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Direitos Reais
Conceito: “É o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referente às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem”. Clóvis Beviláqua.
DIREITOS REAIS X DIREITOS PESSOAIS
Direitos Reais: Envolvem relações jurídicas entre a pessoa e a coisa com características de oponibilidade ERGA OMNES.
Direitos Pessoais: Envolvem relações jurídicas entre pessoas com oponibilidade INTER PARTES.
Teorias: 
Unitária Realista: Direitos reais e pessoais estão inseridos dentro do direito patrimonial, não havendo diferença entre eles (adotada pelo Brasil).
Dualista ou Clássica: Os direitos reais e pessoais diferem uns dos outros e formam categorias autônomas.
Diferenciação: É feita com base nas características dos direitos reais. Tais características decorrem dos princípios inerentes aos direitos reais.
Princípios:
Aderência: Cria vínculo entre a pessoa e a coisa. Não depende de sujeito passivo para existir. SUJEITO ATIVO (determinado) + OBJETO (coisa).
OBS: Nos direitos pessoais a relação envolve: SUJEITO ATIVO + OBRIGAÇÃO + SUJEITO PASSIVO (determinado)
Absolutismo: Gozam de oponibilidade ERGA OMNES. De modo que enseja o JUS PERSEQUENDI (DIREITO DE SEQUELA). Se opondo, assim, aos Direitos pessoais. A citada característica só está presente nos Direitos Reais.
Publicidade: Para a perfectibilização do direito real, exige-se a publicidade do mesmo.
EX: BENS IMÓVEIS: Registro de Imóveis. BENS MÓVEIS: Ex: DUT (Documento Único de Transferência).
Taxatividade: Os direitos reais são aqueles direitos previstos em lei. Não necessariamente os previstos no Código Civil, mas todos previstos em lei.
Tipicidade: Apenas a lei estipula os direitos reais (quanto ao seu conteúdo). É vedada a criação de direitos reais pela vontade privada, característica esta, que difere mais uma vez dos direitos pessoais, onde admite-se a criação de direitos pela vontade das partes. 
Exclusividade: Não poderá incidir o mesmo direito real sobre a mesma coisa. Nos direitos pessoais pode haver mais de uma obrigação com titulares diferente e autônomos. 
Perpetuidade: Aplicado mais completamente à propriedade. Os direitos reais não se extinguem pelo não exercício. Diferentemente dos direitos pessoais, onde extinguem-pelo não exercício ou pelo adimplemento da obrigação.
Desmembramento (IMPORTANTE): Refere-se à possibilidade de desmembramento dos poderes inerentes à propriedade. São alguns dos poderes inerentes à propriedade: USAR, GOZAR, FRUIR, REINVIDICAR, DISPOR e etc.
O desmembramento gera a constituição de outros direitos reais previstos em lei.
A extinção dos direitos reais advindos do desmembramento acarreta a consolidação. Ao passo que se extingue um direito do proprietário, surge a um terceiro o nascimento de um novo direito real. 
Posse
Conceito: “É a relação de fato estabelecida entre a pessoa e a coisa pelo fim de sua utilização econômica”. Clóvis Beviláqua.
“É uma relação de fato juridicamente protegida por aparentar a existência de um direito” Sílvio de Salvo Venosa. – PRINCÍPIO DA APARÊNCIA –
Natureza jurídica: 
Fato ou Direito?
Windscheid: Acredita que se trata de um fato jurídico.
Ihering: Acredita que se trata de um direito que é tutelado pelo Estado.
Savigny: Acredita que se trata de um fato + direito.
Direito Real ou Pessoal?
Moreira Alves e Beviláqua: Se trata de um direito SUI GENERIS (possuí características únicas).
Teorias Possessórias:
Elementos da posse: 
Material ou Objetivo: CORPUS – Ter a coisa consigo.
Psicológico ou Subjetivo: ANIMUS – Ter a intenção, vontade, com relação à coisa, de se tornar proprietário desta.
Teoria Subjetiva (Savigny)
Posse: Savigny entende que posse é a junção de CORPUS e ANIMUS: Junção do critério material e psicológico.
