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O CONSTRUTIVISMO NA SALA DE AULA

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O CONSTRUTIVISMO NA SALA DE AULA
(César Coll, Elena Martín, Teresa Mauri, Mariana Miras, Javier Onrubia, Isabel Solé e Antoni Zabala) 
Capítulo 1 - OS PROFESSORES E A CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA (Isabel Solé e César Coll)
OS PROFESSORES, SUAS TEORIAS E A CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA
A concepção construtivista é um referencial explicativo. Um conjunto articulado de princípios que ajudam diagnosticar, julgar e tomar decisões fundamentais sobre o ensino.
Situações de ensino aprendizagem – complexas – os professores precisam recorrer a determinados referenciais que guiem, fundamentem e justifiquem sua ação.
Teorias – interpretar, analisar e intervir na realidade. 
Teorias devem fornecer instrumentos de análise e reflexão sobre a prática, sobre como se aprende e se ensina, sobre como influem na aprendizagem e no ensino as diferentes variáveis que interferem nesse processo. 
OS PROFESSORES E A ESCOLA
Dimensão social do ensino – projeto social – instituição social.
Conteúdos de aprendizagem – produtos sociais, culturais.
O professor – agente mediador entre indivíduo e sociedade.
O aluno – aprendiz social.
Desenvolvimento humano – é um desenvolvimento cultural, contextualizado.
Escola – é uma instituição social.
Universo de RELAÇÕES (participação e colegialidade são meios indispensáveis para garantir que o ensino seja coerente e de qualidade).
EDUCAÇÃO DE QUALIDADE – Planejar, proporcionar e avaliar o currículo ótimo para cada aluno, no contexto de uma diversidade de indivíduos que aprendem.
PROFESSOR – função formativa – que exige poder atuar e poder refletir sobre a atuação – que torna necessário referenciais para análise – objetivos – projeto compartilhado – que considere como elemento a DIVERSIDADE.
A CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR E DO ENSINO
Escola, cultura e desenvolvimento
Vivemos imersos numa cultura e nos desenvolvemos ao entrarmos em contato com os inúmeros elementos dessa cultura – inúmeras práticas educativas. A escola é uma instituição que nos ajuda a mergulhar no mundo da cultura.
A educação escolar promove o desenvolvimento na medida em que promove a atividade mental construtiva do aluno, responsável por torná-lo uma pessoa única, irrepetível, no contexto de um grupo social determinado.
A escola torna acessíveis aos alunos aspectos da cultura fundamentais para seu desenvolvimento pessoal considerado globalmente, incluindo o âmbito cognitivo, as capacidades de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relação interpessoal e motoras.
Aprender é construir
Aprendemos quando somos capazes de elaborar uma representação pessoal sobre um objeto da realidade ou conteúdo que pretendemos aprender. Essa elaboração implica aproximar-se de tal objeto ou conteúdo com a finalidade de apreendê-lo; não se trata de uma aproximação vazia, a partir do nada, mas a partir das experiências, interesses e conhecimentos prévios que, presumivelmente, possam da conta da novidade.
- ou podemos interpretar com os significados que já possuímos ou
- temos um desafio de modificar nossos esquemas de conhecimento para dar significado ao novo.
- APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA – não se trata de acumulação de conhecimentos, mas de integração, modificação, estabelecimento de relações e coordenação entre esquemas de conhecimento que já possuímos.
- APRENDIZAGEM ATIVA – não existe passividade diante do objeto de conhecimento.
Uma construção peculiar: construir na escola
Os conteúdos escolares constituem uma seleção daqueles aspectos da cultura que contribuirão para o desenvolvimento dos alunos em sua dupla dimensão de socialização (os aproximam do seu meio social e cultural) e de individualização (o aluno construirá sobre esses aspectos uma interpretação pessoal e única).
Essa construção pessoal deve ser orientada no sentido de aproximar-se do culturalmente estabelecido, compreendendo-o e podendo usá-lo de múltiplas e variadas formas.
Ensino é um processo conjunto, compartilhado: aluno constrói com a ajuda do professor (do desafio à demonstração minuciosa, da demonstração de afeto à correção).
O motor desse processo deve ser buscado no sentido a ele atribuído pelo aluno (aspectos motivacionais, afetivo-relacionais que se criam e entram em jogo a propósito das interações estabelecidas em torno da tarefa).
