - que menciona em seu art. 2º que acidente do trabalho é “todo 
aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, 
provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença, que 
cause morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da 
capacidade para o trabalho”. A propósito da conceituação legal do 
acidente de trabalho, contida na definição transcrita, cabe tecer 
algumas considerações (SCALDELAI et AL, 2012).
Como previsto no art. 2º da lei de acidentes, acidente do trabalho 
é todo aquele resultante do exercício do trabalho, isto é, cuja 
ocorrência se verifique na execução do trabalho ou enquanto o 
empregado é considerado no seu desempenho, ainda que, em 
certos casos, fora do respectivo lugar e horário. 
Como citado por Scaldelai et al (2012), no art.2º, § III da citada 
lei, verifica-se que, entre os acidentes do trabalho a que responde 
o empregador, estão incluídos todos os danos sofridos pelo 
empregado no local e durante o trabalho, em consequência de:
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
026
Vimos neste 
tópico o conceito 
de acidentes de 
trabalho de acordo 
com a lei.
• Ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros, 
inclusive companheiros de trabalho; ofensa física intencional, 
causada por companheiros de trabalho do empregado, em 
virtude de disputas relacionadas com o trabalho.
• Ato de imprudência ou de negligência de terceiro, inclusive 
o companheiro de trabalho.
• Ato de pessoa privada do uso da razão.
• Desabamento, inundação ou incêndio.
• Outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
Vimos neste tópico o conceito de acidentes de trabalho de acordo 
com a lei.
Conceitos básicos sobre 
consequências do acidente
De acordo com Scaldelai et al (2012), os conceitos básicos de 
acidentes de trabalho são: 
• Lesão pessoal ou lesão: qualquer dano sofrido pelo 
organismo humano como consequência de acidente de 
trabalho.
• Natureza da lesão: expressão que identifica a lesão, 
segundo suas características principais.
• Lesão imediata: lesão que se verifica imediatamente após 
a ocorrência do acidente.
• Lesão mediata (tardia): lesão que não se verifica 
imediatamente após a exposição à fonte da lesão. A lesão 
mediata que constituir entidade nosológica definida será 
considerada doença do trabalho (doença profissional).
• Morte: cessação da capacidade de trabalho pela perda da 
vida, independentemente do tempo ocorrido desde a lesão.
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
027
A vítima desse tipo 
de incapacidade 
é incluída nas 
estatísticas de 
acidentados com 
lesões com 
perda de tempo.• Lesão com perda de tempo ou incapacitante: lesão pessoal 
que impede o acidentado de voltar no dia imediato ao do 
acidente, ou da qual resulte incapacidade permanente.
• Lesão sem perda de tempo: lesão pessoal que não impede 
o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do 
acidente, desde que não haja incapacidade permanente. 
Mesmo não provocando morte, incapacidade permanente 
total ou parcial ou incapacidade temporária total, essa 
lesão exige primeiros socorros médicos de urgência.
• Incapacidade total permanente: lesão que não provoca a 
morte, mas impossibilita permanentemente o acidentado 
de exercer ocupação remunerada, ou da qual decorre a 
perda total dos seguintes elementos:
• Ambos os olhos.
• Um olho e uma das mãos ou um olho e um pé.
• Ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos 
e um pé.
• Incapacidade parcial permanente: redução parcial da 
capacidade de trabalho, em caráter permanente. Essa 
incapacidade corresponde à lesão que, não provocando 
morte ou incapacidade permanente total, é causa de perda 
de qualquer membro ou parte do corpo, perda total do uso 
desse membro ou parte do corpo, ou qualquer redução 
permanente de função orgânica. A vítima desse tipo de 
incapacidade é incluída nas estatísticas de acidentados 
com lesões com perda de tempo.
