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TEXTO 3
POVOS AMERINDIOS TRADICIONAIS
A ORIGEM DO HOMEM AMERICANO
TEORIA DA ENTRADA POR BERING
A arqueologia norte-americana, a partir da metade do século XX, defende a teoria de que os primeiros americanos chegaram ao continente no fim da última era glacial, ou seja, há aproximadamente doze mil anos. A travessia teria sido feita pelo Mar de Bering, que estaria totalmente congelado.
Tal teoria está baseada nas descobertas feitas no Alasca de vestígios de povos originários da Ásia.
Porção do Mar de Bering responsável pela separação entre o extremo oeste da Ásia e o extremo leste da América do Norte (Alasca).
TEORIA DAS MULTIPLAS ENTRADAS
Países como México, Peru e Brasil, onde o estudo da arqueologia teve um desenvolvimento considerável, questionaram a Teoria da Entrada por Bering.
Arqueólogos peruanos encontraram em seus sítios arqueológicos vestígios humanos que datam de trinta mil anos. 
No Brasil, a arqueóloga Niéde Guidon afirma ter encontrado vestígios humanos com mais de cinquenta mil anos.
Embora, algumas dessas teses sejam questionadas internacionalmente, a data de trinta e cinco mil anos para a idade dos vestígios humanos encontrados em sítios arqueológicos da América tem sido a mais aceita.
De acordo com essa teoria, e’ defensável dizer que o homem entrou no continente americano por diversos pontos durante a era glacial. 
Uma das explicações para o fato dos habitantes do continente americano, antes da chegada dos europeus, terem tido origens diversas se devem a estudos baseados no DNA apontarem para a origem africanóide, de uns, e asiática, de outros. 
O acesso ao continente se deu devido ao fato de que grande parte do Oceano Pacífico estava congelada na Era Glacial, tanto na porção norte, quanto no sul, quase interligando a Oceania e a América.
EVOLUÇÃO HISTORICA DO SER HUMANO NA AMÈRICA
35.000 a.C.	os primeiros seres humanos teriam chegado a América. 
5.000 a.C.	alguns grupos domesticam animais e plantas.
1.000 a.C.	organizam-se as primeiras sociedades complexas. 
1.400		sociedades nômades, sedentárias e grandes civilizações.
1492		chegada do europeu. 
Eles tiveram acesso ao continente porque grande parte do Oceano Pacífico estava congelada na Era Glacial, tanto na porção norte, quanto no sul, quase interligando a Oceania e a América.
 Tipos de Sociedades da América pré-colonial (ou também chamada de América Original): 
Sociedades Nômades ou caçadores e coletores – grupos sociais que se alimentavam dos recursos das florestas não realizavam agricultura ou, quando muito, produziam um gênero base, como os índios Tupis coma mandioca;
Sedentários – grupos que mantinham uma organização mais complexa, graças ao domínio da agricultura e da pecuária. Eram encontrados no planalto norte americano e em algumas áreas ao sul e oeste da América do Sul.
Grandes civilizações – São chamadas assim as sociedades com grande nível de complexidade. Nomeadamente Maias, Incas e Astecas.
DIFERENÇAS CULTURAIS
Diferentemente do pensamento eurocêntrico, não e’ correto entender as diferenças culturais entre os povos originais da América como “atraso” de uns com relação aos outros. O maior ou menor desenvolvimento verificado nessas sociedades e’ explicado a partir das condições naturais do seu habitat, favoráveis para uns, desfavoráveis para outros. 
Quanto mais difícil obter alimentos, mais ferramentas e técnicas eram desenvolvidas para superar as dificuldades encontradas. Assim, verifica-se, em algumas sociedades, a domesticação de animais e plantas. No caso especifico do Brasil, as matas e os rios tinham recursos abundantes para alimentação o que não desenvolveu a necessidade nos nossos indígenas de desenvolverem muitas técnicas. 
AS GRANDES CIVILIZAÇÕES AMERINDIAS
Localização dos Astecas, Maias e Incas
A população indígena do México central diminuiu de 25 milhões antes da chegada dos espanhóis para 17 milhões em 1523, 6 milhões em 1548, 3 milhões em 1568, 2 milhões em 1580 e 750 mil em 1630, ou seja, três por cento da população existente antes da chegada dos espanhóis.
Quando ouvimos falar das grandes civilizações ameríndias, geralmente pensamos na cidade inca de Machu Pichu, nas pirâmides mexicanas dos Astecas ou na cidade de Tenochtitlan, que chegou a ter cem mil habitantes. 
Adoravam múltiplos deuses, mas a figura do Sol e’ preponderante na estrutura religiosa dos três grupos.
