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Redação 01

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OFICINA DE REDAÇÃO
POR
PROFESSORA FABÍOLA SOARES
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PLANEJAMENTO 
Aula 13/08 – Tipos de Introdução com atividades / Diferenciação de fato e tese
Aula 20/08 – Tipos de Desenvolvimento com atividades / Aprimoramento linguístico
Aula 27/08 – As propostas na conclusão com atividades / Como elaborar um título...
Aula 03/09 – Observações finais com redação a ser desenvolvida em sala (Simulado) / Correção da Redação em sala
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Introdução
	Uma boa introdução na dissertação argumentativa deve cumprir estas duas funções essenciais: contextualizar o tema e sugerir a tese.
Como começar a produzir uma redação?
	1º passo - Após ler o tema, você precisará elaborar uma lista com as informações que julgar mais importantes. 
Atenção: Caso o tema seja uma afirmação, transforme-o em uma pergunta. Dessa maneira, ficará mais fácil de reunir informações.
	2º passo - Responda à pergunta “O que eu acho sobre isso?”, de modo a construir sua tese.
Lembre-se de que precisa saber diferenciar uma tese de um fato (a inclusão de adjetivos e advérbios ajuda bastante nessa situação).
	3º passo - Elabore os seus argumentos, respondendo a perguntas como: “Por que eu penso dessa forma?” 
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Exemplo:
Tema: “A Informática como Ferramenta para a Educação”. 
 Passo 1: A informática pode ser uma ferramenta para a educação?
 Passo 2: 
SIM: É incontestável que os recursos informáticos são importantes meios para auxiliar o processo educacional. 
NÃO: Os recursos informáticos prejudicam, sobremaneira, o processo educacional.
 Passo 3: 
É incontestável que os recursos informáticos são importantes meios para auxiliar o processo educacional. POR QUÊ? 
Porque agilizam a transmissão de informações; porque podem enriquecer uma aula. 
Os recursos informáticos prejudicam, sobremaneira, o processo educacional. POR QUÊ? 
Porque tiram a atenção do aluno; porque banalizam o saber, reduzindo a importância do professor. 
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Tese X Fato
"O universo está derretendo", disse um deputado do PMDB após a operação da Polícia Federal, no último dia 14. O dramalhão é justificado. A operação prendeu mais de 20 executivos e envolveu nove das maiores empreiteiras do país. Quatro delas –Camargo Correia, UTC, OAS e Ies – tiveram os próprios presidentes presos. A casa caiu!
 
Não nos iludamos porém. Não é a primeira vez que os donos do Brasil são expostos a nu nos últimos anos. O banqueiro Daniel Dantas foi preso em 2008 após a Operação Satiagraha. Executivos da reincidente Camargo Correia também foram presos em 2009 pela Operação Castelo de Areia. E a Delta Construtora foi desmascarada em operações de 2012 e 2013.
 
Os resultados após as prisões foram um tanto desanimadores. Dias depois, a turma foi invariavelmente solta. As empresas continuaram com seus negócios, inclusive com os contratos com o poder público. Em alguns casos, chegou-se ao extremo de os acusadores tornarem-se réus, como o delegado Protogenes Queiroz e o juiz Fausto de Sanctis, ambos da Satiagraha.
 
Ser honesto é algo perigoso, já disseram certa vez. Mexer com os donos do Brasil não é coisa que se faça impunemente. Os tentáculos dos grandes grupos econômicos no governo, no Congresso, no Judiciário e na mídia não devem ser subestimados.Isso nos autoriza a um certo ceticismo em relação ao que virá.
 
De toda forma, o escândalo atual, envolvendo contratos bilionários com a Petrobrás, tem circunstâncias muito particulares. A operação foi desencadeada num momento de grande polarização política e tem evidentes intenções de colocar em xeque a legitimidade do governo Dilma.
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Delegados envolvidos na operação foram flagrados nas redes sociais exaltando Aécio Neves e proferindo ataques a Dilma e Lula. O escândalo tem sido o principal combustível do PSDB e dos golpistas dos Jardins em seus desfiles de sábado à tarde na avenida Paulista.
 
A posição do PSDB no caso é de uma grotesca hipocrisia. O senador Aloysio Nunes deu as caras no chá das cinco da Paulista e bradou altivo contra a corrupção. Faltou alguém que subisse ao carro de som para lembrá-lo de que sua campanha para o Senado recebeu mais de R$ 1 milhão em doações diretas de quatro das empreiteiras envolvidas no escândalo: UTC, Mendes Jr., OAS e Camargo Correia. Peroba nele!
 
