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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/301869832 Produção de polpa de frutas e extrato de tomate (300 kg de matéria-prima por hora) Chapter · January 2003 DOI: 10.13140/RG.2.1.1756.7605 CITATIONS 0 READS 662 2 authors: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Decision Support Systems (DSS) for Agroindustrial Projects View project Projetos Agroindustriais View project Aline Regina Fernandes Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação … 51 PUBLICATIONS 13 CITATIONS SEE PROFILE Carlos Arthur da Silva Universidade Federal de Viçosa (UFV) 55 PUBLICATIONS 110 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Aline Regina Fernandes on 04 May 2016. The user has requested enhancement of the downloaded file. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Produção de polpa de frutas e extrato de tomate1 (300 kg de matéria-prima por hora) Aline Regina Fernandes2 Carlos Arthur Barbosa da Silva3 1. Introdução Atualmente, o Brasil tem se destacado na produção e exportação de frutas tropicais. A agroindústria de sucos e polpas de frutas cítricas e tropicais é bastante relevante no cenário mundial, mas ainda há um grande potencial a ser explorado neste setor. A sazonalidade característica destas matérias-primas induz ao desenvolvimento tecnológico para a sua conservação, como o congelamento, que preserva as qualidades intrínsecas das frutas e evita o uso de aditivos químicos, indo ao encontro da tendência das atuais preferências dos consumidores. As pequenas fábricas de polpa de frutas têm se demonstrado atrativas aos pequenos produtores rurais, por exigirem investimentos relativamente baixos e minimizarem as perdas de matéria-prima nos períodos de safra. Este perfil agroindustrial tem o objetivo de mostrar um conjunto resumido de informações técnicas e econômicas que permita a avaliação da viabilidade de implantação de uma fábrica de polpa de frutas tropicais. Os aspectos tecnológicos apresentados visam oferecer flexibilidade operacional ao produtor para variar o tipo de fruta processada. Assim, a tecnologia descrita permite o processamento de vários tipos de matérias-primas, tendo como produtos finais a polpa congelada em saquinhos de 100 g; a polpa estabilizada termicamente em embalagens de 1 kg, e ainda a polpa concentrada, também em latas de 1 kg. Mas este projeto também pode ser aplicado para a elaboração de apenas um destes produtos ou ainda aproveitar a infra-estrutura para o desenvolvimento de doces ou geléias. O que se pretende é apresentar um projeto que ofereça ao fabricante flexibilidade para se adaptar e enfrentar possíveis dificuldades advindas de variações do mercado. O fato de este perfil estar incorporado a um software (SAAFI-Agro) também permite ao usuário fazer algumas alterações na concepção do projeto e avaliar os seus efeitos. Por exemplo, ele pode atribuir o valor zero ao preço de alguns equipamentos que a equipe de elaboração julgou necessários e obter rapidamente os indicadores financeiros deste seu novo projeto. O mix de produção proposto neste perfil engloba manga, goiaba, maracujá, abacaxi e tomate, sendo que cada fruta seria processada na sua respectiva época de safra. A inclusão do tomate como matéria-prima se deve principalmente ao seu período de maior oferta, que é a época de frio, preenchendo a lacuna deixada pelas outras frutas. Mas esta escolha também foi feita em função do 1 Este trabalho é originário de um projeto de elaboração de softwares realizado em convênio firmado entre o Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e contou com o apoio dos engenheiros Joni Chaves Jallad e Gabrielle Pimentel. 2 Doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos na UFV. 3 Professor do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFV. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. processo de extração da polpa de tomate ser o mesmo das outras, sendo incluída a etapa de concentração, para dar maior flexibilidade operacional à fábrica. Vale lembrar que a tecnologia aqui descrita pode ser aplicada a uma ampla variedade de frutas, que serão citadas mais adiante. A capacidade operacional da linha de processamento é de 300 kg/h de matéria-prima, resultando no processamento de aproximadamente 1,8 t por dia - este valor varia de acordo com o rendimento, que é específico de cada fruta. 2. Considerações sobre o mercado No Brasil, a polpa industrializada destina-se principalmente à produção de sucos concentrados para o abastecimento interno e para a exportação. Os negócios de sucos de frutas nos mercados interno e externo são de extremo interesse num contexto de desenvolvimento da agroindústria brasileira e mundial, devido ao grande crescimento da procura internacional por estes produtos nos últimos trinta anos. Para ilustração, desde 1980, o mercado externo triplicou e o Brasil foi o país que mais cresceu nesta área, transformando-se no maior exportador de sucos e polpa neste período, principalmente quando se trata de frutas cítricas e tropicais. Há boas razões para se prever que o negócio de sucos de frutas permanecerá crescendo por um longo período, já que o consumo per capita no mundo, e mesmo no Brasil, ainda se encontra num patamar baixo em muitos mercados, incluindo Europa e EUA, que são os maiores consumidores destes produtos na atualidade. A polpa de frutas e néctar atendem as necessidades de vários segmentos da indústria de produtos alimentícios, como as de sucos naturais, sorvetes, laticínios, balas, doces, geléias, drinks mais saudáveis, sobremesas e alimentos para bebês. Em resumo, espera-se que a demanda mundial venha a se expandir fortemente. 2.1. A Fruticultura Apesar de o Brasil ser um grande produtor de frutas tropicais e subtropicais, a maior parcela de sua produção tem-se destinado, historicamente, ao mercado interno. Este quadro, no entanto, tende a mudar. O Brasil vem conquistando a condição de exportador e isso se deve à eficiência da comercialização, que vem sendo assegurada através do desenvolvimento de novas técnicas relacionadas, principalmente, com a conservação, embalagem e transporte. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. O Brasil é atualmente o segundo produtor mundial de banana, o quarto de abacaxi, o quinto de manga e o maior exportador de mamão papaia e maracujá do mundo, e se destaca na produção e exportação de todas as frutas tropicais. Mas um dos problemas fundamentais que as indústrias de processamento ainda enfrentam é a ausência de suprimentos regulares, consistentes e de boa qualidade, o que dificulta o seu desenvolvimento a longo prazo. Depois do abacaxi, os sucos e polpa/purê tropicais mais vendidos são os de maracujá, manga e banana. QUADRO.1: Produção brasileira por região em 1996 Fruta Norte Nordeste Sul Sudeste Centro-Oeste Acerola(toneladas) 2.398 22.964 2.166 5.063 399 Abacaxi (mil frutos) 33.702 90.073 4.622 160.138 10.370 Caju (mil frutos) 45.827 1.622.069 159 7.606 4.715 Manga (mil frutos) 117.885 699.767 23.175 505.180 59.823 Mamão (mil frutos) 35.122 280.750 8.998 199.341 11.410 Maracujá (mil frutos) 176.389 622.774 77.793 489.989 46.766 Morango (toneladas) 16 462 12.396 22.973 1.752 Goiaba (mil frutos) 20.154 169.503 48.769 572.890 40.891 FONTE: IBGE – Censo Agropecuário 1995-1996 2.2. Mercado Interno A utilização final dos sucos, concentrados e polpa, obviamente, varia com o tipo de fruta e o mercado em questão. As principais indústrias processadoras são as de bebida, laticínios e de outros alimentos, além das padarias, lanchonetes e restaurantes, aos quais se destinam os produtos em embalagens menores de uso individual. A indústria de bebidas produz sucos; néctares; drinks de sucos de frutas dietéticos e para diabéticos; licores alcoólicos, xaropes, etc. A composição exata dos produtos individualmente (porcentagem de polpa de fruta no produto) pode diferir entre mercados, de acordo com a legislação nacional de alimentos e da prática industrial. A indústria de laticínios produz itens, tais como iogurte, bebidas de iogurte, sorvetes, pudins, sobremesas e molhos. Iogurte de frutas, que representa o produto mais importante deste setor, tem, em média, de 10 a 20% de fruta sob as modalidades de suco, concentrados e polpa. Com o interesse sempre crescente em iogurte e outros laticínios, os consumidores estão muitas vezes dispostos a experimentar novos sabores e, como resultado disso, a indústria está usando quantidades maiores de sucos e polpa de frutas tropicais. A parcela representada pelas lanchonetes e supermercados mostra uma grande perspectiva de mercado, onde se explora a venda de polpa congelada em embalagens pequenas (100 e 200 g), de consumo individual. Nesta faixa, tem-se a opção da utilização das frutas regionais consumidas no mercado local e outros mais distantes, sendo necessário um investimento maior no setor de distribuição. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. A diversidade de frutas existentes no Brasil incrementa este setor da agroindústria, visto que a procura por produtos regionais em grandes centros aumenta a cada dia. É notável o crescimento do uso de polpa de frutas como cupuaçu, açaí, mangaba, etc. em lanchonetes e restaurantes de cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, grandes centros consumidores do país. 2.3. Exportações Os países em desenvolvimento, como o Brasil, contribuem com cerca de 45% do valor das exportações mundiais de sucos, segundo dados do ITC - International Trade Center UNCTAD/GATT. O Brasil participa com 33% do total das exportações, que consistem basicamente do suco de laranja concentrado congelado e outros, como o de abacaxi, além de polpas tropicais. A demanda de sucos de fruta, néctares e polpas já embalados para o varejo, provenientes de países em desenvolvimento é reduzida. Os custos de frete para tais embalagens - transportadas, principalmente, de navio - e de acondicionamento são muito elevados, além das leis de regulamentação de alimentos, exigências de rotulagem, etc. imporem consideráveis dificuldades para os exportadores. Apenas quantidades muito pequenas de itens embalados para “delicatessen” ou lojas especializadas são importados nos principais mercados e no Oriente médio, onde novos concorrentes vão enfrentar a forte competição de fornecedores tradicionais, como embaladores e engarrafadores europeus. Em geral, os importadores adquirem sucos de frutas naturais, concentrados e polpas a granel, que são, então, processados nos mercados-alvo. 3. Especificação da matéria-prima Entre as principais matérias-primas para uma indústria de polpa congelada, figuram as frutas tropicais como as de maior relevância. Este perfil prevê o processamento de frutas como, por exemplo, abacaxi, manga, maracujá, goiaba, acerola e tomate, mas pode ser aplicado a várias outras matérias-primas, como mamão, cupuaçu, morango, graviola, cacau, caju, jenipapo, pitanga, umbu, cajá, etc. De um modo geral, deseja-se que as frutas destinadas ao processamento apresentem uma uniformidade quanto à composição, coloração e sabor. Por isso, são estabelecidas faixas de valores para as medidas objetivas e exige-se uma certa prática para a realização de avaliações de caráter subjetivo. As características de qualidade das frutas resultam da interação de vários aspectos das fases de pré e pós-colheita, que podem ser agrupados em diferentes categorias, tais como: fatores genéticos (cultivares), climáticos (temperatura, luz, vento, chuva), culturais (solo, irrigação, adubação, desbaste, poda, controle fitossanitário, época e método de colheita) e estágio de maturação e tratamento pós-colheita (fatores ambientais, métodos de manuseio entre a colheita e Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. o consumo). Para se evitar problemas causados na colheita, como as injúrias ou traumas, deve-se ter em mente diversos fatores durante e após essa fase, evitando-se perdas. Por exemplo, o estabelecimento do período em que ela será realizada. Deve-se evitar colheitas após chuvas pesadas, sendo melhor que seja realizada nos períodos mais frios do dia, normalmente na parte da manhã. Os frutos não devem ser colocados diretamente no solo, nem ficar expostos a condições climáticas ambientais, para que sua temperatura interna não se eleve demasiadamente, prejudicando, assim, sua conservação. Por este fato, aconselha-se um pré-resfriamento das frutas antes do transporte e armazenamento. O grau de maturação ótimo para a colheita depende da utilização que se fará do fruto - consumo direto ou processamento - e é decisivo para o seu potencial de conservação. Em ambos os casos, numerosos fatores devem também ser considerados. A colheita precoce interrompe o desenvolvimento do fruto e prejudica o processo de amadurecimento provocando perda da qualidade final do produto industrializado e menor rendimento. Do mesmo modo, a colheita tardia, com a fruta muito madura, trará perdas irreversíveis. A decisão quanto ao grau de maturidade do produto na colheita não depende apenas das necessidades do mercado e do tipo de transporte a ser realizado, mas também das necessidades de armazenamento e pode diferir em épocas do ano. Isto é muito importante numa indústria de processamento, onde o abastecimento constante do mercado com seus produtos é fundamental na estratégia da empresa. Os atributos das frutas para que se obtenha um produto de qualidade dizem respeito à sua aparência, sabor e odor, textura, valor nutritivo e segurança. Para cada atividade da cadeia de frutas (armazenamento, consumo "in natura" ou processamento), os atributos tomam importância variada. O tamanho e a forma são importantes nas operações de processamento, porque facilitam os cortes, o descascamento ou a mistura para a obtenção de produtos uniformes. Em alguns casos, são preferidos os frutos de tamanho médio, pelas características de "flavor", melhor adaptação aos equipamentos ou adequado ao conteúdo de suco. Os produtos com características de tamanho e peso padronizadas são mais fáceis de ser manuseados em grandes quantidades e apresentamperdas menores, produção mais rápida e melhor qualidade. A cor também é um atributo fundamental de qualidade nas frutas destinadas ao processamento. Na indústria, a sua intensidade para sucos e polpa é importante, especialmente para aquelas frutas que podem sofrer degradação dos pigmentos naturais, durante o tratamento térmico ou por processos naturais iniciados pela ação mecânica que sofrem nas etapas de preparo. A textura é um dos mais importantes atributos de qualidade. Está relacionada com o "flavor", porque a liberação de compostos presentes no produto - que são perceptíveis ao paladar e, portanto, estão diretamente ligados ao sabor que as frutas apresentam - são também relacionados com a estrutura do tecido. Os frutos destinados ao processamento, ao contrário dos utilizados para o consumo "in natura", devem ser firmes o suficiente para suportar os tratamentos térmicos. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. O transporte até à indústria também se caracteriza como uma etapa importante para a obtenção de produtos de qualidade, da mesma forma que durante e após a colheita. O sucesso de manutenção das frutas frescas com boa qualidade durante o trânsito depende do controle de cada etapa, que, por sua vez, é interdependente. Porém, deve-se ter em mente que a condição essencial para que se tenha uma boa matéria-prima na indústria é a boa qualidade inicial do produto - as frutas. O transporte e o armazenamento de alimentos, de um modo geral, podem ser feitos tanto a granel, como embalados, utilizando-se veículos e materiais apropriados. A perspectiva da Linha de Agroindústria do PRONAF é reduzir o custo de transporte pela sua proximidade em relação à matéria-prima. A seguir, são feitas algumas considerações sobre os frutos integrantes do mix de produção deste perfil: Abacaxi: as variedades mais produzidas no Brasil são : 'Smooth Cayenne' e 'Pérola', que apresentam polpa amarela e amarelo-pálida a branca, respectivamente. O abacaxi 'Pérola' é o mais cultivado no Brasil, principalmente na região Nordeste e no estado de Minas Gerais. Seu peso varia de 1,3 a 1,8 kg, possui formato cônico, polpa doce e menos ácida que o 'Smooth Cayenne'. Apresenta a desvantagem de os frutos não terem aparência e amadurecimento uniformes. Tanto sua forma, quanto sua coloração de polpa (amarelo-pálida) limitam seu aproveitamento na indústria. O abacaxi 'Smooth Cayenne' é o mais cultivado no mundo. Caracteriza-se por apresentar frutos com peso entre 1,3 e 2,5 kg, possui forma cilíndrica, polpa com alta acidez e teores elevados de açúcares. Seu formato permite maior rendimento como matéria-prima industrial. Manga: as principais características na seleção de variedade de mangueira são a grande produtividade, regularidade de produção, resistência a doenças (má-formação floral, antracnose, baixa incidência de colapso interno da polpa), coloração atraente do fruto (vermelha), boa resistência ao manuseio e transporte, polpa doce com pouca ou nenhuma fibra. As mais cultivadas são a Haden (até