• Incapacidade temporária total: perda da capacidade de 
trabalho da qual resulte um ou mais dias perdidos, sem 
ter causado a morte, a incapacidade permanente parcial 
e a incapacidade permanente total. Permanecendo o 
acidentado afastado de sua atividade por mais de um 
ano, a incapacidade temporária será automaticamente 
considerada permanente, sendo computado o tempo de 
360 dias. A incapacidade temporária parcial não causa 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
028
Prejuízo material: 
prejuízo decorrente 
de danos materiais 
e outros ônus, 
resultantes de 
acidentes de 
trabalho.
afastamento do acidentado, correspondendo portanto à 
lesão sem perda de tempo.
• Tempo computado: tempo contado em “dias perdidos 
por incapacidade temporária total” ou “dias debitados 
por morte ou incapacidade permanente, total ou parcial”. 
Permanecendo o acidentado afastado de sua atividade 
por mais de um ano, a capacidade temporária será 
automaticamente considerada permanente, sendo 
computado o tempo de 360 dias.
• Prejuízo material: prejuízo decorrente de danos materiais e 
outros ônus, resultantes de acidentes de trabalho.
• Agente do acidente ou simplesmente agente: coisa, 
substância ou ambiente que, sendo inerente à condição de 
baixo padrão, tenha provocado o acidente.
• Fonte da lesão: coisa, substância, energia ou movimento 
do corpo que provocou diretamente a lesão. A fonte da 
lesão é aquilo que, em contato com a pessoa, determina a 
lesão. Pode ser, por exemplo, um dos muitos materiais com 
características agressivas, uma ferramenta ou a ponta de 
uma máquina. 
A lesão e a sede da lesão, isto é, a parte do corpo onde ela se 
localiza, são os pontos iniciais que identificam o agente da lesão. 
Convém observar qual a característica do agente que causou a 
lesão. Alguns agentes são essencialmente agressivos, como ácidos 
e outros produtos químicos, corrente elétrica, etc. Basta um leve 
contato para ocorrer a lesão. Outros determinam ferimentos por 
atritos mais acentuados, por batidas contra a pessoa ou da pessoa 
contra eles, por pensamento, queda, etc., mas determinam sempre 
alguma lesão quando entram em contato mais ou menos violento 
com a pessoa. O mesmo pode ser dito do peso de objetos. O peso 
em si não constitui agressividade, mas é um fator que, aliado à 
dureza do objeto, determina ferimentos ao cair sobre as pessoas.
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
029
Risco é qualquer 
variável que pode 
causar danos ou 
lesões graves ao 
trabalhador, 
inclusive a morte.
Riscos das atividades 
laborais: conceituação, 
classificação
Analisar os riscos ambientais a que os empregados estão expostos 
nas suas atividades laborais é uma obrigação de todos os 
empregadores e está estabelecido nas NRs.
Riscos ambientais
Risco é qualquer variável que pode causar danos ou lesões graves 
ao trabalhador, inclusive a morte.
O exercício da atividade laboral sob condições inseguras existentes 
no ambiente de trabalho expõe o trabalhador a riscos que podem 
ser classificados em cinco categorias: físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos e mecânicos (ou de acidentes). Essa classificação é 
internacional e segue a simbologia dos riscos ambientais que são 
empregadas no mapa de risco (NR5 – CIPA):
1. Risco físico (cor verde).
2. Risco químico (cor vermelha).
3. Risco biológico (cor marrom).
4. Risco ergonômico (cor amarela).
5. Risco de acidentes (cor azul).
Para efeito da NR 9, item 9.1.5, consideram-se riscos ambientais 
os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes 
de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou 
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à 
saúde do trabalhador.
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
030
A presença dos 
agentes físicos, 
químicos e 
biológicos no 
ambiente pode 
oferecer riscos 
potenciais à saúde 
dos trabalhadores 
e gerar uma 
probabilidade de 
que eles venham a 
contrair uma doença. 
Os riscos ergonômicos são apresentados e discutidos na NR 17. 
Os riscos mecânicos, entretanto, estão diluídos em diferentes 
normas regulamentadoras, mas se pode visualizá-los com mais 
profundidade na NR 18, que trata da construção civil.
A presença dos agentes físicos, químicos e biológicos no ambiente 
pode oferecer riscos potenciais à saúde dos trabalhadores e gerar 
uma probabilidade de que eles venham a contrair uma doença. 