OS PROFESSORES, A ESCOLA E A CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA
O construtivismo é um referencial que
Permite responder às perguntas que todo professor faz: Que significa aprender? O que ocorre quando um aluno aprende e não aprende? Como se pode ajudá-lo?
Parte de uma consideração sobre a natureza social e socializadora do ensino.
Inclui em seus princípios o conceito de diversidade, inerente à tarefa de ensinar.
Capítulo 2: DISPONIBILIDADE PARA A APRENDIZAGEM E SENTIDO DA APRENDIZAGEM (Isabel Solé)
Trata das relações entre os aspectos cognitivos e os afetivos-relacionais na construção da aprendizagem no âmbito escolar.
O QUE APRENDEMOS QUANDO APRENDEMOS
Quando aprendemos nos envolvemos globalmente na aprendizagem
Atribuir significado – processo – que nos mobiliza em nível cognitivo.
Esse processo é animado por um interesse, uma motivação, em que se quebra o equilíbrio inicial – desequilíbrio que obriga o indivíduo a agir – novo equilíbrio. 
Diante do desequilíbrio – alguns se dedicam a fundo e reequilibram-se novamente, outros abandonam a tarefa ou enfocam desacertadamente e não aprendem.
Aspectos de tipo afetivo-relacional interferem na aprendizagem e a aprendizagem e o sucesso desempenham papel definitivo no nosso autoconceito e na nossa auto-estima e em todas as capacidades relacionadas com o equilíbrio pessoal.
Para o construtivismo quando aprendemos, e ao mesmo tempo em que aprendemos, estamos forjando nossa forma de ver-nos, de ver o mundo e de relacionar-se com ele. 
Aqui estamos falando de SENTIDO e SIGNIFICADO da aprendizagem.
DISPOSIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM, SITUAÇÕES DE ENSINO E AVALIAÇÃO
Disposição para a aprendizagem:
Enfoque profundo:
Intenção de compreender;
Forte interação com o conteúdo;
Relação de novas ideias com o conhecimento anterior;
Relação de conceitos com a experiência cotidiana;
Relação de dados com conclusões;
Exame da lógica dos argumentos.
Enfoque superficial: 
Intenção de cumprir os requisitos da tarefa;
Memorização da informação necessária para provas e exames;
A tarefa é encarada como imposição externa;
Ausência de reflexão sobre os propósitos ou estratégias;
Foco em elementos soltos, sem integração;
Os princípios não são distinguidos a partir de exemplos.
O que leva a um e outro? Interesse pelo conteúdo, Características da tarefa, Requisitos de avaliação.
Interesse pelo conteúdo: para sentir interesse deve-se saber o que se pretende e sentir que isso preenche uma necessidade (de saber, de realizar, de informar-se, de aprofundar).
Características da tarefa: enfoque superficial aparece quando o método de ensino que favorece a dependência (basta seguir as indicações do professor) e nas quais se combina o excesso de trabalho com falta de tempo. Enfoque profundo requer tempo. Para evitar fracasso estuda-se de modo superficial. Também acontece quando os alunos passam de um professor a outro, sem continuidade, cada hora no âmbito de um conhecimento sem relação com o outro.
Requisitos de Avaliação: perguntas que só convidam a reproduzir com o mínimo de variações possível dados, conceitos, noções – levam a “estudar para prova”.
MOTIVAÇÃO, AUTOCONCEITO E REPRESENTAÇÕES MÚTUAS
Como os alunos percebem as situações de aprendizagem?
Motivação intrínseca (interna) e Motivação extrínseca (externa).
Motivação do aluno não é apenas responsabilidade sua.
Ao mesmo tempo em que são construídos significados sobre os conteúdos de ensino, os alunos constroem representações sobre a própria situação didática.
Situação didática pode ser percebida como estimulante e desafiadora ou como intratável e tediosa, desprovida de interesse ou inatingível para suas possibilidades.
Quando aprendemos, aprendemos os conteúdos e também aprendemosque podemos aprender;
Quando não aprendemos os conteúdos, podemos aprender algo: que não somos capazes de aprender.
Portanto, aprender ou não aprender tem impacto sobre nossa auto-estima e sobre nosso autoconceito. 
