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Direito civil 4

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Plano de Aula: DIREITO CIVIL IV - AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE 
DIREITO CIVIL IV - CCJ0015 
Título 
DIREITO CIVIL IV - AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
4 
Tema 
Aquisição e perda da posse 
Objetivos 
- Estudar as formas de perda e aquisição da posse. 
Estrutura do Conteúdo 
UNIDADE 2: POSSE (continuação) 
2.7 Aquisição 
2.7.1 Momento de início da posse 
2.7.2 Espécies de aquisição 
2.7.3 Meios de tradição da posse 
2.7.4 Acessão de posses 
2.8 Extinção 
Aplicação Prática Teórica 
Caso Concreto 
 
Ana Paula vendeu a Sergio o seu apartamento, recebendo desde logo todo o preço ajustado, efetuando -
se o registro da escritura no RJ. Como ainda não estava pronto o novo apartamento de Ana Paula, para o 
qual pretendia se mudar, Sergio permitiu que Ana Paula continuasse a morar no imóvel que lhe vendeu, 
por mais dois meses, pagando apenas as despesas de condomínio, IPTU, luz e gás. Em face do exposto, 
responda: 
 
a) Ana Paula continua sendo proprietária do imóvel que ocupa? 
b) Ana Paula continua sendo possuidora? Se positiva a resposta, a que título? 
c) Sergio é possuidor do imóvel que adquiriu? 
d) Se Ana Paula, ao término dos dois meses, não entregar o imóvel a Sergio, o que poderá este fazer? 
Questão objetiva 
 
Dá-se o traditio brevi manu, quando: 
 
a. o possuidor de uma coisa em nome alheio passa a possuí-la como própria. 
b. o sucessor universal continua a posse do antecessor. 
c. a posse puder ser continuada com a soma do tempo do atual possuidor com a posse de seus 
antecessores. 
d. o possuidor de um imóvel em nome próprio passa a possui-lo em nome alheio. 
e. se exerce a posse em razão de uma situação de dependência econômica ou de um vínculo de 
subordinação. 
Procedimentos de Ensino 
2.7. Aquisição da posse 
2.7.1 Momento de início da posse 
 
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o 
exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. 
 
O art. 1.204, CC, como visto, reforça a teoria objetiva da posse. 
 
2.7.2 Espécies de aquisição 
 
A posse é adquirida por qualquer ato através do qual seja possível a visibilidade e o uso econômico da 
propriedade. O Código de 1916 trazia um rol exemplificativo dos meios de aquisição da posse; no 
entanto, a opção metodológica do CC/2002 de prestigiar cláusulas gerais e consagrar o princípio da 
operabilidade, fez com que a aquisição da posse fosse tratada de forma aberta, contemplando, assim, 
não apenas as formas elencadas pelo CC/1916, mas também quaisquer outras que se encaixem na 
dicção legal. 
 
Dessa forma, todos os meios juridicamente possíveis para a aquisição de direitos são válidos para a 
aquisição da posse. Como os direitos são adquiridos através de fatos jurídicos, cumpre ressaltar que os 
requisitos de validade da parte geral do Código Civil apl icam-se à aquisição da posse (art. 104, CC/2002). 
 
Daí, a posse se adquire pela simples aparência do ter para si e revelação do 
estado de proprietário. Não se vislumbra qualquer necessidade de justificar o 
status , pois trata-se de fato reconhecido juridicamente. Daí, descarta-se o registro 
público da posse no Cartório de Registro Imobiliário (PUGLIESE, Roberto J. Direito 
das coisas. São Paulo: Livraria e Editora Universitária de Direito, 2005. p. 73) 
 
Aquisição originária: não há relação jurídica com o antecessor da posse. A aquisição se dá por ato 
unilateral. Nos modos originários de aquisição, não há relação de causalidade entre a posse atual e a 
anterior. Segundo Orlando Gomes, adquire-se a posse por modo originário quando não há consentimento 
de possuidor precedente. 
 