Cada agente de risco tem, no mínimo, uma fonte geradora do risco 
associada. O espaço existente entre a fonte do risco e o trabalhador 
é considerado a sua “trajetória”. Qualquer medida planejada para 
controlar a exposição do trabalhador ao risco estará centrada em, 
pelo menos, um destes três pontos: na fonte geradora, na trajetória, 
ou no trabalhador.
Conceitos ligados a riscos no trabalho
Veremos alguns conceitos ligados a riscos no trabalho:
Segurança – “Situação que está livre de risco ou perigo.”
Perigo – “Estado ou situação que inspira cuidado e que 
pode produzir danos.”
Fonte de risco – Elemento que, individualmente ou 
combinado, tem potencial intrínseco para dar origem ao 
risco.
Probabilidade – Chance de algo acontecer (ABNT, 2009). 
Risco = probabilidade x consequência
Classificação dos riscos
Como vimos no tópico acima, os riscos são classificados em: 
físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes (ou 
mecânicos). 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
031
Riscos físicos
Segundo Rossete (2014), são os riscos gerados por agentes 
ambientais que atuam pela transferência de energia. Os riscos 
físicos a que os trabalhadores estão expostos, são: ruídos, 
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações 
ionizantes e radiações não ionizantes.
Os riscos físicos estão representados na figura a seguir.
FIGURA 4 - Risco físico
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Una, 2016.
Riscos químicos
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou 
produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, 
ou então aqueles que, pela natureza da atividade de exposição, 
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da 
pele ou por ingestão.
16,6x 10,3
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
032
Portanto, o risco químico está associado à exposição a substâncias, 
compostos ou produtos químicos em diferentes concentraçõesno 
ambiente. A FIGURA 5 demonstra o risco químico.
FIGURA 5 – Risco químico
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Una, 2016.
Riscos biológicos
Em todos os ambientes e locais existe a presença de micro-
organismos causadores de doenças. São considerados agentes 
biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, 
vírus, entre outros. Entretanto, devido à dificuldade de 
monitoramento e de avaliação, dificilmente se foca o trabalho de 
prevenção nos agentes, mas sim nas atividades que potencialmente 
expõem os trabalhadores à ação nociva de micro-organismos.
O risco biológico está associado à exposição a locais, substâncias, 
compostos ou produtos com a presença de micro-organismos 
patogênicos em geral. A FIGURA 6 demonstra o risco biológico.
16,6x 10,3
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
033
FIGURA 6- Risco biológico
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Una, 2016.
Riscos ergonômicos
Estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que 
exigem que os ambientes de trabalho se adaptem ao homem, 
proporcionando bem-estar físico e psicológico.
Os riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos 
(do ambiente) e internos (do plano emocional), em síntese, quando 
há disfunção entre o indivíduo e seu posto de trabalho. 
16,6x 10,3
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
034
Os tipos de 
acidentes mais 
comuns que ocorrem 
na realização do 
trabalho são: queda, 
choque elétrico, 
soterramento, 
choque mecânico, 
cortes e perfurações, 
queimaduras, 
animais 
peçonhentos, 
acidentes de trânsito, 
incêndio e explosão.
FIGURA 7- Risco ergonômico
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Una, 2016.
Riscos mecânicos ou riscos de acidentes
Os tipos de acidentes mais comuns que ocorrem na realização 
do trabalho são: queda, choque elétrico, soterramento, choque 
mecânico, cortes e perfurações, queimaduras, animais peçonhentos, 
acidentes de trânsito, incêndio e explosão. A FIGURA 8 demonstra o 
risco mecânico de acidentes.
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
035
FIGURA 8 - Risco mecânico ou de acidentes
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Una, 2016.
Portanto, nesta unidade conhecemos a evolução da saúde e 
segurança do trabalho no Brasil e no mundo e a sua importância. 
Conhecemos as legislações e as normas regulamentadoras que 
regem as atividades relacionadas com saúde e segurança do 
trabalhador. Conceituamos os acidentes de trabalho e os riscos 
ambientais a que os trabalhadores estão sujeitos. Entendemos que 
a segurança do trabalho é um conjunto de medidas que devem ser 
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho e as doenças 
ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de 
trabalho do trabalhador.