Auto-estima elevada e autoconceito positivo = motivação para aprender = sucesso
Auto-estima baixa e autoconceito negativo = desmotivação = fracasso.
Autoconceito e auto-estima são construídos no decorrer das experiências de vida; por meio das relações interpessoais, particularmente com os “outros significativos” (família, amigos, professores)
EXPECTATIVAS E ATRIBUIÇÕES
Representações mútuas dos protagonistas da relação professor aluno – profecias auto-realizadoras.
Professores (João, vou te ajudar porque vc não consegue sozinho, Maria vc acerta sempre, Pedro, tenho certeza que vc não fez a lição,...)
Alunos (fama do professor: é durão, é uma fera, não ensina nada)
SENTIDO E SIGNIFICADO: O ÂMBITO AFETIVO-RELACIONAL E O COGNITIVO NA APRENDIZAGEM
Aprender é uma tarefa que exige forte envolvimento e uma atividade intelectual intensa: prestar atenção, selecionar, estabelecer relações, conscientizar-se delas, avaliar, etc. Para aprender é preciso atribuir sentido a tudo isso.
SENTIDO – aspectos motivacionais, afetivos e relacionais da contribuição do aluno no ato de aprender.
Para uma tarefa de aprendizagem ter sentido – três exigências:
Ter claro o objetivo que se persegue com a tarefa e as condições de realização. (compreensão)
Tornar a atividade sua – participar do planejamento da atividade, de sua realização e de seus resultados de forma ativa. (participação)
Deve consistir em um desafio – algo que ainda não foi adquirido pelo aluno e que está dentro de suas possibilidades, embora lhe exija certo esforço.
Essa atribuição de sentido leva à construção de significados = aprendizagem significativa = relacionar os novos conteúdos com os que já possuem e construir uma representação pessoal deles.
APRENDER – complexa trama de aspectos cognitivos e afetivo-relacionais.
Cap. 3 – UM PONTO DE PARTIDA PARA A APRENDIZAGEM DE NOVOS CONTEÚDOS: OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS (Mariana Miras)
Professor: Júlio, por que os judeus foram expulsos da Espanha:
Júlio: Porque não se deixaram fotografar.
Professor: Como? De onde você tirou isso?
Júlio: Do livro. Aqui, olhe: “porque não se retrataram”.
O ESTADO INICIAL DOS ALUNOS
Três elementos básicos:
Os alunos apresentam uma determinada disposição para realizar a aprendizagem proposta.
Os alunos dispõem de determinadas capacidades (cognitivas – níveis de inteligência, raciocínio e memória; motoras; de equilíbrio pessoal e de relação interpessoal) e de um conjunto de instrumentos, estratégias e habilidades gerais para completar o processo (linguagem, escrita, representação gráfica e numérica, leitura),
Os conhecimentos que já possuem sobre o conteúdo concreto que se propõe aprender.
OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Conceitos, concepções, representações e conhecimentos adquiridos no decorrer de experiências anteriores que são utilizados como instrumentos de leitura e interpretação dos novos conteúdos.
São os fundamentos da construção dos novos significados.
Uma aprendizagem é tanto mais significativa quanto mais relações com sentido o aluno for capaz de estabelecer entre o que já conhece, seus conhecimentos prévios e o novo conteúdo que lhe é apresentado como objeto de aprendizagem.
Professor deve ajudar o aluno a mobilizar e atualizar seus conhecimentos para entender sua relação ou relações com o novo conteúdo.
Sempre existem conhecimentos prévios, o que muda de um para outro é o grau de elaboração, de coerência, de pertinência de adequação ou inadequação com o novo conteúdo. 
De onde vêm? Da vida – família, leituras, TV, internet, escola.
A construção do conhecimento é um processo progressivo, não é uma questão de tudo ou nada, mas uma questão de grau.
OS ESQUEMAS DE CONHECIMENTO
“A representação que uma pessoa possui em determinado momento de usa história sobre uma parcela da realidade”.
Os alunos possuem uma quantidade variável de esquemas de conhecimento – construídos em função do contexto em que se desenvolvem e vivem.
Os esquemas de conhecimento incluem uma ampla variedade de tipos de conhecimento sobre a realidade: informações sobre fatos e acontecimentos; experiências e casos pessoais; atitudes; normas e valores; conceitos; explicações; crenças; teorias e procedimentos relacionados com essa realidade.
