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Meu PROJETO DE TCC

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CRISTIANE PINTO VIEIRA SANTANA
O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Orientador: Marcelo Bastos
Belo Horizonte
2017
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1. INTRODUÇÃO 
Este trabalho foi feito com a seguinte proposta: entendermos o ensino da matemática na educação de jovens e adultos. Em primeiro lugar escolhi o tema depois de ter estudado numa turma de EJA, e pude ver de perto as dificuldades que tínhamos no dia a dia na sala de aula, e confesso que eram muitas, falta de professores, correria na entrega dos trabalhos, pouco tempo para aprendermos o conteúdo, pois cada série era feita em apenas seis meses. Outro motivo foi o estágio que fiz em turmas do 1º ano e do 3º ano do ensino médio do EJA,os alunos na maioria tinham tanta dificuldade que às vezes não participavam das aulas e alguns,quando matemática era no primeiro horário,chegavam no segundo ou simplesmente ficavam voando dentro de sala. 
Segundo Miguel Arroyo (2005), talvez a característica marcante do momento vivido na EJA seja a diversidade de tentativas de configurar sua especificidade. Uma das frentes do momento presente é, sem dúvida, a configuração da EJA como um campo específico de responsabilidade pública do Estado. Pondera que estamos num momento propício para a reconfiguração da EJA, e o que há de mais esperançoso na nova configuração é o protagonismo da juventude. Esse tempo de vida considerado apenas como uma etapa preparatória para a vida adulta, nas últimas décadas vem se revelando como um tempo humano, social, cultural e identitário e que requer a superação da visão reducionista com que foram olhados, por décadas, os alunos da EJA. Considera que o ponto de partida deverá ser perguntar-nos quem são os alunos jovens e adultos. Quanto mais se avançar na configuração da juventude e da vida adulta, teremos elementos para configurar a especificidade da EJA, tão negativamente marcados em sua trajetória.
 Tal ensino invoca, frequentemente, histórias repletas de dificuldades e de fracassos, muitas vezes atribuídos às dificuldades de ensino e aprendizagem dos próprios alunos da EJA. Nas narrativas de muitos desses estudantes percebemos que sabem a importância que têm os saberes da matemática para o cotidiano, mas que as operações são complicadas de resolver e isso se agrava ainda mais quando se encontram professores que não conhecem caminhos de como facilitar o entendimento do assunto. O paradigma curricular para a Educação de Jovens e Adultos ressalta que, é importante oferecer aos alunos da EJA oportunidades para Interpretar problemas, compreender enunciados, utilizar Informações dadas, estabelecer relações, interpretar resultados à luz do problema colocado e enfrentar, com isso, situações novas e variadas. (BRASIL, 2002 p. 74).
1.1 DELIMITAÇÕES DO TEMA
 A escolha do tema se deu devido a minha decisão de voltar a estudar em 2010 de onde eu havia parado há 14 anos no 1º ano do ensino médio, fazer o EJA (Educação de Jovens e Adultos) por ser mais rápido, pois já tinha perdido muito tempo, e pretendia continuar estudando.
 Então vi a dificuldade que todos os alunos tinham em relação à matemática, que na verdade era muito grande, devido à matéria e o pouco tempo que tinham. 
 Segundo alguns alunos, as aulas são chatas e estressantes. É raro encontrar em uma turma mais do que três alunos que se interessem pela disciplina. Outros ainda insistem em questionar as utilidades daquelas fórmulas cansativas no cotidiano ou onde aplicarão aquele tipo de conhecimento.
1.2 DEFINIÇÕES DO PROBLEMA
- De que forma a matemática pode ser significativa em uma turma de EJA?E como é o ensino dentro da sala de aula?
2 JUSTIFICATIVA
 De acordo com as pesquisa de J.A.G. Madruga (1996), a aprendizagem significativa distingue-se das demais por duas características, a primeira é que seu conteúdo pode ser relacionado com o conhecimento prévio do aluno e a segunda é que este deve adotar uma atitude favorável para tal tarefa, dotando de significado próprio os conteúdos que assimila. A partir desta perspectiva, a tarefa do professor consiste em programar, organizar e sequenciar os conteúdos, de forma que o aluno possa realizar tal aprendizagem, incorporando os novos conhecimentos em sua estrutura cognitiva prévia.
 O que caracteriza uma aprendizagem como sendo significativa é o fato dela envolver o indivíduo como um todo. Esta deve ir ao encontro de suas necessidades, gerando assim um desequilíbrio para o mesmo, o que resulta em uma energia impulsora para que vá em busca daquilo que necessita aprender.
 A aprendizagem vista sob essa ótica, vai ao encontro da teoria piagetiana apresentada por Cunha (2000), pois de acordo com ela, há uma situação de desequilíbrio entre o sujeito e o objeto a ser estudado. Desta forma, o sujeito sente-se atraído a agir sobre o objeto, de maneira que possa superar este desnível entre eles.
 Então, é de extrema importância que haja vínculos desafiadores entre o aluno e a matéria de ensino, para que assim o mesmo perceba o desnível entre si e o conteúdo a ser estudado. Se isso não ocorrer, o educando não será impulsionado a estudar aquilo a que está sendo submetido. Não havendo motivação, o aluno não se porta de maneira ativa diante da matéria e sem iniciativa e curiosidade em descobrir, não ocorre o processo de conhecimento.
 D’Ambrosio (1993), no seu livro Etnomatemática traz um trecho que ilustra essa realidade, que não é só vivenciada por professores e alunos, mas que acontece em qualquer ambiente cultural, quando se fala em matemática, onde as pessoas ainda sentem-se dominadas pela exatidão e pela precisão da matemática, não que estas características da ciência sejam negativas, muito pelo contrário, é que estes indivíduos sentem-se a margem por não terem construído essa forma de conhecer. Desse modo percebemos que é praticamente impossível tentar localizar no tempo e no espaço a primeira vez em que alguém se interessou pelo fazer matemático de outras culturas, pois tais situações começaram a ser observadas e relatadas a partir do momento em que os indivíduos passaram a viajar e conhecer outros lugares, e quando lá chegavam entravam em contato com a cultura local, esses indivíduos registraram e reconheceram a existência de diferentes práticas culturais e também diferentes práticas matemáticas destes povos que estavam em lugares longínquos e assim distantes das elites culturais da época. (OREY e ROSA, 2005). 
 