Doenças ocupacionais 
A Pesquisa Nacional de Saúde trouxe dados sobre os distúrbios 
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). Do total de pessoas 
estimadas pela PNS, 3.568.095 (2,29%) referiram ter esse diagnóstico 
dado por médico, sendo que das mulheres entrevistadas foram 3,3% e dos 
homens 1,5%. Em relação ao nível de instrução, dentre os entrevistados 
com nível superior 3,8% referiram ter DORT, daqueles com nível médio 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
036
completo ou superior incompleto foram 2,7%, dos que tinham fundamental 
completo ou nível médio incompleto foram 1,9% e dos que não tinham 
instrução ou tinham fundamental incompleto foram 2,0%. 
Com relação às limitações das atividades diárias causadas pela 
DORT, como dificuldades em trabalhar, ir ao trabalho, realizar afazeres 
domésticos e de autocuidado, como se vestir e tomar banho, quase 16% 
dos entrevistados referiram que elas eram intensas ou muito intensas. 
Observa-se ainda que menos da metade dos entrevistados (41,84%) 
afirmou que não houve limitação nas atividades diárias. 
TABELA 1 -Grau de limitação de atividades diárias devido a DORT
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD). 2013. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.
br/bda/tabela/protabl.asp?c=1878&z=pnad&o=3&i=P>. Acesso em: 15 jun. 2015. Citado por Maia et al [s.d.]
A PNS também investigou sobre processos terapêuticos e de 
reabilitação, para o que se observou que 906.363, o que equivale 
a 25,40% dos entrevistados, realizam ou realizaram algum tipo de 
exercício e/ou fisioterapia para minimizar os efeitos da LER/DORT, e 
quase 35% (1.247.300) deles usaram ou fazem uso de tratamento com 
injeções ou medicamentos pelos mesmos problemas. 
Comentários 
Qualquer comparação entre bases de dados com diferenças 
significativas deve ser feita com a cautela necessária. A PNS 
abrangeu toda a população trabalhadora com 18 anos ou mais, 
incluindo empregados e empregadores, do mercado formal e informal, 
servidores públicos, militares e empregados domésticos, entre outros. 
Os dados da AEPS abrangem acidentes e doenças de trabalhadores 
apenas do mercado formal, com 16 anos ou mais, com vínculo 
empregatício regido pela CLT e segurados do Seguro de Acidentes do 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
037
Trabalho. Os dados obtidos pela PNS são referidos por entrevistados, 
que tenham tido pelo menos um acidente e/ou doença ocupacional no 
ano de 2013, enquanto os dados da AEPS são de acidentes e doenças 
ocupacionais registrados pela Previdência Social. Os acidentes 
registrados pela Previdência Social incluem os de trânsito, que não 
foram considerados na PNS. 
Feitas essas ressalvas, é possível vislumbrar a dimensão dos acidentes 
no país. Em 2013, a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD-
IBGE) estimou no Brasil 103 milhões de pessoas economicamente 
ativas, 97 milhões de pessoas ocupadas e, desses, 59 milhões 
contribuindo para a Previdência Social. Já na Previdência Social, o 
número médio de vínculos em 2013 era de 42.857.802 conforme seu 
anuário estatístico (AEPS). 
Considerando, por exemplo, que a metade dos acidentes referidos na 
PNS é de população segurada, ou seja, do total dos 4.948.000, que pelo 
menos 2.474.000 seriam trabalhadores formais e segurados. Tem-se 
ainda a alta razão de 3,45, em termos percentuais de 245%, a mais de 
acidentes referidos do que os registrados na Previdência Social. 
É importante observar o registro dos dados segundo a Unidade da 
Federação, pois se percebem as discrepâncias entre as regiões 
Nordeste e Norte e o Sul e Sudeste. Enquanto São Paulo (263%), 
Espírito Santo (360%), Santa Catarina (370%) e Rio Grande do Sul 
(393%) apresentaram as mais baixas razões, Maranhão, seguido por 
Pará (2.525%), Tocantins (2.279%) e Roraima (1.663%), apresentou a 
impressionante razão de 39,3, ou seja, 3.833% de acidentes referidos. 