Se o modo de aquisição é originário, a posse apresenta-se livre dos vícios que anteriormente a 
contaminavam. Assim, se o antigo possuidor era titular de uma posse injusta, tais vícios desaparecem ao 
ser esbulhado. 
 
Aquisição derivada: Caracteriza-se a aquisição derivada ou bilateral quando a posse decorre de um 
negócio jurídico. Neste caso, existe relação de causalidade entre a posse atual e a anterior. O adquirente 
recebe a posse adquirida com os mesmos vícios que a inquinavam nas mãos do alienante. Se a posse 
anterior era violenta, clandestina ou precária, conservará, em regra, o mesmo caráter nas mãos do novo 
possuidor. A aquisição derivada pode ocorrer pela tradição e pela sucessão inter vivos e mortis causa. A 
tradição é a forma, por excelência, de aquisição derivada da posse. 
 
2.7.3 Meios de tradição da posse 
 
Podendo a posse ser adquirida por qualquer ato jurídico, também o será pela tradição, que pressupõe um 
acordo de vontades, um negócio jurídico de alienação, quer seja a título gratuito (e.g., doação), quer a 
título oneroso (e.g., compra e venda). Existem três espécies de tradição: real, simbólica e consensual. 
 
A tradição real envolve a entrega efetiva e material da coisa. Pressupõe sempre uma causa negocial. 
Para Serpa Lopes, a tradição real exige os seguintes requisitos: a) a entrega da coisa (corpus); b) a 
intenção das partes em efetuar a tradição, isto é, a intenção do tradens em transferir à outra parte a posse 
da coisa entregue e em relação ao accipiens a intenção de adquirir-lhe a posse; c) a justa causa, requisito 
a ser compreendido como a presença de um negócio jurídico precedente, que a fundamenta. 
 
A tradição caracteriza-se como simbólica quando traduzida por atitudes, gestos, condutas indicativas da 
intenção de transferir a posse. Exemplos clássicos são os atos de entrega das chaves de imóveis ou 
automóveis. A coisa não é efetivamente entregue, mas o simbolismo do ato é indicativo do propósito de 
transmitir a posse. 
 
A tradição pode ser também consensual (alguns autores chamam de tradição ficta. Preferimos não adotar 
essa denominação porque há dissenso entre a doutrina quanto ao sinônimo de tradição ficta: se tradição 
simbólica ou tradição consensual), quando decorrer exclusivamente de um ato de vontade, independente 
de atos simbólicos de transferência da posse, como ocorre, por exemplo, no cons tituto possessório. 
 
Ocorre tradição consensual nas hipóteses do constituto possessório e da traditio brevi manu. Há 
constituto, p.ex., quando o vendedor, transferindo a outrem o domínio da coisa, conserva -a em seu poder, 
mas agora na condição ou qualidade de locatário. A cláusula constituti não se presume. Deve constar 
inequivocamente do ato ou resultar da estipulação que a pressuponha. 
 
Já a traditio brevi manu é exatamente o inverso do constituto possessório, pois se configura quando o 
possuidor de uma coisa alheia passa a possuí-la como própria. Seria o exemplo do locatário que adquire 
o bem. 
 
Em ambas as hipóteses (constituto e traditio) não ocorre exteriorização da tradição. Existe pura e 
simplesmente inversão no animus do sujeito. Há uma modificação subjetiva na compreensão da posse 
pelos sujeitos envolvidos. Aplicam-se tanto aos móveis quanto aos imóveis. 
 
 
2.7.4 Acessão de posses 
A posse pode também ser adquirida em virtude de sucessão inter vivos ou mortis causa, tanto a título 
singular quanto universal. É de se observar os seguintes artigos do CC: 
 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com 
os mesmos caracteres. 
 
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu 
antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do 
antecessor, para os efeitos legais. 
 
A segunda parte do artigo 1.207 traz uma exceção à regra de que a posse mantém o caráter com que foi 
adquirida, prevista no art. 1.203 do CC. 
 