Detenção: Para Savigny, Detenção é ter consigo a coisa CORPUS com a ausência do ANIMUS. 
É ter a coisa consigo, porém, não ter a intenção de ser proprietário da coisa. CORPUS – ANIMUS. 
Teoria Objetiva (Ihering): ADOTADA PELO DIREITO BRASILEIRO.
Ihering entende que POSSE é ter a coisa consigo CORPUS + AFFECTIO TENENDI (agir, com relação à coisa, como se proprietário fosse). Entende ser DETENÇÃO estar dentre as hipóteses dos artigos 1.196 a 1.198 do Código Civil (CAUSAS DETENTIONIS).
Artigos Relacionados:
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Objetivo da Posse:
São todos os bens corpóreos ou incorpóreos que podem ser objeto de posse, com exceção dos bens públicos e demais coisas fora do comércio.
Posse de Direitos
É admitida, contudo, com controvérsias. 
Não se admite sobre direito pessoal de cunho extrapatrimonial. Para parte da doutrina apenas os direitos de gozo e fruição podem ser objetos de posse e de proteção possessória. Outra parte da doutrina entende que os direitos reais de garantia também podem ser objeto de posse e proteção possessória.
Classificação da Posse
Direta: É aquela que há a utilização direta, imediata da coisa.
Indireta: Aquela que não há o uso direto da coisa.
Plena: É a posse adquirida sem o desmembramento ou a que não se desmembrou.
Só há que se falar em Posse Direta e Indireta se ocorrer o Desmembramento da Posse.
	Posse que decorre de um direito: JUS POSSIDENDI (direito do proprietário)
	Posse que não decorre de um direito: JUS POSSESSIONI
Justa: A que não advém de meio ilícito. NEC VIM, NEC CLAM, NEC PRECARIO (não violenta, não clandestina, não precária). 
Injusta: É a posse adquirida por VIOLÊNCIA, CLANDESTINIDADE e PRECARIEDADE (VÍCIOS DA POSSE).
Entende-se por violenta a posse onde foi empregado: violência física e/ou moral.
Por clandestina entende-se: Aquela onde foi exercida algum tipo de ato ilícito.
E Posse Precária: É aquela em que a pessoa tinha a obrigação de restituir a coisa, porém, não o fez.
Enquanto perdurarem os atos violentos e clandestinos não há que se falar em posse. Só há que se falar em posse a partir do momento em que são cessados os vícios acima citados (cessação dos atos violentos ou de clandestinidade).
Os atos de precariedade implicam na conversão da posse justa em posse injusta.
De boa-fé e má-fé: É considerada de boa-fé a pessoa que não tiver ciência e/ou ignoram (desconhecem) dos vícios da posse. E de má-fé são aqueles que tem ciência dos vícios da posse.
Teorias que versam a respeito da boa e má-fé.
Teoria Ética: Liga a má-fé à ideia de culpa (dolo) e (erro inescusável).
Teoria Psicológica: Não liga a má-fé à ideia de culpa. Faz uma análise objetiva do conhecimento do vício.
Momento da caracterização da má-fé:
A jurisprudência pátria entende que se caracteriza a má-fé no momento em que o réu é citado. Ou quando o autor contesta. 
Posse nova e Posse velha.
Nova: A posse que é inferior a 01 ano e 01 dia – Há a possibilidade de concessão de liminar – RITO ESPECIAL.
Velha: É aquela que é superior a 01 ano e 01 dia – Não há a possibilidade de concessão de liminar – RITO COMUM.
A classificação acima gera efeitos nas ações possessórias. 
Posse “ad interdicta” e “ad usucapionem”: AD INTERDICTA: Enseja a proteção possessória (AÇÕES POSSESSÓRIAS). AD USUCAPIONEM: Enseja a proteção possessória e usocapião.
Natural: Exercida pela detenção material da coisa.
Civil: Adquirida e exercida em força de lei, sem a necessidade de atos físicos ou apreensão material. Ex.: Constituto Possessório (cláusula contratual mediante a qual o alienante (vendedor) transmite a posse da coisa alienada ao nome do comprador, embora continue a deter o bem; desprendimento de posse.)
Exclusiva: Exercida por um sópossuidor sobre uma coisa.