Observe-se que as Unidades da Federação das regiões Norte e Nordeste 
têm menos pessoas trabalhando com carteira assinada e são as que 
exibem a maior diferença entre os dados da PNS e da Previdência. 
Isso é o que observamos nos dados da PNAD 2013, conforme a 
tabela 2, que apresenta o número de pessoas com 10 anos ou mais 
de idade ocupadas e com carteira assinada e o ranking das Unidades 
da Federação de acordo com a respectiva taxa de formalização de 
emprego (possuir carteira de trabalho assinada). 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
038
TABELA 2 - Pessoas com 10 anos ou mais de idade ocupadas e 
com carteira assinada e sua classificação, em ordem decrescente 
segundo o número de carteiras assinadas, por mil pessoas ocupadas
Fonte: PNAD, 2013.
Ainda assim, é importante notar que mesmo nas Unidades da Federação 
com maior taxa de formalização a razão entre os dados das duas 
pesquisas é muito alta.
Os acidentes de trajeto foram os que apresentaram a maior razão, quase 
13vezes, o que pode indicar a ausência da classificação dos acidentes de 
trânsito em “acidentes de trajeto” na Previdência Social. 
Outro ponto de grande destaque são as 3.568.095 pessoas que tiveram o 
diagnóstico de DORT, mas infelizmente na PNS não há referência sobre em 
qual ano essas pessoas receberam tal diagnóstico, o que torna impossível 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
039
a comparação com os dados da base da Previdência. 
Por fim, cumpre notar que a razão inverte de tendência ao analisar os 
dados referentes às pessoas que tiveram sequelas, sejam temporárias 
ou permanentes, quando finalmente os números das duas fontes se 
aproximaram, com a razão igual a 0,98, bem próxima de 1,0. 
Apesar das diferenças apontadas acima, saudamos a Pesquisa Nacional 
de Saúde por considerarmos importante que o país disponha de 
outra fonte censitária de informações sobre os acidentes de trabalho, 
especialmente de uma que abranja nacionalmente a população informal, 
além daquela formalmente inserida no mercado de trabalho. Quiçá as 
questões relacionadas aos acidentes de trabalho possam ser replicadas - e 
aprofundadas - dentro da periodicidade proposta para a PNS (quinquenal). 
Fonte: Boletim Fundacentro.
Acidentes de trabalho no Brasil em 2013: comparação entre dados selecionados 
da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (PNS) e do Anuário Estatístico da 
Previdência Social (AEPS) do Ministério da Previdência Social.
Equipe técnica: André Luís Santiago Maia; Cezar Akiyoshi Saito; Juliana Andrade 
Oliveira; Marco Antônio Bussacos; Maria Maeno; Ricardo Luiz Lorenzi; Sergio 
Antônio dos Santos.
Revisão
Nesta unidade, você teve a oportunidade de conhecer a evolução 
da saúde e segurança do trabalho. As questões relacionadas à 
prevenção de riscos contra os trabalhadores em seus postos de 
trabalho estão cada vez mais relevantes. Esses estudos se iniciaram 
há mais de 500 anos, quando os primeiros temas abordados eram 
as atividades de mineração, fundição de ouro, exposição a produtos 
químicos. Nessa época não havia as mínimas condições de trabalho 
aos operários, muitos com idades abaixo dos dez anos, já que a 
preocupação dos empregadores era apenas a de produzir a qualquer 
custo. A partir da Primeira Guerra Mundial, a sociedade começou a 
se preocupar com essas questões: os empregadores passaram a 
compreender que havia uma forma de colaborar para o bem-estar 
dos funcionários e manter o ritmo de produção ou até mesmo 
aumentá-lo. No Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988, da 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 1
040
criação do MTE e por meio da CLT, houve um enorme esforço para a 
criação das NRs que pudessem prevenir, minimizar, controlar e até 
mesmo eliminar possíveis riscos a que os trabalhadores estavam 
expostos durante suas atividades laborais. Atualmente, são 36 NRs 
que abordam temas específicos relacionadas à segurança e saúde 
dos trabalhadores. Os riscos ambientais foram abordados, bem 
como uma breve descrição de cada um.
