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PSICOLOGIA GERAL EXPERIMENTAL

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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO: CONDICIONAMENTO DO RATO VIRTUAL SNIFFY 
RESUMO
	Considerando os estudos em Psicologia Geral Experimental, e a aplicação didática dos conceitos teóricos básicos observados em Análise Funcional do Comportamento, este trabalho traz os resultados obtidos em sessões experimentais realizadas, especificando a teoria representada pela Tríplice Contingência (SD – R > C) de Skinner (1904 – 1990). Os métodos e procedimentos utilizados foram de simulação, sem o uso de organismo vivo, para que se pudessem atingir os comportamentos alvos, a saber, os esquemas de reforçamento que se iniciou a partir da observação do sujeito (Sniffy) em Nível Operante (NO): comportamentos comuns do sujeito; Reforçamento Contínuo (CRF): todas as respostas recebem reforço; Extinção do Operante: retirada do reforço; Discriminação de Estímulos (SD e S∆): controle de estímulos que oferecem contexto para que determinadas respostas ocorram e outras não e Reforço Intermitente em Razão Fixa (FR): nem todas as respostas são reforçadas, é necessário um número fixo de respostas para que se tenha o reforço, sendo que todos os experimentos foram realizados com sujeito virtual. Todos os resultados demonstram que os objetivos foram alcançados.
Palavras-chave: Tríplice Contingência; Skinner; Esquemas de Reforçamento.
SUMÁRIO
Introdução...............................................................................................04
1.1 Objetivo.............................................................................................05
Métodos..................................................................................................06
2.1 Sujeito...............................................................................................06
2.2	Ambiente / Materiais / Equipamentos...........................................06
2.3 Procedimentos..................................................................................07
Resultados..............................................................................................08
Discussão................................................................................................12
Considerações Finais..............................................................................13
Referências.............................................................................................14
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Gráfico de resultados da 1ª e 2ª sessões em NO e CRF..................08
Figura 2. Gráfico representativo do Reforçamento Contínuo CRF...................09
Figura 3. Extinção do Operante pela ausência do Reforço..............................09
Figura 4. Representação gráfica de curvas em SD e S∆.................................10
Figura 5. Curva de reforçamento intermitente em Razão Fixa..........................11
INTRODUÇÃO
	O tempo todo se adquire novos comportamentos, as pessoas interagem com o meio ambiente a que estão inseridos, sendo no convívio com familiares, colegas de turma, quando ouve uma música analisando o que a letra diz, ou um filme, enfrentando as adversidades ou vivenciando as conquistas, enfim, isso acontece de maneira cotidiana e na maioria das vezes sem que tenha consciência. No entanto, há meios tecnológicos de se estudar e modificar o comportamento dos organismos vivos e comprová-los experimentalmente.
	Conforme Moreira & Medeiros (2007) a Análise Funcional do Comportamento se provê dos ideais Behavioristas para compreender como os organismos se comportam observando a relação sujeito e ambiente e suas contingências. As ações que observamos nessa interação, podem ser atribuídas a tipos de aprendizagem, o que a ciência comportamental chama de modelagem. Ivan Petrovich Pavlov (1849-1946) representa o Condicionamento Respondente, onde um estímulo elicia uma resposta, sua teoria diz que há sempre uma mudança no ambiente produzindo uma mudança no organismo. 
	Para Skinner (1904-1990) o comportamento é mantido por consequências reforçadoras, ou seja, tendemos a repetir o que é agradável (reforço positivo) e a extinguir o que é desagradável (estímulo aversivo), “Um operante não é algo que seja totalmente desenvolvido no comportamento do organismo. É o resultado de um contínuo processo de modelagem” (SKINNER, 1953; p. 101). Se o comportamento está sendo mantido por um esquema de reforçamento contínuo (CRF), ou seja, quando todas as respostas são reforçadas, verifica-se que, na ausência do reforço ele se extinguirá mais facilmente, mas quando o comportamento é reforçado em esquema intermitente, isto é, quando é necessário certo número resposta do organismo ou que se passe certo intervalo de tempo, os indivíduos apresentarão maior resistência à extinção. Outras abordagens, no entanto, atribuem essa resistência ao mentalismo e a nomeiam de perseverança ou teimosia natural do ser, quando que para a Análise do Comportamento, este evento está relacionado ao esquema em que a ação foi reforçada e ao histórico do sujeito (Moreira & Medeiros, 2007). 
