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CCJ0106 – PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO Aula 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO PROF. DRA. STELLA ARANHA Modificado por Sandra Brandão. PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Direito e Justiça são palavras que trazem complexos e diferentes significados. Desde os primeiros anos de vida, as pessoas sabem o que lhes pertence e sabem defendê-lo dos outros que se aventuram a tomar para si o referido bem. Direito e Justiça PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Fazer justiça é respeitar o direito e não realizar qq ação q perturbe o equilíbrio social em relação ao respeito das leis por cada um de nós. Para Cavalieri Filho (2002), Direito e Justiça são considerados pela sociedade como uma coisa só (senso comum). Nem tudo que é Direito é justo nem tudo que é justo é Direito. Direito e Justiça PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO DIREITO - é uma invenção humana, um fenômeno histórico e cultural, considerado uma técnica de pacificação social e de realização de justiça; Direito e Justiça PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO DIREITO - é um conj. de princípios e regras destinado a realizar a justiça; . Nem sempre o Direito alcança essa finalidade, quer por não conseguir acompanhar as transformações sociais, quer pela incapacidade daqueles q o conceberam, e, além disso, por falta de disposição política p/ implementá- lo, tornando-se por isso um direito injusto; o direito está em permanente busca da justiça e, por isso, em permanente transformação. Direito e Justiça PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Direito e Justiça JUSTIÇA – envolve valores inerentes ao ser humano, tais como a liberdade, igualdade, fraternidade, o que vem sendo chamado de Direito natural desde a Antiguidade; é um sistema aberto de valores, em constante modificação. PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Algumas questões para debate: Qual a finalidade da justiça ? O que é uma sociedade justa ? Qual é a função do operador do Direito ? PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Poderíamos dizer que é a transformação social, na busca de uma sociedade justa. O que é uma sociedade justa? Segundo Cavalieri Filho (2002), é uma sociedade sem preconceitos e discriminação de raça, sexo, cor ou idade; uma sociedade livre, solidária, sem pobreza e desigualdades sociais, na qual a cidadania e a dignidade da pessoa humana são as principais metas. Qual a finalidade da Justiça? PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Qual a função do operador do Direito ? Adequar o Direito à justiça. A justiça é um sistema aberto de valores e suscetível às mudanças, por melhor que seja a lei, sempre terá de ser ajustada às transformações sociais e aos novos ideais de Justiça. PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO O acesso à justiça pressupõe a capacidade e oportunidade de realização de um direito, principalmente, dos direitos humanos que configuram a verdadeira cidadania. Acesso à Justiça PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO E O PSICÓLOGO NESTAS SITUAÇÕES? Fundamentará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores q embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos; promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO não se esgota no acesso ao Judiciário; não se trata de conceder o acesso à Justiça enquanto instituição estatal; não pode ser confundida com a mera busca pela inclusão dos segmentos sociais ao processo judicial. Mas viabilizar o acesso à ordem jurídica justa Desde meados de 2007, a Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, definiu o tema “Democratização do Acesso à Justiça” como eixo prioritário de suas ações. Acesso à Justiça PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Na tentativa de dar mais visibilidade à Justiça Restaurativa, em 14 de agosto de 2014, o Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinou um acordo para incentivar a Justiça Restaurativa com o objetivo de diminuir a judicialização de infrações e reparar relações sociais. JUSTIÇA RESTAURATIVA PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Princípios importantes da Justiça Restaurativa: Voluntariedade Horizontalidade Responsabilização do autor do ato infracional Resgate de valores que ficam prejudicados quando se pratica um ato infracional: respeito, honestidade, humildade, entre outros. Justiça Restaurativa PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Autor do ato infracional - busca-se alcançar a responsabilização, sem deixar de oferecer-lhe o apoio de q necessita. Vítima - atendimento e acolhimento de sua dor, bem como a oportunidade de ressignificação e restituição de dano, mesmo q simbolicamente. Protagonistas: vítima, ofensor