Os Maias já estavam em processo de desaparecimento quando da chegada dos espanhóis. Ainda assim, os astecas avançaram sobre parte das terras maias, ocupando-as. 
Mas, como veremos adiante, o poder asteca e inca não duraria muito após a chegada dos espanhóis. 
MAIAS
Viveram nas florestas equatoriais da península de Iucatã (México). Produziam milho e conseguiram dominar uma técnica de enxertos que lhes permitia produzir espécies maiores de alimentos. Construíram cidades com templos, muitos em forma de pirâmides, prédios públicos e centros de trocas. A astronomia, medicina e matemática eram muito desenvolvidas entre eles. 
ASTECAS
A Confederação Asteca foi a maior organização social da América Central.
Não existiu um império asteca, mas uma federação de cidades-estados, que seguiam regras determinadas pela cidade que controlava tal federação, Tenochtitlán. Essa cidade chegou a ter cem mil habitantes, a mesma população encontrada nas maiores cidades da Europa na época da chegada dos europeus. Alguns autores dizem que seu sistema de esgoto foi copiado pelos franceses. 
Ocuparam a região centro-sul do atual México e tinham uma grande organização militar. Os astecas eram guerreiros. Dominavam outros povos, cobrando-lhes obrigações e impostos. 
INCAS
Os incas formaram um império que se estendia do atual Equador até o norte da Argentina. Seu domínio se baseava na proteção dos povos conquistados e na cobrança de tributos. 
Uma das partes desse impe se desenvolveu em regiões de difícil acesso, montanhosas. Por isso, desenvolveram uma técnica de plantio em terraços. 
Seu imperador recebia o nome de “inca” e era o líder político e espiritual.
A CHEGADA DOS ESPANHOIS. 
Quando os espanhóis comandados por Colombo chegaram à América, o choque de culturas, o eurocentrismo e a superioridade espanhola levaram ao desaparecimento das culturas desenvolvidas por essas civilizações. 
A conquista do México por Cortez fez com que o sistema federativo desaparecesse. Houve uma decadência populacional por conta da guerra e das doenças trazidas pelos espanhóis.
Já no caso dos incas, Pizarro aguardou pacientemente a irrupção de uma crise entre os lideres incas. Com a morte de Huayana Capac, seus filhos Atahualpa e Huascar começam a luta pelo poder e e’ desse momento que Pizarro se aproveita para derrotar o império. 
AS RAZÕES DA COLONIZAÇÃO
Como já vimos, as grandes navegações estão relacionadas ao controle do mar Mediterrâneo pelos italianos. Esse controle fez com que houvesse uma busca por alternativas para chegar ao oriente pelo mar. Sabemos que se atribui aos portugueses esse pioneirismo. 
Suas aventuras têm início a partir de 1415, culminando com a chegada a Índia, em 1498. Os espanhóis acompanham os portugueses nessas navegações e chegam a América em 1492. Embora genovês, Colombo, como tantos outros navegadores, se colocavam a serviço de outros Estados. 
Como já vimos, também, as grandes navegações estão relacionadas com a Expansão Comercial.
Essa expansão está baseada em alguns fatores:
PROCURA POR NOVAS FONTES DE ESPECIARIAS: as especiarias eram produtos muito procurados na Europa (tecidos, perfumes, canela, pimenta, açúcar). Gênova e Veneza eram duas das cidades italianas que detinham o monopólio do mercado de especiarias no Mediterrâneo oriental. Os preços cobrados por esses produtos eram muito altos o que levou ao pensamento de buscar um outro caminho marítimo que levasse, da mesma forma, as fontes desses produtos. 
FALTA DE METAIS PRECIOSOS: as minas de metais preciosos da Europa estavamse esgotando devido a produção de moedas para atender as trocas comerciais. Era urgente encontrar novas minas fora da Europa. 
ALIANÇA ENTRE O REI E A BURGUESIA: embora o historiador inglês Perry Anderson negue que essa aliança tenha existido, na verdade e’ que, em certos países, em algumas ocasiões, principalmente no início da formação dos Estados Absolutistas, ela existiu. A burguesia contribuía com empréstimos para que o rei pudesse aparelhar o Estado (inclusive militarmente) e este, em troca, concedia vantagens comerciais para a burguesia. Essa aliança foi importante para as navegações portuguesa e espanhola. 
A CATEQUESE: embora não tão importante, o desejo da Igreja de converter pagãos e trazê-los para sua área de influência para compensar as perdas causadas pela chamada Reforma Protestante, animou a Igreja que passa a incentivar essas viagens. 
NOVAS TECNOLOGIAS: a descoberta ou criação de novos instrumentos de navegação como a bussola, o astrolábio e a caravela foram importantes que as navegações se tornassem mais seguras. 
