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Importância da Avaliação Motora em Crianças

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A importância da avaliação motora
No meu entendimento o desenvolvimento motor é um processo seqüencial, relacionado à idade cronológica, trazido pela interação entre os requisitos das tarefas, a biologia do indivíduo e as condições ambientais, sendo inerente às mudanças sociais, intelectuais e emocionais. Dessa forma, há uma estreita relação entre o que a criança é capaz de aprender (cognitivo) com o que é capaz de realizar (motor). Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o desenvolvimento motor de crianças típicas com média de idade cronológica de 65,87 meses de uma escola de educação infantil do município de Uruguaiana/RS. Metodologia: Aplicou-se a Escala de Desenvolvimento Motor proposta por Rosa Neto (2002). A análise descritiva dos dados foi feita através da média, desvio padrão, valor mínimo e valor máximo e a correlação das variáveis pela Correlação Linear de Spearman, com valor de p< 0,05 e p < 0,01. Resultados: as crianças avaliadas apresentaram desempenho considerado normal baixo na média. Houve alta relação entre Idade motora geral (IMG), Quociente motor geral (QMG) e idade negativa; e entre lateralidade e mãos. Conclusão: Os resultados deste estudo associados à consulta da literatura da área denotam a carência que crianças típicas, em geral, têm em relação à vivência motora, que tem direta relação com o intelecto.
    A primeira infância corresponde de zero a seis anos de idade e este é um período crucial na vida da criança, pois tudo que está relacionado ao seu desenvolvimento físico, emocional, afetivo e cognitivo se inicia nesta fase (NEWCOMBE, 1999).
    O desenvolvimento motor, nesse sentido, é um processo seqüencial, relacionado à idade cronológica, trazido pela interação entre os requisitos das tarefas, a biologia do indivíduo e as condições ambientais, sendo inerente às mudanças sociais, intelectuais e emocionais. Inclui tanto habilidades de movimento – freqüentemente denominadas habilidades motoras grosseiras, tais como engatinhar, caminhar, correr e andar de bicicleta – quanto habilidades manipulativas, freqüentemente denominadas habilidades motoras finas, tais como agarrar ou pegar objetos, segurar um lápis ou enfiar linha em uma agulha (GALLAHUE, 2005).
    Crianças de 4 a 6 anos, por exemplo, sobem e descem escadas usando um pé por degrau, caminham na ponta dos pés e sobre uma linha fina, saltam, atiram e pegam razoavelmente bem (habilidades motoras grosseiras); e enfiam linha em contas, em agulhas, seguram o lápis naturalmente, mas escrevem ou desenham com rigidez e concentração - habilidades motoras finas - (BEE, 2011).
    É na infância, particularmente, no início do processo de escolarização, que ocorre um amplo incremento dessas habilidades motoras, que possibilita à criança um amplo domínio do seu corpo em diferentes atividades (SANTOS, 2004).
    De encontro a isso, o fracasso escolar é um dos mais graves problemas com o qual a realidade educacional brasileira convive há anos. Sabe-se que tal situação ocorre com maior freqüência nos primeiros anos da escolarização. Entre os inúmeros fatores a ele relacionados está a dificuldade de aprendizagem
, sério problema na realidade brasileira. A realidade encontrada nas escolas muitas vezes dá conta das dificuldades do professor em diagnosticar os reais problemas de aprendizagem do educando. A dificuldade em se considerar o educando como um todo, muitas vezes, faz com que o professor considere importante apenas o aspecto cognitivo, não relacionando a experiência motora como fator também influenciador no processo de aprendizagem da criança (SOUZA; SISTO, 2001).
  Entretanto, a aquisição de um bom controle motor permite à criança construir as noções básicas para seu desenvolvimento intelectual (ROSA NETO, 1996 apud ROSA NETO et al., 2007). Assim sendo, há uma estreita relação entre o que a criança é capaz de aprender (cognitivo) com o que é capaz de realizar (motor). Isso significa que, ao conquistar um bom controle motor, a criança estará construindo as noções básicas para o seu desenvolvimento intelectual (ROSA NETO et al., 2010).