	Nem sempre todos os comportamentos serão reforçados. Frequentemente, um operante é reforçado apenas ocasionalmente, os comportamentos operantes ocorrem dentro de um contexto, onde respostas específicas se dão na presença de estímulos específicos, assim, os estímulos antecedentes exercem influência sobre o comportamento como sinalizadores dos mesmos (Moreira & Medeiros, 2007). Os esquemas de reforçamento intermitente se dividem em Razão e Intervalo, onde Razão exige um número de respostas para obter o reforço e Intervalo exige a resposta e a passagem do tempo para obter o reforço. Podem ser em esquema fixo, quando o número de respostas ou a passagem do tempo é determinado e não varia, e pode ser em esquema variável, quando o número de respostas ou a passagem do tempo varia para cada reforço. Há um padrão definido de respostas para cada esquema de reforçamento, por exemplo, no esquema de razão e intervalo fixo, há uma pausa determinada, então o sujeito apresenta uma frequência de resposta mais estável em relação aos esquemas variáveis, desta forma o sujeito começa a responder aceleradamente quando está próximo o reforço.
	
 1.1 OBJETIVO 
	Este relatório tem como intuito demonstrar de forma comprovatória a aplicação didática dos conceitos de base Behaviorista. Através da reprodução dos experimentos de Skinner, em laboratório, verificar que é possível modelar os comportamentos desejáveis com o reforçamento diferencial, aproximações sucessivas, fazer com que o organismo aprenda a discriminar os estímulos e também eliminar os comportamentos indesejáveis através da extinção. 
MÉTODOS
Sujeito
	O sujeito do experimento é Sniffy o rato virtual versão pro 2.0, que simula as atividades de um rato real. Os participantes são os alunos do 3º semestre do curso de Psicologia que durante os experimentos estavam organizados em dupla.
Ambiente / Materiais / Equipamentos 
	Os experimentos foram realizados no Laboratório de Informática da Unip Araraquara, em uma sala ampla, bem iluminada, com mesas dispostas lado a lado, cada mesa com um computador sobre ela, duas cadeiras para cada mesa, voltadas para uma das extremidades da sala, onde havia uma lousa e pinceis próprios para escrita em lousa e do lado direito uma mesa com uma cadeira e um computador, o qual era utilizado pelo professor. Além de fazer uso dos computadores, os participantes utilizaram caneta, cronômetro, folhas de registros e um pen drive para salvar os arquivos no final das sessões.
Procedimentos 
	Foram necessárias 5 sessões, sendo uma sessão para cada exercício, em que, o critério de encerramento das sessões foi a obtenção do comportamento alvo. A primeira sessão consistiu em os participantes observarem as ações do sujeito em nível operante, registrando as ações de farejar, levantar, limpar-se, beber água e pressionar a barra, durante 15 minutos. A segunda sessão foi destinada a registrar as mesmas ações em CRF, onde um dos participantes modelou
o sujeito através do emparelhamento de som/alimento e treino ao comedouro e o outro participante se encarregou de registrar as ações nas folhas de registro e controlar o tempo através do cronômetro, também de 15 minutos. Após concluir o condicionamento do sujeito, passou-se para a terceira sessão, esta de 30 minutos, onde foi retirado o reforço (pelota de alimento), e através do controle de tempo feito pelos participantes, observou-se que a partir do 18º minuto, o comportamento de RPB entrou em extinção. A quarta sessão consistiu em treino discriminativo do sujeito já modelado em reforço contínuo, onde se registrou as respostas do sujeito em SD e S∆, durante 30 minutos. Para realização do experimento, foi estabelecida uma intensidade de som em 1.75 para S+ e 2.0 para S-, intercalando-se os minutos, assim, um dos participantes observava e ditava as ações de RPB tanto na presença do reforço, quanto na ausência do mesmo, enquanto o outro participante registrava. A quinta e última sessão foi realizada em esquema de Razão Fixa durante 15 minutos, sendo que o primeiro registro se deu após o sujeito ter sido previamente treinado, onde recebia o reforço, inicialmente a cada 2 respostas, passando para cada 4 respostas, depois para cada 8 respostas e finalmente para cada 10 respostas, que era o objetivo do exercício. Após o condicionamento se estabilizar em 10 pressões a barra para obter o reforço, então um dos participantes observava mencionando todas as ações do sujeito e o outro se ocupava de registrar e controlar a passagem do tempo por meio de cronômetro.