As grandes navegações também se inserem na lógica do mercantilismo, que era a Política Econômica do Antigo Regime ou Regime Absolutista. Portugal e Espanha utilizaram-se muito de uma das características do Mercantilismo com a exploração do Exclusivo Colonial com suas colônias (a colônia só poderia importar produtos da sua metrópole e exportar produtos para a sua metrópole). 
TRABALHO COMPULSORIO
A necessidade de novos recursos levou burguesia e reis explorar as terras descobertas, transformadas, agora, em colônias. Ouro, prata, gêneros agrícolas (batata, cacau, cana-de-açúcar) eram fundamentais para o comércio. Os gêneros agrícolas foram plantados em haciendas (terras concedidas para exploração comercial). 
Para tirar da terra todos esses recursos, era necessária uma enorme quantidade de mão-de-obra e, para que a produção fosse lucrativa, tal mão-de-obra deveria ser barata. Ou gratuita. Daí, a utilização do trabalho compulsório dos índios. 
ORGANIZACÃO DO TRABALHO NA AMERICA ESPANHOLA.
ENCOMIENDA
A primeira forma institucionalizada de trabalho indígena compulsório foi a encomienda (1509). Era uma concessão real aos conquistadores que lhes transferia o poder sobre determinado número de aldeias e índios que deveriam ser catequizados e protegidos. Em troca, o encomendero poderia exigir-lhes trabalho (encomienda de servicios) e gêneros (encomienda de tributos). Teve início na segunda década do século XVI e pretendia ser, inicialmente, um substituto para a escravidão ou um compromisso oficial entre a escravidão extrema praticada pelos primeiros colonos e o sistema de trabalho livre, teoricamente aprovado pela Coroa. 
Por esse sistema, o indígena manteve seus vínculos com a comunidade a qual pertencia e tinha com os encomenderos uma relação temporária que consistia num trabalho sazonal, não especializado e sem remuneração. Os índios submetidos a encomienda, além dos trabalhos costumeiros realizados em suas aldeias, tinham que prestar serviço compulsório ao encomendero, ainda que temporário. O sistema aumentou a exploração sobre os indígenas pois as famílias camponesas tinham que produzir para sua subsistência e, ao mesmo tempo, produzir e transferir um importante excedente de seu trabalho ao encomendero.
Com a encomenda, a Coroa espanhola transferiu o controle da mão-de-obra aos encomenderos e, com isso, aumentou o poder e as pretensões de autonomia desses conquistadores. Esse sistema propiciou o enriquecimento de muitos conquistadores e primeiros colonizadores, sendo a base das primeiras fortunas coloniais. Como exemplo, Cortés, utilizou sua encomienda de quatrocentos índios para extrair ouro, construir estaleiros e barcos e manter soldados nas terras recém-descobertas. 
A encomienda teve variações regionais, mas o tipo clássico que se desenvolveu no México ocidental, América Central, Venezuela, Equador, Colômbia e norte do Chile representou uma exploração em grande escala onde a elite centralizadora dos grandes impérios fora eliminada e subjugada e as sociedades que restaram foram subjugadas e fragmentadas em comunidades independentes, cada uma subjugada a um encomendero espanhol. 
LEYES NUEVAS.
Essas leis, de 1542, tinham por objetivo proibir a escravidão dos índios. Por essas leis, as autoridades civis e eclesiásticas da colônia espanhola perdiam as encomiendas que possuíam, assim como sua hereditariedade e impediam a concessão de novas. Em 1549 era proibida a prestação de serviços pelos índios ao encomenderos porem mantinham-se as obrigações de pagamento de tributos. A partir da segunda metade do século XVI a instituição da encomenda foi sendo gradualmente abandonada no México (1570) e no Peru mas persistiu por muito tempo em áreas periféricas como Paraguai, Tucumán (na atual Argentina), Chile e Iucatã (México).
REPARTIMIENTO DE INDIOS.
Substituiu a encomienda embora tenha existido paralela a essa por um bom tempo. A ideia dessa nova modalidade de trabalho era vantajosa para a Coroa e para muitos colonos. Inicialmente, porque afastava os índios do controle arbitrário dos encomenderos, diminuindo sua riqueza e poder político. Em seguida, colocava a mão-de-obra indígena a disposição do crescente número de espanhóis que chegavam ao Novo Mundo – em 1570, apenas 4 mil dos 23 mil espanhóis possuíam encomendas. A disputa pelo trabalho indígena começava a se acirrar. 