Os esquemas de conhecimento se diferenciam pela quantidade de conhecimentos que contêm e por seu nível de organização interna (relações estabelecidas entre os conhecimentos).
Os alunos enfrentam a aprendizagem de um novo conteúdo possuindo uma série de conhecimentos prévios, que estão organizados e estruturados em diversos esquemas de conhecimento. Quando aprende ele reestrutura, reorganiza seus esquemas incorporando o novo.
OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS NOS PROCESSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM
Critérios para selecionar os conteúdos prévios: o conteúdo e os objetivos.
O que pretendo que os alunos aprendam concretamente sobre esse conteúdo?
Como pretendo que o aprendam?
O que precisam saber para poder entrar em contato e atribuir um significado inicial a estes aspectos do conteúdo que pretendo que aprendam?
Que coisas já podem saber que tenham alguma relação ou que possam chegar a relacionar-se com esses aspectos do conteúdo?
Se os conteúdos prévios forem inexistentes – é preciso supri-los ou adaptar e redefinir os objetivos.
Se os conteúdos prévios forem pobres, errôneos, desorganizados - atividades específicas destinadas a resolver essas questões.
É preciso ajudar os alunos a relacionarem os conhecimentos prévios com o novo conteúdo (sínteses, resumos, recapitulações periódicas).
Cap. 4: O QUE FAZ COM QUE O ALUNO E A ALUNA APRENDAM OS CONTEÚDOS ESCOLARES? – A Natureza Ativa e Construtiva do Conhecimento. (Teresa Mauri)
ALGUMAS CONCEPÇÕES DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO ESCOLAR MAIS HABITUAIS ENTRE OS DOCENTES
A aprendizagem escolar consiste em conhecer as respostas corretas para as perguntas formuladas pelo professor. 
O ensino proporciona aos alunos o reforço necessário para obter essas respostas. 
A aprendizagem é vista como aquisição de respostas adequadas graças a um processo mecânico de reforços positivos ou negativos. 
Resposta correta – reproduz fielmente o objeto de estudo.
A aprendizagem escolar consiste em adquirir os conhecimentos relevantes de uma cultura. 
O ensino proporciona aos alunos a informação de que necessitam. 
Os alunos são processadores de informação. 
Os professores são capacitados informadores e oferecem múltiplas situações de obtenção do conhecimento.
A aquisição de conhecimento é concebida como um processo de cópia – reproduzir sem mudanças a informação.
Processos básicos de aprendizagem – a repetição do que se deve aprender e o exercício.
A aprendizagem escolar consiste em construir conhecimentos. Os alunos elaboram, mediante sua atividade pessoal, os conhecimentos culturais. Por tudo isso, o ensino consiste em prestar aos alunos a ajuda necessária para que possam ir construindo-os.
A CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS
Aprender algo equivale a elaborar uma representação pessoal do conteúdo objeto de aprendizagem.
Essa representação acontece em alunos com conhecimentos que lhes servem para “enganchar” o novo conteúdo e lhes permitem atribuir-lhe algum grau de significado.
Os alunos são construtores ativos.
Os professores se ocupam de ensinar-lhes a construir conhecimentos.
A aprendizagem, entendida como construção de conhecimento, pressupõe entender tanto sua dimensão como produto quanto sua dimensão como processo, isto é, o caminho pelo qual os alunos elaboram pessoalmente os conhecimentos.
Ao aprender o que muda não é apenas a quantidade de informação que o aluno possui, mas também a sua competência, a qualidade do conhecimento que possui e as possibilidades pessoais de continuar aprendendo.
A NATUREZA ATIVA DA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS
Os alunossão ativos quando:
Perguntam ou observam atentamente para conseguir representar como contar, como ler ou superar um obstáculo;
Abordam os problemas apresentados perguntando a outros, pedindo ajuda a alguém mais especializado;
Ao observarem uma briga entre colegas, interrogam-se sobre suas razões, pedem opinião a um adulto ou colega sobre o que é certo ou errado;
Observam diferenças entre uma situação e outra, vivida anteriormente, que lhes permitem raciocinar sobre a correção ou não do seu pensamento;
Estabelecem relações entre diversos objetos, identificam semelhanças e diferenças segundo critérios objetivos e podem nomeá-los.
APRENDIZAGEM
É uma atividade mental intensa.