• Fundacentro. Disponível em: <http://fundacentro.gov.br/>
• Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: <http://mte.
gov.br/>.
• Organização Internacional do Trabalho. Disponível em: <http://
www.ilo.org/brasilia/lang--pt/index.htm>.
• OSHA – Occupational Safety & Health Administration– Disponível 
em: <https://www.osha.gov/>.
Prevenção de 
riscos e segurança 
no trabalho
• Prevenção dos 
riscos ambientais 
nas atividades 
laborais
• Programas 
de Segurança 
e Saúde do 
Trabalho (PSST)
• Revisão
Introdução
A cada ano, 270 milhões de pessoas de todo o mundo são vítimas 
de lesões laborais e mortes. Segundo estimativas de um informe 
recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cada ano se 
registram em todo o mundo cerca de 2 milhões de falecimentos por 
motivos laborais. O custo social e econômico para o empregador, 
assim como para os indivíduos, é considerável (ALLI, 2008).
Os acidentes e lesões laborais são causados em todos os casos por 
fatores previsíveis, que podiam ser eliminados mediante a aplicação 
de medidas e métodos já existentes. Muitos países industriais têm 
sistemas amplos e completos de gestão da higiene e segurança no 
trabalho, o que se torna visível na redução sistemática das taxas de 
acidentes. 
Uma proporção crescente das lesões profissionais ocorridas em 
todo o mundo se concentra nos países em desenvolvimento. Por 
exemplo, o trabalhador de uma fábrica do Paquistão tem uma 
probabilidade oito vezes maior de morrer no trabalho que um 
trabalhador semelhante na França. O grau de proteção frente aos 
perigos laborais varia não somente em função da nação, mas 
também do setor econômico e do tamanho da empresa. As taxas 
mais elevadas desses tipos de acidentes têm lugar na agricultura, na 
sivilcultura, na mineração e na construção e, em geral, a segurança 
é menor nas empresas pequenas do que em empresas maiores 
(ALLI, 2008).
Os custos econômicos dessas lesões e falecimentos são imensos, 
e afetam as pessoas, as empresas, as nações e, no geral, a todo 
o mundo. Tendo em conta as indenizações, o tempo de trabalho 
perdido, a interrupção da produção, a capacitação e a demanda 
judicial profissional, os gastos médicos, etc., estima-se que essas 
perdas/danos representam aproximadamente 4% do Produto 
Nacional Bruto (PNB) mundial cada ano.
Nada está completamente livre dos riscos e acidentes laborais. 
Além das medidas e métodos tradicionais disponíveis para proteger 
os trabalhadores, os bons sistemas de segurança e saúde no 
trabalho são os que atualizam constantemente seus mecanismos 
para avaliar quantos aos novos riscos e perigos que aparecem 
no local de trabalho. Desde o século passado, o âmbito direção 
e magnitude da segurança e saúde do trabalho tem evoluído de 
forma significativa no plano nacional e internacional (ALLI, 2008). 
No Brasil, além da regulação, das normas e guias de boas práticas, 
são utilizados inspeções, penalidades, treinamentos e cursos que 
promovem o aprimoramento do desempenho das empresas na 
prática de proteção dos trabalhadores.
O Ministério do Trabalho e Emprego exige que todas as empresas, 
com pelo menos um trabalhador regido pela CLT, avaliem 
regularmente os riscos do ambiente de trabalho e a saúde de seus 
trabalhadores, sendo que os resultados dessas avaliações devem 
subsidiar os programas de prevenção.
Os dois programas obrigatórios para empresas são o Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) (NR-9) e o Programa de 
Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) (NR-7).
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 2
044
As doenças e 
os acidentes 
ocupacionais 
representam uma 
carga para os 
trabalhadores, 
as empresas, os 
serviços de saúde e 
a seguridade social. 
