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RESUMÃO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA: Trichuris trichiura Filo: Nematódeos / Nematódos / Nematelmintos Características: vermes cilíndricos, maioria de vida livre, alongados, simetria bilateral, macho menor que a fêmea. Representantes: Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Larva migrans visceral. Trichuris trichiura Nome vulgar: chicote. Distribuição: cosmopolita. Mais prevalente em regiões de clima quente e úmido e condições sanitárias precárias; Morfologia: Vermes adultos: 3 a 5 cm de comprimento, parte anterior fina e longa, apresentam forma típica semelhante a um chicote, apresentam dimorfismo sexual, ou seja, existem diferenças marcantes entre os machos e fêmeas, as quais não dizem respeito aos órgãos sexuais; são dióicos (apresentam sexos separados: macho e fêmea); Macho: menor que a fêmea, extremidade posterior extremamente curvada ventralmente; Fêmea: maior que o macho, observa-se ovário e útero únicos. Ovos: formato elíptico com poros salientes e transparentes em ambas as extremidades, preenchidos por material lipídico. Possui três camadas distintas: Camada lipídica externa; Camada quitinosa intermediária; Camada vitelínica interna, a qual favorece a resistência destes ovos á fatores ambientais. Habitat: INTESTINO GROSSO Infecções leves a moderadas: ceco e cólon ascendente. Infecções intensas: cólon distal, reto. OBS: É considerado um parasito TISSULAR, pois toda a região esofagiana do parasito penetra na camada epitelial da mucosa intestinal do hospedeiro, onde se alimenta de restos dos enterócitos lisados pela ação de enzimas proteolíticas. Ciclo biológico: É do tipo monoxênico, machos e fêmeas que habitam o intestino grosso se reproduzem sexuadamente e os ovos são eliminados para o meio externo pelas fezes; vermes adultos sobrevivem cerca de 3 a 4 anos no homem; Machos e fêmeas no ceco: 1. Eliminação de ovos nas fezes; 2. Os ovos tornam-se embrionados e se desenvolve no ambiente para se tornar infectante; 3. Ovo infectante contamina alimentos sólidos e líquidos e serem ingeridos pelo homem; 4. Ovo segue esôfago e atinge estomago, onde é semidigerido; 5. Larva eclode no duodeno e migra para o ceco; 6. Durante a migração sofre quatro mudas; 7. Cerca de um mês após a infecção, as fêmeas iniciam a postura. Obs: Não acontece a Síndrome de Loeffler nesta parasitose. Transmissão: os ovos de T. trichiura eliminados com as fezes do hospedeiro infectado contaminam o ambiente, em locais sem saneamento básico, por disseminação através da mosca doméstica, geofagia (ingestão de terra) Patogenia e sintomatologia: Tricuríase é a doença causada pelo parasito T. trichiura. A gravidade da tricuríase depende a carga parasitaria, mas também da idade, estado nutricional do hospedeiro como também da distribuição dos vermes adultos no intestino; Infecção leve: assintomática ou apresenta sintomatologia intestinal discreta; Infecção moderada: dor de cabeça, dor epigástrica e no baixo abdômen, diarreia, náuseas e vômitos Infecção intensa: principalmente em crianças, há síndrome disentérica crônica, que é uma diarreia intermitente com presença abundante de muco e, algumas vezes, sangue, dor abdominal, anemia, desnutrição e algumas vezes prolapso retal. Obs: como não existe migração sistêmica das larvas de T. trichiura, as lesões provocadas pelo verme estão confinadas no INTESTINO. Diagnóstico: Clínico: não especifico; Laboratorial: número de ovos do parasito nas fezes, através do método Kato-Katz, possibilidade de visualizar vermes adultos em exames de colonoscopia e anoscopia; Tratamento: Benzomidazóis (mebenzadol e albendazol), Profilaxia: semelhante ao do Ascaris lumbricoides. Mecanismos de respostas imunes ao T. trichiura: Níveis elevados de TNF-ɑ em crianças parasitadas com T. trichiura leva a um quadro de caquexia (perda de peso); Apresenta também menor redução nos níveis séricos do hormônio IGF-1 e da síntese de colágeno, que pode ser responsável pela baixa estatura nestas crianças; Desta maneira, devido a esses fatores anteriores mencionados, leva ao aparecimento das alterações sistêmicas,como anemia, desnutrição e comprometimento no desenvolvimento físico e cognitivo. Referências: NEVES. David Pereira. Parasitologia Humana. 11 ed. Atheneu. São Paulo. 2005.
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