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TRABALHO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL (1)

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1 
 
 
 
 
 
 
Centro Universitário Estácio de Juiz de Fora
 
-
 
MG 
 
 
 
“Ações constitucionais” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juiz de Fora, 27 de setembro de 2017. 
 
 
 
Alunos: 
João Alves Santos; 
Jorge Fernando Silva Pereira de Sousa, 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
TÍTULO I 
MANDADO DE SEGURANÇA----------------------------------------------------------------------5 
CAPITULO I 
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL. ---------------------------------------------------6 
1.Conceito------------------------------------------------------------------------------------------------6 
2 Requisitos do Mandado de Segurança---------------------------------------------------------6 
3. Direito Líquido e Certo-----------------------------------------------------------------------------6 
AI: relação entre Direito e a Produção de Prova. ----------------------------------------------6 
4. Legitimidade Ativa-----------------------------------------------------------------------------------7 
5. Legitimidade Passiva-------------------------------------------------------------------------------7 
5.1- Abrangência de Autoridade Coatora---------------------------------------------------------7 
5.2. Cabimento------------------------------------------------------------------------------------------7 
5.2.1Tipo de ato praticado----------------------------------------------------------------------------8 
5.2.2 Atos contra os quais não é cabível---------------------------------------------------------8 
6. Competência no Mandado de Segurança-----------------------------------------------------9 
7. Decisão, Efeitos e Recursos Possíveis – O reexame necessário---------------------10 
8. Prazo do Mandado de Segurança-------------------------------------------------------------11 
CAPITULO II 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO-----------------------------------------------------12 
1. Conceito----------------------------------------------------------------------------------------------12 
2. Finalidades------------------------------------------------------------------------------------------12 
TÍTULO II 
HABEAS DATA----------------------------------------------------------------------------------------14 
1. Conceito. --------------------------------------------------------------------------------------------14 
2. Cabimento, Objeto e espécies-----------------------------------------------------------------14 
3 
 
 
 
 
3. Legitimidade Ativa---------------------------------------------------------------------------------14 
4. Legitimidade Passiva-----------------------------------------------------------------------------15 
AI: Exemplos de Legitimados Passivos na Jurisprudência--------------------------------15 
AI: a) Substituição Processual e Legitimação Extraordinária. ----------------------------15 
b) Ministério Público pode impetrar? ------------------------------------------------------------15 
c) Cabível HD coletivo? -----------------------------------------------------------------------------15 
d) Legitimação ordinária superveniente---------------------------------------------------------15 
5. Interesse de agir-----------------------------------------------------------------------------------15 
b) É necessário esgotamento da via administrativa? ---------------------------------------16 
6. Competência----------------------------------------------------------------------------------------16 
7. Decisão-----------------------------------------------------------------------------------------------17 
QUESTÃO: Responda o caso concreto da semana. 14------------------------------------17 
TÍTULO III 
AÇÃO POPULAR-------------------------------------------------------------------------------------19 
1-Conceito----------------------------------------------------------------------------------------------19 
2-Requisitos da Ação Popular---------------------------------------------------------------------19 
Lesividade Efetiva e Presumida-------------------------------------------------------------------19 
3-Legitimidade Ativa----------------------------------------------------------------------------------19 
AI: a) Cidadão e Cidadania-------------------------------------------------------------------------19 
b) Capacidade Postulatória-------------------------------------------------------------------------19 
c) Eleitores entre 16 e 18 anos--------------------------------------------------------------------19 
d) Estrangeiros-----------------------------------------------------------------------------------------20 
e) Pessoas Jurídicas---------------------------------------------------------------------------------20 
f) Ministério Público – Atuação--------------------------------------------------------------------20 
4-Legitimidade Passiva------------------------------------------------------------------------------20 
5-Objetivo-----------------------------------------------------------------------------------------------20 
6-Objeto-------------------------------------------------------------------------------------------------20 
AI: se cabível contra: --------------------------------------------------------------------------------20 
a) Ato Administrativo; -------------------------------------------------------------------------------20 
b) Ato Legislativo; ------------------------------------------------------------------------------------20 
c) Ato Judiciário----------------------------------------------------------------------------------------20 
4 
 