Processo de elaboração pessoal em que nenhum aluno pode ser substituído por outro, isto é, algo que ninguém pode realizar em seu lugar.
A atividade didática tem a função de construir o contexto para que a atividade mental do aluno ocorra em determinado nível, e fazer com que ela se oriente no sentido de alcançar os objetivos educacionais ou de desenvolvimento de capacidades.
NATUREZA CULTURAL DO CONHECIMENTO CONSTRUÍDO
Os conhecimentos que são objeto de aprendizagem dos alunos na escola 
Já existiam antes que os alunos iniciassem sua construção pessoal;
São de natureza simbólica – exprimem-se por meio de símbolos verbais, numéricos, musicais, plásticos, gestuais, etc. , o que possibilita que sejam conhecidos e compartilhados por todos que pertencem ao grupo social e cultural e que, ao mesmo tempo, seu significado seja conhecido e compartilhado;
A existência de símbolos e seus referentes depende da existência de alguém capaz de interpretá-los;
A atividade desenvolvida pelo aluno na construção do conhecimento não pode ser realizada de maneira solitária;
O aluno precisa do auxílio do “outro” = importância do professor como mediador entre aluno e conhecimento.
A elaboração de representações pessoais sobre os diferentes saberes da cultura não pode ser deixada à espontaneidade dos alunos – deve ser assegurada pela intervenção nessa atividade: o professor planeja o contato com os saberes, orienta as relações estabelecidas e o grau em que se estabelecem.
A CONTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS À APRENDIZAGEM: ESQUEMAS DE CONHECIMENTO E ATRIBUIÇÃO DE SIGNIFICADO
Dos esquemas de conhecimento
Os conhecimentos estão armazenados na mente, organizados em unidades chamados esquemas de conhecimento e que mantêm conexões entre si. 
Estrutura cognoscitiva – conjunto de esquemas convenientemente relacionados
O material que compõem os esquemas é simbólico: não é cópia da realidade, mas uma construção na qual intervieram outras idéia que já possuíamos armazenadas na mente.
Não é a coisa “real”, mas a representação pessoal da realidade objetiva, em determinado momento.
Portanto, o conhecimento é gerado de forma contínua.
Nos esquemas de conhecimento estão integrados:
Conhecimentos de tipo declarativo (referentes ao que: o que dizer de algo ou alguém, de alguma situação, experiência ou conhecimento)
Conhecimentos de tipo procedimental (referentes ao como fazer: realizações de ações e de sequências de ação)
Atitudes e valores.
Da atribuição de significado 
Aprendizagem escolar X reação atômica?
O grau ou nível de elaboração do significado será determinado pela qualidade, diferenciação e coordenação dos esquemas de conhecimentos que possuímos e por sua relevância e pertinência para estabelecer vínculos com a nova informação apresentada.
Os conhecimentos dos alunos SEMPRE atuam (mesmo que seja para perceber que o novo conteúdo não tem nenhum significado para ele).
Esses conhecimentos atuam conferindo à informação diferentes graus de significado e, por isso, este não é construído de uma vez por todas para sempre, mas pode ser objeto de contínuo aperfeiçoamento.
Os alunos não aprendem apesar de seus conhecimentos prévios, mas por meio deles.
Modificação de esquemas de conhecimento
Objetivo da educação escolar: modificação dos esquemas de conhecimento dos alunos (sua revisão, enriquecimento, diferenciação, construção e coordenação progressiva)
Equilíbrio inicial/desequilíbrio/reequilíbrio posterior.
A memória compreensiva
Com a atribuição de significado, os saberes acabam formando uma rede de conhecimentos e tornam-se inseparáveis daqueles que possuíamos anteriormente.
Assim, construção de conhecimentos e memória podem ser entendidos como uma mesma coisa.
Memorizar resulta de um ato de construção, uma interpretação pessoal do novo que o aluno pôde compreender, é a formação de uma idéia ou representação da informação a partir daquilo que já conhecia.
Memorização compreensiva = conjunto de processos variados como reter, reelaborar, evocar, etc. É dinâmico = contínua reestruturação e manutenção do conhecido.
Memorização mecânica = permite reprodução sem mudanças daquilo que foi retido.
Utilizar o conhecimento para resolver problemas surgidos em novas situações pressupõe uma reconstrução e não uma aplicação mecânica do conhecido.