Composse: Exercida por mais de uma pessoa sobre a mesma coisa indivisível.
Paralela: Decorrente do desmembramento da posse.
Aquisição e Perda da Posse.
I – AQUISIÇÃO: (ART. 1.204 c.c)
Não exige prova da origem. 
Aquisição da propriedade: Por se tratar de delito, exige prova de sua origem. 
Necessidade de fixação da data da aquisição da posse:
Verificação de vícios;
Idade da Posse;
Marco Inicial para usucapião.
Modos de aquisição:
Originário: Ocorre sem relação com a posse anterior.
Hipóteses: 
Recai sobre RES NULLUS (coisa sem dono) ou sobre RES DERELICTA (coisa abandonada).
Ocorre também em relação aos bens objeto de esbulho, após cessado o vício presente na aquisição.
	Pode ser concreta ou real: Presença física no imóvel ou apossamento do bem móvel.
	Pode ser ficta: Por meio de gestos simbólicos como a entrega de chaves em aquisições NON DOMINO (venda de um bem que não é feita pelo dono) de imóvel ou aposição de marcas ou sinais em bens móveis.
Exercício de Direito (art. 1.371): Revela-se pelo exercício de direitos reais sobre coisas alheias adquiridas de forma originária, como pela apreensão.
Derivado: Decorre de relação jurídica entre o adquirente e o possuidor anterior. 
Pode ser feita por TRADIÇÃO (entrega da coisa). Pressupõe negócio jurídico anterior.
Podendo ser REAL: Entrega efetiva, intenção de entrega e receber das partes, presença de negócio jurídico).
Ou Sintética ou Ficta: (entrega de chaves, TRADITIO BREVI MANU: Ocorre quando a pessoa passa a possuir em nome próprio coisa que possuía em nome alheio. Ex.: o locatário que possui a casa em nome alheio compra a casa passando a possuir em nome próprio, neste caso a cláusula será da traditio brevi manu.
Pode ocorrer também pela SUCESSÃO (art. 1.206 e 1.207)
Causa mortis:
Legítima: Universal (integralidade do patrimônio): Todo o patrimônio.
Testamentária: Que pode ser Universal ou Singular (vários bens uma a cada pessoa)
Inter vivos: 
Singular: Ex.: Doação, venda.
Polêmica: Legatário inclui-se como sujeito a título singular para o efeito da 2ª parte do art. 1.207?
Quem pode adquirir a posse? (art. 1.205).
Perda da Posse (art. 1.223 e 1.224).
Artigos Relacionados:
CAPÍTULO II
Da Aquisição da Posse
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.
Efeitos da posse (arts. 1.210 a 1.222 c.c)
São efeitos da Posse:
Direito à proteção possessória: Todo aquele que tem posse LATO SENSU, com exceção à posse injusta, enquanto perdurarem seus vícios, tem direito à proteção possessória (autotutela da posse, proteção interdita, por meio das ações cabíveis.
Direito aos frutos: Conceito de frutos: É toda utilidade produzida periodicamente pela coisa. O fruto se renova, diferente do produto. Exemplo de produto: Jazida. Todo aquele que detém a posse, tem direito aos frutos da coisa.
Os frutos são divididos em:
Quanto à Origem:
Naturais: Decorre de produção orgânica
Industrial: Decorre de um procedimento de manufatura da matéria.
Civis: Decorre da utilização da coisa em si. Ex.: Aluguel. 
Quanto à situação: 
Pendentes: O que ainda não foi separado da coisa que o produziu (VIDE SAFRA: Em alguns casos, são percebidas por antecipação, não se tem ainda a coisa, porém ela já foi negociada).
Percebidos ou Colhidos: Aquele que já foi separado da coisa que o produziu
Estantes: Já se encontram armazenados para fins de alienação.
Percipiendis: O fruto que deveria ter sido recolhido, mas não foi.
Consumido: O fruto que não existe mais, em razão da utilização da coisa.
Nota: Enquanto perdurar a boa-fé do possuidor injusto, terá, ele, direito a todos os frutos da coisa.
