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CIÊNCIAS CONTÁBEIS MÓDULO C – FASE II – 2015 – NÚCLEO ESPECÍFICO – GUIA DE ESTUDO - AULA1 DISCIPLINA: CONTABILIDADE ATUARIAL Nesta disciplina iremos trabalhar os seguintes temas: 1.Retrospectiva histórica do seguro no Brasil; 2.Conceitos básicos do seguro; 3. Normas específicas para contabilidade de seguros e plano contábil; 4.Atos e Fatos Administrativos para companhias de Seguros; 5.Escrituração, e; 6.A estrutura do BP de empresas seguradoras. Nesta aula iremos trabalhar a retrospectiva histórica do seguro no Brasil 1.INTRODUÇÃO As diretrizes emitidas pelo CFC da matriz curricular para “ Ciências Contábeis” orienta que o graduando de ciências tenha noções de atuariais, como o curso ofertado pelo “ Centro Universitário Uninter” tem como um dos objetivos que seus alunos estejam na vanguarda de determinadas áreas, buscou nesta aula não apenas contemplar as noções sobre “ Atuarial”, buscou –se também evidenciar como a contabilidade atua neste segmente econômico. Conforme Figueiredo (2012), seguro e um plano social que combina os riscos de muitos indivíduos dentro de um grupo. Atuarialmente prevê perdas e usa os fundos das contribuições dos membros do grupo para efetuar o pagamento de indenizações, quando são devidas, nas condições e termos do contrato. No mecanismo do seguro, as pessoas e as organizações ajudam-se uma as outras em troca de contribuições (prêmios), relativamente pequenas, obtendo tranquilidade e segurança econômica contra as grandes perdas potenciais, que são transferidas para todo o grupo, evidentemente por meio de um contrato de seguros. 1.1 COMO SURGIU O ESTUDO DAS CIÊNCIAS “ATUARIAIS” Surgiu na Inglaterra, no final da metade do século XIX, portanto, há mais de 150 anos, e é considerada área de conhecimento multidisciplinar, pressupondo o domínio de conceitos de economia, administração, contabilidade, matemática, finanças e estatística para o entendimento dos modelos atuariais. Estudos realizados dão conta de que ela se voltava para o cálculo da expectativa de vida, com interesse nas questões de aposentadoria e pensão. Embora no século XVII, a Inglaterra e a Holanda, empenhavam-se em vender aos seus súditos, títulos públicos que asseguravam ao tomador a percepção de uma renda vitalícia. Assim, foi necessário determinar com a maior precisão a importância em dinheiro que deveria ser cobrada em contraprestação ao serviço, para que não houvesse prejuízo à coroa, trabalho destinado aos melhores matemáticos da época. Com isso, foi-se criando a base para o surgimento da matemática atuaria, principalmente a partir do cálculo da probabilidade de Pascal, de Graunt e Edmond Halley, na Inglaterra, e De Witt, na Holanda, a partir dos registros de nascimentos e óbitos, estudaram o problema levando em conta as leis da probabilidade e a expectativa de vida humana. Os avanços no cálculo de anuidades apresentados por James Dodson nesta época renderam-lhe o título de inventor da ciência atuarial. O título de primeiro atuário da História é atribuído à Domitius Ulpiames, prefeito de Roma durante o Império Romano, considerado um dos maiores economistas de sua época. Foi ele quem deu os primeiros passos para o desenvolvimento do seguro de vida, pois se interessou pelo assunto e estudou documentos sobre nascimentos e mortes dos romanos. No século XX, a área de seguros expandiu a abrangência do estudo atuarial, e a inserção cada vez mais frequente das empresas de seguro e pensão no mercado financeiro, fez com que a ciência atuarial se especializasse cada vez mais em campos econômicos e financeiros. A partir de então, a atuária se desenvolveu, principalmente à medida que outros matemáticos, economistas e filósofos se interessaram pelo assunto. Cada vez mais houve a construção e especialização das tábuas de vida, como também o desenvolvimento das comutações, ferramenta do cálculo atuarial. Também aconteceu nesse período o 1º Congresso Internacional de Atuária em Bruxelas, no ano de 1895. Assim as empresas seguradoras passaram a oferecer programas de seguro de vida e outras especializações, o que gerou cada vez maior necessidade do desenvolvimento das ciências atuariais. 1.2 RESTROPECTIVA HISTORICA NO BRASIL Conforme Figueiredo (2012), a primeira seguradora brasileira, denominada Boa Fé, foi autorizada a funcionar em 4 de fevereiro de 1808. Em 1853, foi criada a primeira sociedade de seguros terrestres, a Interesse Publico, e em 1855 a primeira companhia de seguros de vida, chamada de Tranquilidade. Segundo ainda referida autora, em 1850, as operações de seguros no Brasil se regiam pela legislação portuguesa, quando foi publicado o código comercial brasileiro. Em 1895, o decreto 249 estabeleceu o primeiro regulamento brasileiro que determinava medidas de fiscalização para as companhias (estrangeiras) de seguros que estavam estabelecidas no brasil que atuavam na área de seguro de vida. Em 1901, por meio do decreto 4.270, conhecido como decreto” Murtinho” , criou a “ superintendência geral de seguros” , criando um certo desconforto entre as sociedades estrangeiras, a nova regulamentação de 1903, extinguiu a SGS e criou a Inspetoria de Seguros, seus efeitos refletiram ate a Revolução de 1930, neste período o mercado nacional segundo Figueiredo(2012) teve seu empenho prejudicado devido a privilégios que as seguradoras estrangeiras de transferir livremente parte de suas operações para as matrizes que ficavam fora do Pais. Figueiredo (2012), comenta que com advento do código civil de 1916, atividade de seguros passou a ter uma estrutura legal mais solida e, em 1920 e 1924, foram baixados novos decretos novos decretos que regulavam as operações de seguros de acordo com modelo determinado pelo Código Civil, a mesma autora aferi que em 1932, o decreto nº. 21.828 aprovou o um novo regulamento sobre as operações de seguros. No ano 1933 a inspetoria de seguros se transferiu para o ministério do trabalho, indústria e comercio e, no ano seguinte, foi substituída pelo departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização (FIGUEIREDO, 2012). Em 1939, foi criado o IRB (instituto de resseguros no Brasil), o grande mérito do instituto se deve ao fortalecimento das seguradoras brasileiras. O IRB, atualmente é uma sociedade de economia mista com 50% de seu capital pertencente às sociedades seguradoras, permanecendo, ate bem recentemente, como ressegurador exclusivo. Conforme Figueiredo (2012), com a nova redação dada ao INCISO II artigo nº 192 da constituição de 1988, o monopólio do resseguro, que dava ia IRB a condição de ressegurador exclusivo sofreu mudança. O decreto n.º 4.986, de 12 de fevereiro de 2004, em seu artigo 1º ratifica a competência do CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados), órgão colegiado integrante da estrutura básica do Ministério da Fazenda: exercer a regulação, normalização e coordenação das atividades de seguros, resseguros, previdência complementar aberta e capitalização. (FIGUEIREDO, p.06, 2012) 1.3 Definição Segundo Souza (2015) apud Dicionário Aurélio (2005), a Atuária, “é a parte da estatística que investiga problemas relacionados à teoria e o cálculo de seguros em uma coletividade”. A ciência atuarial tem sido requerida a evoluir e aprimorar-se de maneira significativa ao longo dos últimos anos, sendo as suas atribuições, como veremos ao longo desta obra, bem mais amplas do que aquelas encontradas na definição acima. No século XX, a inserção de Companhias de Seguro, Entidades de Previdência Privada e Fundos de Pensão no mercado financeiro complexo e exigente por informações mais precisas e porvezes técnicas, faz com que as Ciências Atuariais acabem se especializando cada vez mais em áreas que antes não eram abrangidas. 1.4 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) E o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da politica de seguros privados e capitalização sendo sua principal atribuição desde sua criação fixar as diretrizes e normas da politica governamental para os segmentos.(Figueiredo, 2012) Com advento da lei 6.435/77, suas atribuições se estenderam a previdência privada, no âmbito das entidades abertas. Vale ressaltar que em 2001 a LC n.º 109, de 2001, revogou a lei n.º 6.453/77 e estabeleceu as novas regras sobre a Previdência Privada Complementar. 1.4.1 A composição atual CNSP: Ministro de estado da fazenda ou seu representante, na qualidade de Presidente. Superintendente da Superintendência de seguros Privados (SUSEP), na qualidade de Vice-presidente. Representante do Ministério da Justiça Representante do Banco Central do Brasil Representante do Ministério da Previdência Social e Assistência Social Representante da comissão de valores mobiliários. 1.4.2 Atribuição atuais do CNSP Regular a contribuição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas. Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor. Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguros; prescrever os critérios de constituição das sociedades Seguradoras, de Capitalização, das Entidades de Previdência Privada aberta e resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações. 1.4.3 Entidades subordinadas ao CNSP • Susep- Superintendência de Seguros Privados • IRB- Resseguros Brasil • Sociedades Seguradoras • Sociedades de Capitalização • Entidades de Previdência Privada Complementar – Abertas- Decreto lei nº.73/1966 e lei complementar de Seguro – Saúde. 1.5 A superintendência de Seguros Privados (SUSEP) E uma entidade autarquia, subordinada ao Ministério Fazenda. Foi criada pelo decreto- lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, que também institui o sistema nacional de seguros privados, e responsável pela execução da politica de seguros traçados pela CNSP. 1.5.1 Sao atribuições da Susep • Fiscalizar a contribuição, organização, funcionamento e operação das sociedades seguradoras de previdência privada aberta e capitalização, na qualidade de executora da politica traçada pelo CNSP. • Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguros, previdência privada aberta e capitalização. • Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores desses mercados. • Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais e ela vinculados, com vistas a maior eficiência do sistema nacional de seguros privados e do sistema nacional de capitalização. • Promover a estabilidade dos mercados sob a jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operam. • Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado. • Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidos de provisões técnicas. • Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas. • Promover os serviços da secretaria executiva do CNSP. Para saber mais........ No Brasil, a atividade seguradora é regulamentada principalmente pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), que é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. A SUSEP faz parte do Sistema Nacional de Seguros Privados, instituído em 1966 através do Decreto-lei n° 73. Dele também fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB); sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e corretores habilitados. A partir desse decreto, todas as operações de seguros e resseguros passaram a ser reguladas pela SUSEP (SUSEP, 2007). A história do seguro no Brasil teve marco importante também no ano de 1996, com a liberação da entrada de empresas estrangeiras no mercado e a quebra do monopólio ressegurador do IRB. Essa abertura do mercado brasileiro às seguradoras estrangeiras mantém estrita sintonia com a tendência de globalização dos mercados, que nos últimos anos vem ocorrendo em grande escala (SOUZA, SILVA, LARA apud FENASEG, 2007). 1.6 Perspectiva do mercado atual Hoje, o mercado brasileiro e, com ampla margem, o maior da América Latina e, em razão da economia crescente e da melhoria na distribuição de renda da população, além da ampliação da oferta de credito, oferece potencial para torna-se um dos mais importantes centros seguradores no meio-longo prazo, em todos os segmentos, incluindo seguros gerais, seguro de vida e produtos de previdência complementar. (Figueiredo, 2014). O mercado de seguros, previdência complementar aberta, saúde suplementar e capitalização cresceu fortemente em 2010 relativamente ao ano anterior. Faturamento bruto do grupo de seguros gerais cresceu 14,2%, o do grupo vida (inclusive previdência) cresceu 18%, o de saúde suplementar, 11%, e o de capitalização 20%. CIÊNCIAS CONTÁBEIS MÓDULO C – FASE II – 2015 – NÚCLEO ESPECÍFICO – GUIA DE ESTUDO – AULA 02 DISCIPLINA: CONTABILIDADE ATUARIAL Nesta aula iremos trabalhar a Conceitos básicos do seguro 1.INTRODUÇÃO O seguro cobre uma grande variedade de riscos inerentes a todas as atividades humanas, desta forma, utiliza-se como qualquer outro ramo do saber de conceitos e terminologias próprias, devido sua ampliação de conceitos e do objetivo de seguros, para compreender este segmento faz necessário entender os conceitos básicos 1.1 A profissão de Atuário O seguro é baseado no conceito de COMPARTILHAMENTO, ou divisão de riscos. Exemplo clássico – Os camelos dos comerciantes da Babilônia no século XIII a.C. Quem perdesse o camelo, por morte ou desaparecimento, na travessia do deserto em direção aos mercados vizinhos recebia outros pagos pelos demais criadores. • 1800 a.C. Babilônia – Código de Hamurabi. Previa que os navegadores deveriam associar-se para ressarcir aquele que perdesse seu navio em alguma tempestade. • Os Hebreus e os Fenícios praticavam o MUTUALISMO. É a formação de um grupo de pessoas com interesses em comum constituindo uma reserva econômica para dividir o risco de um acontecimento não previsto. A coletividade assumia a responsabilidade pela reparação na ocorrência de sinistros. Os fenícios para repor as embarcações nas travessias do Mar Mediterrâneo e do Mar Egeu. Os hebreus para repor os acidentes com os rebanhos dos pastores. • Na Idade Média o Papa Gregório IX proibiu o mutualismo por considerar uma heresia, um sacrilégio alguém tentar amenizar a vontade divina. • Somente Deus poderia amenizar os infortúnios e as desgraças do homem. SEGUROS NAUTICOS • Os navegadores passaram a pegar dinheiro emprestado nos bancos, que seria devolvido acrescido de elevados juros se a embarcação voltasse sem sofrer danos ou perdas. • Assim o SEGURO MARITIMO pode ser considerado como um dos mais antigos e a base para todas as demais formas de seguros. • O primeiro contrato de seguromarítimo com emissão de apólice foi redigido em Genova – Itália em 1347. • Os sistemas jurídicos da época consideravam o seguro como um “jogo” por isso sua regulamentação foi muito dificultada. • 1967 – Londres – um incêndio destrói 13 mil casas, igreja e a Catedral de Saint Paul e quase destrói a cidade. • 1684 – Londres - foi criado o seguro contra incêndio • 1690 – Foi criada a LLOYD`S – a maior e mais tradicional empresa de seguros do mundo O seguro marítimo foi uma das primeiras formas de seguro. • CURIOSIDADE, PESQUISA: O TITANIC tinha seguro? Vocês já ouviram falar de algum artista que tenha feito seguro se si mesmo ou alguma parte do seu corpo. • Brasil – 24/02/1808 – fundada a Cia de Seguros Boa Fé – Bahia – por ser um grande centro de navegação marítima da época. 1.2 Conceitos Os principais conceitos relacionados com o seguro, e que serão discutidos a seguir são: Mutualismo Risco Segurador Segurado Premio Indenização Contrato Ramos Cosseguro Resseguro Antes de começarmos a abordar sobre os conceitos que estão relacionados com o seguro, vamos compreender o conceito de Seguro: É uma operação que toma forma jurídica de um contrato, em que uma das partes (segurador) se obriga para com a outra (segurado ou beneficiário) mediante o recebimento de uma importância previamente estipulada, a compensá-la por um prejuízo. 1.2.1 Mutualismo A mutualidade e a forma de estabelecer a participação de cada um na responsabilidade consequentemente da realização do acontecimento previsto que atinge um elemento do grupo ( Freire apud Figueiredo, 2012). Nas palavras de Figueiredo, p.14,2012 “ O mutualismo e basicamente a divisão de um prejuízo entre um grupo de indivíduos, é um dos princípios fundamentos nos quais tecnicamente se baseia o seguro. Ainda nas palavras da referida autora, o seguro utiliza como mecanismo de redução de riscos a combinação de número suficiente de unidades de exposição a riscos semelhantes, a fim de tornar as perdas individuais previsíveis e repartidas proporcionalmente por todas as unidades que foram combinadas, a fim de torna-los mais suportáveis economicamente. 