    Ainda, mesmo crianças sem dificuldades na aprendizagem (com bom desempenho escolar), não estão imunes a um desenvolvimento motor deficitário, pois simplificar essa relação seria negar os conceitos de continuidade, individualidade no processo desenvolvimentista (GALLAHUE, 2005).
    Ainda, apesar da inquestionável relevância e importância dessa área de conhecimento e da extensa literatura a respeito de populações específicas, como obesos, sedentários ou crianças com dificuldade de aprendizagem, existem poucos estudos relativos à população considerada como “típica”.
    Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho motor de crianças típicas de uma escola de educação infantil do município de Uruguaiana/RS.
Metodologia
    Este é um estudo quantitativo, que utilizou-se de média e desvio padrão para a análise dos resultados.
A população da amostra foi obtida de uma sala de aula de 15 alunos, das quais foram sorteadas aleatoriamente oito crianças (cinco do sexo masculino e três do feminino). As crianças estão matriculadas na etapa VI da educação infantil e pertencem à escola José Maria Argemi Filho, em Uruguaiana/RS. A média de idade cronológica foi de 65,9 ± 0,83 meses. Trata-se de uma escola municipal de ensino infantil com pouco tempo de existência, porém, já considerada pelos pais e sociedade em geral modelo pela ótima estrutura física e de excelência dos profissionais a ela pertencentes, propiciando às crianças condições para um bom desenvolvimento.
    Posteriormente, elas foram avaliadas através da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) desenvolvida por Rosa Neto (2002) pelos estagiários do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA).
    Esta escala, que possui um método de aplicação de testes atrativo para a criança, compreende um conjunto de provas diversificadas e de dificuldade graduada, abrangendo diferentes áreas do desenvolvimento motor. Ela avalia as seguintes áreas do desenvolvimento: motricidade fina (IM1), motricidade global (IM2), equilíbrio (IM3), esquema corporal (IM4), organização espacial (IM5), organização temporal (IM6) e lateralidade. Este instrumento determina a idade motora (obtida através dos pontos alcançados nos testes) e o quociente motor (obtido pela divisão entre a idade cronológica multiplicada por 100). Com exceção dos testes de lateralidade, as outras baterias consistem em 10 tarefas motoras cada, distribuídas entre 2 e 11 anos, organizadas progressivamente em grau de complexidade, sendo atribuído para cada tarefa, em caso de êxito, um valor correspondente à idade motora (IM), expressa em meses. Em cada bateria, o teste e interrompido quando a criança não concluir a tarefa com êxito, conforme protocolo. Ao final da aplicação, dependendo do desempenho individual em cada bateria, é atribuída a criança uma determinada IM, em cada uma das áreas referidas anteriormente (IM1, IM2, IM3, IM4, IM5, IM6), sendo após, calculada a idade motora geral (IMG) e o quociente motor geral (QMG) da criança. Esses valores são quantificados e categorizados, permitindo classificar as habilidades analisadas em padrões: muito superior (130 ou mais), superior (120-129), normal alto (110- 119), normal médio (90-109), normal baixo (80-89), inferior (70-79) e muito inferior (69 ou menos).
    Para a aplicação da EDM, utilizou-se a sala para a qual se destinam os atendimentos em Neurologia Infantil do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), que é dotada de todos os materiais necessários para a aplicação da Escala, tais como a própria Escala e instruções acerca da mesma, lápis, papéis, cordas, fita adesiva, bolas de diversos tamanhos, rolos de papel higiênico, mesas e cadeiras, cronômetros, etc.
As avaliações foram realizadas em uma única sessão, e os estagiários tiveram contato prévio com a Escala nas disciplinas cursadas durante a graduação. Utilizou-se do dia em que nãohavia atendimentos para crianças atípicas no estágio para que o ambiente fosse o mais propício para a aplicação da Escala.
    Para análise dos dados foram utilizadas a estatística descritiva, média e desvio padrão. Para análise da correlação utilizou-se a estatística não-paramétrica de Spearman através do programa SPSS versão 16.0, e apresentaram-se os resultados que revelaram p<0,05 e p<0,01.
Referencias bibiograficas:
 (SANTOS, 2004)
.(Rosa Neto (2002).
(GALLAHUE, 2005).
(BEE, 2011).

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