A partir da caracterização da má-fé, fica obrigado, o possuidor injusto, a indenizar os frutos percipiendis, consumidos e percebidos. 
O possuidor de boa e má-fé tem direito ao ressarcimento dos custos de manutenção (produção) e custeio.
Direito às benfeitorias: O artigo 96 do C.C trata das benfeitorias. Aquele que detém posse tem direito às benfeitorias, nos termos da Lei. Artigos que tratam do tema: art. 1.219 a 1.222
Direito à indenização por danos causados à coisa: Fundada nos arts. 186, 187, 1.217 e 1.218
CAPÍTULO III
Dos Efeitos da Posse
Artigos relacionados:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. Vide Decreto-lei nº 4.037, de 1942)
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.
Proteção possessóriaAutotutela da posse (art. 1.210, § 1°): 
Legítima defesa da posse (No momento da turbação): É facultado ao turbado, no momento da turbação, utilizar os meios necessários para repelir a turbação. 
Desforço Imediato: Para tutela de que trata o tópico acima, é imprescindível que o turbado/esbulhado haja de imediato, logo após o ocorrido.
Requisitos
Vedação atual da Posse: É necessário que haja ameaça, turbação ou esbulho. Qualquer ato que ameace o exercício de um dos direitos inerentes à propriedade, por parte do possuidor. 
Reação imediata do possuidor: O possuidor deve agir logo após a ofensa, ou logo após tomar conhecimento. 
Proporcionalidade e limitação da autotutela ao necessário: A autotutela é autorizada, contudo, há de se observar o excesso.
Artigos relacionados:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Proteção Interdita (art. 554 a 568 CPC)
Ofensas à Posse: Ações Cabíveis:
- Ameaça: Receio de perder um direito. Ação cabível: Interdito Proibitório: Busca a prolação de uma decisão que determine a abstenção de atos, do agente que ameaça a posse, dos atos que ameaçam a propriedade. É uma ação preventiva.
Nas ações de interdito proibitório o rito será o especial, de modo que caberá liminar.
- Turbação: Atos que limitam ou diminuem o exercício pleno da posse por parte do possuidor. Ação cabível: Manutenção da Posse: Neste caso, visa-se a prolação de uma decisão que afaste as limitações do exercício da propriedade.
- Esbulho: Ocorre quando se perde a Posse. Ação cabível: Reintegração de Posse: Busca a prolação de uma decisão judicial que determine a recuperação da posse indevidamente perdida.
REQUISITOS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS: ART. 561 CPC e seguintes.
Artigo interessante do CNJ, a respeito do tema:A atuação policial para desocupação de terrenos invadidos na zona urbana e rural é noticiada quase diariamente e ocorre, muitas vezes, de forma violenta, em cumprimento a decisões pela reintegração de posse. As ações de reintegração e manutenção de posse, embora tenham o mesmo objetivo de recuperar o terreno do suposto proprietário, são diferentes: enquanto, na primeira, busca-se recuperar a posse indevidamente perdida ou esbulhada, de forma violenta, clandestina ou com abuso de confiança, na segunda, mesmo com a posse, não há como exercê-la de forma livre. Já o interdito proibitório é uma ação preventiva em caso de ameaça de invasão em uma propriedade.
As ações possessórias estão previstas no artigo 926 do Código de Processo Civil (CPC), que prevê que o possuidor tem o direito a ser mantido na posse e reintegrado no caso de turbação ou esbulho. A turbação ocorre quando um terceiro impede o livre exercício da posse sem que o legítimo possuidor a perca integralmente e muitas vezes se dá por meio de um ato clandestino e violento. Seria o caso, por exemplo, da abertura de uma passagem ou caminho em um terreno alheio, da ocupação de parte de um terreno – ou de um cômodo da casa –, sem que o dono perca a posse de toda a área. Quando isso acontece, o proprietário pode entrar com uma ação de manutenção da posse, alegando a turbação, ou seja, a privação ou perturbação de seu exercício normal de posse.