A campanha presidencial de Aécio, por sua vez, recebeu cerca de R$ 20 milhões de seis das nove empreiteiras envolvidas. Assim como o PT e todos os outros partidos de sua base receberam. Quatro dessas empresas estão entre as dez maiores doadoras eleitorais de 2014. Digno de nota, o PSOL foi o único partido com parlamentares eleitos que não recebeu doação da quadrilha da vez.
 
Lamentável também foi a declaração de Dilma de que não devemos "demonizar as empreiteiras". Ora, coitadinhas! Essas pobres empreiteiras, sempre injustiçadas neste país, não é mesmo?
 
Se queremos tirar uma consequência prática deste escândalo, se queremos deixar de enxugar gelo com operações de Sísifo,temos que dar nome e solução ao problema.
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O nome do problema é o sistema político brasileiro e seu estímulo à apropriação de fatias do Estado pelos grandes interesses econômicos através do financiamento de campanha. A forma de enfrentá-lo efetivamente chama-se reforma política.
 
As nove empreiteiras investigadas, envolvidas em três megaprojetos da Petrobrás, somaram mais de R$ 207 milhões em doações eleitorais neste ano. E não vem de hoje. O esquema da Petrobrás opera há pelo menos 15 anos, segundo o Ministério Público Federal.
 
Até mentecaptos como Lobão e as madames do chá das cinco sabem como as coisas funcionam. Doações de campanha abrem as portas para favorecimento em contratos — especialmente nas estatais, que conseguem escapar de licitações — e, em seguida, para aditivos bilionários aos mesmos. Esta tem sido a gramática de quase todos os escândalos de corrupção por aqui nos últimos 30 anos.
 
Assim os donos do Brasil mantêm seu poder. Dar fim ao financiamento privado das campanhas eleitorais é a primeira e mais óbvia medida para interromper o ciclo. Evidentemente, não acabará com a corrupção, mas diminuirá a margem da captura do Estado pelos grandes interesses privados.
 
A hora é esta. A prisão dos empreiteiros e de diretores da Petrobrás coloca na ordem do dia a necessidade de uma reforma política profunda no país.
 
Vejamos agora quem tem compromisso com a coerência. Indignar-se com a corrupção, muito bem. Vamos então defender uma reforma política, com ampla participação popular. Quem vem?
 
Guilherme Boulos,32, é formado em filosofia pela USP, professor de psicanálise e membro da coordenação nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Também atua na Frente de Resistência Urbana e é autor do livro "Por que Ocupamos: uma Introdução à Luta dos Sem-Teto".
 