pouco tempo, a mais difundida e aceita no mercado por sua excelente qualidade do fruto, mas tem sido substituída por variedades mais resistentes a doenças); Tommy Atkins (frutos médios e grandes, de 400-600 g, com semente pequena, resistentes ao manuseio e transporte, polpa amarelo-escura, sabor agradável, doce, pouco fibrosa); Keitt (frutos grandes, de 600-800 g, ovalados, com semente pequena, polpa de tom amarelo intenso, suculenta, não fibrosa); Kent ( frutos grandes, de 600-750 g, ovalados, com semente pequena, polpa amarelo-alaranjada, aromática, doce, suculenta, não fibrosa); Van Dyke (frutos médios, de 300-400 g, com semente pequena, polpa de sabor agradável, muito doce e firme) e Palmer (introduzida recentemente e muito promissora). Acerola: a única variedade realmente "definida" hoje no país é a Sertaneja, recentemente Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. lançada pela EMBRAPA. A quase totalidade dos pomares brasileiros constitui-se de plantas propagadas por semente, o que descaracteriza o cultivar. Dentre as diversas variedades das quais se originaram os pomares comerciais do Brasil - já descaracterizadas -, estão, principalmente, a Okinawa e a Flor-branca. Para o processamento, o que se usa atualmente é uma "mistura" de materiais originários de várias variedades. A principal característica desejada em acerola - seja para o consumo como alimento ou para a produção de polpa congelada, ou ainda para o mercado externo - é o teor de vitamina C, sendo os demais aspectos secundários, como pH, acidez, teor de sólidos solúveis, teor de açúcares, etc. Tomate: apesar de o tomate não ser uma hortaliça rica em nutrientes essenciais para o homem, apresenta outras características interessantes, como grande concentração de potássio, por exemplo. Tem um grande valor comercial, pois, além de ser consumido "in natura" em saladas, é de grande relevância como matéria-prima industrial. É, possivelmente, a hortaliça mais industrializada no Brasil. As características desejáveis para o tomate industrial devem ser: boa cor interna e externa, ausência de ombros verdes, alto teor de sólidos solúveis, baixo teor de peles e sementes, maturação uniforme, pH abaixo de 4,5, boa produtividade e resistência à colheita mecânica. Todas elas são encontradas principalmente em variedades de tomate de "cultura rasteira", entre elas, as do Grupo Santa Cruz (mais antigas, porte determinado, melhor e mais uniforme coloração vermelha e boa resistência ao transporte) e as do grupo "periforme", com maior resistência ao transporte que as do Grupo Santa Cruz (de crescimento determinado, frutos pequenos e alongados, mais ou menos periforme, com peso médio inferior a 100g), onde destacam- se: "Ronita", "Napoli", "Rossol", "Chico", "Pavebo 220", entre outras. Goiaba: espécie amplamente difundida em todas as regiões tropicais e sub-tropicais do mundo, no Brasil, seu cultivo concentra-se no Nordeste e em alguns estados do Sudeste. É importante pela sua excelente qualidade sensorial, pelo elevado valor nutritivo, sendo uma das melhores fontes de vitamina C, com alto rendimento de polpa, o que a torna muito interessante para a industrialização em forma de doces em massa, polpa congelada, geléias, etc. Dentre as variedades mais plantadas no Brasil, destaca-se a "Paluma", amplamente cultivada por sua melhor conservação pós-colheita (resistência ao manuseio e transporte), além das variedades "Rica", "Pedro Sato" e "Sassaoka". A "Paluma" ainda apresenta grande produtividade por área plantada e alto rendimento em polpa - muito importante para a industrialização. A goiaba é uma fruta de clima quente que, com sistema de irrigação adequado, pode ser colhida durante o ano inteiro, ou apenas no período de safra, que vai de janeiro a fevereiro, caso não seja irrigada. Maracujá: as principais características do seu suco são o aroma e a acidez acentuados. O seu aroma é formado por uma centena de componentes voláteis, incluindo ésteres, aldeídos , Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores),UFV, 2003. cetonas, compostos terpênicos e outros resultantes de suas reações. Da mesma forma que a acerola, o maracujá também é uma cultura de propagação por semente e, por isso, as variedades encontram-se descaracterizadas. No Brasil, a única espécie cultivada comercialmente é a do maracujá amarelo. Comparações entre as variedades de maracujá roxo, amarelo e híbrido sugerem que o híbrido seja a melhor opção industrial em termos de aroma e sabor. No que tange à acidez, estão presentes diversos ácidos orgânicos, como láctico, malônico, málico, ascórbico e galacturônico. Mas a predominância é do ácido cítrico, que corresponde a 83% no maracujá amarelo e a 13% no roxo. 4. Descrição do processo de produção O processamento é aplicado a todas as frutas, com algumas considerações particulares a cada uma delas. Mas, basicamente, as etapas de produção são as mesmas. Este perfil proporciona duas opções de conservação da polpa: o congelamento ou o enchimento a quente. No caso do extrato de tomate, além desta variação, a diferenciação se faz na inclusão de apenas mais uma etapa de processamento. De acordo com as normas técnicas (em anexo), descrevem-se as suas características industriais: Polpa de fruta: é o produto obtido pelo esmagamento das partes comestíveis das frutas carnosas por processos adequados e tolera-se a adição de sacarose na proporção declarada no rótulo. Extrato de tomate: produto obtido pela concentração da polpa a um teor de sólidos de 20 a 30%, onde toleram-se a adição de 5% de sal e 1% de açúcar. O balanço de massa considerado originalmente pela equipe de elaboração do SAAFI-Agro está na Figura 1, o fluxograma da produção de extrato de tomate é apresentado na Figura 2 e o da produção de polpa de fruta, na Figura 3. Cada uma das etapas apresentadas no fluxograma são descritas, logo a seguir. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Figura 1: Balanço de massa do projeto 100% Frutas variadas (1.800 kg) Planta industrial processadora de polpa de fruta e extrato de tomate 57,36% Resíduos para compostagem ( 1.032,48 kg) Polpa de manga congelada 100 g (128,70 kg) Polpa de manga em lata 1 kg (49,50 kg) Polpa de goiaba congelada 100 g (108,00 kg) Polpa de goiaba em lata 1 kg (54,00 kg) Polpa de maracujá congelada 100 g (54,00 kg) Polpa de maracujá em lata 1 kg (22,50 kg) Polpa de abacaxi congelada 100 g (54,00 kg) Composto Orgânico (412,99 kg) Polpa de abacaxi em lata 1 kg (27,00 kg) Polpa de acerola congelada 100 g (144,72 kg) Polpa de acerola em lata 1 kg (60,30 kg) Extrato de tomate em lata 1 kg (64,80 kg) 13 % (234 kg) 5 % (90 kg) 10 % (180 kg) 5 % (90 kg) 12 % (216 kg) 5 % (90 kg) 10 % (180 kg) 5 % (90 kg) 12 % (216 kg) 5 % (90 kg) 18 % (324 kg) Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Figura 2: Fluxograma de produção do extrato de tomate Transporte Recepção Lavagem Seleção e Preparo Despolpamento Colheita Refinamento Tanque de Equilíbrio Adição de Ingredientes Concentração Envase Resfriamento latas e caixas de papelão açúcar, sal Armazenamento / Expedição Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Figura 3: Fluxograma de produção da polpa de fruta. Transporte Recepção Lavagem Seleção e Preparo Despolpamento Colheita Refinamento Tanque de Equilíbrio Tratamento Térmico Envase Congelamento Armazenamento / Expedição sacos plásticos e caixas de papelão latas Resfriamento Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. 4.1. Colheita A operação de colheita está condicionada às peculiaridades de cada fruta, à variedade de cultivar disponível e às características desejáveis no produto. O estágio de maturação é a principal característica a ser observada. Por exemplo, usualmente, diz-se que a acerola deve ser colhida no seu "ponto de vez"; ou seja, nem muito verde, nem muito madura. Isto se deve ao fato de que o teor de vitamina C nas frutas maduras está abaixo do encontrado nas verdes. Por outro lado, verdes não têm coloração, nem sabor, nem aroma adequados. Para otimizar a coloração do suco, colhem- se de 10 a 15% de frutos maduros. Outro exemplo bastante ilustrativo é o maracujá, no qual a queda da fruta ao solo é considerada como uma boa indicação de sua maturação. A coloração pode ser um bom indicador, mas varia também conforme a variedade. No caso do maracujá roxo, quando o fruto atinge a metade da sua coloração definitiva, é sinal de que a maturação já chegou a um nível desejado. Contudo, o maracujá amarelo colhido com a epiderme totalmente amarela já mostra indícios de perda de qualidade, às vezes já iniciando um processo de senescência, mas é nesse estágio que eles apresentam a maior percentagem de suco e sólidos solúveis. No caso dos tomates, eles devem estar completamente maduros para o processamento, mas mesmo que a coloração externa do fruto esteja totalmente verde, com o tempo, vai se tornando vermelho. A velocidade da evolução da cor verde para o vermelha vai depender do estágio de desenvolvimento fisiológico e das condições de armazenamento (climatização). Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Portanto, para se obter as características desejáveis da matéria-prima para o processamento, devem ser observados os seguintes atributos: maturação fisiológica (observar se o fruto é ou não climatério), pH, ºBrix e acidez titulável. Estas informações devem ser obtidas quando a fruta ainda está no campo de produção, para promover uma colheita seletiva. Depois de colhidas, as frutas devem ser transportadas para as câmaras de climatização na indústria, permanecendo durante 24 a 48 horas, para atingirem uniformidade na maturação. 4.2. Transporte A forma como a fruta é levada até a indústria influencia muito na preservação da sua qualidade - o tempo e a temperatura devem ser controlados. O transporte deve ser feito no menor prazo possível e em horários mais frescos - à noite ou pela manhã. Os caminhões devem ser bem ventilados, utilizando-se caixas plásticas –nunca mofadas, pois aceleram a deterioração - com capacidade de 20-23 kg de frutas. O transporte e manuseio da matéria-prima têm que ser feitos de maneira a não permitir choques mecânicos, elevação da temperatura e acúmulo de metabólitos. O empilhamento não deve causar danos às frutas que se encontram nas camadas inferiores, principalmente àquelas mais maduras. 4.3. Recepção Ao chegarem na indústria, as frutas ou hortaliças são pesadas e passam poruma pré-seleção, onde separam-se as estragadas, e aquelas excessivamente maduras daquelas com maturação apropriada. Nesta etapa, para verificar a qualidade do suprimento da indústria, retira-se uma amostra representativa da carga para proceder-se as análises iniciais de ºBrix, acidez titulável, pH e uma avaliação sensorial por técnicos treinados para este fim. 4.4. Lavagem A matéria-prima quando chega à indústria traz uma carga de microrganismos, sujidades e, principalmente, terra acumulada durante a colheita e transporte. A limpeza começa com a imersão das frutas em um tanque apropriado para promover a turbulência da água e, consequentemente, o amolecimento das impurezas aderidas à superfície. Após a retirada das sujeiras mais grosseiras, as frutas são submetidas a um banho de aspersão (jatos d'água), conjuntamente com a utilização de escovas para remoção das sujeiras que permaneceram, além do excesso de cloro. Nos banhos de imersão, recomenda-se a aplicação de água clorada, com um teor de cloro residual livre (CRL) entre 5 e 10 ppm, durante 15 minutos, para desinfecção do material a ser processado. A combinação de "tempo x concentração" deve ser aplicada conforme as condições da matéria-prima. As frutas colhidas, ao invés de recolhidas do chão, em geral, são imersas durante um tempo reduzido com concentrações de cloro inferiores. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Na aspersão, visa-se à eliminação do excesso de cloro e remoção das impurezas remanescentes. O processo é feito através de bicos atomizadores, que pulverizam a água tratada sobre as frutas. A concentração de CRL varia também de acordo com a safra, pois, no seu início, com uma maior porcentagem de frutos verdes, utiliza-se o limite inferior dos valores recomendados e, no final da safra, com uma maior quantidade de frutas maduras ou afetadas pela podridão, aplica- se até 10 ppm. A lavagem tem como objetivo reduzir o número de microrganismos iniciais a um mínimo aceitável e ainda permitir melhor visualização das frutas durante a seleção. Esta operação é considerada uma das mais importantes no processamento. 4.5. Seleção A seleção é realizada manualmente de acordo com o tamanho e o estado de maturação da fruta. Frutos "verdes" (maturação imprópria), as partes florais, os amassados e aqueles em estado fitossanitário precário são separados. Pequenos defeitos e pontos podres, porém, podem ser retirados com facas de aço inoxidável. Os frutos não devem apresentar manchas ou rompimentos. As frutas em estágio de maturação adequado para o processamento são enviadas diretamente para a linha de produção, enquanto que as outras - em estágio atrasado - são colocadas em caixas e vão para as câmaras de climatização. Aquelas que estão fora dos padrões devem ser descartadas. A maturação ou sua uniformização deve ser conduzida em local fresco e ventilado, ao abrigo de insetos e roedores. Se houver necessidade de maturação forçada, será conduzida em câmaras de temperatura e umidade controladas, podendo se recorrer à aplicação de gases para acelerar o processo. 4.6. Preparo Alguns frutos exigem a preparação prévia ao despolpamento, como o descasque, retirada de talos e de sementes. Muitas vezes, a remoção da casca pode ser feita na própria despolpadeira, constituída de vários estágios, como são os casos da acerola e do maracujá. Em outros, como a manga, a retirada manualmente é indispensável. Mas, para qualquer uma, deve se evitar o esmagamento da casca junto com a parte comestível da fruta, pois pode ocasionar um sabor estranho ao produto final, devido à incorporação de alguns componentes orgânicos. A operação de descasque pode ser conduzida de diversas maneiras, conforme a fruta a ser processada. Para algumas, existem processos mecanizados, como são os casos do abacaxi, mamão, acerola e maçã. Para outras, esta operação tem que ser necessariamente manual, como a banana. Ainda lançam-se mão de processos químicos, como a aplicação de hidróxido de sódio (lixiviação) para goiaba, caju, figos e damascos. A aplicação de calor - água quente ou vapor direto - pode facilitar a retirada da casca, como Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. no caso da manga e do tomate. O aquecimento dos tomates pode ser feito em tachos até que eles comecem a desmanchar, soltando a pele e a semente. Para evitar que se queimem, realiza-se a agitação dos frutos. Uma pequena quantidade de água pode ser aplicada para evitar que agarrem no fundo do recipiente. A utilização de calor não implica em investimentos adicionais àqueles considerados neste projeto. No caso da manga, a sua imersão em água quente permite que uma leve pressão manual sobre a fruta impila a polpa para fora da casca com facilidade. Além de auxiliar na despolpa e otimizar o seu rendimento, em muitos casos, a utilização de calor na etapa de preparo também tem a função de inativar enzimas que provocam alterações na textura e flavor do produto. 4.7. Despolpa A separação da polpa do fruto é realizada mediante o esmagamento de suas partes comestíveis em centrífugas horizontais. Em geral, o despolpamento ocorre em dois estágios. No primeiro, faz-se a retirada da casca e/ou sementes. No segundo, refina-se a polpa. O despolpamento visa eliminar sementes, restos florais, fibras, etc. As sementes devem ser retiradas inteiras, pois a sua desintegração pode conferir sabor estranho ao produto. No caso do abacaxi, a despolpa é conduzida por prensagem em prensas especiais. As helicoidais, que pressionam os frutos através de sistema de rosca sem fim, são as preferidas, por incorporarem menos quantidade de ar ao produto do que em processos centrífugos. No estágio de refinamento, a polpa passa por peneiras com furos de diâmetros diferenciados e específicos para cada caso. Além da substituição de peneiras do equipamento, são trocadas também as palhetas de borracha por escovas de cerdas, para evitar quebras de caroços e sementes durante a limpeza. Para a goiaba, peneiras com furos da ordem de 0,060 a 0,045 polegadas são suficientes para reter as sementes inteiras. No caso da manga, a mesma peneira separa uma grande porção das fibras existentes. A velocidade da despolpa também influencia no rendimento e a temperatura também altera a sua eficiência, conforme o tipo de matéria-prima. Nas goiabas, o despolpamento à temperatura ambiente alcança um excelente rendimento; já para a manga, o pré-aquecimento favorece esta operação. O refinamento bem conduzido propicia a qualidade da polpa quanto à aparência, consistência e até mesmo a cor. Esta última pode ser verificada na polpa de goiaba, quando as "células duras ou pétreas", que possuem cor amarelo-palha, não são bem retiradas e reduzem a intensidade de cor no produto final, conferindo uma qualidade inferior. 