Já o esbulho possessório é a retirada violenta do legítimo possuidor de um imóvel – residencial, rural ou comercial –, caracterizando-se como um crime de usurpação – quando alguém invade com violência à pessoa, grave ameaça ou mediante concurso de mais de duas pessoas, um terreno ou edifício alheio. No caso do esbulho, portanto, o possuidor de direito fica impedido de exercer sua posse. Tanto as ações de manutenção de posse quanto de reintegração, se julgadas procedentes, resultam em um mandado de manutenção ou reintegração pelo juiz, que determina a data limite para seu cumprimento.  
Também é possível entrar com uma ação preventiva para assegurar a posse de um bem imóvel. O CPC determina, em seu artigo 932, que o possuidor que tenha um receio justo de perder a posse poderá pleitear ao juiz que o segure de uma turbação ou esbulho iminentes, por meio de um mandado proibitório. O autor da ação deve comprovar, na Justiça, a probabilidade da possível agressão à posse como, por exemplo, a ameaça feita por um grupo de pessoas que estão acampadas em frente à propriedade. Nesses casos, o juiz costuma determinar uma pena pecuniária caso a posse seja prejudicada e a ação pode ser desdobrada em manutenção ou reintegração da posse. 
Legitimidade:
Ativa: Possuidor ou sucessor da posse.
Passiva: Ofensor ou 3º que receba a posse da coisa sabendo da ofensa (possuidor injusto, art. 1.212) 
Características das ações possessórias:
Fungibilidade (art. 554 CPC): A propositura de uma ação ao invés de outra não obstará que o juiz conheça da ação e defira a proteção legal da ação correspondente.
Caráter Dúplice (art. 556 CPC): É uma contestação com características de reconvenção. O réu da ação possessória poderá formular pedidos em sua contestação.
Cumulação de pedido (art. 555 CPC): É a possibilidade de formular pedidos cumulados.
Há a possibilidade de o juiz deferir a liminar (de ações possessórias) sem que ouça o réu se a petição do autor estiver devidamente instruída (demonstra claramente que há ameaça/turbação/esbulho indevido). Porém, caso o juiz não entenda estar presentes estes elementos, designará audiência de justificação, neste caso, com a presença do réu.
Ações Correlatas: 
No meu entendimento as ações de nunciação de obra nova e de ação de dano infecto se fundam nos arts. 1.277 a 1.281 e 1.311 do Código Civil.
Imissão na Posse: Ação de imissão de posse é a ação destinada à aquisição da posse por quem ainda não a obteve. Busca-se nesta ação a declaração judicial determinando a posse de quem a tem por direito/fato jurídico.
Nunciação de Obra Nova: Ação de Nunciação de Obra Nova é uma ação judicial que irá repercutir no exercício da posse. Nesta ação visa-se uma decisão judicial que impeça que terceiros pratiquem atos de construção que possam prejudicar alguma forma o direito do possuidor sobre seu bem, ou impedir obras que prejudiquem a coisa alheia (coisa de condôminos, composse), ou impedir obras que vão de contra as determinações legais.
Há, neste caso, a figura do embargo extrajudicial: Onde o proprietário que vê seu direito ameaçado notifica o construtor da obra, ou seu proprietário (dono da obra), a suspender a obra, mediante a presença de duas testemunhas, devendo, esta notificação, ser ratificada perante juízo, sob pena de cessação do efeito (VIDE art. 935 antigo CPC) 
Não sei se atualmente, com o advento do NOVO CPC, essa tese é aceita.
Ação de dano infecto: Fundada no art. 1.280. “O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente”. Nesta ação visa-se a demolição ou reparação de prédio vizinho que pode ocasionar eventuais danos ao proprietário de um prédio.
Artigos relacionados: 
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigoantecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal.
Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis.
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.
Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento ou deslocação de terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras acautelatórias.
VIDE: Embargos de Terceiro (art. 674 a 681 CPC): Senhor: Aquele que é proprietário do bem. Possuidor: O que encontrava-se ou encontra-se na posse do bem.
CAPÍTULO VII
DOS EMBARGOS DE TERCEIRO
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843;
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente.
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas.
§ 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
§ 2o O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio.
§ 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal.
§ 4o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido.
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum.
Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá alegar que:
I - o devedor comum é insolvente;
II - o título é nulo ou não obriga a terceiro;
III - outra é a coisa dada em garantia.