1.2.2 Risco Risco e um componente inerente do ambiente que se vive. As pessoas são cercadas por inúmeros riscos, desde o seu nascimento até a morte, a maioria dos sobreviventes aprende a conviver com o risco e como se defender dele. (Figueiredo, 2012) 1.2.2.1 Natureza do Risco Segundo Figueiredo (2014), o risco invade todos os aspectos da vida das pessoas e pode ser visto de muitas e diferentes perspectivas. Define-se aqui risco como uma situação em que as perdas são possíveis, embora existam vários outros aspectos que podem ser considerados numa definição de risco. Perda e entendida como a redução ou desaparecimento de valor. Definir perda em termos econômicos, entretanto, e por demais restritivos, pois implica que a perda deve ser medida ou pelo menos descrita, em termos de unidades econômicas como reais, dólares etc…. Algumas perdas não podem ser medidas em termos econômicos. Por exemplo, a morte do cachorrinho da família pode ser sentida como uma grande perda por alguns dos seus membros, mas não pode ser descrita em termos de valores. Conforme Figueiredo (2012), no ambiente securitário, a palavra risco tem mais de um significado, e algumas vezes ouvimos as pessoas usarem risco referindo-se a propriedade ou a pessoa que está exposta a perda. Frequentemente propriedades e pessoas seguradas são mencionadas como “o risco”, como também são comuns referências a bons riscos e maus riscos. Tipos de Riscos O risco pode ser classificado como puro ou especulativo: ele afeta pessoas, propriedades e possibilidades de prejuízo. Um risco especulativo envolve possibilidades de perda ou ganho. Exemplo: Uma aposta de jogo. 1.2.3 Segurador Segurador em seu conceito clássico, e aquele que assume a responsabilidade de determinada riscos mediante o pagamento antecipado de um premio estipulado (Santos apud Figueiredo, 2014. A principal obrigação do segurador e pagar, reparar ou indenizar o dano ou o prejuízo resultante da efetivação dos riscos assumido, conforme condições contratuais. Outra definição: Segurador – pessoa jurídica legalmente constituída para assumir e gerir os riscos especificados no contrato de seguro. No Brasil e na totalidade dos países, somente as empresas organizadas juridicamente para tal fim podem exercer o papel de segurador. O segurador individual praticamente desapareceu, e mesmo a figura do underwriter do Lloyd’s de Londres age quase sempre em conjunto e muito mais como cossegurador. (Figueiredo, 2014) A legislação vigente em nosso pais somente admite como forma jurídica de atuação na atividade de seguro a forma de sociedade Anônima, Sociedade Cooperativa para os seguros agrícolas e de saúde e previdência social para os seguros de acidente de trabalho. De acordo com a legislação brasileira Resolução CNSP no. 23, de 17 de junho de 1992, as sociedades de seguros deverão ter um capital social subscrito (realizado de no mínimo de 50%), de acordo com as modalidades que operem. Uma outra, exigência a que sujeitas as seguradoras e a vinculação dos valores garantidores de suas operações. São as reservas técnicas, que, por forca de lei, estão a constituir. As reservas técnicas são representadas por bens que, no mínimo, tenham o valor das mesmas e não podem ser alienados, pois, são vinculados a SUSEP. • Resolução CNSP 14/88 Os tipos de reservas técnicas obrigatórias são: Grupo 1: reserva suplementar equivalente a 50% do capital social integralizado. Grupo 2: Reservas matemáticas, para planos que proporcionam pecúlios e pensões. Grupo 3: Reservas sobre sinistro a liquidar. Figueiredo observa que, o segurador pode, em teoria, assumir riscos de qualquer natureza ou valor, embora existam limitações legais e institucionais da atividade que se limitem essa prática. Desta forma, pode-se concluir que as seguradoras não podem reter responsabilidades superiores aos seus limites operacionais aprovados pela SUSEP. 1.2.4 Segurado Segurado e a pessoa em relação a qual o segurador assume a responsabilidade de determinados riscos (Santos apud Figueiredo, 2014) Entretanto, no manual básico da Funeseg encontramos ligeira divergência quando e definido. “Segurado e a pessoa física ou jurídica economicamente interessada no bem exposto a risco e que transfere a seguradora, mediante pagamento de certa importância, o risco de um determinado evento a atingir o bem de seu interesse. Segurado e a pessoa em nome de quem se faz o seguro” (FUNESEG, 1989). Outra definição: • Segurado – pessoa física ou jurídica em nome de que se faz o seguro – pessoa que transfere para a seguradora o risco de um evento através do pagamento do prêmio. Na pratica corrente, a pessoa do segurado aparece muitas vezes acompanhada de outras figuras, que, de acordo com o tipo de risco que está sendo segurado, podem coincidir ou não com sua pessoa. São elas: • Beneficiário: titular dos direitos indenizadores que se estabelecem na apólice, pode ser o próprio segurado que contrata a apólice ou alguém designado como tal. • Estipulante: e a pessoa que se obriga aos pagamentos dos prêmios e as prestações em benefício de terceiro; no entanto, nos casos dos seguros obrigatórios, a pessoa do estipulante coincide com a do segurado, para fins de contratação e manutenção do seguro: nos facultativos, e mandatário dos segurados. O mercado de seguros, previdência complementar aberta, saúde suplementare capitalização cresceu fortemente em 2010 relativamente ao ano anterior. • Faturamento bruto do grupo de seguros gerais cresceu 14,2%, o do grupo vida (inclusive previdência) cresceu 18%, o de saúde suplementar, 11%, e o de capitalização 20%. 1.2.5. Prêmio E o preço pago pelo Segurado Parâmetros utilizados para calcular o prêmio: Prazo do seguro, importância segurada e exposição do risco. O prêmio e um dos principais elementos na formação de um contrato de seguro, pois ele traduz o preço pelo qual o segurado concorda em assumir o risco. (Figueiredo,2012) Elementos Formadores do prêmio de seguros: • Mensuração de risco • Despesas de administrativas ou gastos de gestão interna • Despesa de aquisição e produção ou gasto de gestão externa • Remuneração do capital • Encargos • Impostos 1.2.6 Contratos de Seguros O seguro e efetivado através de documentos legais denominados contratos. O direito Romano define o contrato como o mutuo consenso de duas ou mais pessoas sobre o mesmo objeto. Um contrato, ao contrário que possa parecer, não pode ser interpretado apenas sob a ótica jurídica, mas deve ser visto a luz do cenário social e econômico onde foi feito. 1.2.6.1 Elementos de um contrato O contrato de seguros apresenta as seguintes características especiais: • Bilateral • Aleatório • Solene • Real 1.2.6.2 Formalização dos contratos de seguro São os seguintes os instrumentos formais dos contratos de seguros: a proposta, a apólice, o endosso, aditivos ou averbações. • Proposta: e o documento cujo conteúdo representa a vontade do segurado, contendo assim as condições pretendidas. • Apólice: e o documento emitido pelo segurador, e o instrumento do contrato de seguros, constituindo-se de um documento escrito, datado e assinado pelo segurador ou seu representante legal, nele estão estipuladas todas as condições do segurado e do segurador. Devem ser especialmente declarados na apólice : a) Os nomes e os domicílios do segurador e do segurado b) O objeto ou a pessoa segurada c) A natureza dos riscos garantidos d) O prazo do seguro, indicando, quando for o caso, o começo e o fim dos riscos por ano, mês, dia e hora. e) O montante da garantia ou valor segurado f) O prêmio. 1.3 Resolução da IBA (Instituto Brasileiro de Atuarial) Abaixo estamos apresentando a resolução 02/2014 emitida pelo Instituto Brasileiro de Atuaria que trata dos Princípios Atuariais. Para saber mais acesse: http://www.atuarios.org.br/iba/. RESOLUÇÃO IBA Nº 02/2014 Dispõe sobre a criação do Pronunciamento Atuarial CPA 001 - Princípios Atuariais. O INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA - IBA, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO o desenvolvimento da profissão atuarial no Brasil e a maior abrangência de atuação do profissional atuário em suas atividades técnicas, CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das questões ligadas à Ciência Atuarial no Brasil, RESOLVE: Art. 1º - Nos termos do artigo 1º do regulamento do Decreto-Lei nº 806, de 04.09.1969, que dispõe sobre o exercício da profissão de atuário, aprovado pelo Decreto nº 66.408, de 03.04.1970, esta resolução tem por objetivo aprovar os princípios da profissão atuarial, os quais devem parametrizar a atuação de todos os atuários no Brasil, no exercício de sua profissão. Art. 2º - Os Princípios Atuariais representam a essência dos conceitos, das doutrinas e teorias relativas à Ciência Atuarial, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de sua atuação. Concernem à aplicação da Atuária como ciência no sentido mais amplo, cujos objetos estão definidos no Artigo 5º do Decreto-Lei 806/1969. Art. 3º - O CPA 001 é parte anexa desta Resolução e poderá ser alterado com o objetivo de adaptar-se à evolução do trabalho do atuário e/ou de sua atividade profissional, em conformidade com as normas emanadas pelo IBA a respeito. Art. 4º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Rio de Janeiro, 14 de maio de 2014. Flávio Vieira Machado da Cunha Castro Presidente do IBA Página2 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS ATUARIAIS (Instituto Brasileiro de Atuária) ANEXO à Resolução IBA Nº 02/2014 CPA 001 – PRINCÍPIOS ATUARIAIS I – INTRODUÇÃO Do Objeto: Este documento tem por objeto estabelecer os princípios que regem a atividade atuarial, considerando-se, para fins do disposto em seu conteúdo, as seguintes definições: a) seguro (s): seguros, resseguros, previdência aberta, previdência fechada, inclusive regimes próprios, previdência social, capitalização ou saúde suplementar; b) segurado (s): consumidores, titulares, participantes, assistidos ou beneficiários de seguros, resseguros, previdência aberta e fechada, capitalização ou saúde suplementar; c) segurador (es): sociedades e entidades que operam seguros, resseguros, previdência aberta, previdência fechada, inclusive regimes próprios, previdência social, capitalização ou saúde suplementar. II - CONTEÚDO: Segundo os preceitos técnicos presentes nas atividades atuariais, são estes os princípios que devem nortear a sua atuação profissional: 1 - DO RISCO É o evento ou condição incerta, cuja ocorrência se dá em qualquer momento futuro, independentemente de vontade das partes, que causam consequências financeiras. A incerteza é condição necessária, porém não suficiente para a avaliação do risco. Logo, todo o objeto ou serviço, tais como: coisa, pessoa, bem, responsabilidade, obrigação, garantia ou direito, estão sujeitos a um fato futuro e incerto, ou de data incerta, sendo que a principal atividade do atuário é analisar e quantificar esses riscos. 