APRENDIZAGEM E CONTEÚDOS DA APRENDIZAGEM
Os conteúdos escolares não são um fim em si mesmos, mas um meio para a transformação dos alunos.
APRENDER CONCEITOS, PROCEDIMENTOS, ATITUDES
Dimensões do conhecimento.
Conceitos = tipos e partes da planta
Procedimentos = observação das plantas
Atitudes = curiosidade, rigor, formalidade, cuidado, consciência ecológica
O que permite que os alunos aprendam conceitos na escola?
Possuir uma série de saberes pessoais.
Contar com professores dispostos a trabalhar considerando os alunos como centro de sua intervenção.
Saberes pessoais dos alunos:
Ter conhecimentos conceituais prévios organizados, pertinentes e relevantes, com os quais conectar a nova informação objeto de aprendizagem.
Possuir outros conhecimentos, mais no campo dos procedimentos (encontrar na memória o conhecimento prévio mais relevante, poder explicitar esse conhecimento, elaborar, conectar, situar e reter os novos conhecimentos, poder regular o próprio processo de aprendizagem).
Ter motivos relevantes que lhes permitam encontrar sentido na atividade de aprendizagem de conceitos, que os faça sentir-se satisfeitos.
Acreditar que a construção do conhecimento conceitual se faz com os outros (perguntar e ser perguntado, resolver dúvidas, ajudar os outros a resolver as suas).
Acreditar que o avanço na construção das próprias idéias e conceitos deve-se ao esforço pessoal.
Disposição dos professores a ensinar conceitos aos alunos para a construção do próprio conhecimento:
Intervir para ativar as idéias prévias dos alunos;
Possibilitar que os alunos consigam orientar sua atividade e seu esforço no processo de ensino-aprendizagem e que ajustem as próprias expectativas de realização da tarefa às expectativas do professor;
Os professores podem apresentar o novo conceito ou informação já elaborado (texto ou apresentação oral) ou podem apresentar o conceito como resultado de uma série de atividades de exploração ou descoberta dos alunos.
Critérios de apresentação da informação e de organização e funcionamento das atividades.
Caracterizar a informação de tal modo que:
Exista algum tipo de cabeçalho ou introdução – ponte entre o que os alunos já conhecem e a nova informação.
Esteja organizada de modo lógico, para que as idéias gerais e as mais específicas fiquem claras.
Tenha um nível de abstração adequado às capacidades dos alunos.
A quantidade de informação nova seja apresentada em doses adequadas.
Os alunos estejam em condição de usar recursos ou técnicas de elaboração e organização da informação (resumos, quadros, esquemas, mapas conceituais)
A nova informação seja apresentada em temos funcionais para os alunos, em situações e contextos de solução de problemas próximos da vida cotidiana.
As atividades de aprendizagem por descoberta com etapas bem definidas e articuladas entre si (proposição do problema, identificação de variáveis, coleta de dados, análise e apresentação dos mesmos, etc.).
Planejar as atividades de resumo e síntese ao longo do processo de aprendizageme ensino.
Possibilitar a verbalização dos conceitos.
Confiar no esforço dos alunos e ajudá-los (pistas para pensar, avaliar o progresso).
Apresentar atividades de avaliação nas quais seja possível atribuir a consecução da aprendizagem a causas internas, modificáveis e controláveis.
O que permite que os alunos aprendam procedimentos na escola?
Saberes pessoais dos alunos:
Ter conhecimentos prévios de procedimentos (métodos, técnicas, regras, normas, algoritmos, habilidades motoras e cognitivas, estratégias) organizados, pertinentes e relevantes com os quais conectar os novos conteúdos.
Possuir outros conhecimentos, também de procedimentos (encontrar na memória o conhecimento prévio mais relevante, poder explicitar esse conhecimento, elaborar, conectar, situar e reter os novos conhecimentos, poder regular o próprio processo de aprendizagem).
Ter motivos relevantes que lhes permitam encontrar sentido para a atividade de aprendizagem de procedimetnos que os faça sentir-se satisfeitos.
Acreditar que a construção do conhecimento procedimental se faz com os outros (perguntar e ser perguntado, resolver dúvidas, ajudar os outros a resolver as suas).