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante.
ARTIGOS PERTINENTES À POSSE:
CAPÍTULO III
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
Seção I
Disposições Gerais
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
§ 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
§ 2o Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados.
§ 3o O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1o e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios.
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
II - indenização dos frutos.
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.
Seção II
Da Manutenção e da Reintegração de Posse
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecerà audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar.
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2o e 4o.
§ 1o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2o a 4o deste artigo.
§ 2o O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.
§ 3o O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional.
§ 4o Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório.
§ 5o Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.
Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum.
Seção III
Do Interdito Proibitório
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo.
Direitos Reais
Classificação
Direito Real sobre coisa própria: Propriedade
Direito Real sobre coisa alheia: 
Gozo e Fruição: Previstas no art. 1.225, I a VI, XI e XII. Sendo eles de: propriedade, superfície, servidão, usufruto, uso, habitação, concessão para fins de moradia, concessão de direito real de uso. 
Aquisição: Prevista no art. 1.225, VII. O direito do promitente comprador do imóvel.
Garantia: Art. 1.225, VIII, IX, X: Penhor, Hipoteca, Anticrese.
Propriedade
Conceito: É o direito real que dá ao seu titular o exercício pleno dos poderes de usar, gozar, fruir, dispor e reivindicar para seu nome coisa móvel ou imóvel.
Evolução do Direito de Propriedade
Direito Romano: caráter individualista: O poder de propriedade no direito romano era pleno e absoluto. 
Idade Média: Dualidade de Sujeito: Foi a partir desse momento que surgiu o arrendamento. 
Surgia a figura do Dono que nada mais era que o senhor feudal: Concedia a terra a terceiros com a condição de receber uma cota parte em benefício próprio em razão da utilização da terra.
Terceiro: Explorador Econômico = Vassalo: Gozava de direito reais.
Revolução Francesa: Individualismo: Surgia, aqui, grandes proprietários de bens, contudo, nessa época não era observada a função social da propriedade.
Século XX: caráter social: Neste momento, surge a preocupação com o caráter social da propriedade, de modo que o exercício da propriedade deve observar a função social.
III – Fundamentos Jurídicos:
Teorias Justificadoras
Ocupação mais antiga: Defende que a propriedade decorre da ocupação das coisas quando ainda RES NULLUS (coisa sem dono).
Crítica: Existem outros modos de aquisição da propriedade. Exemplo: Transferência, Usucapião, Alienação, Sucessão e etc.
Especificação: Sustenta que a propriedade é fruto do trabalho humano. A propriedade só se justifica pelo trabalho. Inspiração dos regimes sociais.
Legal (Montesquieu): Sustenta que a propriedade é instituto de Direito Positivo. A propriedade só existe a partir do momento que o Estado passa a positivar os direitos reais. 
Naturalista: Defende que a propriedade é um direito natural. É um direito inerente ao homem. Teoria jusnaturalista: O direito é entendido como natural, ou seja, sempre existiu e sempre irá existir, contudo, a positivação dos direitos dá maior efetividade e proteção à norma.
Características do Direito de Propriedade:
Exclusividade: Dá ao titular o poder de afastar quem quer que queira se utilizar da coisa indevidamente/injustamente.
Perpetualidade: Não se extingue pelo simples não uso da coisa. Só ocorrerá a perda da propriedade nas hipóteses de perda da propriedade (art. 1.275 c.c): alienação, renúncia, usucapião e etc.
Tipos de propriedade: Móvel e Imóvel
Formas de aquisição:
a título originário: Quando o proprietário adquire o direito sem relação com o proprietário anterior. Exemplo: Usucapião.
a título derivado: Deriva de uma relação jurídica. Exemplo: Doação.
a título singular: Decorre da aquisição da coisa a título singular. Exemplo: Compra e venda.
a título universal: A aquisição decorre da sucessão universal.
Modos de aquisição – Propriedade Imóvel
Registro do Título: Regido pela Lei n° 6.015/73 (art. 167).
Sistema Romano: Adotado pelo Brasil. – A transferência não se consolida apenas com a tradição do bem imóvel, consolida-se, apenas com o registro no cartório de imóveis, conferindo à publicidade.