2 - DA ALEATORIEDADE A possibilidade de algo ocorrer ou não é um dos elementos essenciais da ciência atuarial. A noção de aleatoriedade baseia-se na experiência dos jogos de azar. Esse termo é utilizado para exprimir quebra de ordem, propósito ou imprevisibilidade. A natureza aleatória do contrato advém de sua própria função econômico-social, cujo risco dos envolvidos dependerá de fatos futuros e incertos, os quais devem independer da vontade das partes. 3 - DO MUTUALISMO Página3 Princípio fundamental que constitui a base de toda operação de seguro. O mutualismo na atividade atuarial nasce da convergência de duas virtudes cardeais da humanidade: boa fé e solidariedade. A credibilidade da palavra do segurado, ao declarar suas condições pessoais na contratação e/ou adesão, e do segurador, ao prometer proteção, é pilar essencial para a atividade de seguro, haja vista que as partes repartem entre si o preço da proteção ao patrimônio, às rendas, à vida ou à saúde, em face da imprevisibilidade do risco. O mutualismo, por definição, é a associação entre membros de um grupo no qual suas contribuições são utilizadas para propor e garantir benefícios aos seus participantes, portanto está relacionado à união de esforços de muitos em favor aleatório de alguns elementos do grupo. 4 – DA LEI DOS GRANDES NÚMEROS Princípio geral das ciências de observação, segundo o qual a frequência de determinados acontecimentos tende a se estabilizar cada vez mais, a partir de um certo número de observações e à medida que aumenta o número de casos análogos observados, aproximando-se dos valores esperados pela teoria das probabilidades. O número de observações necessárias será maior nos casos de eventos com baixa probabilidade de ocorrência, como também no caso de eventos de alta probabilidade de ocorrência. 5 - DA EQUIPROBABILIDADE Indica que os acontecimentos têm a mesma probabilidade quando não há razão para se presumirque um deles deva acontecer preferencialmente ao outro, isto é, quando se trata das mesmas características. 6 – DA CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS Consiste no agrupamento referente ao objeto do seguro, sob o aspecto físico ou moral, no qual o risco deverá ser incluído com o propósito de tarifação pelo atuário. Está relacionado com o princípio da equiprobabilidade, o qual corresponde à característica de similaridade que um conjunto de riscos apresenta, relacionada ao tipo, natureza, valor ou objeto a ser segurado. 7 – DA MENSURAÇÃO DO RISCO Consiste na aplicação da teoria das probabilidades e/ou outras técnicas disponíveis, pela qual o atuário vai prever e mensurar os indicadores de ocorrência de eventos, segundo o nível observado de exposição ao risco, o qual refere-se a quaisquer objetos, pessoas ou interesses seguráveis, diante da maior ou menor possibilidade de materialização futura do mesmo. 8 - DA ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO DO RISCO Conjunto de técnicas que tem por objetivo atingir o correto dimensionamento dos riscos, sob a ótica atuarial, definindo o tipo de tratamento a ser aplicado com vistas à sua mitigação, p.4, assegurando padrões de segurança econômico-financeira, com fins específicos de preservar a liquidez, a solvência e o equilíbrio do segurador. Trata-se do processo de formular metodologias que permitam ao atuário medir, de forma mais apurada, o valor médio esperado e sua variância ou sua distribuição de probabilidade, bem como de gerir o risco de determinados acontecimentos de uma carteira. Tal processo deve passar por algumas etapas, tais como: identificar o risco, avaliá-lo, selecionar a técnica mais adequada para administrá-lo, implementar a ação de sua gestão e manter a permanente revisão do mesmo. A adequação das decisões ligadas à administração do risco, pelo atuário, deve ser julgada à luz dos dados e informações disponíveis na ocasião em que serviram de base para a tomada de decisão. 9 – DA PULVERIZAÇÃO DO RISCO É reflexo do gerenciamento do risco pelo atuário, ligado à política de subscrição, onde parte deste risco é repassado a terceiros, nas modalidades de resseguro, cosseguro e outras técnicas legalmente disponíveis, tendo como principais objetivos a sua mitigação e o princípio da prudência sob a ótica atuarial. 10 - DA PRESERVAÇÃO DO PODER AQUISITIVO NO TEMPO (VALOR MONETÁRIO) Determina à observação dos efeitos da oscilação natural do poder aquisitivo da moeda vinculada a planos, provisões ou outros itens do trabalho do atuário, de cujos reflexos devem ser aplicados ou reconhecidos nos respectivos cálculos, avaliações, pareceres e/ou análises técnicas atinentes, observado o princípio da materialidade e relevância. 11 - DOS PARÂMETROS REALISTAS É o uso de variáveis estatísticas, atuariais, demográficas, financeiras e econômicas que possam influenciar no resultado do trabalho elaborado pelo atuário, tais como: tábuas biométricas, estudos estatísticos, probabilidades, taxas de juros e de desconto dentre outros. Os parâmetros realistas são aqueles que não representam excesso de conservadorismo ou de otimismo, levando-se em consideração a probabilidade da ocorrência de oscilações destes parâmetros, cujos reflexos possam agravar os riscos futuros e comprometerem a solvência. 12 - DA SOLVÊNCIA E CONTINUIDADE DAS OPERAÇÕES Pressupõe a continuidade da operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos resultados e análises atuariais devem levar em conta esta circunstância, primando pela liquidez e solvência, atinente aos aspectos técnicos. 13 - DA PRUDÊNCIA Página5 Pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício da interpretação técnica necessária ao processo de mensuração do risco pelo atuário, no sentido de preservar a capacidade de solvência ou buscar o equilíbrio dos compromissos futuros. 14 - DA CONSISTÊNCIA O atuário antes da elaboração do estudo a que se propõe, deve verificar a coerência da metodologia aplicada e a consistência dos dados, informações e parâmetros que lhe forem fornecidos pelo interessado responsável pela informação. 15 - DA COMPETÊNCIA DO RISCO Prevê que o atuário observe em suas análises e demais inferências atuariais, que os efeitos das transações e de outros eventos relacionados, sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento (receita) ou pagamento (despesa), observado o Princípio da Materialidade e Relevância. 16 - DA MATERIALIDADE E RELEVÂNCIA O atuário deve elaborar seu trabalho com base na materialidade dos valores envolvidos, cujos parâmetros e os indicadores devem ser por ele mensurados, observando-se os demais princípios atuariais em vigor, assim como a relevância dos valores envolvidos frente ao volume de provisões técnicas, indicadores de liquidez e de solvência ou outros valores que o atuário possa observar no contexto técnico, econômico e financeiro envolvido. 17 – DA SEGREGAÇÃO PATRIMONIAL Pressupõe que o atuário proceda a seu trabalho com base na identificação, na avaliação e na segregação entre o patrimônio dos planos ou carteiras, em relação ao respectivo equilíbrio atuarial. Rio de Janeiro, 15 de maio de 2014. Flávio Vieira Machado da Cunha Castro Comitê de Pronunciamentos Atuariais – CPA/IBA CIÊNCIAS CONTÁBEIS MÓDULO C – FASE II – 2015 – NÚCLEO ESPECÍFICO – GUIA DE ESTUDO – AULA 03 DISCIPLINA: CONTABILIDADE ATUARIAL Nesta aula iremos trabalhar Normas especificas para contabilidade de seguros e plano contábil 1.INTRODUCAO Assim, como existe normas reguladoras para determinados tipos de empresas, existe também para empresas que atuam no ramo: – Sociedades Seguradoras; – Entidades Abertas de Previdência Complementar; – Sociedades de Capitalização; e – Resseguradores Locais. O objetivo de compreender as normas reguladoras neste segmento é de esclarecer não somente os novos conceitos e procedimentos introduzidos pela Circular Susep Nº 429/11,464/13 (em relação ao normativo anterior – Circular Susep nº 430/12), mas de contribuir para a compreensão de diversas questões referentes à contabilização das operações das sociedades que atuam no segmento de seguros e aplicação dos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), devendo ser entendido como a interpretação oficial da área técnica sobre os normativos em questão. 