 
 
 
d) Ato de Particulares--------------------------------------------------------------------------------20 
7-Procedimento----------------------------------------------------------------------------------------20 
8-Competência-----------------------------------------------------------------------------------------21 
AI: a) como fica o Foro por prerrogativa de função? ----------------------------------------21 
b) Casos submetidos ao STF----------------------------------------------------------------------21 
9-Decisão na Ação Popular------------------------------------------------------------------------22 
QUESTÃO: Responda ao caso concreto da semana 15-----------------------------------22 
Conclusão-----------------------------------------------------------------------------------------------22 
Bibliografia----------------------------------------------------------------------------------------------23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
TÍTULO I 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 
 
 O mandato de segurança, ex autoritate art. 5°, incisos LXIX e LXX, da CRFB, da 
mesma forma que a Lei n° 12.016/09, é conceituado como remédio constitucional, 
sob procedimento especial, dirigido à tutela de direito, individual ou metaindividual, 
líquido e certo, não amparável por habeas corpus ou habeas data, ameaçado ou 
lesado por ato de autoridade pública ou agente delegado, eivado de ilegalidade ou 
abuso de poder. 
 Esse conceito retrata bem, as ações constitucionais aparadas pela carta magna do 
Brasil, instituídas pelo poder constituinte originário nos incisos LXIX e LXX, do artigo 
5°, da mesma. O mandado de segurança em si é um gênero, do qual são espécies o 
mandado de segurança individual e o mandado de segurança coletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
CAPITULO I 
 
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL. 
1 Conceito 
 O mandado de segurança individual é direcionado à tutela do direito individual 
sobre o qual versa o artigo 5°, inciso LXIX, da CRFB. De acordo com o artigo 5°, 
inciso LXIX, da cartamagna do Brasil "Conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público".1 
2 Requisitos do Mandado de Segurança 
 Nos termos do artigo 5°, inciso LXIX, da Constituição da República Federativa do 
Brasil, o regular exercício do mandado de segurança é sujeito a duas condições 
específicas, quais sejam: (1°) direito líquido e certo, não amparável por habeas corpus 
ou habeas data, ameaçado ou lesado, e (2°) ato coator imputado à autoridade pública 
ou agente delegado, eivado de ilegalidade ou abuso de poder. 
 Esses requisitos trazidos pelo poder constituinte originário, são de vital importância 
ao impetrar o presente remédio constitucional, pois à não observação dos mesmos, 
a petição inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, regra prevista no 
artigo 10°, da Lei 12.016/09. 
3. Direito Líquido e Certo 
 O direito líquido e certo é resumido como direito cuja afirmação de existência é 
demonstrável por prova documental produzida no momento do oferecimento da 
petição inicial, a despeito da complexidade das questões subjacentes à pretensão 
ofertada em juízo ou tribunal. 
 Considerando o teor dos artigos 4°, caput, 6°, §1°, e 7°, inciso I, da Lei n° 
12.016./09, bem assim do artigo 1° da Lei 9.800/99, artigo 2° da Lei n° 11.280/06 e 
artigo 20 da Lei n° 11.419/06, a liquidez e certeza do direito é traduzida pela 
inadmissibilidade de dilação probatória no mandado de segurança, sendo evidente 
que a prova documental deve ser pré-constituída, ressalvadas as hipóteses de 
impetração, em caso de urgência, por telegrama, radiograma, sistema de transmissão 
de dados e imagens tipo fac-símile ou qualquer outro meio eletrônico, de documentos 
em poder de agentes, órgão ou entidade pública e de provas pela autoridade coatora 
no momento da prestação das informações sobre os fatos que lhe são imputados, 
quod abundant non nocet: "o mandado de segurança é verdadeiro processo 
documental", posto que "a regra geral é a de que, em mandado de segurança, a 
petição inicial venha instruída com documentos indispensáveis à propositura da ação, 
não cabendo dilação probatória". A prova pré-constituída é condição essencial para 
 
1Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014, págs. 667, 670, 671 
7 
 