RESULTADOS
 Figura 1. Gráfico de resultados da 1ª e 2ª sessões em NO e CRF
 	Durante a primeira sessão se observou e se registrou durante 15 minutos, os comportamentos comuns do sujeito, especificamente farejar, levantar, limpar-se e beber água, a fim de produzir dados comparativos para o objetivo posterior, ou seja, o condicionamento verificado na segunda sessão.
 	Os resultados apresentados na figura 1 mostram que as taxas em Nível Operante para as ações de farejar 11,6; levantar 6,33; limpar-se 6,8 e beber água 1,73, foram superiores em relação à resposta de pressionar a barra 0,73.
 	Na segunda sessão foram feitos procedimentos de treino ao comedouro e modelagem, o qual consistiu em emparelhamento entre som e alimento; modelagem do sujeito por aproximações sucessivas à barra e reforçamento da ação de pressionar a barra para obter alimento, onde se observa que a taxa RPB aumentou para 16,13, enquanto que a frequência dos outros comportamentos diminuiu, a saber: farejar 3,26; levantar 2,8; limpar-se 2,73 e beber água 0,4.
 Figura 2. Gráfico representativo do Reforçamento Contínuo CRF
 	Na figura 2, a curva em ascensão demonstra que o experimento obteve a resposta desejada, portanto conclui-se que, após terem sido reforçadas todas as vezes, com o passar do tempo, as respostas do sujeito de pressionar a barra para receber o alimento como consequência, passaram a serem mais frequentes e mais precisas. 
 Figura 3. Extinção do Operante pela ausência do reforço
 	A figura 3 demostra que, após o reforço ser retirado, o sujeito logo em seguida passou a pressionar a barra aceleradamente durante os primeiros 6 minutos a uma frequência média entre 20 a 30 pressões por minuto, acumulando 119 pressões durante este tempo. A partir do 7º minuto essa frequência diminuiu consideravelmente até que a partir do 18º minuto, o sujeito parou de pressionar a barra, retornando aos níveis operantes, houve então a extinção do comportamento modelado em CRF.
 Figura 4. Representação gráfica de curvas em SD e S∆
 	A figura 4 apresenta os resultados do treino discriminativo, onde a intensidade de estabelecida em S+ 1.75 kHz, sinalizava o reforço (SD) e intensidade de S- 2.0 kHz, sinalizava a ausência do reforço (S∆). Os valores iniciais demonstram que o sujeito respondia indiscriminadamente, com frequência maior em S- nos primeiros 14 minutos da sessão, a partir do 15º minuto, os valores da curva em S+ ultrapassam os de S- indicando que o sujeito aprendeu a discriminar os estímulos respondendo apenas em S+, a frequência de respostas do S∆ diminuem nos próximos minutos até que no 22º minuto entra em extinção.
 Figura 5. Curva de esquema de reforçamento intermitente em Razão Fixa 
 	Na figura 5, a curva demonstra em uma maior proporção gráfica, que o reforço intermitente obteve taxas superiores em relação ao reforço contínuo. Neste esquema de reforçamento, a pelota de alimento era apresentada somente depois de 10 respostas de pressão a barra serem emitidas pelo sujeito, sendo que uma maior frequência de RPB foi observada imediatamente antes da apresentação do alimento (reforço) e uma pausa imediatamente depois de receber o alimento.