Prevenção dos riscos 
ambientais nas 
atividades laborais
As doenças e os acidentes ocupacionais representam uma 
carga para os trabalhadores, as empresas, os serviços de saúde 
e a seguridade social. Os programas de intervenção para o 
enfrentamento desse problema se baseiam, em geral, em modelos 
de vigilância da saúde e da segurança aplicados com diversas 
estratégias (Chaves et al, 2009).
Conforme Miranda (2004), a legislação brasileira que trata da 
segurança e da saúde no trabalho passou a adotar um novo 
enfoque ao estabelecer a obrigatoriedade das empresas elaborarem 
e implementarem dois programas: um ambiental, o Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), e outro médico, o 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). 
Adotando como paradigma a Convenção 161/85 da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), a legislação brasileira específica 
passou a consideraras questões incidentes não somente sobre 
o indivíduo, mas também sobre a coletividade de trabalhadores, 
promovendo uma ampliação do conceito restrito de “medicina do 
trabalho”.
Miranda (2004) ressalta que, apesar de o Brasil ter ratificado, 
em 1991, a Convenção 161 da OIT, até 1994, as Normas 
Regulamentadoras (NR) caracterizavam-se ainda por um enfoque 
essencialmente “individualista”. As NR-7 e 9 intitulavam - se, 
respectivamente, Exames Médicos e Riscos Ambientais, ou seja, a 
ênfase era, isoladamente, ora para o corpo do trabalhador, ora para 
a avaliação quantitativa de um certo risco ambiental. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 2
045
As novas normas, preocupadas agora com a saúde do conjunto dos 
trabalhadores, privilegiaram o instrumental clínico epidemiológico 
na abordagem da relação saúde/trabalho e introduziram a questão 
da valorização da participação dos trabalhadores, e do controle 
social. 
Os programas de segurança, sob um conjunto de normas, têm 
a finalidade de prevenir, controlar e aplicar ao trabalho, pessoas, 
máquinas, materiais, processos e equipamentos as diretrizes 
necessárias à Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Sua 
implantação assegura as empresas, visando ao estabelecimento de 
práticas e procedimentos de segurança nas áreas administrativas, 
técnicas, operacionais e até mesmo educativas, conforme 
estabelecem as NR. 
Todos os programas devem levar em conta não apenas as questões 
técnicas das NR, mas também a abordagem dos sistemas de 
gestão existentes nas empresas. O MTE informa que as NR são 
requisitos mínimos que a empresa deve seguir – em SST o mínimo, 
ás vezes, não é suficiente, daí a importância de tais programas.
PPRA - Programa de prevenção de 
riscos ambientais
O PPRA, cuja obrigatoriedade foi estabelecida pela NR-9 da Portaria 
3.214/78, apesar de seu caráter multidisciplinar, é considerado 
essencialmente um programa de higiene ocupacional. Estabelece, 
a todos os empregadores e instituições, a obrigação de promover 
ações com objetivo de preservar a saúde e a integridade dos 
trabalhadores por meio do reconhecimento, antecipação, avaliação 
e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais 
existentes, ou que venham a existir no ambiente de trabalho, 
levando em consideração a proteção do meio ambiente e dos 
recursos naturais. É parte integrante de um conjunto mais amplo 
de iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e 
O PPRA, cuja 
obrigatoriedade foi 
estabelecida pela 
NR-9 da Portaria 
3.214/78, apesar 
de seu caráter 
multidisciplinar, 
é considerado 
essencialmente 
um programa de 
higiene ocupacional. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 2
046
da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Todas as empresas, independentemente do número de empregados 
ou do grau de risco de suas atividades, estão obrigadas a elaborar 
e implementar o PPRA, que tem como objetivo a prevenção e o 
controle da exposição ocupacional aos riscos ambientais. Isto é, 
a prevenção e o controle dos riscos químicos, físicos e biológicos 
presentes nos locais de trabalho. 