 
 
 
aferição da ilegalidade do ato impugnado, salvo quando o impetrante não dispõe do 
documento ou lhe seja negado o fornecimento. 
4. Legitimidade Ativa 
 A legitimidade ativa é reconhecida a qualquer pessoa natural, formal ou jurídica, 
nacional ou estrangeira, pública ou privada, bem assim órgão independente e agente 
político.2 
5. Legitimidade Passiva: 
 A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, bem como a do Superior Tribunal 
de Justiça e do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, são consentâneas a respeito 
da legitimidade passiva da pessoa jurídica de direito público a que a autoridade 
coatora é vinculada para a ação de mandado de segurança: "a pessoa jurídica de 
direito público a que pertence a autoridade tida como coatora é o sujeito passivo do 
mandado de segurança", porque "o processo de mandado de segurança tem como 
partes de um lado, o impetrante e, de outro, a pessoa jurídica de direito público". "No 
mandado de segurança, parte passiva é a pessoa jurídica a cujos quadros pertence 
a autoridade aportada como coatora, não está própria que, portanto, em sede 
mandamental, não pode ostentar, em caso algum, a qualidade de parte legítima ou 
ilegítima". 
 
5.1- Abrangência de Autoridade Coatora 
 De acordo com o artigo 1°, §1°, da Lei 12.016/09, as autoridades coatoras se 
estendem no ordenamento jurídico brasileiro. 
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos 
políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas 
ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito 
a essas atribuições. 
5.2. Cabimento 
 O cabimento do remédio constitucional está definido não só no artigo 5°, inciso 
LXIX, da Constituição da república Federativa do Brasil, mais também no artigo 1°, 
caput da Lei 12.016/09, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação 
ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for 
e sejam quais forem as funções que exerça. 
 O cabimento do mandado de segurança contra ato legislativo é reduzido a duas 
hipóteses. Uma é referente ao processo legislativo, de arte que os membros do 
Congresso Nacional podem impetrar mandado de segurança contra proposta de 
emenda ou projeto de lei que viole limitação ao poder de reforma constitucional, em 
atenção ao art. 60, $ 4°, da CRFB. Outra é relativa às espécies normativas, de molde 
que os titulares de direito líquido e certo ameaçado ou lesado por ato legislativo que 
veicule norma jurídica individual e concreta podem impetrar mandado de segurança 
 
2 Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014, págs. 681, 684 
8 
 
 
 
 
contra lei apenas formal, em atendimento ao enunciado ou verbete n° 266 da súmula 
da jurisprudência predominante da excelsa corte.3 
5.2.1 Tipo de ato praticado 
 O ato coator é representado como ato administrativo, legislativo ou jurisdicional, 
imputado a autoridade pública ou agente delegado, eivado de ilegalidade ou abuso 
de poder. 
 
5.2.2 Atos contra os quais não é cabível 
 Em contrariedade ao princípio constitucional da inafastabilidade do controle 
judicial, o Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal de justiça 
do Rio de Janeiro têm decidido que " pendente de julgamento o recurso administrativo 
com efeito suspensivo, mostra-se inadequada a impetração do mandado de 
segurança, não se pode, pois, impetrar o mandado de segurança antes do julgamento 
do recurso administrativo com efeito suspensivo, tendo em conta a ausência de 
ameaça ou lesão a direito líquido e certo. 
 O mandado de segurança não é cabível para a impugnação de questões internas 
corporis, dado que as deliberações respeitantes, direta e exclusivamente, às 
atribuições e prerrogativas das Casas Legislativas estão imunes ao controle 
jurisdicional, não sendo admitida, por exemplo, a impetração do mandado de 
segurança com o objetivo de discutir os atos de escolha dos órgãos dirigentes e 
utilização das prerrogativas institucionais, bem assim a impugnação de ato legislativo 
que ventile norma jurídica abstrata e geral, eis que os enunciados normativos que 
descrevem fatos de possível ocorrência no futuro e prescrevem condutas dirigidas a 
pessoas indeterminadas estão submetidos a instrumentos de provocação da 
jurisdição constitucional concentrada, não sendo admitidas, por exemplo, a 
impetração do mandado de segurança com o objetivo de aferir a constitucionalidade, 
em tese, de lei ou ato normativo. 
 O artigo 5° da Lei 12.016/09, traz um rol taxativo das hipóteses que não cabe 
mandado de segurança, vejamos: 
Art. 5° Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Parágrafo único. (VETADO) 
6. Competência no Mandadode Segurança 
 
3 Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014, págs. 668, 673, 
671, 672. 
 