4.8. Acumulação de massa no tanque de equilíbrio Nesta etapa, são acumuladas, até a capacidade do tanque, as saídas da despolpadeira. Para se conseguir atender a um padrão de qualidade uniforme e constante, nesta fase do processamento, o produto pode sofrer algumas correções visando-se atingir um padrão preestabelecido em função Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. de cada matéria-prima. Os padrões são estabelecidos a partir de avaliações sensoriais com os consumidores e através de análises físico-químicas pertinentes à legislação para o controle de qualidade. Correção de polpa de fruta: quando a polpa não estiver com o ºBrix adequado para cada fruta, faz-se a sua correção através da adição de sacarose. A leitura do ºBrix é feita pelo refratômetro. Adição de ingredientes para o extrato de tomate: para ajustar o sabor e teor de sólidos do produto, são adicionados sal e açúcar, respeitando-se os limites preconizados em regulamentações técnicas. 4.9. Tratamento térmico Após as correções, a polpa é submetida a um tratamento térmico de acordo com a sua destinação. Em alguns casos, esta etapa pode ser suprimida, promovendo-se o congelamento rápido, imediatamente após a despolpa. Pasteurização da polpa de fruta: a polpa é conduzida para um inativador enzimático (pasteurizador tubular), devido à viscosidade e à consistência do produto, onde recebe tratamento térmico suficiente para a inativação da catalase e peroxidase - enzimas que escurecem e afetam a conservação do produto acabado. O tratamento térmico indicado depende da atividade enzimática de cada material e deve ser rápido. Nesta etapa, a polpa passa por um processo de elevação da temperatura, que permite preservar as principais características (cor, sabor e aroma) da fruta original, além de contribuir para a melhoria da conservação do produto, através da redução de contagem microbiológica. Em geral, a polpa é aquecida a 90ºC (+/- 2ºC) por um período de 60 segundos ou o mínimo necessário para a destruição de microrganismos contaminantes. Os equipamentos de pasteurização possuem mecanismos de regeneração de calor e são capazes de resfriar o produto à temperatura final desejada. Concentração da polpa de tomate para a obtenção de extrato: a polpa é colocada em tachos com dupla parede, onde é aquecida e cozida com contínua agitação, para evitar sua aderência à parede do recipiente. Parte da água se evapora até que a massa atinja uma consistência pastosa, e a leitura do refratômetro seja de 18ºBrix. O tempo de evaporação e concentração do produto depende da quantidade a ser concentrada e das características do equipamento. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Esterilização comercial: este tratamento aplicado ao extrato de tomate pode ser dispensado de acordo com as características do produto no final do processo e desde que garanta uma temperatura no interior da embalagem de 92ºC. Caso torne-se difícil alcançar este patamar, a esterilização pode ser feita submetendo o produto a um banho-maria com água fervendo durante 35 minutos. 4.10. Envase e conservação O procedimento do envase está diretamente relacionado ao método de conservação escolhido. Este perfil considera a possibilidade de aplicação de dois métodos de conservação: o congelamento e o enchimento a quente ("hot-filling"), para que a indústria possa contornar problemas de falta de mercados ou excedentes de safra, visto que o armazenamento refrigerado por longos períodos é muito caro e o enchimento a quente pode ser uma alternativa, quando necessário. No primeiro método, deve ser envasada em saquinhos plásticos de 100 g para facilitar o congelamento. No segundo, a polpa ou extrato são colocados em latas (folhas de flandres revestidas com verniz) litografadas de 1 kg. O envase em saquinhos é feito mediante um dosador semi-automático. Congelamento: após a pasteurização, a polpa é resfriada ao redor de 0 e 2ºC para ser envasada em embalagens flexíveis e conduzida a congeladores apropriados, com a temperatura interna de –40º C, com capacidade de ser reduzida no interior do produto a –18º C, no menor tempo possível. O congelamento rápido preserva as características de cor, aroma e sabor e evita as deteriorações químicas, bioquímicas e microbiológicas devido à imobilização da água e inibição do crescimento de fungos, leveduras, bactérias e de reações enzimáticas. Enchimento a quente ("hot filling"): imediatamente após a pasteurização, a polpa é enviada a um sistema de enchimento, sendo envasada à temperatura de pasteurização ou próximo dela - variando de 85 a 93ºC. Este método é indicado apenas para produtos com pH abaixo de 4,5, como é a maioria das frutas tropicais, que é de natureza ácida. Em alguns casos, reduz-se o pH com a adição de ácido cítrico – por exemplo, banana e figo. Após o enchimento, coloca-se a tampa solta, espera-se o aquecimento para que parte do ar que se encontra no espaço superior da embalagem saia, criando um vácuo parcial. Para o fechamento das latas, utiliza-se uma recravadeira manual. Após o enchimento e fechamento hermético, a embalagem deve ser invertida e permanecer nessa posição por um período de três a cinco minutos, e seguir para o resfriamento. É importante que a temperatura caia rapidamente para 37ºC no centro da embalagem. O resfriamento é feito através de banhos com jatos de água gelada e deve ser feito o mais rapidamente possível, para evitar alterações na cor e no sabor, além do desenvolvimento de bactérias termófilas, que poderiam deteriorar o produto. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. 4.11. Armazenamento As polpas congeladas em saquinhos de 100 g devem ser acondicionadas em caixas de papelão e armazenadas em câmaras frias com temperatura de –18º C. No caso de polpa de frutas ou extrato de tomate envasados a quente em latas de 1 kg, após o resfriamento, o produto pode ser estocado em local seco e ventilado. Vale a pena enfatizar que o objetivo principal deste perfil agroindustrial é a produção de polpa congelada; a inclusão do extrato de tomate vem ocupar um espaço decorrente das entressafras das frutas consideradas. A aplicação do "hot-filling" para a polpa deve ser feita apenas para solucionar problemas de excedentes de safra que onerem demais o uso de refrigeração para o seu estoque. 5. Aproveitamento e Tratamento de Resíduos Do processamento mínimo de frutas, aproximadamente 50% do peso total da matéria-prima recebida é descartada na forma de folhas, talos ou cascas. Esse descarte é impróprio para o consumo humano, mas pode ser utilizado como matéria-prima para a compostagem ou encaminhado para a alimentação animal. 5.1. Compostagem Alguns resíduos da fábrica provenientes de certas frutas podem ser utilizados como fertilizantes de solo e como adubos de cobertura nos cultivos das lavouras. Dessa forma, os resíduos devem ser triturados em picadores de capim e secos ao sol. A utilização dos resíduos ainda úmidos não é recomendável, pois podem ocorrer processos fermentativos, proliferação de insetos, odores desagradáveis e danos biológicos às camadas do solo. O adubo é obtido por meio de práticas de compostagens simples, sendo formado através da transformação dos restos orgânicos pelos microorganismos do solo. O que ocorre é uma fermentação aeróbia, sendo necessário remexer o produto durante todo o processo, o qual pode durar meses. Um fator importante a se considerar nesse processo é a quantidadede nitrogênio presente nos resíduos, pois determina a velocidade de decomposição. Após o processo de compostagem, temos o chamado húmus. Este composto pode ser utilizado como fertilizante orgânico em substituição a produtos químicos. Maiores informações sobre esta técnica podem ser obtidas no LESA – Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental - da Universidade Federal de Viçosa. 6. Controle de Qualidade Qualidade deve ser entendida como conseqüência de um controle efetivo de matéria-prima, insumos e ingredientes; do controle do processo e de pessoal, e da certificação destas etapas pela Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. inspeção de produto acabado, além da determinação da vida de prateleira do produto, que deve ser informada no rótulo. Esta última é uma responsabilidade da própria agroindústria, que no caso de polpas de frutas congeladas e armazenadas a uma temperatura de –18ºC, pode variar de 6 a 12 meses, e para o extrato de tomate, é de até 2 anos. Mais detalhes sobre atributos de qualidade podem ser observados no Anexo, no final deste livro. 