A transmissão da posse pela sucessão apresenta duplo aspecto. Na que opera mortis causapode haver 
sucessão universal e a título singular. Dá-se a primeira quando o herdeiro é chamado a suceder na 
totalidade da herança, fração ou parte-alíquota (porcentagem) dela. Pode ocorrer tanto na sucessão 
legítima como na testamentária. Na sucessão mortis causa a título singular, o testador deixa ao 
beneficiário um bem certo e determinado, denominado legado, como p.ex. um imóvel. A sucessão 
legítima é sempre universal; a testamentária pode ser universal ou singular. 
 
A transmissão da posse por ato causa mortis é regida pelo princípio da saisine, segundo o qual os 
herdeiros entram na posse da herança no instante do falecimento do de cujus. Essa transmissão se opera 
sem solução de continuidade e de forma cogente, independentemente da manifestação de vontade do 
interessado. 
 
A sucessão inter vivos geralmente se dá a título singular, como p.ex. quando alguém adquire um bem 
certo e determinado (um imóvel), mas também pode ocorrer a título universal, como quando alguém 
adquire uma universalidade (um estabelecimento comercial, por exemplo). 
 
Nos termos do já referido art. 1.207, o sucessor a título singular pode unir sua posse à do antecessor, 
quando a mesma permanecerá eivada dos eventuais vícios da posse anterior. Caso resolva desligar sua 
posse da do antecessor, estarão expurgados os vícios que a maculavam, iniciando com a posse nova 
prazo para eventual usucapião. 
 
Em síntese: 
 
A posse do sucessor pode somar-se à posse de seu antecessor para todos os efeitos legais. No entanto, 
na hipótese de haver essa junção, o sucessor recebe a posse antiga com todos os seus vícios 
(continuidade do caráter da posse). 
 
Sucessor a título universal: há obrigatoriamente a soma das posses (a doutrina denomina essa 
modalidade de sucessão de posses sucessio possessionis). 
 
Sucessor a título singular: pode escolher se inicia uma posse nova ou se soma a sua posse com a de seu 
antecessor (a doutrina chama essa modalidade de acessão de posses - acessio possessionis). 
 
 
Quanto ao legatário, há uma pequena polêmica da doutrina. Com efeito, a corrente majoritária defenda 
que o art. 1.206, CC trata da sucessão mortis causa e o art. 1.207, CC aplica-se somente à sucessão 
inter vivos. Dessa forma, tanto no caso dos herdeiros quanto no dos legatários ocorre a sucessio 
possessionis. Essa é a posição, por exemplo, de Silvio Venosa: O art. 1.206, (antigo, art. 495) estende os 
mesmos efeitos aos herdeiros e legatários, embora estes últimos sucedam a título singular. Preferiu o 
legislador tratar ambos da mesma forma, talvez porque a origem comum seja a transmissão mortis causa 
(Direito civil: direitos reais. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2003. p. 93). Entretanto, uma outra corrente entende 
que há conflito aparente entre os art.s 1.206 e 1.207, CC, e que o legatário, por ser sucessor a título 
singular, pode escolher se irá ou não aceder sua pos se a do antecessor. Nesse sentido, Arnaldo 
Rizzardo, ao comentar o art. 1.207, CC, leciona que o dispositivo acima não se refere apenas à sucessão 
mortis causa, mas envolve qualquer transmissão. Sua redação coincide com a do art. 496, do Código de 
1916, mantendo-se a exegese que outrora se dava (Direito das coisas. 3.ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2007. p. 81). 
 
2.8. Extinção da Posse 
 
Sendo a posse jurídica, no sistema brasileiro de direito positivo, inspirado na teoria objetiva de Jhering, a 
conjugação dos elementos corpus e animus (com a ressalva de que deve ser entendido como a vontade 
de utilizar a coisa como faria o proprietário, o que é bem diferente do elemento volitivo da teoria subjetiva 
de Savigny), a perda da posse requer o desaparecimento de ao menos um desses elementos. Assim é 
que a posse pode ser perdida por: 
 
a) perda da coisa; 
Com a perda da coisa, o possuidor se vê privado da posse sem querer. Na hipótese de abandono, ao 
contrário, a privação se dá por ato intencional, deliberado. 
 
b) perecimento da coisa; 
A destruição pode resultar de: a) acontecimento natural ou fortuito, como a morte de um animal; b) por 
fato do próprio possuidor, como no exemplo do acidente com um veículo causado por direção imprudente 
ou c) por fato de terceiro, em ato atentatório à propriedade. 
 