Acreditar que o avanço na construção dos próprios saberes no tocante ao procedimentos deve-se ao esforço pessoal.
Disposição dos professores a ensinar conceitos aos alunos para a construção do próprio conhecimento:
Os professores têm de intervir para suscitar as representações que os alunos têm sobre o procedimento, para ajudá-los a manifestarem o grau de domínio que possuem na execução:
Ativar, explicitar e trabalhar com as idéias que os alunos têm sobre o procedimento objeto de aprendizagem
Ativar a competência prévia dos alunos, possibilitando que sigam lista de instruções para a solução de um problema, ensaiem um processo, imitem outros.
Os professores também devem incentivar os alunos a orientarem sua atividade no início e durante a aprendizagem, e seu esforço nesse processo.
Devem ajudá-los a apreender e representar o objetivo da atividade a ser realizada, os materiais e as condições de trabalho para que os alunos consigam orientar claramente suas atividades e seu esforço, e possam ajustar suas expectativas às dos professores.
Os professores devem apresentar aos alunos o novo procedimento que devem aprender de modo que possam atribuir-lhe significado em algum grau.
Critérios de apresentação da informação ou do próprio procedimento:
Ao apresentar o procedimento, os professores devem tentar explicitar as ordens ou instruções que dirigem o processo de realização do procedimento de modo lógico, claro e significativo.
Proporcionar situações nas quais seja possível que os alunos atuem para testar ou ensaiar o procedimento (modelos).
Proporcionar outras situações úteis para os alunos, a fim de que possam diversificar o uso do procedimento e possibilitem o exercício de uma prática generalizada e constante.
A verbalização dos procedimentos em situações de atividade compartilhada com outros e na resolução de problemas de forma cooperativa permitem que os alunos negociem o significado dos mesmos.
Confiar no esforço dos alunos na construção de procedimentos e dar pistas para pensar e retorno sobre seu progresso.
Apresentar atividades de avaliação
O que permite aos alunos aprender determinadas atitudes?
Saberes pessoais dos alunos:
Estar familiarizado com certas normas e possuir tendências de comportamento que se manifestam em situações específicas, perante objetos e pessoas concretas que sirvam de base às novas normas e atitudes objeto de aprendizagem.
Poder recordar avaliações, juízos ou sentimentos que merecem pessoas ou objetos e situações.
Mostrar-se disposto a expressar a outro suas idéias e opiniões, para obter consciência sobre elas.
Poder elaborar o significado da nova norma ou atitude, ligando-a ao próprio comportamento e opinião e internalizá-la (observação de modelos de “outros significativos”).
Poder aceitar tudo o que implica a mudança de atitude com confiança e segurança em si. A mudança de atitude é possível com o apoio de um coletivo que avalia positivamente essa mudança de atitude.
Intervenção dos professores na construção de atitudes dos alunos:
O grupo escolar deve ter claramente estabelecidos (e compartilhar as normas que os regulam) os critérios de valor pelos quais é regido.
Os professores devem facilitar o conhecimento e a análise das normas existentes no centro escolar e no grupo classe para que os alunos possam compreendê-las e respeitá-las.
Ajudar os alunos a relacionarem significativamente as normas a determinadas atitudes que se pretende que desenvolvam em situações concretas (no laboratório, no trabalho em grupo, nos espaços comuns da escola, num passeio, numa visita, num debate, etc.)
Facilitar a participação e o intercâmbio entre alunos para debater opiniões e idéias sobre os diferentes aspectos que dizem respeito à sua atividade na escola.
Uma determinada organização das atividades de aprendizagem de conteúdos na escola facilita a aprendizagem de determinadas atitudes (cooperação, solidariedade, respeito). Mas, é preciso planejar expressamente sua aprendizagem.
Procurar modelos de atitudes que se pretende que os alunos aprendam na escola.
CONCLUSÃO 
A aprendizagem escolar é um processo complexo, que envolve integralmente os alunos. São eles que aprendem. No entanto, tornar isso possível é uma aventura coletiva.
Cap. 5 – ENSINAR: CRIAR ZONAS DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL E NELAS INTERVIR (Javier Onrubia)
Aprendizagem não pode ser confiada ao acaso, mas necessita de atuação externa, planejada e sistemática que oriente e guie os alunos na direção prevista pelas intenções educativas presentes no currículo.