Sistema Francês: A mera existência do negócio pressupõe a titularidade da propriedade.
O título representativo do negócio deve ser levado a registro no cartório de imóveis. Tal ato equivale à tradição.
Princípios norteadores do registro imobiliário:
Publicidade: É o registro que dá ao direito de propriedade sobre imóveis a sua oponibilidade ERGA OMNES.
Força Probante ou Fé-pública: O registro goza de presunção de veracidade relativa “JURIS TANTUM” (art. 1.245, § 2° c.c).
Artigo:
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
Legalidade: Impõe ao oficial do registro observar a legalidade e validade dos títulos, não podendo, no entanto, arguir os vícios de consentimento (art. 198 e ss da LRP (Lei de registro).
Artigo:
Art. 198 - Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indicá-la-á por escrito. Não se conformando o apresentante com a exigência do oficial, ou não a podendo satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a declaração de dúvida, remetido ao juízo competente para dirimí-la, obedecendo-se ao seguinte: (Renumerado do art 198 a 201 "caput" com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975).
Territorialidade: Registra-se o título no cartório da circunscrição onde se localiza o imóvel.
Continuidade: Só se registra o título onde o alienante conste como o real titular do domínio.
Prioridade: A titularização da propriedade é de quem primeiro registre. Toma-se como termo a data da prenotação (art. 191 e 192 LRP).
Artigo:
Art. 191 - Prevalecerão, para efeito de prioridade de registro, quando apresentados no mesmo dia, os títulos prenotados no Protocolo sob número de ordem mais baixo, protelando-se o registro dos apresentados posteriormente, pelo prazo correspondente a, pelo menos, um dia útil. (Renumerado do art. 192com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975).
Art. 192 - O disposto nos arts. 190 e 191 não se aplica às escrituras públicas, da mesma data e apresentadas no mesmo dia, que determinem, taxativamente, a hora da sua lavratura, prevalecendo, para efeito de prioridade, a que foi lavrada em primeiro lugar. (Renumerado do artigo 192 parágrafo único pela Lei nº 6.216, de 1975).
Especialidade: O imóvel a ser registrado deve ser minuciosamente individualizado no título (art. 222 LRP)
Artigo:
Art. 222 - Em todas as escrituras e em todos os atos relativos a imóveis, bem como nas cartas de sentença e formais de partilha, o tabelião ou escrivão deve fazer referência à matrícula ou ao registro anterior, seu número e cartório. (Renumerado do art 223 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975).
Instância: O oficial não age de ofício (art. 13 LRP).
Artigo: 
 Art. 13. Salvo as anotações e as averbações obrigatórias, os atos do registro serão praticados:
 I - por ordem judicial;
 II - a requerimento verbal ou escrito dos interessados;
 III - a requerimento do Ministério Público, quando a lei autorizar.
 § 1º O reconhecimento de firma nas comunicações ao registro civil pode ser exigido pelo respectivo oficial.
 § 2° A emancipação concedida por sentença judicial será anotada às expensas do interessado.
OS REGISTROS DE TRANSCRIÇÃO DE DOMÍNIO SÃO FEITOS NA MATRÍCULA DO IMÓVEL.
ALTERAÇÕES NA SITUAÇÃO FÍSICA DO IMÓVEL OU NA SITUAÇÃO JURÍDICA DO PROPRIETÁRIO SERÃO AVERBADAS: Qualquer alteração, seja na qualidade jurídica, seja na qualidade física do objeto deve ser averbada. Exemplo: Hipoteca, penhor, coisa litigiosa e alterações no imóvel, construções e etc.
Acessão: É a aquisição da propriedade dos acessórios que o bem jurídico principal produzir. Não deriva da volição do homem (há exceções).
Modo originário de aquisição: Em razão de não derivar de uma relação jurídica anterior.
É uma ficção legal que aplica o princípio da acessoriedade somado ao princípio da vedação do enriquecimento sem causa. A aquisição por acessão deve ter um motivo, de modo a evitar o enriquecimento sem causa.