A NR- 9 detalha as etapas a serem cumpridas no desenvolvimento 
do programa, os itens que compõem a etapa do reconhecimento 
dos riscos, os limites de tolerância adotados na etapa de avaliação 
e os conceitos que envolvem as medidas de controle. A norma 
estabelece ainda a obrigatoriedade da existência de um cronograma 
que indique claramente os prazos para o desenvolvimento das 
diversas etapas e para o cumprimento das metas estabelecidas.
Um aspecto importante desse programa é que ele pode ser 
elaborado dentro dos conceitos mais modernos de gerenciamento 
e gestão, em que o empregador tem autonomia suficiente para, 
com responsabilidade, adotar um conjunto de medidas e ações que 
considere necessárias para garantir a saúde e a integridade física 
dos seus trabalhadores. 
A elaboração, implementação e avaliação do PPRA podem ser 
feitas por qualquer pessoa, ou equipe de pessoas que, a critério do 
empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto na norma. 
Além disso, cabe à própria empresa estabelecer as estratégias e 
as metodologias que serão utilizadas para o desenvolvimento das 
ações, bem como a forma de registro, manutenção e divulgação 
dos dados gerados no desenvolvimento do programa.
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada 
estabelecimento da empresa. Sua abrangência e profundidade 
A prevenção e 
o controle dos 
riscos químicos, 
físicos e biológicos 
presentes nos 
locais de trabalho. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 2
047
dependem das características dos riscos existentes no local de 
trabalho e das respectivas necessidades de controle.
A NR-9 estabelece as diretrizes gerais e os parâmetros mínimos a 
serem observados na execução do programa. Porém os mesmos 
podem ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho. 
Procurando garantir a efetiva implementação do PPRA, a norma 
estabelece que a empresa deve adotar mecanismos de avaliação 
que permitam verificar o cumprimento das etapas, das ações e das 
metas previstas. Além disso, a NR-9 prevê algum tipo de controle 
social, garantindo aos trabalhadores o direito à informação e à 
participação no planejamento e no acompanhamento da execução 
do programa.
Riscos ambientais são os agentes físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos e de acidentes/mecânicos.
Os riscos ambientais abordados na NR9 são os agentes físicos, químicos 
e biológicos.
1 - Os agentes físicos decorrem de processos e equipamentos:
• Ruído e vibrações
• Pressões anormais em relação à pressão atmosférica
• Temperaturas extremas (altas e baixas)
• Radiações ionizantes e radiações não ionizantes 
2 - Os agentes químicos são oriundos da manipulação e processamento 
de matérias-primas e insumos:
• Poeiras e fumos
• Névoas e neblinas
• Gases e vapores
A NR-9 estabelece 
as diretrizes gerais 
e os parâmetros 
mínimos a serem 
observados na 
execução do 
programa. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 2
048
3 - Os agentes biológicos são oriundos da manipulação, transformação e 
modificação de seres vivos microscópicos, dentre eles: 
• Genes, bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus e 
outros.
Para a elaboração e implementação do PPRA, deve ser levado em 
consideração o planejamento das seguintes etapas:
• Antecipação e reconhecimento dos riscos
• Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e 
controle
• Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores
• Implantação de medidas de controle e avaliação de sua 
eficácia
• Monitoramento da exposição aos riscos
• Registro e divulgação dos dados
O PPRA é um programa de ação contínua e não é considerado um 
documento para fins de fiscalização. Trata-se um documento-
base que pode ser gerado a partir de sua elaboração e as ações 
deste programa podem ser solicitadas pelo fiscal. Caso a empresa 
possua o documento-base e não existam evidências de que o PPRA 
esteja sendo praticado, o fiscal entenderá que o programa não foi 
elaborado.
PCMSO - Programa de Controle e 
Saúde Médica Ocupacional (PCMSO) – 
NR7
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é 
regulamentado pela NR7, Portaria 3.214/78. Estabelece o controle 
de saúde físico e mental do trabalhador a partir da avaliação de 
suas atividades. Todas as empresas, independente do número de 
O PPRA é um 
programa de ação 
contínua e não 
é considerado 
um documento 
para fins de 
fiscalização. 
SEGURANÇA NO TRABALHO
unidade 2
049
empregados ou do

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