1.2 Normas especificas para contabilidade das operações de seguros. As informações contábeis são essenciais para assegurar que os mercados domestico e global estejam alocando capitais eficientemente, considerando que alocação eficiente de capital e fator fundamental para geração de emprego e renda, o qual é o objetivo maior de qualquer sociedade economicamente organizada. E essencial, portanto, a padronização das normas contábeis, nesses tempos de economia globalizada. (FIGUEIREDO, pg.58, 2012). Conforme Figueiredo (2012), as seguradoras devem seguir as normas contábeis instituídas pelo CFC, as normas da comissão de valores mobiliários (CVM) e as normas da Susep. Além disso, devem seguir a Lei no. 11.638/07 que dispõem sobre as sociedades anônimas, já que para atuar no Brasil as seguradoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima. As normas que regem a contabilidade das seguradoras especializadas em saúde, reguladoras pela ANS Agencia Nacional de Saúde (ANS) e pelo Conselho de saúde (CONSU) são, segundo a Susep 2011:(FIGUEIREDO, 2012) • A resolução CNPS n 86, 19 de agosto de 2002: Dispoe sobre as Normas Contábeis a serem observados pelas sociedades seguradora, Resseguradores, de capitalização e entidades abertas de previdência complementar, e da outrasprovidencias. • Circular Susep n 379, de 19 de dezembro de 2008: Dispõe sobre alterações das Normas Contábeis a serem observadas pelas seguradoras, resseguradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de previdência complementar, instituídas pela resolução CNSP n 86, de 3 setembro de 2002. • Circular Susep n 429, de 29 de abril de 2011: Dispõe sobre alterações das normas contábeis. Figueiredo ainda contempla, que a contabilização dos contratos de seguros e objetivo da norma “ international Financial Reporting Standards 4(IFRS-4). 1.3 International Financial Reporting Standards 4 (IFRS-4) Objetivo: O objetivo desta IFRS e especificar o relatório financeiro para contratos de seguro por parte de uma entidade que emita esses contratos. Em particular, IFRS exige: a) Melhorias limitadas na contabilização de contratos de seguro por parte de seguradoras. b) Divulgação que identifique e explique as quantias nas demonstrações financeiras de uma seguradora resultante de contratos de seguro e que ajude os usuários dessas demonstrações financeiras a compreender a quantia, a tempestividade e a incerteza de fluxos de caixa futuros derivados de contratos de seguro. 1.3.1 Âmbito de aplicação das IRFS-4 Uma entidade deve aplicar esta IRFS a: a) Contrato de seguro (incluindo contratos de resseguro) que emita e a contratos de resseguro que detenha. b) Instrumentos Financeiros que emita com uma característica de participação discricionária. A IAS 32 instrumentos financeiros: divulgação e apresentação exige a divulgação relativa a instrumentos financeiros, incluindo instrumentos financeiros que contenham tais características. Esta IFRS não trata de outros aspectos da contabilização por parte de seguradoras, tais como a contabilização de ativos financeiros detidos por seguradoras e de passivos financeiros emitidos por seguradoras. 1.4 Plano de Contabilidade Conforme Silva (2015) ” É o ato ou efeito de traçar todo um sistema de controle, contabilização e análise da gestão de uma seguradora, utilizando instrumentos necessários à sua administração operacional e financeira”. 1.5 Livros Contábeis Como nas demais atividades, também em seguros, 2 (dois ) são os grupos de livros Contábeis: a). Obrigatórios: Diário, Razão; b). Facultativos: Caixa, Contas Correntes, etc. 1.6 Livros registros auxiliares: De uso obrigatório pelas seguradoras que operam em Ramos Elementares – RE e Ramo Vida - RV, com Previdência Privada Aberta e Capitalização, são organizados em livros encadernados, fichas ou folhas soltas, numeradas sequencialmente, de forma mecânica, tipográfica, eletrônica ou magneticamente, contendo Termo de Abertura e Termo de Encerramento, compreendendo 3 (três ) grupos:(SILVA, 2015) a) De emissão de apólice e outros documentos que envolvam prêmios a receber, inclusive Bilhetes de Seguro; b) De cobrança de apólices e outros documentos que envolvam arrecadação de prêmios, inclusive Bilhetes de Seguro; c) De Sinistros avisados e de Sinistros Pagos. 1.7 Formulários Conforme Silva (2015), “Entre os vários formulários adotados pelas seguradoras para formalização de suas operações destacam-se, como de uso obrigatório, os seguintes: a) Proposta de Seguro: Formulário que precede a emissão da apólice, na qual o segurado manifesta a intenção de contratar a cobertura do risco, podendo ser aceita ou recusada pela seguradora, no prazo de 15 ( quinze ) dias, sendo inaplicável aos seguros contratados através de Bilhete de Seguro.(SILVA, 2015) b) Nota de Seguro: Face a obrigatoriedade dos prêmios de seguros serem pagos via cobrança bancária, a Nota de Seguro deverá capear cada documento ( apólice, endosso, fatura ou conta mensal ) remetido ao Banco para cobrança, destinando-se a servir de comprovante de quitação do prêmio, após autenticação mecânica impressa pelo Banco em seu corpo. Seu uso não se aplica aos seguros contratados através de Bilhete de Seguro. Atualmente o mercado utiliza, em seu lugar, a Ficha de Compensação, mais adequada junto a rede bancária, remetendo ao segurado a apólice emitida anexa ao aviso de cobrança bancária do prêmio do seguro. (SILVA, 2015) c) Borderô de Cobrança: Neste formulário deveriam ser relacionados todos os documentos remetidos ao Banco para cobrança simples, mas, em virtude da adoção da Ficha de Compensação, tornou-se desnecessário. Os Bilhetes de Seguro estão excluídos deste procedimento porque são levados pelo segurado para pagamento bancário, por se constituírem em um contrato sumário, e, simultaneamente, comprovante do pagamento do prêmio, após a autenticação bancária pelo banco cobrador. d) Formulário de Informações Periódicas – FIP : Destina-se a informar, periodicamente, à SUSEP a situação administrativa, econômica e Financeira da Seguradora, onde são apresentados, de forma analítica, os seguintes demonstrativos: • Informações Cadastrais; • Cálculo do LR. e da Margem de Solvência - MS; • Volume de Prêmios Retidos, Volume de Prêmios Ganhos; • Produção de Prêmios por Regiões Geográficas; • Volume de Sinistros Líquidos; • Comissões Líquidas Diferidas; • Despesas de Angariação Diferidas; • Resumo das Provisões Técnicas; • Cobertura Vinculada das Provisões Técnicas; • Provisão Para Desvalorização da Carteira de Ações; • Balancetes Mensais e Balanço Patrimonial; • Demonstração do Resultado do Exercício; • Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; • Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; • Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos CIÊNCIAS CONTÁBEIS MÓDULO C – FASE II – 2015 – NÚCLEO ESPECÍFICO – GUIA DE ESTUDO – AULA 04 DISCIPLINA: CONTABILIDADE ATUARIAL Nesta aula iremos trabalhar Atos e Fatos Administrativos para companhias de Seguros 1.INTRODUCAO Por determinação legal, as companhias seguradoras são constituídas sob a forma de sociedade anônimas e, além das normas especificas a atividade seguradora, submetem- se as normas previstas na lei das Sociedades por Ações e suas atualizações. As demonstrações contábeis das companhias Seguradoras devem elaboradas em consonância com as práticas contábeis adotadas no Brasil, as quais abrangem a legislação societária, as normas do Conselho Nacional de Seguros Privados(CNSP) e da superintendência de Seguros Privados (Susep) e os pronunciamentos, as orientações e as interpretações emitidas pelo CPC quando referenciadas a SUSEP. 1.2 Plano de Contas CONCEITO Conceito É o elenco padronizado de títulos de contas e subcontas, codificadas, reunidas nos diversos grupamentos, conforme Lei 6.404, de 15/12/76 e posteriores 11.638/07 e 11.941/09, objetivando disciplinar a escrituração contábil e orientar a análise do desempenho da Seguradora. Conforme Silva (2015), “É o elenco padronizado de títulos de contas e subcontas, codificadas, reunidas nos diversos grupamentos, conforme Lei 6.404, de 15/12//76, objetivando disciplinar a escrituração contábil e orientar a análise do desempenho da Seguradora. ” Codificação do Plano de Contas O primeiro código, constituído de um número de 9 (nove) algarismos, indica, da esquerda para a direita: 1º Algarismo – a classe 2º Algarismo – o grupo 3º Algarismo – o subgrupo 4º e 5º Algarismos – a conta 6º e7º Algarismos – a subconta 8º e 9º Algarismo – desdobramento da subconta, quando necessário. Somente a SUSEP poderá criar codificação contábil até 9º Algarismo. Classes de Contas Patrimoniais: a) Classe1 – Ativo Grupo 11 – Ativo Circulante Grupo 12 – Realizável a Longo Prazo Grupo 14 – Permanente Grupo 19 – Compensação b) Classe 2 – Passivo Grupo 21 – Circulante Grupo 22 – Exigível a Longo Prazo Grupo 24 – Patrimônio Líquido Grupo 29 – Compensação 1 – Classe 3 Contas de Resultado: a) Grupo 31 – Operações de Seguros Subgrupo 311 – Prêmios Ganhos Subgrupo 312 – Rendas com Taxa de Gestão de Produtos Subgrupo 313 – Sinistros Retidos Subgrupo 314 – Despesas de Comercialização Subgrupo 315 – Outras Receitas e Despesas Operacionais b) Grupo 32 – Operações de Resseguros Subgrupo 321 – Prêmio Ganho Subgrupo 322 – Sinistro Retido Subgrupo 323 – Despesas de Comercialização Subgrupo 324 – Outras Receitas e Despesas Operacionais c) Grupo 35 – Despesas Administrativas: Subgrupo 351 – Pessoal Subgrupo 352 – Serviços de Terceiros Subgrupo 353 – Localização e Funcionamento Subgrupo 354 – Publicidade e Propaganda Subgrupo 355 – Tributos Subgrupo 356 – Publicações Subgrupo 357 – Donativos e Contribuições e Subgrupo 358 - Diversos d) Grupo 36 – Resultado Financeiro Subgrupo 361 – Receitas Financeiras e Subgrupo 362 – Despesas Financeiras e) Grupo 37 – Resultado Patrimonial Subgrupo 371 – Receitas Patrimoniais e Subgrupo 372 – Despesas Patrimoniais f) Grupo 38 – Resultado Não Operacional Subgrupo 381 – Resultado na Alienação de Bens do Ativo Permanente Subgrupo 382 – Resultado de Outras Operações Subgrupo 383 – Perda na Reavaliação de Imóveis g) Grupo 39 –Impostos e Participações Sobre o Resultado Subgrupo 391 – Impostos e Contribuições, e Subgrupo 392 – Participações Sobre o Lucro. Figueiredo( 2012), argumenta que a presente reformulação do Plano de contas das Sociedades Seguradoras teve por finalidade uniformizar os registros contábeis, racionalizar a utilização das contas, estabelecer regras, critérios e procedimentos necessários a obtenção e divulgação de dados, possibilitar o acompanhamento do Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como suas análise, avaliação do seu desempenho e seu controle , de modo que as demonstrações financeiras elaboradas expressem com fidedignidade e transparência a situação econômica- financeira das sociedades seguradoras.(FIGUEIREDO, pg.78, 2012). 1.2 Escrituração A escrituração das operações deve obedecer às normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, o CPC e normas que tratam do assunto. Registram-se as receitas e despesas no período em que elas ocorrem, observado o Regime de Competência. (Figueiredo, 2012). Conforme Figueiredo (2012), a informatização e posteriormente a internet têm impactado fortemente na elaboração e forma de transmissão das informações contábeis e fiscais. Segundo ainda referida autora a mais recente inovação na área de elaboração e transmissão das informações contábeis e o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). Esse sistema modificou profundamente a forma da escrituração contábil no Brasil. O SPED, instituído pelo Decreto nº 6.022/07, conforme validade jurídica aos documentos digitais para todos os fins e proporciona padronização, compartilhamento e construção coletiva dos documentos das empresas com o Fisco. (FIGUEIREDO, 2012). A MP 2.200- 2, de agosto de 2001 instituiu o ICP-Brasil, a sua instituição tem como objetivo de criar no Brasil a cadeia de certificação digital para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica. ECD (Escrituração Contábil Digital). Seu programa foi desenvolvido pela SRF (Secretaria da receita federal), intitulada SPED-Contábil, empresas tributadas pelo lucro Real e Presumido, devem entregar estão obrigadas a entregar esta escrituração, conforme determinação legal seus fins de controles fiscais e previdenciários, tem como objetivo a substituição dos livros contábeis: (i) diário; (ii) diário com escrituração resumida;(iii) razão; (iv) balancetes e lançamentos transcritos por documentos de versão digital. EFD (Escrituração Fiscal Digital). Seu programa foi desenvolvido pela SRF(Secretaria da receita federal), intitulada SPED-Fiscal, empresas tributadas pelo lucro Real e Presumido, esta escrituração está substituindo a antiga Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, tem como objetivo o compartilhamento de informações fiscais entre as empresas e os fiscos e substituição de todos os livros fiscais utilizados pelas sociedades empresarias por arquivos digitais, promovendo, assim, a integração entre as entidades tributarias federais, estaduais e do DF(Distrito Federal). Desta forma, a escrituração Fiscal Digital, para efeitos práticos, substituirá impressão e escrituração dos seguintes livros: (i) registro de entrada; (ii) registro de saídas; (iii) registro de inventario; (iv) registro de apuração de IPI; (v) registro de apuração de ICMS. (Figueiredo, 2012). Silva contempla (2015), para o mercado de seguros, o fato gerador da receita é a emissão da apólice enquanto para o mercado de resseguros, o fato gerador é a aceitação do risco. Nas Sociedades que operam com previdência privada aberta e capitalização, as receitas de contribuições e a constituição das correspondentes provisões técnicas devem ser registradas quando do efetivo recebimento das contribuições, exceto quando se tratar de título de capitalização a prêmio único (PU), pré-impresso e com valor fixo definido, destinado à comercialização em massa, que deverá ser registrado na emissão, em contrapartida com o grupo “operações com títulos de capitalização”, cancelando-se os títulos não comercializados ao final do período de comercialização. (Silva, 2015) Provisões técnicas devem ser registradas quando do efetivo recebimento das contribuições, exceto quando se tratar de título de capitalização a prêmio único (PU), pré-impresso e com valor fixo definido, destinado à comercialização em massa, que deverá ser registrado na emissão, em contrapartida com o grupo “operações com títulos de capitalização”, cancelando-se os títulos não comercializados ao final do período de comercialização. (Silva, 2015). 1.1.1 Exercício Social Entende-se por exercício social o período de tempo a que se referem as Demonstrações Contábeis (Figueiredo, 2012). O anexo I da circular SUSEP n 379, de 19 de dezembro de 2008, quando se refere a exercício social, assim se expressa: “O exercício social coincidira com o ano civil e a data de seu termino, 31 de dezembro, será fixada no estatuto; contrato social da sociedade/ entidade. ” 1.4 Demonstrações Contábeis As Demonstrações Contábeis deverão obedecer a classificação contábil prevista no Plano de Contas. As Demonstrações Contábeis, contendo Relatório da Administração, Notas Explicativas, Balanço Patrimonial, Demonstração dos Resultados, Demonstração de Fluxo de Caixa, e Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados e se companhia aberta, Demonstração do valor adicionado. 1.5 Relatório da Administração As Sociedades Seguradoras, Resseguradoras, de Capitalização e as Entidades Abertas de Previdência Privada deverão divulgar no Relatório da Administração, no mínimo, as informações abaixo: a) Política de reinvestimento de lucros e de distribuição de dividendos; b) Negócios sociais e principais fatos internos ou externos que influenciaram a performance da empresa ou o resultado do exercício; c) Resumo dos acordos de acionistas; d) Reformulações societárias: reorganizações societárias ou alterações de controle acionário direto ou indireto; e) Perspectivas e planos para o exercício futuro: poderáser divulgada a expectativa da administração quanto ao exercício futuro. 1.6 Notas Explicativas As Sociedades deverão divulgar em Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis, no mínimo, as informações a seguir relacionadas, e outras necessárias a adequada interpretação das Demonstrações Contábeis. A omissão de informações que, a critério da SUSEP, por sua importância, causarem distorções significativas nas demonstrações contábeis divulgadas, sujeitará seus administradores as penalidades previstas na regulamentação específica. (SILVA, 2015). Notas Explicativas • Ações em Tesouraria • Ágio e Deságio na aquisição de coligadas e controladas • Ajuste de Exercicio • Avaliações • Aposentadoria e pensões • Arrendamento mercantil • Capital Social • Capital Autorizado • Credito tributario e prejuizos Fiscais • Criterio de Avaliacao 1.7 Livro Auxiliares Segundo Silva (2015) “As Sociedades terão, em seus sistemas de contabilização, os registros auxiliares de contabilidade obrigatórios, totalizados mensalmente, com as folhas numeradas e organizados em livros encadernados, fichas, microfichas ou outro meio eletrônico ou magnético, devendo a Sociedade manter os registros disponíveis em sua sede. • Formalização dos Registros e Numeração de Contratos Os registros deverão conter termo de abertura e encerramento, devidamente datados e assinados pelo diretor responsável da sociedade, devendo referenciar, no mínimo, o número de ordem do registro, o órgão emissor, os ramos ou modalidades de seguros/resseguros, planos de benefícios previdenciários ou de capitalização a que se destina e a quantidade de folhas nele contida. (SILVA, 2015). No caso da adoção de microficha ou outro meio eletrônico ou magnético: a) A assinatura do diretor poderá ser substituída pela transcrição de seu nome. b). Deverá ser garantida uma rápida recuperação e exibição das informações, em papel ou microficha, para apreciação, a pedido da SUSEP ou outro órgão fiscalizador. c). As informações solicitadas pelo órgão fiscalizador serão sempre acompanhadas de documento datado e assinado pelo Diretor responsável pelas informações. São registros auxiliares de contabilidade obrigatórios do sistema de contabilização das Sociedades que operam com seguros:(Silva, 2015) • Registro de apólices e bilhetes de seguros emitidos; • Registro de apólices e bilhetes de seguros cobrados e restituídos; • Registro de sinistros avisados; • Registro de sinistros pagos; • Registro de comissões emitidas; • Registro de cosseguros aceitos emitidos; • Registro de documentos cobrados e restituídos de cosseguros aceitos. CIÊNCIAS CONTÁBEIS MÓDULO C – FASE II – 2015 – NÚCLEO ESPECÍFICO – GUIA DE ESTUDO – AULA 05 DISCIPLINA: CONTABILIDADE ATUARIAL Nesta aula iremos trabalhar Escrituração Voltada para Seguradoras. 