6.1. Algumas sugestões sobre o Controle do Processo Além de determinações químicas, físicas e sensoriais, como a medida de pH, acidez, potencial de geleificação, vácuo, peso líquido e drenado, sólidos solúveis, caracterização dos defeitos e materiais estranhos encontrados através de análise visual, também devem ser monitoradas a execução de cada etapa do processo. O monitoramento deve observar desde a constatação de que o estágio de maturação tenha sido controlado adequadamente, passando pela verificação da eficiência da seleção, despolpamento, pasteurização e congelamento. Ou seja, deve- se averiguar se o modo como está sendo conduzida cada etapa está sendo satisfatório. Em anexo, são apresentadas algumas tabelas para se registrar o controle de cada etapa do processamento. Após o despolpamento, deve se evitar a aeração do produto para evitar a incorporação de ar, que degrada substâncias como o ácido ascórbico (no caso da acerola) e alterações de cor, aroma e sabor. Algumas práticas, como a transferência da polpa da despolpadeira para o tanque de equilíbrio pela parte de baixo, minimizam a sua agitação. Com relação ao controle microbiológico nos alimentos ácidos (3,7<pH<4,5), bactérias fungos e leveduras podem causar deterioração, mas em geral são microrganismos com baixa resistência térmica. Temperaturas entre –5 e –7ºC inibem quase que completamente o crescimento de fungos, leveduras e bactérias. Nos produtos enlatados (não congelados), o risco é o Bacillus thermoacidurans, resistente ao calor e responsável pela produção de ácidos sem produção de gás. Pode causar alteração de sabor, mas não é responsável por toxiinfecções alimentares, mas seu controle é feito através da higienização da planta industrial. Nos alimentos altamente ácidos (pH<3,7), bactérias acidúricas, fungos e leveduras também podem causar deterioração, mas a resistência térmica é muito baixa e há muito poucas enzimas presentes. Portanto, pode-se dizer que os processos considerados neste perfil são formas eficiente de controlar as qualidades microbiológicas do produto final, mantendo-se as condições de armazenamento prescritas. Além do procedimento de congelamento ser efetuado com rapidez, deve-se garantir que a temperatura de estocagem dos produtos congelados esteja na faixa de –23ºC (+/- 5ºC) e que se promova o transporte até os postos de comercialização em veículos refrigerados, capazes de manter a temperatura desejada. Nos produtos enlatados, geralmente se faz um teste de vazamento, que consiste na imersão Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. da lata em tanques de água quente a 95ºC. Se ocorrer vazamento, deve-se mandrilhar ou soldar o local e fazer novo teste. O produto deve passar por um "período de quarentena" para vistorias diárias, antes de ser entregue ao comércio. Este período objetiva garantir a sua estabilidade, observando se ocorrem alterações, como estufamento da embalagem; aparecimento de mofo na superfície do produto quando se abre a embalagem; escurecimento da superfície do produto por ação do oxigênio residual e mudança desfavorável de sabor e cor. O detalhamento sobre planos de amostragem também está no Anexo, no final deste livro. 6.2 Normas Técnicas A seguir apresentam-se algumas resoluções e portarias específicas para processamento de extrato de tomate e polpa de frutas. Em anexo, acrescentam-se as portarias aplicadas a todos grupos de alimentos. 6.2.1. Regulamento Técnico Geral para Fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para Polpa de Fruta (Instrução Normativa de 07 de janeiro de 2000 aprovada pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento). Esta norma se aplica apenas à "polpa de fruta" destinada ao consumo como bebida. Para outros fins, deve seguir a resolução 12/78. O atual regulamento define a polpa de fruta como sendo o produto não fermentado, não concentrado, não diluído, obtida de frutos polposos, através de processo tecnológico adequado, com um teor mínimo de sólidos totais - proveniente da parte comestível -, que é estabelecido para cada fruta específica. Quando destinada à industrialização de bebidas e não ao consumo direto, a polpa poderá ser adicionada de aditivos químicos previstos. Poderá ser adicionado de acidulantes como regulador de acidez, conservadores químicos e corantes naturais, nos mesmo limites estabelecidos para sucos de frutas, ressalvando os casos específicos. O rótulo da polpa não deverá apresentar desenhos ou figuras de outros tipos de frutas presentes na sua composição. A polpa não adicionada de conservantes químicos poderá trazer no rótulo a expressão "sem conservador químico". A polpa de fruta deverá observar os limites máximos microbiológicos abaixo fixados: soma de bolores e leveduras: máximo 5x 103/g para polpa "in natura", congelada ou não, e 2x103/g para polpa conservada quimicamente e/ou que sofreu tratamento térmico; Coliforme fecal: máximo 1/g; Salmonella: ausente em 25g. Estes limites podem ser alterados em normas específicas de cada tipo de polpa de fruta, conforme suas características peculiares. Esta norma aplica-se também às polpas de hortaliças e de outros vegetais. Abaixo é apresentado um quadro-resumo com algumas características físicas, Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. químicas e organolépticas estabelecidas neste regulamento para as polpas de maracujá, manga e goiaba. Ele também estabelece os padrões para polpas de acerola, cacau, cupuaçu, graviola, açaí, caju, pitanga, uva, cajá, melão, mangaba, e para sucos de maracujá, caju, caju com alto teor de polpa, caju clarificado (cajuína), abacaxi, uva, pêra, maçã, limão, lima ácida e laranja. Tabela A: limites de tolerâncias de características físicas, químicas e organolépticas. Manga Goiaba Maracujá Mín Máx Mín Máx Mín Máx PH 3,3 4,5 3,5 4,2 2,7 3,8 Sólidos solúveis em ºBrix, a 20ºC 11,00 - 7,00 - 11,00 - Acidez total expressa em ácido cítrico (g/100g)0,32 - 0,40 - 2,50 - Açucares totais, naturais da fruta (g/100g) - 17,00 - 15,00 - 18,00 Sólidos totais (g/100g) 14,00 - 9,00 - 11,00 - Ácido ascórbico (mg/100g) - - 40,00 - - - Cor Amarelo Variável de branco a vermelho De amarelo a alaranjado Sabor Doce, levemente ácido, próprio Levemente ácido, próprio Ácido Aroma Próprio Próprio Próprio 6.2.2. Resolução n.º 12/78 da Comissão Nacional de Normas e padrões para Alimentos (CNNPA) para polpa ou purê. Segundo a NTA 12/9 desta resolução, tem-se que a polpa ou purê de fruta é o produto obtido pelo esmagamento das partes comestíveis das frutas carnosas, por processos adequados. O produto será designado por "polpa", seguido do nome da fruta de origem. Exemplo: "polpa de goiaba". O produto deverá ser preparado com frutas sadias, limpas, isentas de matéria ferrosa, de parasitas, e de outros detritos animais e vegetais. Não deverá conter fragmentos das partes consideradas não comestíveis das frutas, tais como casca, sementes e caroço, nem substâncias estranhas à sua composição normal, exceto as previstas pela norma. É tolerada a adição de sacarose, na proporção declarada no rótulo. À medida que a CNNA for fixando padrões de identidade e qualidade para os alimentos (e bebidas) constantes desta resolução, estas prevalecerão sobre as Normas Técnicas Especiais. Portanto, para polpas de frutas destinados ao consumo como bebida prevalesce o regulamento citado no item 11.1.1. deste perfil. Características organolépticas: aspecto: pasta mole cor: própria cheiro: próprio sabor: próprio Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Características microbiológicas: Polpas de frutas envasadas e que receberam tratamento térmico adequado, após 10 dias de incubação a 35ºC, não deverão apresentar sinais de alterações nas embalagens (estufamentos, alterações, vazamentos, corrosões internas), bem como quaisquer modificações de natureza física, química ou organoléptica do produto. Os demais tipos de polpa de frutas deverão obedecer ao seguinte padrão: i. Bactérias do grupo coliforme: máximo de 102/g ii. Bactérias do grupo coliforme de origem fecal: ausência em 1 g iii. Salmonellas: ausência em 25 g iv. Bolores e leveduras: máximo 102/g. Deverão ser efetuadas determinações de outros microrganismos e/ou substâncias tóxicas de origem microbiana, sempre que se tornar necessária a obtenção de dados sobre o estado higiênico sanitário dessa classe de alimentos ou quando ocorrerem toxinfecções alimentares. Características microscópicas: Ausência de sujidades, parasitos e larvas. 6.2.3 Resolução n.