9 
 
 
 
 
 A competência para processo e julgamento do mandado de segurança individual é 
firmada pela hierarquia funcional do agente público a quem é imputado o ato coator, 
e não pela natureza da pretensão deduzida em juízo ou tribunal.4 
 A competência do Supremo Tribunal Federal, está trazida à luz do artigo 102, inciso 
I, d, da Constituição da República Federativa do Brasil. 
 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado 
de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República 
e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
A competência do Superior Tribunal de Justiça, está trazida à luz do artigo 105, inciso 
I, b, da Constituição da República Federativa do Brasil. 
 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - Processar e julgar, originariamente: 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes 
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 
 A competência dos Tribunais Regionais Federais, está trazada à luz do artigo 108, 
inciso I, c, e artigo 114, inciso IV, da Constituição da República Federativa do Brasil. 
 Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - Processar e julgar, originariamente: 
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
 Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver 
matéria sujeita à sua jurisdição; 
 Os Tribunais de Justiça são originariamente competentes para o mandado de 
segurança contra ato do Governador e dos Secretários do Estado, inclusive o prefeito 
da Capital e dos Municípios com mais de 200 mil eleitores, da Mesa Diretora e do 
Presidente da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas do Estado, do 
Procurador-Geral de Justiça, do Procurador-Geral e do Defensor Público-geral do 
Estado e dos próprios Tribunais de Justiça, com esteio no artigo 161, inciso IV, e, da 
CERJ.5 
 
4 Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014, pág. 680. 
 
 
5 Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014, págs. 680, 681, 
689. 
 
 
10 
 
 
 
 
 Os juízos Federais e Juízos de Direito são competentes para o mandado de 
segurança contra atos de autoridade Pública ou agente de pessoa jurídica de direito 
privado no desempenho de atribuições do Poder Público federal, estadual, distrital ou 
municipal não contemplado nas hipóteses anteriormente referidas, a teor do artigo 
109, inciso VIII, da CRFB, sem embargo dos artigos 86, inciso I, b, e 97, inciso I, b, 
do CODJERJ. 
 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os 
casos de competência dos tribunais federais; 
 Em se tratado de competência contra atos dos Juizados especiais Cíveis, como 
também o mandado de segurança contra atos das Turmas Recursais Cíveis, devem 
ser endereçados às próprias Turmas Recursais Cíveis Federais ou Estaduais: "a 
competência para processar e julgar a ação mandamental impetrada contra atos dos 
Juizados Especiais é das Turmas Recursais Cíveis" e "a competência para conhecer 
do mandado de segurança contra atos das Turmas Recursais dos Juizados Especiais 
é dela mesma". 
7. Decisão, Efeitos e Recursos Possíveis – O reexame necessário 
 A decisão do mandado de segurança individual pode ser estudada sob o ângulo da 
tutela de urgência, à luz do artigo 7°, inciso III, e sob o aspecto da tutela de mérito, à 
vista do artigo 14 da Lei n° 12.016/09. 
Art. 7. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato 
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir 
do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa 
jurídica. 
 Os efeitos sobre a coisa julgada, a sentença concessiva é alcançada pela coisa 
julgada material. Ao inverso, a sentença denegatória, na hipótese de inexistência de 
liquidez e certeza do direito, não é aparelhada pela coisa julgada material, com a 
possibilidade de renovação do pedido, pelo instituto do mandado de segurança, 
enquanto, na hipótese de inexistência do direito subjacente à pretensão deduzida em 
juízo ou tribunal, é atingida pela coisa julgada material, sem a possibilidade de 
reprodução do pedido, pelo instrumento da ação ordinária. 
 De acordo com o artigo 14 da Lei 12.016/06, da sentença, denegando ou 
concedendo o mandado, cabe apelação. Este artigo em seus parágrafos traz o 
reexame necessário. 
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição. 
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. 
 Vejamos outros recursos que Lei 12.016/09 traz em seus artigos: 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério 
Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente 
do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão 
fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito 
11 
 
