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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV AULA 3 � Considerações Preliminares Divisão Geográfica do processo de execução no Novo CPC a) Título I - Da execução em geral (NCPC, art. 771 a 796); b) Título II - Das diversas espécies de execução (NCPC, art. 797 a 913); c) Título III - Dos embargos à execução (NCPC, art. 914 a 920); d) Título IV - Da suspensão e da extinção do processo de execução (NCPC, art. 921 a 925). Art. 771 – Matéria regulamentada pelo Livro II do CPC. � Considerações Preliminares Modificação do panorama executivo após as leis 11.232/2005 e 11.382/2006. Antes, da propositura da ação até a satisfação do credor, eram necessários às vezes 3 (três) processos distintos: o de conhecimento, o de liquidação (quando necessário), e o de execução, cada qual constituindo um processo autônomo e independente (o devedor era citado três vezes). Ocorre que, com a reforma na execução promovida pelas referidas leis, a execução de título executivo judicial passou a ser uma fase (executiva) de um processo de conhecimento já em curso, sem nova citação do devedor, o que foi seguido pelo Novo Código de Processo Civil. � Considerações Preliminares Ou seja, hoje não existe mais processo (autônomo) de execução de títulos judiciais (exceto em se tratando de sentença arbitral, estrangeira ou penal condenatória). Tal fase executiva, posterior à sentença, chama-se cumprimento de sentença. Cumprimento de sentença nos art. 513 a 538 Processo de execução nos art. 771 a 925 Apenas a execução de títulos executivos extrajudiciais exige processo novo e autônomo. Já a execução de títulos executivos judiciais (cumprimento de sentença) é processada nos mesmos autos do processo principal, sem nova citação do devedor � Considerações Preliminares É importante frisar que continua existindo uma execução de título judicial, com um procedimento próprio. Só que ela não é mais processo autônomo, mas fase. O ato que nela se pratica e o seu procedimento fazem com que ela guarde muito mais proximidade com o processo de execução de título extrajudicial do que com o processo de conhecimento Qual a lógica da Execução? O juiz cria uma norma para o caso concreto que lhe foi submetido (sentença), que pode gerar um comando. Ou o réu satisfaz voluntariamente a este comando (daí não há o que executar); Ou permanece inerte e inadimplente, o que faz com que o credor tenha interesse na adoção de providências para a efetivação do seu direito, que é a execução. � Conceito de Execução Execução é um conjunto de meios materiais disciplinados em lei e à disposição da Justiça objetivando a satisfação do direito material comprovado por título executivo, e "consiste na prática de atos jurisdicionais tendentes à realização material do direito atual ou potencialmente violado“ (MEDINA, José Miguel Garcia. Novo código de processo civil comentado. São Paulo: RT, 2015, p. 1.011.) Execução “descreve a atividade jurisdicional voltada à satisfação do direito tal qual reconhecido, a prestação concreta da tutela jurisdicional executiva”. (BUENO, Cássio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil – tutela jurisdicional executiva. V.3. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 32. ) � Conceito de Execução A execução forçada objetiva “permitir a realização prática do comando concreto derivado do direito subjetivo. Esta realização se dá, com ou sem a vontade do devedor (e, mesmo, contra tal vontade), através da invasão de seu patrimônio. pode ser o próprio devedor, ou outro responsável, como um fiador, por exemplo � Comparativo Processo de Conhecimento Processo de Execução Atividade intelectiva onde o juiz houve A atividade do juiz é desenvolvida os argumentos do autor e do réu, para tornar efetivo o direito do colhe as provas, pondera as exequente, que o executado resiste informações e emite um comando em satisfazer por vontade própria. O conflito de interesses recai sobre a O conflito é de inadimplemento. O existência do direito alegado pelo direito já está reconhecido, mas o réu autor em face do réu se recusa a satisfazê-lo espontaneamente, sendo necessário a intervenção do Poder Judiciário Nele o juiz cria uma norma para o Se o réu não cumprir o comando caso concreto por aplicação da lei criado pelo juiz, e permanecer geral abstrata ao caso específico que inadimplente, haverá a necessidade lhe é submetido de execução, para a tomada de providências concretas para a efetivação do direito � Processo (autônomo) de execução e fase procedimental executiva Na execução de títulos executivos extrajudiciais (que surge em regra pelo acordo de vontades) o Novo CPC exige processo autônomo; No cumprimento de sentença (que surge com o trânsito em julgado de sentença ou acórdão, ou mesmo com a concessão de tutela provisória) ocorre o chamado sincretismo processual (junção das fases) cumprimento de sentença busca a distinção, inclusive terminológica, com o processo de execução autônomo: evita confusões. � Técnicas de execução Execução por sub-rogação ou direta o Estado substitui a vontade do executado, por meio de meios materiais executivos que geram a satisfação do exeqüente. O Poder Judiciário substitui-se ao devedor, no cumprimento da obrigação. O Estado, sem a participação do devedor, satisfaz o direito no seu lugar. Se o devedor não paga, o Estado toma os seus bens, e os vende em hasta pública, pagando com o produto o credor. Se o devedor não entrega voluntariamente a coisa, o Estado-juiz determina que um oficial de justiça a tome, e a entregue ao credor. Esta técnica de execução só funciona quando a obrigação não é personalíssima � Técnicas de execução Execução por coerção ou indireta Na execução por coerção, também chamada de execução indireta, o Estado não substitui a vontade do executado, pelo contrário, atua de forma a convencê-lo a cumprir sua obrigação, pressionando-o psicologicamente. Aplica-se em situações em que a sub-rogação seja impossível, dada a natureza da obrigação/prestação executada. ATOS EXECUTIVOS Os atos executivos são aqueles que objetivam a alteração do mundo exterior, com invasão da esfera jurídica do executado, e o emprego de medidas necessárias para tornar efetivo o direito do exequente ou credor. Diferente dos atos cognitivos, próprios da fase de conhecimento. � As várias espécies de execução � Princípios aplicáveis à execução civil no novo CPC Princípio de que “não há execução sem título” ( ou “nulla executio sine titulo”) O título demonstra certeza (ou ao menos uma grande probabilidade) de que o crédito representado nele efetivamente exista para justificar essas desvantagens que serão suportadas pelo executado. Princípio da tipicidade dos títulos executivos Significa dizer que o elenco de títulos executivos deve constar da lei, ou seja, restringindo-se aos títulos aos quais a lei dá eficácia executiva. Ver arts. 515 e 784, NCP Princípio da patrimonialidade De acordo com o NCPC, art. 789, o devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento das suas obrigações perante o credor. Com seus bens, não com sua pessoa ou com sua dignidade ou integridade física. Prisão civil. Pacto de San José da Costa Rica. � Princípios aplicáveis à execução civil no novo CPC Princípio do exato adimplemento Uma vez que o objetivo da execução ou do cumprimento de sentença é o de atribuir ao credor a mesma vantagem ou utilidade que ele iria obter se o devedor tivesse cumprido espontaneamente sua obrigação, a atividade jurisdicional não pode se exceder a tal objetivo. Art. 831 Princípio do desfecho único Como em todos os processos, o de execução pode ter um final normal ou anômalo. O final “normal” da execução ocorre quando a execução é bem sucedida, quando o direito do exequente ficasatisfeito. O final “anormal” da execução, assim como ocorre com o processo de conhecimento, ocorrerá por um dos motivos previstos no NCPC, art. 485 ou acolhimento integral dos embargos à execução, cujo fundamento seja a inexistência do direito material exequendo. � Princípios aplicáveis à execução civil no novo CPC Princípio da disponibilidade da execução. Em razão do próprio desfecho único da execução, que não tem como tutelar o direito material do executado, é permitido ao exequente a qualquer momento “desistir do processo”, sendo dispensada a concordância do executado para que tal desistência gere efeitos jurídicos. A lei presume a aceitação do executado Princípio da utilidade Não se justifica o processo de execução apenas para prejudicar o devedor, sem que isso traga proveito prático para o credor. Princípio do menor onerosidade Não se justifica que o executado sofra mais do que o estritamente necessário para a satisfação do direito do exeqüente, pois execução não é vingança privada. O próprio NCPC, art. 805 autoriza o juiz a fazer a execução de forma menos gravosa para o executado. � Princípios aplicáveis à execução civil no novo CPC Princípio da lealdade e boa-fé processual Princípio do contraditório Princípio do respeito à dignidade humana Não pode a execução ser utilizada como instrumento para causar a ruína, a fome e o desabrigo do devedor e sua família, gerando situações incompatíveis com a dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, institui o Código a impenhorabilidade de certos bens como provisões de alimentos, salários, instrumentos de trabalho, pensões, seguro de vida.
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