e sua comunidade Justiça Restaurativa PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Valores JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Conceito estritamente jurídico de Crime – Violação da Lei Penal - ato contra a sociedade representada pelo Estado Conceito amplo de Crime – Ato que afeta a vítima, o próprio autor e a comunidade causando-lhe uma variedade de danos Primado do Interesse Público (Sociedade, representada pelo Estado, o Centro) – Monopólio estatal da Justiça Criminal Primado do Interesse das Pessoas Envolvidas e Comunidade – Justiça Criminal participativa Culpabilidade Individual voltada para o passado -Estigmatização Responsabilidade, pela restauração, numa dimensão social, compartilhada coletivamente e voltada para o futuro Uso Dogmático do Direito Penal Positivo Uso Crítico e Alternativo do Direito Indiferença do Estado quanto às necessidades do infrator, vítima e comunidade afetados - desconexão Comprometimento com a inclusão e Justiça Social gerando conexões Mono-cultural e excludente Culturalmente flexível (respeito à diferença, tolerância) Dissuasão Persuasão PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Procedimentos JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Ritual Solene e Público Ritual informal e comunitário, com as pessoas envolvidas Indisponibilidade da Ação Penal Princípio da Oportunidade Contencioso e contraditório Voluntário e colaborativo Linguagem, normas e procedimentos formais e complexos – garantias. Procedimento informal com confidencialidade Atores principais - autoridades (representando o Estado) e profissionais do Direito Atores principais – vítimas, infratores, pessoas da Comunidade, ONGs. Processo Decisório a cargo de autoridades (Policial,Delegado, Promotor, Juiz e profissionais do Direito - Unidimensionalidade Processo Decisório compartilhado com as pessoas envolvidas (vítima, infrator e comunidade) –Multi-dimensionalidade PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO RESULTADOS JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Prevenção Geral e Especial - Foco no infrator para intimidar e punir Abordagem do Crime e suasConseqüências - Foco nas relações entre as partes, para restaurar Penalização Penas privativas de liberdade, restritivas de direitos, multa Estigmatizaçãoe Discriminação Pedido de Desculpas, Reparação, restituição, prestação de serviços comunitários Reparação do trauma moral e dos Prejuízos emocionais – Restauração e Inclusão Tutela Penal de Bens e Interesses, com a Punição do Infrator e Proteção da Sociedade Resulta responsabilização espontânea por parte do infrator Penas desarrazoadas e desproporcionais em regime carcerário desumano, cruel, degradante e criminógeno – ou – penas alternativas ineficazes (cestas básicas) Proporcionalidade e Razoabilidade das Obrigações Assumidas no Acordo Restaurativo Vítima e Infrator isolados, desamparados e desintegrados. Ressocialização Secundária Reintegração do Infrator e da Vítima Prioritárias Paz Social com Tensão Paz Social com Dignidade PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Efeitos para as vítimas JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Pouquíssima ou nenhuma consideração, ocupando lugar periférico e alienado no processo. Não tem participação, nem proteção, mal sabe o que se passa. Ocupa o centro do processo, com um papel e com voz ativa. Participa e tem controle sobre o que se passa. Praticamente nenhuma assistência psicológica, social, econômica ou jurídica do Estado Recebe assistência, afeto, restituição de perdas materiais e reparação Frustração e Ressentimento com o sistema Tem ganhos positivos. Suprem-se as necessidades individuais e coletivas da vítima e comunidade PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO Efeitos para os Infratores JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Infrator considerado em suas faltas e sua má-formação Infrator visto no seu potencial de responsabilizar-se pelos danos econseqüênciasdo delito Raramente tem participação Participa ativa e diretamente Comunica-se com o sistema por Advogado Interage com a vítima e com a comunidade É desestimulado e mesmo inibido a dialogar com a vítima Tem oportunidade de desculpar-se ao sensibilizar-se com o trauma da vítima É desinformado e alienado sobre os fatos processuais É informado sobre os fatos do processo restaurativo e contribui para a decisão Não é efetivamente responsabilizado, mas punido pelo fato É inteirado dasconseqüênciasdo fato para a vítima e comunidade Fica intocável Fica acessível e se vê envolvido no processo Não tem suas necessidades consideradas Supre-se suas necessidades PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO AULA 10: A PSICOLOGIA E SUAS INTERFACES COM OS SISTEMAS JURÍDICO E JUDICIÁRIO
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