 
 
 
suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua 
interposição. 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe 
recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem 
for denegada 
8. Prazo do Mandado de Segurança 
 De acordo com o artigo 23° c/c com artigo 3°, parágrafo único da Lei 12.016/09, 
que regulamenta o mandado de segurança o prazo é de 120 dias. 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, 
contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
CAPITULO II 
 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
1. Conceito 
 O mandado de segurança coletivo é dirigido à tutela do direito metaindividual de 
que trata o art. 5°, inciso LXX, da Constituição da República Federativa do Brasil.67 
2. Finalidades 
 As finalidades da ação consagrada no artigo 5°, inciso LXX, da Constituição da 
República Federativa do Brasil, é buscada na lei 12.016/09, no artigo 21, nos incisos 
I, e II da mesma. 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação 
no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à 
finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos 
da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde 
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelomandado de segurança coletivo podem ser: 
I - Coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de 
que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação 
jurídica básica; 
II - Individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum 
e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do 
impetrante. 
3. Legitimidade do Mandado de Segurança Coletivo 
 De acordo com o artigo 5°, inciso LXX, alíneas a, e b, da CRFB, c/c com o artigo 
21, caput da Lei 12.016/09, vejamos abaixo os legitimados para impetrar o mandado 
de segurança coletivo: 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento 
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação 
no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à 
finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos 
da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde 
que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
 
61 Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014, pág. 689. 
 
 
7 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
TÍTULO II 
 
HABEAS DATA 
1. Conceito. 
 O habeas data, ad numun art. 5°, inciso LXXII, da CRFB, bem assim Lei n° 
9.507/97, é conceituada como remédio constitucional, sob procedimento especial, 
dirigido ao conhecimento ou retificação, como também a anotação, contestação ou 
explicação, de dados pessoas constantes nos assentamentos de registros ou banco 
de dados de entidades governamentais ou de caráter público.8 
2. Cabimento, Objeto e espécies 
 De acordo com o artigo 5°, da CRFB, inciso LXXII, c/c com o artigo 7°, da Lei 
9.507/97, vejamos as hipóteses que conceder-se-á habeas data: 
LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
Art. 7° Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado 
verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
 Em se tratado do objeto da presente ação constitucional é predisposto ao 
conhecimento, ratificação e complementação de dados pessoais constantes nos 
assentamentos de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público. O remédio constitucional assegurado na carta magna tem como 
objeto dados públicos em face de entidades governamentais ou de caráter público. 
 Em termos das espécies do habeas data temos três no ordenamento jurídico 
brasileiro: o primeiro previsto na alínea a, da CRFB, o habeas data informativo; o 
segundo previsto na alínea b, da CRFB, o habeas data retificativo e o terceiro previsto 
na Lei n° 9.507/09, o habeas data aglutinativo 
(aditivo). 
3. Legitimidade Ativa 
 
81 Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014, págs: 715, 721, 
725. 
 
15 
 
 
 