O ensino deve ser entendido, necessariamente, na concepção construtivista, como uma ajuda ao processo de aprendizagem.
Mas, apenas ajuda, porque o ensino não pode substituir a atividade mental construtiva do aluno, nem ocupar o seu lugar.
AJUDA E AJUSTE DA AJUDA: O ENSINO COMO PROCESSO DE CRIAÇÃO DE ZONAS DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL E DE ASSISTÊNCIA NELAS.
O ensino como ajuda ajustada.
Se a ajuda oferecida não estiver “conectada” de alguma forma aos esquemas de conhecimento do aluno, se não for capaz de mobilizá-los e ativá-los e, ao mesmo tempo, forçar sua reestruturação, não estará cumprindo efetivamente sua missão.
A ajuda deve conjugar duas grandes características:
Deve legar em conta os esquemas de conhecimento dos alunos relacionados ao conteúdo de aprendizagem tratados e tomar como ponto de partida os significados e os sentidos de que os alunos disponham em relação a esse conteúdo.
Deve provocar desafios que o levem a questionar esses significados e sentidos e forcem sua modificação pelo aluno, e assegurar que essa modificação ocorra na direção desejada, isto é, aproximando a compreensão e a atuação do aluno das intenções educativas.
Portanto, ajuda ajustada pressupõe desafios abordáveis para os alunos (não tanto no sentido de que possam resolvê-los sozinhos, mas que possam enfrentá-los graças às suas próprias possibilidades e aos apoios e instrumentos recebidos do professor).
Apoios, suportes ou instrumentos de ajuda:
Intervenção direta com um aluno ou grupo de alunos;
Organização global da situação em seus aspectos de horário, escolha dos espaços, organização e estrutura da classe ou agrupamento dos alunos;
Escolha e ordenação de conteúdos;
Escolha de atividades;
Apresentação de orientações;
Tipos de material de apoio e recursos adicionais utilizados;
Corrigir erros, dar pistas, oferecer possibilidades de reforço e ampliação, elogiar a atuação, avaliar os esforços ou o processo que realizam, etc...
O ensino como ajuda ajustada sempre pretende, a partir da realização, compartilhada ou apoiada de tarefas, incrementar a capacidade de compreensão e atuação autônoma do aluno.
PREMISSA: aquilo que o aluno pode realizar com ajuda, em determinado momento, poderá realizar de maneira independente mais tarde.
A participação nas atividades junto com colegasmais experientes ou com ajuda do professor provoca as reestruturações e as mudanças nos esquemas de conhecimento que tornarão possível essa atuação independente.
Oferecer uma ajuda ajustada: criar zonas de desenvolvimento proximal e nelas oferecer assistência.
 Vygotski - ZDP 
– a distância entre o nível de resolução de uma tarefa que uma pessoa pode alcançar com ajuda de uma pessoa mais competente ou experiente nessa tarefa.
- o espaço no qual, graças à interação e à ajuda de outros, uma pessoa pode trabalhar e resolver um problema ou realizar uma tarefa de uma maneira e em um nível que não seria capaz de ter individualmente.
Oferecer uma ajuda ajustada à aprendizagem escolar supõe criar ZDP e oferecer nelas ajuda e apoio para que, por meio dessa participação e graças a esses apoios, ao alunos possam ir modificando, na própria atividade conjunta, seus esquemas de conhecimento e seus significados e sentidos, e possam ir adquirindo mais possibilidades de atuação autônoma e uso independente desses esquemas perante novas situações e tarefas, cada vez mais complexas.
Considerar:
Uma mesma forma de intervenção ou atuação do professor pode, em determinados alunos servir de ajuda ajustada e, em outros alunos, não. O ensino não tem efeitos lineares nem automáticos sobre os alunos, tais efeitos só existem em função de alunos concretos e daquilo que trazem em cada momento à aprendizagem.
O ensino não pode limitar-se a proporcionar sempre o mesmo tipo de ajudas nem a intervir de maneira homogênea e idêntica em cada um dos casos. Ajuda ajustada requer necessariamente variação e diversidade nas formas de ajuda.
Dimensão temporal das situações de ensino e aprendizagem. Ajuda depende do momento do processo. (Primeira vez que trata determinado conceito requer mais ajudas de diferentes tipos e graus do que depois de já terem trabalhado o assunto por algumas aulas.)

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