Perde-se a posse também quando a coisa deixa de ter as qualidades essenciais à sua utilização ou valor 
econômico, como sucede, por exemplo, com o campo invadido pelo mar e submerso permanentemente; e 
ainda quando impossível se torna distinguir uma coisa da outra, como nos casos de confusão, comistão, 
adjunção e avulsão. 
 
c) abandono (derrelição); 
 
d) transmissão da posse para outra pessoa; 
 
e) tomada da posse por outrem (v. art. 1.224); 
 
f) classificação da coisa como bem fora do comércio. 
 
Nesta hipótese a coisa se tornou inaproveitável ou inalienável. Pode alguém possuir bem que, por razões 
de ordem pública, moralidade, higiene ou segurança coletiva, passe à categoria das res extra 
commercium , verificando-se, então, a perda da posse pela impossibilidade, daí por diante, de ter o 
possuidor poder físico sobre o objeto da posse. 
Tal consequência, todavia, é limitada às coisas tornadas insuscetíveis de apropriação, uma vez que a só 
inalienabilidade é frequentemente compatível com a cessão de uso ou posse alheia. 
 
Importante destacar os parâmetros legais de perda da posse: 
 
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do 
possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. 
 
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, 
quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recupera -
la, é violentamente repelido. 
 
Recursos Físicos 
Quadro e pincel; 
Retroprojetor; 
Datashow. 
 
Avaliação 
Caso Concreto 
 
Ana Paula vendeu a Sergio o seu apartamento, recebendo desde logo todo o preço ajustado, efetuando -
se o registro da escritura no RJ. Como ainda não estava pronto o novo apartamento de Ana Paula, para o 
qual pretendia se mudar, Sergio permitiu que Ana Paula continuasse a morar no imóvel que lhe vendeu, 
por mais dois meses, pagando apenas as despesas de condomínio, IPTU, luz e gás. Em face do exposto, 
responda: 
 
a) Ana Paula continua sendo proprietária do imóvel que ocupa? 
b) Ana Paula continua sendo possuidora? Se positiva a resposta, a que título? 
c) Sergio é possuidor do imóvel que adquiriu? 
d) Se Ana Paula, ao término dos dois meses, não entregar o imóvel a Sergio, o que poderá este fazer? 
Gabarito: 
 
a) Ana Paula não é mais proprietária, e sim Sergio, que pagou todo o preço do imóvel e 
registrou a escritura no SRI; 
b) Ana Paula passou a ser possuidora direta em razão do contrato de comodato (posse 
derivada) e Sergio tem a posse indireta, como proprietário. Houve intervenção no caráter da posse 
pelo consenso. O possuidor direto recebe a posse das mãos do possuidor indire to. Ana Paula que 
detinha a posse a título de proprietária, passou a tê-la a título de comodatária. Ana Paula que 
possuía em nome próprio passou a possuir em nome alheio (constituto possessório). Houve uma 
inversão do animus da posse com a mudança jurídica do título da posse; 
c) Se Ana Paula não entregar o imóvel ao término dos dois meses, tornar-se-á esbulhadora, 
podendo Sergio mover contra ela ação de reintegração na posse, obtendo liminar. 
Questão objetiva 
 
Dá-se o traditio brevi manu, quando: 
 
a. o possuidor de uma coisa em nome alheio passa a possuí-la como própria. 
b. o sucessor universal continua a posse do antecessor. 
c. a posse puder ser continuada com a soma do tempo do atual possuidor com a posse de seus 
antecessores. 
d. o possuidor de um imóvel em nome próprio passa a possui-loem nome alheio. 
e. se exerce a posse em razão de uma situação de dependência econômica ou de um vínculo de 
subordinação. 
Gabarito: A 
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