 3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo deste texto é refletir sobre o ensino da Matemática na Educação de Jovens e Adultos, e descobrir de que forma a matemática pode ser significativa na EJA.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Saber dos alunos da EJA qual o significado a matemática tem pra eles;
Identificar quais as dificuldades dos alunos da EJA em relação à matemática; 
 Investigar a relação com a matemática que os alunos estabelecem; 
 
 4 . METODOLOGIA
 O presente trabalho será desenvolvido em turmas da Educação de Jovens e Adultos. Onde irei coletar informações através das observações das aulas e por pesquisas na internet, no período de 1 de Agosto de 2017 a 30 de novembro de 2017. 
 Será uma experiência muito boa, onde presenciarei os fatos e poderei ver de perto que ser um professor do EJA não é uma tarefa fácil, exige comprometimento e que estejamos atentos às necessidades deste público, proporcionando a estes alunos aulas interessantes e enriquecedoras, já que eles precisam de motivação para continuar seus estudos após uma jornada de trabalho ou retornar depois de anos longe da sala de aula. Precisamos buscar alternativas metodológicas que ampliem os conhecimentos prévios desses alunos e que eles possam fazer uso dos saberes da matemática. 
 A vida fora da escola é o ponto de partida para o desencadeamento das conquistas na sala de aula, na medida em que privilegia a atividade autônoma e espontânea do sujeito, da mesma forma o trabalho realizado na escola refletirá na
realidade do aluno, transformando e potencializando-a. 
 Como afirma Piaget (1973b, p.32): “O ideal da educação é, antes de tudo, aprender a aprender; é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se desenvolver depois da escola.” 
 No colégio vou trabalhar com turmas de primeira, segunda e terceira série do ensino médio, na modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos, onde em sala de aula farei a observação de como a professora ministra as aulas, quais conteúdos são apresentados,quais as dificuldades e curiosidades desses alunos. 
 Durante realização da minha pesquisa na escola, irei coletar informações e este será o ponto inicial do meu trabalho,onde irei observar os fatos e acontecimentos na realidade da EJA.
. “o campo da EJA está se firmando de maneira muito intensa com sua especificidade, com suas dificuldades próprias e também com suas deficiências que precisam ser vencidas. Quem trabalha com Educação de jovens e adultos não atende pessoas “desencantadas” com a educação, mas sujeitos que chegam na escola carregando saberes, vivências, culturas, valores, visões de mundo e de trabalho. Estão ali também como sujeitos da construção desse espaço que tem suas características próprias e uma identidade construída coletivamente entre educandos e educadores”. (Arroyo, 2003:7)
5 REFERÊNCIAS 
MADRUGA, J. A. G. Aprendizagem pela Descoberta Frente à Aprendizagem pela Recepção: A Teoria da Aprendizagem Significativa. In: COLL, C.; Palácios, J.;MARCHESI, A.(orgs). Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia da educação. vol. 2. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
CUNHA, M.V. Psicologia da Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2000 
ARROYO, Miguel. Educação de jovens - adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. (IN) SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia; GOMES, Nilma (organizadores). Diálogos na Educação de Jovens e Adultos. Belo Horizonte/MG: Autêntica, 2005.
D’AMBROSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da teoria à prática. 2. ed. Papirus; Campinas/SP, 1997, p. 111-114.
OREY, Daniel e ROSA, MILTON. Raízes Históricas do Programa Etnomatemática. Revista da Sociedade Brasileira de Educação Matemática. São Paulo, Ano 12, n 18- 19, p. 5-14, dez. 2005.
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