Por esse novo sistema, cada comunidade indígena deveria fornecer um determinado número de homens adultos que seria proporcional à sua população. Esses homens trabalhariam periodicamente nas haciendas (fazendas, estancias), nas minas ou em serviços públicos em troca de um pagamento diário. Findo o período de trabalho, retornavam as suas aldeias. Esses trabalhadores eram designados pela autoridade indígena da comunidade que eram entregues a um juiz repartidor que, por sua vez, os distribuía aos colonos espanhóis. 
O cargo de juiz repartidor passou a ser disputado por criollos (filhos de espanhóis nascidos na América) pobres porque oferecia uma forma de enriquecimento: índios e comunidades subornavam os juízes para obter isenções do trabalho e os hacendados (fazendeiros, estancieiros) espanhóis, da mesma forma, os subornavam para obterem um número maior de trabalhadores ou para que pudessem alongar o período de trabalho dos indígenas ou, ainda, para que fossem ignoradas as condições precárias de trabalho. 
No México, as comunidades indígenas foram obrigadas a contribuir com 2 a 4% de sua mão-de-obra ativa, e até 10% nas épocas de colheita. No Peru, o repartimiento organizado na década de 1570 fez com que, anualmente, 13.500 homens fossem mobilizados para trabalhar nas minas de Potosi. Trabalhavam nas minas por um ano e só prestariam serviço novamente sete anos depois, mas esse período foi encurtando na medida em que a população diminuía chegando-se a exigir um ano de trabalho com dois de descanso. 
As comunidades indígenas próximas dos núcleos urbanos também eram recrutadas para serviços de construção e manutenção de edifícios públicos, como igrejas, cabildos (instituições que davam representatividade legal ás cidades, responsáveis pela sua administração da cidade e cujos membros eram escolhidos entre os seus principais habitantes), prisões, aquedutos e reparação de ruas e estradas.
A duração das jornadas e a proporção de índios envolvidos no repartimiento e a proporção da quantidade de índios envolvidos variava conforme a região assim como o nome que assumia essa modalidade: no Peru e na Bolívia era chamada de mita; no México, coatequitl; na Guatemala, mandamiento; na América Central e na Colômbia, mita (quando o trabalho era nas minas), alquiler (nos trabalhos urbanos) e concertage (agricultura). 
As denominações que o repartimiento tiveram em algumas localidades da América remetem as relações de trabalho existentes antes da chegada dos espanhóis (mita significa turno na língua quéchua). Isso indica uma tendência dos conquistadores adotarem instituiçõesjá existentes, apenas modificando-as de acordo com as circunstancias e interesses. O vice-rei do México mandou que se pesquisasse sobre a organização do trabalho no império asteca, em 1555, para estabelecer um modelo para o repartimiento naquela região. 
O repartimiento dos índios significou a vinculação definitiva da população indígena ao processo econômico comandado pelos espanhóis em condições de dominação e exploração crescentes. Alem disso, a imposição desse sistema de trabalho produziu mudanças profundas nas comunidades: antes da conquista e mesmo durante a existência da encomienda, os indígenas produziam seus meios de subsistência e o excedente exigido pelos conquistadores, geralmente no mesmo espaço e sob as mesmas condições de produção. 
Com o repartimiento, a produção dos meios de subsistência continua a ser feita em suas comunidades, mas o trabalho excedente (o trabalho compulsório exigido pelos conquistadores) era realizado fora delas, em condições de produção diferentes, em atividades especializadas da economia espanhola (mineração, agricultura e pecuária) e com meios de produção (instrumentos de trabalho) e formas de comando diferentes daqueles existentes em suas comunidades. Agora, eram funcionários espanhóis e não mais as autoridades indígenas que fixavam a duração do trabalho, suas condições de execução, o pagamento e a divisão dos trabalhadores. 
Paralela à imposição do repartimiento, a Coroa espanhola tomou outra medida, em 1550, que obrigava os indígenas a participar ainda mais da economia espanhola. Antes, a cobrança do tributo respeitava as tradições de cultivo existentes antes da chegada dos espanhóis que se constituía em produtos básicos como milho, feijão, roupas de algodão e alguns produtos específicos de cada região. 
A partir de 1550, os espanhóis passaram a exigir o pagamento do tributo em dinheiro ou em determinados produtos agrícolas, desestimulando o policultivo e forçando a propagação de culturas e animais europeus como trigo, galinhas e ovelhas, que visavam ao abastecimento dos novos centros urbanos em formação. A exigência do pagamento em dinheiro obrigava os indígenas a trabalhar em atividades próprias dos espanhóis ou produzir bens que pudessem ser vendidos num ainda incipiente mercado.
Com isso, as comunidades indígenas tornaram-se cada vez mais dependentes da economia espanhola, tendo que trabalhar mais e mais para atender a todas as exigências do dominador. 
(o assunto continua no texto 4).

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