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DIREITO 
DE VIZINHANÇA 
PROFESSOR: DENIS DE SOUZA LUIZ 
www.denis-souza.blogspot.com.br 
As normas referentes ao direito de 
construir visam o regramento das 
relações que devem imperar 
entre os vizinhos, quando um 
deles resolver construir. 
 
Envolve tanto a superfície do solo 
quanto o subsolo e o espaço 
aéreo. 
LIMITAÇÕES AO DIREITO DE CONSTRUIR 
As A liberdade de construir de um não 
pode colocar em risco ou causar 
prejuízo ao outro vizinho. 
 
Conseqüências: indenização, 
demolição, ou até mesmo o embargo 
da obra (telhados que vertem 
goteiras, janelas/terraços/varandas 
a menos de metro e meio, ruínas, 
desmoronamentos, bate-estacas, 
etc). 
LIMITAÇÕES AO DIREITO DE CONSTRUIR 
DIREITO DE CONSTRUIR 
“Art. 1.299. O proprietário pode levantar em 
seu terreno as construções que lhe 
aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os 
regulamentos administrativos”. 
DIREITO DE CONSTRUIR 
“Art. 1.300. O proprietário construirá de 
maneira que o seu prédio não despeje águas, 
diretamente, sobre o prédio vizinho”. 
⇒ Trata-se da vedação do ESTILICÍDIO. 
 
⇒ A figura jurídica do „estilicídio‟ visa atender às situações 
criadas pelos proprietários que deixam ficar os beirados 
dos telhados dos seus prédios urbanos a gotejar sobre 
prédios vizinhos. 
DIREITO DE CONSTRUIR 
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, 
terraço ou varanda, a menos de metro e meio do 
terreno vizinho. 
DIREITO DE CONSTRUIR 
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de 
metro e meio do terreno vizinho. 
 
§ 1° As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as 
perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros. 
 
§ 2° As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou 
ventilação, não maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de comprimento 
e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso. 
Súmula 120 do STF: “Parede de tijolos de vidro translúcido pode ser levantada a menos de 
metro e meio do prédio vizinho, não importando a servidão sobre ele”. AINDA TEM 
APLICAÇÃO. 
 
Súmula 414 do STF: “Não se distingue a visão direta da oblíqua na proibição de abrir janela, 
ou fazer terraço, eirado, ou varanda, a menos de metro e meio do prédio de outrem”. 
CANCELADA. 
DIREITO DE CONSTRUIR 
ZONA RURAL 
“Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido 
levantar edificações a menos de três metros do 
terreno vizinho”. 
DIREITO DE CONSTRUIR 
PAREDE-MEIA – CONDOMÍNIO 
NECESSÁRIO 
Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utilizá-la até 
ao meio da espessura, não pondo em risco a segurança ou a 
separação dos dois prédios, e avisando previamente o outro 
condômino das obras que ali tenciona fazer; não pode sem 
consentimento do outro, fazer, na parede-meia, armários, ou 
obras semelhantes, correspondendo a outras, da mesma 
natureza, já feitas do lado oposto”. 
DIREITO DE CONSTRUIR 
ALTEAMENTO 
 AUMENTAR A PAREDE-MEIA 
“Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a 
parede divisória, se necessário reconstruindo-a, para 
suportar o alteamento; arcará com todas as 
despesas, inclusive de conservação, ou com 
metade, se o vizinho adquirir meação também na 
parte aumentada”. 
O Art. 1.313. do Código Civil, em decorrência da realização de obras, reconhece 
que o proprietário ou ocupante é obrigado a tolerar que o vizinho adentre no seu 
imóvel, desde que haja prévio aviso, nas seguintes hipóteses: 
 
➥Se o vizinho, temporariamente, dele for usar usar, quando indispensável à 
reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro 
divisório. Ex.: o proprietário deve tolerar a entrada do vizinho para reparos em 
paredes ou corte de galhos de árvores. Esse direito de tolerância é aplicado aos 
casos de limpeza ou reparação de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e 
nascentes e ao aparo de cerca viva (art. 1.313, § 1.º, do CC). 
 
➥Para o vizinho apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que ali se 
encontrem casualmente. Ex.: o vizinho entra no imóvel de outrem para pegar uma 
bola de futebol ou um gato perdido. Uma vez sendo entregue a coisa buscada pelo 
vizinho, o proprietário pode impedir novas entradas no imóvel (art. 1.313, § 2.º, do 
CC). 
DIREITO DE CONSTRUIR 
DIREITO DE PENETRAÇÃO 
ÁRVORES 
LIMÍTROFES 
 
• Presunção de condomínio quanto à árvore cujo tronco 
estiver na linha divisória – segundo o art. 1.282, “a árvore, 
cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em 
comum aos donos dos prédios confinantes”. 
•Árvore situada na linha divisória, 
pertence a ambos os proprietários, na 
proporção de metade para cada um, e se 
for cortada a madeira será dividida pela 
metade. 
 