Formas de acessão: 
Acessões físicas ou naturais: formação de ilhas (art. 1.249 c.c ):
Aluvião (art. 1.250 c.c): Ocorre por meio de força natural, imperceptível e contínua, não há direito a indenização.
Avulsão (art. 1.251 c.c): Ocorre de forma natural, por força violenta, gerando o deslocamento de uma porção de terra de um proprietário a outro. Há direito de indenização.
Abandono da Álveo (leito do rio) (art. 1.252 c.c): Segue a regra das ilhas.
Acessões Artificiais: Plantações e Construções (art. 1.253 a 1.259 c.c).
Artigos relacionados à matéria: 
Art. 1.248. A acessão pode dar-se:
I - por formação de ilhas;
II - por aluvião;
III - por avulsão;
IV - por abandono de álveo;
V - por plantações ou construções.
Subseção I
Das Ilhas
Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes:
I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais;
II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;
III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.
Subseção II
Da Aluvião
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.
Subseção III
Da Avulsão
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.
Subseção IV
Do Álveo Abandonado
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
Subseção V
Das Construções e Plantações
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio.
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador ou construtor.
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.
Usucapião
Prescrição aquisitiva: Ocorre não apenas em relação à propriedade, mas também em relação a outros direitos reais, como as servidões. Aplica-se à prescrição as regras de suspensão, interrupção e impedimento da prescrição extintiva.
Espécies de usucapião de imóvel: 
Extraordinária (art. 1.238): Dispensa justo título e boa-fé – PRAZO: 15 ANOS (pode ser reduzido para 10)
Artigo: 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assimo declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Ordinária (art. 1.242): Exige-se justo título e boa-fé – PRAZO: 10 anos (pode ser reduzida para 5 anos).
Artigo:
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
Especial ou Constitucional (art. 1.239, 1.240 c.c e art. 183 e 191 CF/88): Dispensa justo título e boa-fé – PRAZO 05 ANOS.
Artigo: 
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Coletiva (art. 10 da Lei 10.257): Dispensa justo título e boa-fé – PRAZO 05 ANOS.
Artigo: 
Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
Familiar (art. 1.240-A c.c): Dispensa justo título e boa-fé – PRAZO 02 ANOS.
Artigo: 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
Pressupostos Gerais:
Posse AD USUCAPIONEM” – Relacionada à posse plena do bem, logo só ocorre de modo originário. De modo que seja mansa, pacífica e ininterrupta.
Res: Coisa sobre a qual recai (bens públicos não podem ser objetos de usucapião
Tempus: Prazo que a lei fixa que deve ser cumprido para usucapião.
Título: Qualquer documento hábil a transferir direitos que nele estão
Fides: Boa-fé. Exigida em alguns casos, em outros não.
Modos de aquisição da propriedade móvel
Usucapião (art. 1.260 a 1.262 c.c):
Extraordinária: Sem justo título e boa-fé – PRAZO – 5 ANOS
Ordinária: Com justo título e boa-fé – PRAZO – 3 ANOS
Artigos: 
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244.
Ocupação: Apropriação, Assenhorar-se de coisa sem dono RES NULLUS.
Artigo:
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
Achado de tesouro (art. 1.264 a 1.266):
Artigo:
Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.
Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado.
Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor.
Tradição (art. 1.267 e 1.268): 
Artigos: 
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
§ 1o Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição.
§ 2o Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo.
Especificação (art. 1.269 a 1.271 c.c):
Artigos:
Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.
Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova.
§ 1o Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima.
§ 2o Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima.
Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se ressarcirá o dano que sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do § 1o do artigo antecedente, quando irredutível a especificação.
Confusão, Comistão e Adjunção (art. 1.272 a 1.274 c.c)
Confusão: Mistura de líquidos;
Comistão: Mistura de sólidos;
Adjunção: Sobreposição de uma coisa à outra.
Artigos: 
Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração.
§ 1o Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado.
§ 2o Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os outros.
Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado.
Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273.
Da perda da Propriedade (arts. 1.275 a 1.276 c.c):
Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade:
I - por alienação;
II - pela renúncia;
III - por abandono;
IV - por perecimento da coisa;
V - por desapropriação.Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis.
Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições.
§ 1o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize.
§ 2o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais.

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