DISCUSSÃO
 	O objetivo deste trabalho foi demonstrar através dos experimentos, as possibilidades reais básicas de modelagem dos comportamentos, analisando as interações entre sujeito e ambiente.
	Importante salientar que todos os treinamentos foram realizados a partir de um sujeito virtual, representado pelo programa de computador desenvolvido por Alloway, Wilson e Graham (2005).
	Nos experimentos de treino discriminativo descritos neste trabalho, foi possível verificar como os organismos aprendem por reforço diferencial a discriminar os estímulos aumentando a probabilidade de um comportamento ocorrer na presença do Sd (Estímulo Discriminativo) e se extinguir na presença do S∆ (ausência do reforço). Assim, temos a tríplice contingência, que é a unidade básica da Análise do Comportamento representada por SD – R > C.
 	Assim como em resultados anteriores verificados na literatura estudada, os resultados desses experimentos podem ser confirmados nas mudanças produzidas pela emissão das respostas. No experimento em que o sujeito foi modelado em reforço contínuo (CRF), estando o sujeito em privação de alimento, se comprovou uma alta eficácia do reforço positivo, visto que quando lhe é retirado o reforço, o sujeito insiste em pressionar a barra por um curto período de tempo desistindo logo em seguida, oferecendo pouca resistência à extinção.
 	Como visto em SKINNER (2003), o mesmo comportamento sendo modelado em esquema intermitente de Razão Fixa (FR) modifica o padrão de resposta, demonstrando maior frequência em relação ao CRF, isto porque, o acesso ao reforço depende de uma quantidade fixa de respostas emitidas, quantidade esta, estabelecida no experimento em FR10, assim, o sujeito aprendeu que o número de respostas necessárias é sempre o mesmo, isto faz com que comece a responder somente quando estiver próximo o reforço, deste modo, quanto mais respostas emitidas, mais será reforçado o comportamento, entretanto, este esquema gera a manutenção do comportamento e consequentemente um efeito de resistência à extinção maior em relação ao reforço contínuo.
 	Estes resultados, se comparados ao experimento de treino discriminativo, demonstra que as respostas do sujeito antes mantidas por reforço contínuo, agora mantem-se apenas na presença de um estímulo e sofrem extinção na presença de outro, o sujeito passa a discriminar os estímulos, no caso, a intensidade de sons que sinaliza se as pressões à barra serão reforçadas ou não. Assim, se pode considerar que as pessoas estão discriminando estímulos o tempo todo, pois, a frequência de uma resposta ser sempre reforçada é muito menor, em relação às que são reforçadas de maneira intermitente.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Partindo do princípio de que todos os experimentos realizados obtiveram os resultados esperados, tendo em vista a objetividade deste relatório e a relevância destes conceitos para a formação do psicólogo, verifica-se a eficácia dos métodos, permitindo a previsão e o controle dos comportamentos e a importância destes conceitos nos caminhos trilhados pela Psicologia até aqui, sendo de grande valia, inclusive, em outras áreas do conhecimento, como se pode ver
na área do Marketing e do Coaching, tendo muito ainda a contribuir para as ciências do Comportamento. Essas práticas são de extrema relevância para a formação do psicólogo, já que o foco da disciplina é compreender o comportamento humano e modificá-lo.
REFERÊNCIAS 
ALLOWAY, T; WILSON, G; GRAHAM, J; Sniffy: O Rato Virtual Versão 2.0 Pro; São Paulo; Thompson, 2005.
MOREIRA, M. B; MEDEIROS, C. A; Princípios básicos de Análise do Comportamento; Porto Alegre; Artmed, 2007.
SKINNER, B. F; Ciência do Comportamento Humano, 11ª edição; São Paulo; Martins Editora; 2003.

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