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/guilhermeboulos/2014/11/1550909-os-donos-do-brasil-em-cana-e-depois.shtml>. Acesso em: 20 nov. 2014.
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Há diferentes caminhos para montar uma introdução. Dois dos mais eficazes são os seguintes: 
Introdução com TEMA, TESE e ARGUMENTOS, estrutura mais tradicional.
 Exemplo: 
I. “Os recursos informáticos são uma realidade no dia a dia de muitos alunos. Nesse contexto, é incontestável que eles são importantes meios para auxiliar o processo educacional. Isso porque agilizam a transmissão de informações, além de poderem enriquecer uma aula”. 
II. “Os recursos informáticos são uma realidade no dia a dia de muitos alunos. No entanto, prejudicam, sobremaneira, o processo educacional. Isso porque tiram a atenção do aluno, além de banalizar o saber, reduzindo a importância do professor”. 
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Introdução com TEMA e TESE, usando um exemplo, para contextualizar o assunto.
Exemplo: 
I.Redes sociais, séries e filmes na internet, “smartphones”, jogos fazem parte da realidade da Geração Z, caracterizada por sociólogos como a que nasceu em contato profundo com a tecnologia. Sendo assim, é incontestável que recursos informáticos
são importantes meios para auxiliar o processo educacional.
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Outras formas de introduzir seu texto
	Introdução com conteúdo de outra áreas de conhecimento.
Tema: Desafio de conviver com as diferenças
“Na escola, estudamos a Teoria da Evolução das Espécies, que afirma que só os mais aptos são capazes de sobreviver. Aprendemos, também, que a biodiversidade é essencial para o equilíbrio e a manutenção da vida na Terra. Entretanto, o mais avançado dos animais, o homem, parece ainda relutar para conviver com diferenças ideológicas, individuais e culturais, esquecendo-se de que, embora sejamos uma sociedade de massa, ainda guardamos individualidades e características próprias, vitais para a nossa sobrevivência”.
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Introdução por imagens da atualidade
Tema: Valorização do corpo humano
“No contexto atual,é muito evidente a valorização do corpo humano. Formas físicas perfeitas e descobertas na Medicina são constantemente divulgadas pelos meios de comunicação, que bombardeiam a população com essas informações. Ao contrário do que gostam de afirmar aqueles que têm posicionamentos radicais, essa estima não é negativa. Pode ser muito positivo valorizar o corpo, desde que isso venha atrelado ao apreço, também, pelo intelecto e pelo espiritual, pois essas noções se complementam. O problema é que muitos tendem ao exagero e optam por somente um dos meios, como se fossem, então, excludentes. E a adoração somente ao corpo humano pode, enfim, ser perigosa”.
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Observações:
Importante: É vital que seu leitor entenda os desdobramentos de suas ideias. Por isso, cuidado com os famosos “CAVEIRÕES”. Em algumas construções, eles podem tornar seu texto incoerente, redundante, prolixo. AO UTILIZAR ESSAS ESTRUTURAS, TENHA BOM SENSO. 
Exemplo: É notório que/ Percebe-se que/ Pode-se perceber que/ É possível perceber que o policial militar desenvolve uma atividade perigosa em algumas circunstâncias. – FATO, SENSO COMUM: CONSTRUÇÃO ADEQUADA. 
É notório que/ Percebe-se que/ Pode-se perceber que/ É possível perceber que o soldo do policial militar do Rio de Janeiro é suficiente para suas necessidades. – OPINIÃO, TESE: CONSTRUÇÃO INADEQUADA. 
Muito se tem discutido sobre/ a respeito do/ acerca do crescimento da violência. – FATO, SENSO COMUM: CONSTRUÇÃO ADEQUADA. Muito se tem discutido sobre/ a respeito da/ acerca da importância das pesquisas espaciais. – ASSUNTO ESPECÍFICO: CONSTRUÇÃO INADEQUADA.
O Papel da Introdução é apenas apresentar ideias, e não entrar em discussões.
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Atividades
1.Para cada tema a seguir, elabore uma introdução, recorrendo ao passo a passo aprendido: 
a) Violência urbana no Brasil: caminhos para minimizar esse problema
b) A corrupção e o brasileiro 
c) Escravidão na contemporaneidade
d) A importância da política de informações
e) A ascensão da mulher no mercado de trabalho
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2. Avalie a redação a seguir e dê uma nota, de acordo com a banca do seu concurso.
 Tema - Exército brasileiro: instituição fundamental para a sociedade brasileira
A construção de um país mais justo
A batalha dos Guararapes em 1648, onde brancos, negros e índios se uniram e reagiram às tropas holandesas, contribuiu para formar os alicerces do sentimento de nacionalidade. Ela representa, historicamente, a gênese do Exército brasileiro, essencial para a unidade nacional e tão importante para a manutenção da integridade territorial do Brasil. Desde então, a Força terrestre tem apresentado grandiosas atuações históricas.
É válido, em um primeiro momento, destacar as reconhecidas participações do Exército brasileiro no exterior, nas forças internacionais de manutenção da paz. Nos últimos anos, militares brasileiros vêm prestando serviços às Nações Unidas e cooperando para a solução pacífica de muitos conflitos. A par do excelente desempenho demonstrado pelas tropas e pelos observadores brasileiros em missões no exterior, o Exército tem participado de exercícios conjuntos com outros países. Dessa forma, a estatura políticoestratégica que o Brasil ocupa no cenário internacional, além de trazer crescente prestígio, apresenta novos desafios e oportunidades à instituição.
Além desse amplo escopo de atividades estrangeiras, há de se evidenciar a sua atuação em território nacional. São duzentos mil homens e mulheres, que, em seu trabalho cotidiano, conduzem a Força ao cumprimento da sua missão e geram um reconhecimento evidenciado pelos elevados índices de credibilidade e confiabilidade da população brasileira, seja no apoio à ocupação de áreas de conflito no Rio de Janeiro, seja no atendimento à população em situações emergenciais ou de calamidade. Expressa-se, assim, a relevância do papel para o Estado e para a Nação brasileira.
Em virtude dos aspectos apresentados, evidencia-se o quanto o Exército brasileiro está pronto para trabalhar pela defesa da pátria, pela garantia da soberania, da paz, da unidade do Estado e da democracia. Ele contribui permanentemente com a justiça social e com o bem-estar do nosso povo, colaborando decisivamente para a construção de um país mais justo.

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