º 12/78 da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos (CNNPA) para extrato de tomate. O extrato de tomate é o produto resultante da concentração da polpa dos frutos maduros e sadios do tomateiro Solanum Lycopersicum por processo tecnológico adequado. O produto é designado por "Extrato de tomate", podendo também ser denominado "massa de tomate" ou ainda "concentrado de tomate." O produto deve ser preparado a partir de frutos maduros, sadios, sem pele e sem semente. De acordo com as normas, tolera-se a adição de 1% de açúcar e de 5% de cloreto de sódio. Características organolépticas: Aspecto : massa mole; Cor: vermelha; Cheiro: próprio; Sabor próprio. Características microbiológicas: Após 14 dias de incubação a 35ºC, não se deve observar sinais de alterações na embalagem (estufamentos, alterações, vazamentos, corrosões internas), bem como quaisquer modificações de natureza física, química ou organoléptica do produto. 7. Dimensionamento, localização e obras Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. O dimensionamento das instalações físicas proposto neste perfil para processar 1.800 kg de matéria-prima por dia procurou compatibilizar um investimento inicial propício a pequenos e médios investidores associativados com uma capacidade de produção adequada ao mercado. Para o processamento de 1,8 toneladas/dia, em condições adequadas, é necessário um galpão industrial com 125,3 m2 e pé-direito de 4 m. No croqui da unidade agroindustrial (UA), apresentado no software SAAFI-Agro, pode-se observar a disposição recomendada para as máquinas e equipamentos, bem como uma noção básica das suas dimensões. As demais orientações sobre obras e instalações podem ser encontradas no Anexo, no final deste livro. 8. Equipamentos Os equipamentos necessários para as operações deste empreendimento e os seus respectivos códigos no croqui são apresentados a seguir. Todos podem ser adquiridos no mercado interno e muitas informações sobre fornecedores potenciais estão disponíveis em alguns sites da Internet listados no Anexo, no final deste livro. A descrição foi definida de acordo com as suas características previstas neste perfil, com os seus respectivos preços apresentados na parte de avaliação financeira (software SAAFI-Agro). O croqui da fábrica e a lista dos equipamentos necessários para as operações deste empreendimento com os seus respectivos códigos no croqui são apresentados a seguir. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Código Descrição E1 Lavador por imersão Conjunto de tanque e cesto redondos construídos em aço inox para serem utilizados na primeira etapa da lavagem, com capacidade para 80 litros. Serão necessários dois lavadores. Dimensões do tanque: 500 x 500 mm. Dimensões do cesto: 470 x 480 mm. E2 Mesa para aspersão Mesa para aspersão com lavagem atomizada, totalmente confeccionada em aço inox com chapa perfurada e bomba centrífuga. Dimensões: 1.600 x 800 x 1.500 mm. E3 Prensa para abacaxi Prensa helicoidal semi-cônica, 100% confeccionada em aço inox. Produção aproximada de 1000 kg/h, com motor elétrico de 4 c.v. Dimensões: 1.300 x 400 x 1.450 mm; peso 160 kg. E4 Mesas de preparo Totalmente confeccionadas em aço inox, com bordas. Serão necessárias duas mesas para preparo. Dimensões: 2.000 x 1.000 x 800 mm. E5 Despolpadeira Despolpadeira 0,5 df, totalmente confeccionada em aço inox, com moto-redutor de 2,0 c.v. mono/trifásico, com chave elétrica e uma peneira com furos de 1,5 mm para despolpar. Dimensões: 1.000 x 460 x 1.400 mm; peso 110 kg. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. --- Peneiras para refinar Peneira par 0,5 df com furo de 0,6 mm para refinar. Serão necessárias três peneiras para refinar. E6 Pasteurizador tubular Composto por trocador de calor tubular do tipo rápido com regeneração de 80 – 90%, capaz de aquecer e resfriar o produto, retardador tubular, aquecedor de água, bomba de água quente, painel elétrico e comandos, curvas, tubos e conexões. Todas as partes em contato com o produto são construídas em aço inox AISI 304, dispõe de gabinete e isolamentotérmico. Capacidade para 200 litros de polpa/hora. Alimentação 220 V, monofásico. E7 Tanque pulmão (250 l) Totalmente confeccionado em aço inox, usado para armazenar a polpa produzida para alimentação constante do dosador. E8 Dosador semi-automático Totalmente construído em aço inox, com moto-redutor de 0,5 c.v., mono/trifásico, com chave elétrica. Possui três velocidades de dosagem, podendo fazer dosagens de 5 a 500 g. Produção média de 600 a 1.100 embalagens/hora. Dimensões: 1.400 x 730 x 500 mm. Peso 50 kg. E9 Seladora de pedal Seladora de pedal para selagem de saquinhos, motor 110/220 V monofásico. E10 Mesas auxiliares Mesa para apoio do dosador, totalmente construída em aço inoxidável. E11 Bomba de transferência Bomba centrífuga com motor de 1 c.v. - 220V, motor totalmente revestido de aço inoxidável AISI 304, provida de pés. Cabeça da bomba totalmente confeccionada em aço inox. E12 Recravadeira manual (lata de 1 kg) Recravadeira de coluna manual com pedal para prender e girar a lata na hora da recravação. Produção de até 25 latas por minuto. E13 Tacho semi-esférico com camisa dupla (50 litros) Cavalete fabricado em aço carbono com pintura anticorrosiva e tacho construído em aço inox 304 (corpo duplo). Possui trava de segurança no sistema de tombamento para extração do produto. Dispõe de dispositivo de alívio de pressão, com manômetro e válvula de segurança. Agitador com moto-redutor. Aquecimento a vapor. --- Datador Datador do tipo hot-stamping, usado para estampar informações de rótulo nas embalagens de polpa de fruta congelada. --- Caldeira a vapor (100 kgv/h) Caldeira geradora de vapor horizontal, com funcionamento à lenha, capacidade para gerar 100 kg/h de vapor Utensílios diversos Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. --- --- Bandeja: usada para acondicionar os saquinhos com polpa. Balde: capacidade de 16 litros, totalmente confeccionado em aço inox, com alças. E14 Carrinho transportador de bandejas Totalmente construído em aço inox, com capacidade para 18 bandejas. Utilizada no transporte das embalagens do dosador para a seladora de pedal. E15 Congelador Congelador rápido de alimentos, com capacidade nominal de congelamento de 70 kg de polpa por ciclo, composto de uma única estrutura com todos os componentes necessários para o seu funcionamento. Capacidade para 12 bandejas, com sensor de temperatura e painel indicador, isolamento em poliuretano. Construído em aço inox e com compressor semi-hermético, condensação a ar e alimentação elétrica de 380 V/ 3 Ph/ 60 Hz. Dimensões: 840 x 1.100 x 2.000 mm. --- Câmara fria Construída em alvenaria com conjunto compressor para congelamento com capacidade de 3.000 kg de massa. Dimensões: 2.000 x 3.000 x 3.300 mm. --- Picotadeira de resíduos Usada no tratamento de resíduos industriais, com dimensões de 0,67 x 0,60 x 0,75 m, polia de máquina em alumínio 380 mm, moega desmontável chapa 16, disco rotor de 600 rpm. Lâminas repuxadas (04 unidades, chapa 16). Motor IV pólos elétricos de 1,5 c.v. Polia do motor com 1 canal B –100 mm. Correia B e rolamento ref. 6205. --- --- Instrumentos de laboratório pHmetro: aparelho de bancada provido de eletrodo, suporte e soluções de aferição. Refratômetro: Refratômetro manual portátil escala de 0 a 32% de BRIX divisão de 0,2%. Medidor do conteúdo de açúcar, na plantação de cana-de-açúcar é utilizado para o controle de maturação. E16 Balança comercial (15 kg) Balança eletrônica de bancada, dotada de uma única célula de carga devidamente dimensionada para a capacidade requerida. Gabinete em ABS injetado; prato de pesagem em aço inoxidável AISI 430 polido, teclado à prova de respingos de água e poeira, com retorno sonoro, display vácuo-florescente com 6 dígitos de 12 mm; alimentação elétrica: 110/220 VCA, 50/60 Hz, selecionável. Capacidade de Pesagem: 15 kg x 5 g Dimensões do prato: 35 x 25 cm. 9. Relatório da análise financeira do “Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais” Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. Produção de polpa de frutas e extrato de tomate Capacidade Operacional da Fábrica: 1800,00 (kg/dia) Dias de funcionamento por ano: 270,00 (dias) Processamento anual de frutas: 486000,00 (kg/ano) QUADRO 1:GASTOS COM OBRAS CIVIS ITEM DESCRIÇÃO UNID. QUANT. VALOR (R$) 1 Terreno m2 500,00 2500,00 2 Terraplenagem m2 165,30 124,08 3 Sede agroindústria m2 40,00 9160,21 4 Unidade agroindustrial m2 125,30 24420,76 5 Aproveitamento de resíduos m2 0,00 0,00 6 Estudos e projetos de engenharia % 6,00 2172,30 7 Supervisão de