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PERDA DA PROPRIEDADE PROFESSOR: DENIS DE SOUZA LUIZ www.denis-souza.blogspot.com.br Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - por alienação; II - pela renúncia; III - por abandono; IV - por perecimento da coisa; V - por desapropriação. MODOS DE PERDA DA PROPRIEDADE É um negócio jurídico, gratuito ou oneroso, que causa a transferência de direito próprio sobre bem móvel ou imóvel a outrem. O termo alienação deve ser reservado apenas às transmissões voluntárias, provenientes de negócio jurídico bilateral. A perda da propriedade pela alienação sempre estará subordinada à tradição, no caso de bens móveis e ao registro do título aquisitivo, quando versar sobre bens imóveis. ALIENAÇÃO A renúncia é negócio jurídico que deve ser interpretado restritivamente. Por esse motivo, a lei não admite renúncia tácita, sobretudo quando se tratar de bens imóveis, devendo, nesse caso, o ato ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis. Os bens móveis podem, em tese, ser renunciados. Todavia, a formalidade exigida pela renúncia impede que na prática essa modalidade de perda da propriedade seja comum à propriedade mobiliária. RENÚNCIA É o negócio jurídico unilateral pelo qual o proprietário declara formal e explicitamente o propósito de despojar-se do direito de propriedade. Na renúncia nada se transmite a ninguém, simplesmente o titular abdica do direito real. RENÚNCIA No abandono o proprietário despoja- se do que é seu com a intenção de não continuar mais como dono. Difere da renúncia, porque nesta o proprietário declara expressamente que se despoja de seu direito, enquanto, no abandono, está presente a intenção de não continuar como dono, o que resulta de atos inequívocos. ABANDONO Originado do princípio de que com o perecimento do objeto perece o direito. Se a coisa sobre a qual o titular exercia o seu poder desaparece, intuitivo que se extingue o direito, por lhe faltar objeto. É o que se passa, por exemplo, com o prédio incendiado, com o terreno inundado definitivamente, com o terremoto que destrói a construção Perecimento material ou real: destruição da coisa. Perecimento jurídico: a coisa continua a existir, mas uma situação jurídica superveniente faz com que se torne impossível o exercício do direito pelo seu titular. A doutrina diverge quanto a reconhecer o perecimento jurídico como modalidade de perda da propriedade. PERECIMENTO A desapropriação é estudada no Direito Administrativo, tendo o Código Civil limitado-se a indicá-la como forma de perda da propriedade. DESAPROPRIAÇÃO Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA Fiduciário: credor que recebe a propriedade e a posse indireta do bem. Fiduciante: devedor que entrega a propriedade do bem e guarda para si a posse direta. Objeto: bem móvel infungível. Há possibilidade de propriedade fiduciária incidente em bem imóvel na hipótese da alienação fiduciária da Lei 9.154/97. SUJEITOS E OBJETO § 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro. § 2o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa. § 3o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária. PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, conterá: I - o total da dívida, ou sua estimativa; II - o prazo, ou a época do pagamento; III - a taxa de juros, se houver; IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identificação. PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA OBS: O credor fiduciário converte-se automaticamente em proprietário, tendo no valor do bem dado em garantia o eventual numerário para satisfazer-se na hipótese de inadimplemento do débito pelo devedor fiduciante. PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA a) resolubilidade (condição: adimplemento do contrato); b) transmissão da propriedade ao credor do negócio fiduciário; c) transmissão da posse indireta ao credor fiduciário, através de constituto possessório; d) permanência do devedor fiduciante como possuidor direto; e) o bem objeto da propriedade fiduciária é utilizado como garantia ao adimplemento do negócio fiduciário; f) devolução da propriedade e da posse indireta (traditio brevi manu) ao devedor uma vez adimplida a obrigação principal. CARACTERÍSTICAS STJ Súmula nº 28 - Alienação Fiduciária em Garantia - Patrimônio do Devedor O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor. PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA Requisitos do contrato: - Descrição da dívida; - Prazo de pagamento - Taxa de juros, se houver - Descrição do objeto. É necessário o registro do título (trata-se, portanto, de negócio formal). Obs: É inválida cláusula que autoriza o credor a ficar com o bem no caso de inadimplemento. PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário: I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza; II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento. DIREITOS E DEVERES. CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO DO CONTRATO Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor. Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta. Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o pagamento da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo restante. Obs: aplicação da teoria do adimplemento substancial na propriedade fiduciária. PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
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