•Não pode um dos confrontantes arrancá-
la sem o consentimento do outro. Se a 
sua presença estiver causando prejuízo e 
não obtiver o consentimento do vizinho, 
deverá recorrer ao Judiciário 
ÁRVORES LIMÍTROFES 
• Frutos caídos naturalmente são de 
propriedade da pessoa em cujo solo 
eles caíram, se este for propriedade 
particular. 
 
• Aplica-se a regra do art. 1284: 
pertencem ao dono do solo onde 
tombarem, se este for de propriedade 
particular. 
 
• Tal regra constitui exceção ao princípio 
de que o acessório segue o principal. 
 
• Todavia, se caírem em uma 
propriedade pública, o proprietário 
continuará sendo o seu dono, 
cometendo furto quem deles se 
apoderar. 
ÁRVORES LIMÍTROFES 
PASSAGEM FORÇADA 
 
• O art. 1.285 assegura ao proprietário de prédio que se 
achar encravado, sem acesso à via pública, nascente ou 
porto, o direito de, mediante pagamento de indenização, 
constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo 
será judicialmente fixado, se necessário. 
PASSAGEM FORÇADA 
• O imóvel encravado não pode deixar de ser explorado 
economicamente e de ser aproveitado, por falta de 
comunicação com a via pública. 
 
• O instituto da passagem forçada atende, pois, ao 
interesse social. 
 
• O direito é exercitável contra o proprietário contíguo e, 
se necessário, contra o vizinho não imediato. O direito 
de exigir que o vizinho lhe deixe passagem só 
existe quando o encravamento é natural e absoluto. 
PASSAGEM FORÇADA 
• Não pode ser provocado pelo proprietário. Não pode 
este vender a parte do terreno que lhe dava acesso à via 
pública e, depois, pretender que outro vizinho lhe dê 
passagem 
 
• Mesmo que exista uma saída para a via pública, 
constatando-se dificuldade, insuficiência, inadequação ou, 
até mesmo, periculosidade do percurso, permitir-se-á ao 
magistrado interpretar o dispositivo de forma extensiva, 
concedendo ao proprietário necessitado outra saída para 
que seu imóvel tenha a sua utilização ampliada e possa 
atender às necessidades de exploração econômica. 
PASSAGEM FORÇADA 
Passagem Forçada Servidão Predial 
Instituto de Direito de Vizinhança. 
Imóvel encravado e imóvel 
serviente. 
Direito real de gozo ou fruição. 
Imóvel dominante e imóvel 
serviente. 
Obrigatória Não é obrigatória (facultativa) 
Há pagamento obrigatório de 
indenização ao imóvel serviente. 
Não há pagamento obrigatório de 
indenização ao imóvel serviente. 
Cabe ação de passagem forçada Cabe ação confessória. 
PASSAGEM FORÇADA X SERVIDÃO PREDIAL 
PASSAGEM DE CABOS 
E TUBULAÇÕES 
• O proprietário é, igualmente, obrigado a tolerar, mediante 
recebimento de indenização, que atenda também à 
desvalorização da área remanescente, a passagem, 
através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros 
condutossubterrâneos de serviços de utilidade pública 
(ex.: luz, água, esgoto, etc.), em proveito de proprietários 
vizinhos, quando de outro modo for impossível ou 
excessivamente onerosa (art. 1286). 
PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES 
• O Proprietário prejudicado pode exigir que a 
instalação seja feita de modo menos gravoso ao 
prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à 
sua custa, para outro local do imóvel (art. 1286, 
parágrafo único). 
 
• Se as instalações oferecerem grave risco, será 
facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a 
realização de obras de segurança (art. 1287). 
PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES 
DAS ÁGUAS 
• Questão regulada pelo Código Civil e Código das Águas. 
 
• Dono do prédio inferior tem obrigação de suportar 
águas que correm naturalmente do prédio superior (chuva e 
fonte); sendo proibidas obras que piorem a situação do 
prédio inferior. 
 
• As águas que fluem artificialmente não podem ser 
lançadas ao prédio inferior, senão mediante servidão de 
passagem própria, que exclui o direito de indenização. 
 
• Nascentes e coleções d„águas não podem impedir ou 
desviar cursos naturais. 
 
• Proibidas construções que possam poluir águas de poços. 
DAS ÁGUAS

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