Construção % 2,00 724,10 Total a ser aplicado em Obras Civis 39101,45 QUADRO 2: GASTOS COM AQUISIÇÃO E INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ITEM DESCRIÇÃO UD. QUANTI. VALOR (R$) Equipamentos 1 Lavador por imersão (80 l) ud. 2 1740,00 2 Mesa para aspersão ud. 1 2380,00 3 Prensa para abacaxi ud. 1 6845,00 4 Mesas de preparo ud. 2 1940,00 5 Despolpadeira ud. 1 3620,00 6 Peneiras para refinar ud. 3 1650,00 7 Pasteurizador tubular ud. 1 13900,00 8 Tanque pulmão (250 l) ud. 1 1740,00 9 Dosador semi automático ud. 1 3221,00 10 Seladora de pedal ud. 1 483,00 11 Mesas auxiliares ud. 2 740,01 12 Bomba de transferência portátil ud. 1 618,84 13 Recravadeira manual (lata de 1kg) ud. 1 4500,00 14 Tacho com camisa dupla (50 kg) ud. 1 3198,00 15 Datador ud. 1 1730,00 16 Caldeira a vapor (100 kgv/h) ud. 1 4198,18 17 Utensílios (bandejas, baldes, etc.) conjunto 1 1500,00 18 Carrinho transportador de bandejas ud. 1 700,00 19 Congelador ud. 1 32470,00 20 Câmara fria ud. 1 11800,00 21 Picotadeira de resíduos ud. 1 1300,71 22 Instrumentos de laboratório conjunto 1 2664,45 23 Balança comercial (15 kg) ud. 1 409,27 Unidades de Apoio Complementares 24 Montagem % 10 10334,85 25 Materiais Permanentes --- --- 3000,00 26 Linhas Externas % 5 5834,17 27 Segurança e Proteção contra Incêndio % 1 1166,83 28 Eventuais % 5 5834,17 29 Taxa de associação da EAN do Brasil ud. 1 112,06 30 Frete % 3 3100,45 31 Veículos ud. 1 23387,00 Total a ser aplicado em EQUIPAMENTOS DA AGROINDÚSTRIA 156117,99 (24); (30) Calculado sobre o custo dos equipamentos (FOB) Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. (25) Engloba móveis utensílios, materiais de escritório, linhas telefônicas etc. (26); (27) e (28) Calculado sobre o custo do equipamento montado QUADRO 3: NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO ITEM DESCRIÇÃO PRAZO (dias) VALOR(R$) 1 Matéria-prima principal 1,00 742,26 2 Outros ingredientes e materiais secundários 30,00 5190,69 3 Bens em processo Variado 12670,81 4 Insumos 90,00 1148,60 5 Produtos acabados em estoque 1,00 1319,97 6 Produção vendida a prazo 10,00 13199,67 7 Reserva de caixa 30,00 41558,95 8 Desconto bancário 10,00 -12539,69 Total a ser aplicado em CAPITAL DE GIRO 63291,27 (4) Os insumos consideradosaqui são gastos com água, energia e lenha; o relatório considera 90 dias para este item QUADRO 4: DADOS APLICADOS NA ESTIMATIVA DE VENDAS A PRAZO E DESCONTOS BANCÁRIOS Percentual da produção vendida a prazo (% sobre o custo de produção referente à produção obtida durante o prazo de pagamento oferecido) 100,00 Taxa de juros para o desconto de títulos (% sobre o valor das vendas a prazo) 5,00 QUADRO 5: SALÁRIO MÍNIMO CONSIDERADO SALÁRIO MÍNIMO BASE (R$) 151,00 QUADRO 6: DESPESAS FIXAS DE CAPITAL - ANUAL ITEM FUNÇÃO N.º de Pessoas Encargos (%) Custo Mensal por Pessoa (R$) TOTAL (R$) 1 Gerente Geral 1 88 1419,40 17032,80 2 Secretária 1 88 567,76 6813,12 ITEM DESCRIÇÃO VALOR ANUAL(R$) 3 Depreciação da UA 16736,45 4 Impostos e seguros da UA 3483,44 5 Custo de oportunidade da UA 150,00 Descrição Custo Unitário (R$) 6 Duas taxas semestrais da EAN do Brasil para concessão de uso de códigos de barra 165,48 330,96 ESTIMATIVA DO CUSTO FIXO TOTAL ANUAL DA UA 44546,77 QUADRO 7:TAXAS DE COBRANÇA DE SEMESTRALIDADE FORNECIDAS PELA EAN (SET/1998) Faturamento anual Taxa de semestralidade Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. MÍN MÁX R$ 0,00 300.000,00 107,4 300.000,00 1.000.000,00 165,48 1.000.000,00 6.000.000,00 380,34 6.000.000,00 > 787,85 QUADRO 8: ESTIMATIVA DO CUSTO VARIÁVEL ANUAL ITEM INSUMOS UNID. QUANTI. UNIT. (R$) TOTAL (R$) Matérias-primas principais 1 Manga kg 87480,00 0,44 38429,96 2 Goiaba kg 72900,00 0,57 41771,70 3 Maracujá kg 82620,00 0,42 34716,92 4 Abacaxi kg 72900,00 0,42 30632,58 5 Acerola kg 82620,00 0,40 33138,88 6 Tomate kg 87480,00 0,25 21721,28 Ingredientes 7 Sacarose kg 893,77 0,40 358,49 8 Cloreto de sódio kg 174,96 0,19 33,42 Materiais secundários 9 Saquinhos plásticos (100 g) ud 1321434, 00 0,01 12553,62 10 Latas de 1 kg ud 83430,00 0,35 29479,99 11 Caixas de papelão ud 13214,34 0,32 4290,70 Insumos 12 Material de Limpeza kg 49,00 5,50 269,50 13 Material de escritório ud. 1,00 1199,48 1199,48 14 Energia kwh 13213,00 0,07 924,91 15 Água m3 162,00 0,82 132,84 16 Lenha m3 63,00 10,00 630,00 17 Cloro ativo kg 486,00 0,27 129,96 18 Ácido cítrico kg 49,00 3,25 159,10 Mão-de-Obra Operacional 19 Não-especializada Pessoa 6,00 283,88 15329,52 20 Semi-especializada Pessoa 0,00 851,64 0,00 21 Especializada Pessoa 0,00 0,00 0,00 Estimativas percentuais 22 Manutenção % 2,50 3902,95 23 Custo financeiro e outros % 5,00 3274,58 24 Custos de qualidade % 10,00 6549,15 25 Vendas % 5,00 16687,30 26 ICMS % varia de 7 a 12% 60074,27 27 TOTAL 356391,10 (14) Refere-se à demanda provável absorvida da rede. (22) Calculada sobre o total dos investimentos com equipamentos, montagem e instalações. (23) Calculada sobre o total dos custos operacionais; refere-se aos gastos decorrentes de operações bancárias e a despesas eventuais não previstas que possam ocorrer com a fábrica em operação. (24)Calculada sobre a receita bruta anual, refere-se aos gastos com análises laboratoriais, treinamento de funcionários, custos de prevenção, etc. (25) Calculado sobre a receita bruta anual; refere-se à comissão concedida aos vendedores. (26) Calculado sobre a receita bruta anual. Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. QUADRO 9: CUSTOS UNITÁRIOS ITEM PRODUTO CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO (R$) CUSTO FIXO UNITÁRIO (R$) CUSTO DE PRODUÇÃO UNITÁRIO (R$) 1 Polpa de manga congelada (100 g) 0,14 0,02 0,15 2 Polpa de manga em lata (1 kg) 1,48 0,15 1,63 3 Polpa de goiaba (100 g) 0,15 0,02 0,16 4 Polpa de goiaba em lata (1 kg) 1,56 0,14 1,70 5 Polpa de maracujá (100 g) 0,26 0,04 0,29 6 Polpa de maracujá em lata (1 kg) 2,56 0,33 2,89 7 Polpa de abacaxi (100 g) 0,21 0,03 0,25 8 Polpa de abacaxi em lata (1 kg) 2,17 0,27 2,45 9 Polpa de acerola (100 g) 0,11 0,01 0,13 10 Polpa de acerola em lata (1 kg) 1,25 0,12 1,37 11 Extrato de tomate (1 kg) 2,48 0,41 2,89 QUADRO 10: CUSTOS TOTAIS DE PRODUÇÃO ITEM PRODUTO CUSTO VARIÁVEL ANUAL (R$) CUSTO FIXO ANUAL (R$) CUSTO DE PRODUÇÃO ANUAL (R$) 1 Polpa de manga congelada (100 g) 47955,47 5791,08 53746,55 2 Polpa de manga em lata (1 kg) 21988,02 2227,34 24215,36 3 Polpa de goiaba (100 g) 42864,35 4454,68 47319,03 4 Polpa de goiaba em lata (1 kg) 25297,93 2227,34 27525,27 5 Polpa de maracujá (100 g) 37603,43 5345,61 42949,04 6 Polpa de maracujá em lata (1 kg) 17278,83 2227,34 19506,17 7 Polpa de abacaxi (100 g) 31343,58 4454,68 35798,25 8 Polpa de abacaxi em lata (1 kg) 17604,67 2227,34 19832,01 9 Polpa de acerola (100 g) 43693,69 5345,61 49039,30 10 Polpa de acerola em lata (1 kg) 22522,47 2227,34 24749,81 11 Extrato de tomate (1 kg) 48238,67 8018,42 56257,08 TOTAIS ANUAIS 356391,10 44546,77 400937,87 Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. QUADRO 11: PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO ITE M PRODUTO % DA MP POR PRODUTO QUANTIDADE DE MATÉRIA- PRIMA DIÁRIA (kg) RENDIMENTO (%) PRODUTO S POR DIA (kg) 1 Polpa de manga congelada (100 g) 13,00 234,00 55,00 128,70 2 Polpa de manga em lata (1 kg) 5,00 90,00 55,00 49,50 3 Polpa de goiaba (100 g) 10,00 180,00 60,00 108,00 4 Polpa de goiaba em lata (1 kg) 5,00 90,00 60,00 54,00 5 Polpa de maracujá (100 g) 12,00 216,00 25,00 54,00 6 Polpa de maracujá em lata (1 kg) 5,00 90,00 25,00 22,50 7 Polpa de abacaxi (100 g) 10,00 180,00 30,00 54,00 8 Polpa de abacaxi em lata (1 kg) 5,00 90,00 30,00 27,00 9 Polpa de acerola (100 g) 12,00 216,00 67,00 144,72 10 Polpa de acerola em lata (1 kg) 5,00 90,00 67,00 60,30 11 Extrato de tomate (1 kg) 18,00 324,00 20,00 64,80 QUADRO 12: ESTIMATIVA DA RECEITA ANUAL ITEM Produto Produtos embalado s / ano Alíquota ICMS (%) Preço de Venda FOB (R$/ud) TOTAL ANUAL (R$) 1 Polpa de manga congelada (100 g) 347490,00 18,00 0,20 69498,00 2 Polpa de manga em lata (1 kg) 14850,00 18,00 1,95 28957,50 3 Polpa de goiaba (100 g) 291600,00 18,00 0,18 52488,00 4 Polpa de goiaba em lata (1 kg) 16200,00 18,00 1,80 29160,00 5 Polpa de maracujá (100 g) 145800,00 18,00 0,31 45198,00 6 Polpa de maracujá em lata (1 kg) 6750,00 18,00 3,10 20925,00 7 Polpa de abacaxi (100 g) 145800,00 18,00 0,26 37908,00 8 Polpa de abacaxi em lata (1 kg) 8100,00 18,00 2,60 21060,00 9 Polpa de acerola 390744,00 18,00 0,18 70333,92 Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003. (100 g) 10 Polpa de acerola em lata (1 kg) 18090,00
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