1.INTRODUCAO A contabilidade das empresas inseridas no segmento de seguros segue o plano de contas das “ Sociedades Seguradoras” que embora mantendo características determinadas pela lei das S/A e suas alterações como lei 11.638/07, devem adaptar-se a necessidade das empresas que exercem as atividades de seguros. 1.1 Escrituração Segundo Figueiredo (2012) é o processo de registro pela contabilidade das operações ocorridas nas entidades econômicas, empresas, órgão públicos etc., que impactam o patrimônio e o resultado do período, considerando que a mesma realiza-se por exercício social. 1.2 Livros e registros de Contabilidade São aqueles nos quais se anotam ou registram os fatos contábeis que dão lugar a atividade da empresa. Agrupam-se em duas classes: “ Livros Obrigatórios” e “ Livros Voluntários”. (Figueiredo, 2012) 1.2.1Livros Obrigatórios a) De caráter geral Também denominados livros oficiais e de comercio, são aqueles nos quais a empresa deve refletir sua Contabilidade ordenada e adequadamente a sua atividade mercantil. Correspondem, segundo a legislação brasileira, ao Livro Diário e ao Livro de Inventários e estão regulados pelo código civil. Livro Diário E onde se registram cronologicamente todas as operações relativas ao exercício da empresa. Atualmente, a escrituração pode ser feita O registro de uma operação no Diário e denominado Partida de Diário. São requisitos da Partida de Diário: 1) Data de operação. 2) Conta a ser debitada. 3) Conta a ser creditada. 4) Histórico 5) Valor da operação b) Livros Específicos das Entidades de Seguros As empresas de seguros, além dos livros exigidos pelo código comercial Brasileiro e outras disposições aplicáveis, estão obrigadas a manter os seguintes livros e registros: Registros de apólices e outros Documentos dos Ramos Elementares(emitido). Registro de emissão de apólices do ramo vida Individual. Registro de emissão de apólices do ramo vida em grupo. Registro de sinistro avisados dos ramos vida individual e em grupo. Registro dos Cosseguros Aceitos. Registro de Seguros Aceitos. Registro de Seguros Aceitos Diretamente. c) Livros Voluntários (Auxiliares) São todos aqueles que as empresas podem manter, além dos obrigatórios, para o adequado registro, desenvolvimento e controle de suas operações. (Figueiredo, 2012) 1.2 Modelo de escrituração contábil usada nas operações das seguradoras. Enunciado: A Cia de Seguros Controlar os Riscos S & A., apresenta a seguinte movimentação: 1) Constituição da Companhia de seguros “ Cia de Seguros Controlar Riscos S& A” com deposito de capital em dinheiro: R$ 200.000. 2) Emissão de uma apólice de seguros por R$ 30.000 a receber em 60 dias. 3) Registro da comissão 30% sobre uma apólice de seguro de R$ 9.000. 4) Constituição da reserva técnica para cobertura de possíveis sinistros: R$ 28.750. 5) Gastos fixos do mês: R$ 1.300. 6) Registro da variação da despesa de prêmio não ganho: 1/12 das despesas comerciais, no valor de R$ 750. 7) Registro da variação da reserva de prêmio não ganho: 1/12 da reserva de premio não ganho, no valor de R$ 2.500,00. 8) Compra de ações na Bolsa de Valores: R$ 25.000. 9) Compra a prazo de um imóvel: R$ 25.000. 10) Aviso de sinistro no valor de R$ 12.000. 11) Pagamento da indenização no valor R$ 12.000. 12) Recebimento de receita de aplicação financeira, R$ 2.280. 13) Resultado de Equivalência Patrimonial:R$ 5.000. 14) Baixa da Provisão de Sinistro. O exercício foi adaptado de Figueiredo, 125,126,127,128,129,130(2012) Resolução: 1) Constituição da Companhia com deposito de capital em dinheiro: R$ 200.000. Disponível Capital 200.000 200.000 2) Emissão de uma apólice de seguros por R$ 30.000 a receber em 60 dias. Contas a receber Receitas de Prêmios Diretos 200.000 200.000 3) Registro da comissão de 30% sobre uma apólice de seguro: R$ 9.000,00. Despesas de Comercialização Diferidas Comissões a pagar 9.000 90.000 4) Comercialização da reserva técnica para cobertura de possíveis sinistros: R$ 28,750,00. Reservas de Premio não Ganhos Provisões Técnicas 28.750 28.7505) Gastos fixos do mês: R$ 1.300,00. Salários e Encargos Disponível 1.300 1.300 6) Registro da variação da despesa comercial diferida: 1/12 das despesas de comerciais no valor de R$ 750,00. Variação da Despesa Comercial Diferida Despesa Comercial Diferida 750 9.000 750 8.250 7) Registro da variação da reserva de prêmio não ganho: 1/12 da reserva de prêmio não ganho no valor de R$ 2.500,00. Variação da reserva de Premio não Ganho Reserva de Premio não Ganho 2.500 28.750 2.500 26.250 8)Compra de ações na Bolsa de Valores: R$ 25.000,00. Participações Acionarias Permanentes Disponível 25.000 200.000 1.300 25.000 9) Compra a prazo de um imóvel: 25.000,00. Imóveis - Inversão Imobiliárias Títulos a pagar 25.000 25.000 10) Aviso de sinistro no valor de R$ 12.000,00. Provisões de Sinistro a Liquidar Provisões Técnicas 12.000 28.750 12.000 11) Pagamento da indenização no valor R$ 12.000,00. Disponível Despesas c/ indenizações de Sinistros Ocorridos 200.00 1.300 12.000 25.000 12.000 12) Recebimento de receita de aplicações Financeiras. Disponível Receita de Aplicação Financeira 200.00 1.300 2.280 2.280 25.000 12.000 202.280 38.300 163.980 13)Resultado de Equiparação Patrimonial: $ 5.000,00. Participações Acionarias Permanentes Resultado da Equiparação Patrimonial 25.000 5.000 5.000 30.000 14) Baixa da Provisão de Sinistro Provisões de Sinistro a Liquidar Resultado da Equiparação Patrimonial 12.000 12.000 12.000 28.750 12.000 28.750 Elaboração do Balancete de Verificação da “Cia de Seguros Controlar Riscos S & A”. CIA de Seguros Controlar Riscos S & A. Balancete de Verificação CONTAS Saldos Devedores Saldos Credores Capital Social 200.000,00 Disponível 163.980,00 Contas a receber 30.000,00 Receitas de Prêmios 30.000,00 Despesa de Comercialização Diferida 8.250,00 Comissões a pagar 9.000,00 Reservas de Prêmios não Ganhos 26.250,00 Provisões Técnicas 28.750,00 Variação da Reserva de Comercialização Diferida 750,00 Variação da Reserva de Premio não Ganho 2.250,00 Salários e Encargos sociais 1.300,00 Participações Acionarias Permanentes 30.000,00 Imóveis- Inversões Imobiliárias 25.000,00 Títulos a pagar 25.000,00 Despesas com Indenização de Sinistros 12.000,00 Receita de Aplicação Financeira 2.280,00 Resultado Equiparação Patrimonial 5.000,00 Total 300.030,00 300.030,00 Demonstração de Resultado do Exercício CIA de Seguros Controlar Riscos S & A Receita de Prêmios Retidos 30.000,00 Reservas de Prêmios não Ganhos -26.250,00 Total de Prêmios Ganhos 3.750,00 Despesas com Sinistros -12.000,00 Variação Despesas de Comercialização Diferida -750 Variação da Reserva de Premio não Ganho -2.500,00 Resultado Bruto -11.500,00 Resultado Financeiro 2.280,00 Resultado da Equiparação Patrimonial 5.000,00 Despesas Administrativas -1.300,00 Resultado -5.520,00 BALANCO PATRIMONIAL CIA de Seguros Controlar Riscos S & A BALANCO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO CIRCULANTE PROVISOES TECNICAS DISPONIVEL 163.980,00 PROV. PREM N GAN 28.750,00 CONTAS A RECEBER 30.000,00 CIRCULANTE DESP. COMER. DIFER 8.250,00 COMISSOES A PAGAR 9.000,00 TITULOS A PAGAR 25.000,00 NÃO CIRCULANTE PATRIMONIO LIQUIDO PARTICIP. ACION 30.000,00 CAPITAL SOCIAL 200.000,00 INVERSOES IMOB 25.000,00 RESULTADO -5.520,00 TOTAL 257.230,00 TOTAL 257.230,00 QUESTÕES PARA AMPLIAÇÃO DO CONHECIMENTO ‘---------------- QUESTÃO 01 – FÁCIL – CAPÍTULO 01 Segundo Weygandt, Kieso e Kimmel (2005). Uma sociedade de capital está sujeita aos mesmos deveres e responsabilidades de uma pessoa como, os de obedecer às leis e de pagar impostos. Analise as proposições e marque a correta Sobre as sociedades de Capital é correto afirmar que: I – A classificação pelo direito de propriedade, pode distinguir as sociedades entre as de capital aberto e as de capital fechado. II – A sociedade de Capital aberto, não oferta suas ações para venda pública. III – Uma sociedade de capital é criada por lei e sua existência depende dos regulamentos dos estados em que a empresa é constituída. IV – Uma sociedade de Capital aberto tem vários “shareholders”. Estão corretas: I – II – III – IV II – III – IV I – III – IV II – IV Gabarito Está errada A sociedade de Capital aberto, não oferta suas ações para venda pública – refere-se a Sociedade de capital Fechado. MELHEM, M.; Contabilidade Avançada – Uma abordagem direta e atualizada, 2011, p.19 QUESTÃO 02 – FÁCIL – CAPÍTULO 01 Segundo Weygandt, Kieso e Kimmel (2005) Uma sociedade de capital está sujeita aos mesmos deveres e responsabilidades de uma pessoa como, os de obedecer às leis e de pagar impostos. Analise as proposições, marque (V) verdadeira e (F) Falsa, em seguida marque a sequência correta: Sobre a Sociedade Limitada, é correto afirmar que: ( ) É obrigada a ter, em seu estatuto, a divisão do capital em ações e a limitação da responsabilidade de seus sócios. ( ) A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. ( ) Os sócios, em hipótese alguma, podem distribuir entre si os lucros das reservas estatutárias e os das reservas de lucro enquanto a empresa possuir prejuízos acumulados. ( ) A empresa só poderá ser administrada por um de seus sócios. V – F – F – V F – V – V – F V – F – V – F F – V – F – V Gabarito É Falsa É obrigada a ter, em seu estatuto, a divisão do capital em ações e a limitação da responsabilidade de seus sócios. – Refere-se a Sociedade Anônima A empresa só poderá ser administrada por um de seus sócios. – correto é: A empresa pode ser administrada por terceiros, semelhante a uma sociedade anônima. MELHEM, M.; Contabilidade Avançada – Uma abordagem direta e atualizada, 2011, p.20 QUESTÃO 03 – FÁCIL – CAPÍTULO 01 Segundo Weygandt, Kieso e Kimmel (2005) Uma sociedade de capital está sujeita aos mesmos deveres e responsabilidades de uma pessoa como, os de obedecer às leis e de pagar impostos. Analise as proposições e marque a correta Sobre a Sociedade por Ações, é correto afirmar que: (1) É aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizadapara produção ou circulação de bens ou serviços constituindo elemento da empresa. (2) O seu registro é feito na Junta Comercial. (3) Também chamada de sociedade estatutária ou institucional é aquela sociedade constituída por um estatuto social. (4) Uma das exigências para a sua criação está prevista no art. 82 da Lei 6.404/76 – Deverá ser instruído com o estatuto de viabilidade econômica e financeira do empreendimento (feasibility study). Estão corretas 1 – 2 – 3 2 – 3 2 – 3 – 4 3 – 4 Gabarito Estão erradas É aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços constituindo elemento da empresa.- Refere-se a Sociedade Limitada. O seu registro é feito na Junta Comercial. .- Refere-se a Sociedade Limitada. Slide da aula 01- Prof. Marinei Mattos. QUESTÃO 04 – FÁCIL – CAPÍTULO 02 As empresas nascem, operam por um período de tempo, mas também podem morrer ou acontecer a dissolução das mesmas. Analise as proposições e marque a correta. “Pode ocorrer por inúmeras razões, entre as mais conhecidas estão a falta de retorno do investimento e a baixa expectativa de autossustentabilidade a curto ou a longo prazo. “ Estamos falando de: Extinção de Sociedades Cisão de Sociedades Liquidação de Sociedade Dissolução de Sociedade. Gabarito Extinção de Sociedades - Pode ocorrer por inúmeras razões, entre as mais conhecidas estão a falta de retorno do investimento e a baixa expectativa de autossustentabilidade a curto ou a longo prazo. Slide da aula 02- Prof. Marinei Mattos. QUESTÃO 05 – FÁCIL – CAPÍTULO 02 As empresas nascem, operam por um período de tempo, mas também podem morrer ou acontecer a dissolução das mesmas. Analise as proposições e marque a correta. “Consiste em um período no qual, os empresários, após determinarem o encerramento da empresa, atuam para que tudo se encaminhe de acordo com a lei.” Estamos falando de: Extinção de Sociedades Cisão de Sociedades Liquidação de Sociedade Dissolução de Sociedade. Gabarito Liquidação de Sociedade – Consiste em um período no qual, os empresários, após determinarem o encerramento da empresa, atuam para que tudo se encaminhe de acordo com a lei Slide da aula 02- Prof. Marinei Mattos. QUESTÃO 06– FÁCIL – CAPÍTULO 02 As empresas nascem, operam por um período de tempo, mas também podem morrer ou acontecer a dissolução das mesmas. Analise as proposições e marque a correta. “Ato de separar ou dividir parte de uma empresa quando há uma oportunidade para a qual é indispensável o divisão total ou parcial do patrimônio.” Estamos falando de: Fusão de Sociedades Cisão de Sociedades Incorporação de Sociedade Dissolução de Sociedade. Gabarito Cisão de Sociedades “Ato de separar ou dividir parte de uma empresa quando há uma oportunidade para a qual é indispensável o divisão total ou parcial do patrimônio.” Slide da aula 02- Prof. Marinei Mattos. QUESTÃO 07– FÁCIL – CAPÍTULO 02 As empresas nascem, operam por um período de tempo, mas também podem morrer ou acontecer a dissolução das mesmas. Analise as proposições e marque a correta. “Operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações”. Estamos falando de: Fusão de Sociedades Cisão de Sociedades Incorporação de Sociedade Dissolução de Sociedade. Gabarito Fusão de Sociedades - Operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações Slide da aula 02- Prof. Marinei Mattos. QUESTÃO 08– FÁCIL – CAPÍTULO 02 As empresas nascem, operam por um período de tempo, mas também podem morrer ou acontecer a dissolução das mesmas. Analise as proposições, marque (V) verdadeira e (F) Falsa, em seguida marque a sequência correta: Sobre a Extinção de sociedades é correto afirmar que: ( ) A inobservância ao meio ambiente, é uma das diversas causas, elencadas pelo autor para a extinção da sociedade. ( ) A falta de retorno do investimento é uma das razões elencadas pelo autor que podem levar a extinção da sociedade ( ) A baixa expectativa de autossustentabilidade a curto ou a longo prazo, é uma das diversas causas elencadas pelo autor que podem levar a extinção da sociedade. ( ) As intrigas familiares é uma das razões elencadas pelo autor, que podem levar a extinção da sociedade. F – V – F – V V – F – V – F V – F – F – V F – V – V – F Gabarito Está errada A inobservância ao meio ambiente, é uma das diversas causas para a extinção da sociedade. – Refere-se a dissolução da sociedade. As intrigas familiares é uma das razões elencadas pelo autor, que podem levar a extinção da sociedade. – Refere-se a dissolução da sociedade. MELHEM, M.; Contabilidade Avançada – Uma abordagem direta e atualizada, 2011, p.31 QUESTÃO 09– FÁCIL – CAPÍTULO 02 As empresas nascem, operam por um período de tempo, mas também podem morrer ou acontecer a dissolução das mesmas. Analise as proposições e marque a correta: “Durante a fase, a personalidade jurídica da sociedade subsiste, equiparada à uma empresa individual, e suas obrigações fiscais e acessórias não devem ser interrompidas, conforme disposto no regulamento do Imposto de Renda – Decreto 3000,1999 – em seu art. 237”. Trata-se de: Liquidação de sociedades Dissolução de sociedades Extinção de sociedades Cisão de sociedades Gabarito Liquidação de sociedades - Durante a fase, a personalidade jurídica da sociedade subsiste, equiparada à uma empresa individual, e suas obrigações fiscais e acessórias não devem ser interrompidas, conforme disposto no regulamento do Imposto de Renda – Decreto 3000,1999 – em seu art. 237. MELHEM, M.; Contabilidade Avançada – Uma abordagem direta e atualizada, 2011, p. 31 QUESTÃO 10– MÉDIO – CAPÍTULO 02 As empresas nascem, operam por um período de tempo, mas também podem morrer ou acontecer a dissolução das mesmas. Analise as proposições, marque (V) verdadeira e (F) Falsa, em seguida marque a sequência correta: Com relação às reorganizações societárias mediante os processos de incorporações, fusões ou cisões, é correto afirmar que ( ) Fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que as sucederá em todos os direitos e obrigações ( ) Cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, e dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. ( ) De acordo com o art. 227 das Leis das S/A e art; 1.116 do código civil – Os peritos devem ser nomeados pela empresa incorporada. ( ) Incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que a sucede em todos os direitos e obrigações Gabarito F – V – V – V V – V – F – V F – F – F – V V – F – V – F Está errada De acordo com o art. 227 das Leis das S/A e art; 1.116 do código civil – Os peritos devem ser nomeados pela empresa incorporada. – correto é; Os peritos devem ser nomeados pela empresa incorporadora. Slide da aula 02- Prof. Marinei Mattos. QUESTÃO 11– MÉDIO – CAPÍTULO 02 As empresas nascem, operam por um período de tempo, mas também podem morrer ou acontecer a dissolução das mesmas. As modalidades de reorganização de sociedades, previstas em lei, que permitem às empresas, a qualquer tempo, promover as reformulações
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