 
 A legitimidade ativa é concedida a qualquer pessoa natural, formal ou jurídica, 
nacional ou estrangeira, que seja titular de dados pessoais. 
AI: a) Substituição Processual e Legitimação Extraordinária. 
 A substituição e sucessão não são admissíveis no processo instaurado em 
decorrência do exercício do habeas data, ressalvadas a "a legitimidade ativa dos 
herdeiros legítimos e cônjuge supérstite para a impetração, quando se tratar de 
causas relativas a transmissão de direitos mortis causa.9 
b) Ministério Público pode impetrar? 
 Trata-se de uma ação constitucional personalíssima, cuja tutela restringe a 
informações relativas a pessoa do impetrante. Não existe legitimidade extraordinária 
em habeas data, assim afastando a possibilidade de impetração pelo Ministério 
público para a defesa de interesses de terceiros. 
 Este órgão poderá impetrar a presente ação constitucional se as informações forem 
relacionadas ao próprio Mistério público. 
c) Cabível HD coletivo? 
 o cabimento de habeas data coletivo para a tutela de direitos individuais 
homogêneos, porque o direito de acesso e de retificação de informações pessoais é 
necessariamente direito individual e, pois, nunca será difuso ou coletivo. 
d) Legitimação ordinária superveniente 
 Somente é permitida no caso de herdeiros e sucessores do titular, em hipóteses 
excepcionais, com intuito de preservar a sua imagem, invitado o uso ilegítimo e 
indevido dos dados do de cujus. 
4. Legitimidade Passiva 
 A legitimidade passiva desta ação constitucional é atribuída, pela doutrina 
majoritária, órgão ou entidade detentor da informação que se pretende obter, retificar 
ou complementar. Esse entendimento é reforçado pela disposição legal de que “o 
requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositária do registro ou banco 
de dados e será deferido ou indeferido no prazo de quarenta e oito horas” (Lei 
9.905/1997, art. 2°). 
AI: Exemplos de Legitimados Passivos na Jurisprudência. 
 O habeas data poderá ser impetrado, por exemplo, em face de entidades 
governamentais da administração pública direta ou indireta; pessoas jurídicas de 
direito privado que tenham banco de dados aberto ou público, com o serviço de 
proteção ao crédito (SPC) e o SERASA: partidos políticos, universidades particulares, 
dentre outros que tenham “caráter público”. 
5. Interesse de agir 
 
91 Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014, págs: 725. 718. 
16 
 
 
 
 
 O interesse de agir é condição específica da presente ação constitucional. 
Representada pela tentativa extrajudicial, uma vez que a petição inicial deve ser 
instruída com a demonstração inequívoca da recusa da entidade governamental ou 
de caráter público em fornecer o dado pessoal ou decurso do prazo de 10 dias, na 
hipótese de conhecimento, ou prazo de 15 dias, nas hipóteses de anotação, 
contestação, explicação e retificação, sem decisão sobre o requerimento 
administrativo formulado ao depositário do dado pessoal, sob pena de despacho 
liminar de conteúdo negativo. Há divergências na doutrina a respeito do interesse de 
agir sobre a presente ação constitucional. 
 Todavia, o Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro têm decidido que " o acesso as habeas data pressupõe a 
existência do interesse de agir. 
 
b) É necessário esgotamento da via administrativa?Sim, pois trata-se de uma condição da presente ação constitucional impetrada em 
face de entidades governamentais ou de caráter público, o interesse de agir nas 
esferas extrajudicial primeiro, a tentativa frustrada na via administrativa levará a 
constituição da prova que será juntada a petição inicial, regulada pelo Código de 
Processo Civil. O não esgotamento da via administrativa acarretará a extinção do 
processo sem analise do mérito. Vejamos o artigos 8°, e 10°, da lei 9.507/97: 
Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 319 a 320 do Código de Processo 
Civil, será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos 
por cópia na segunda. 
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou 
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze 
dias sem decisão. 
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, quando não for o caso de habeas data, ou se lhe faltar 
algum dos requisitos previstos nesta Lei. 
6. Competência 
 A competência para processo e julgamento do habeas data é firmada pela 
hierarquia funcional do agente público a quem é imputado o ato coator, e não pela 
natureza da pretensão deduzida em juízo ou tribunal. Vejamos as regras trazidas pelo 
artigo 20°, da referida Lei n° 9.507/97: 
Art. 20. O julgamento do habeas data compete: 
 
I - originariamente: 
 
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República 
17 
 
 
 
 
e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal; 
 
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
 
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais 
federais; 
 
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado; 
 
f) a juiz estadual, nos demais casos; 
 
II - em grau de recurso: 
 
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for proferida em única instância pelos 
Tribunais Superiores; 
 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais; 
 
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz federal; 
 
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme dispuserem a respectiva 
Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito Federal; 
 
III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos na Constituição. 
7. Decisão 
 A decisão será comunicada ao coator, por correio, com aviso de recebimento, ou 
por telegrama, radiograma ou telefonema, conforme o requerer o impetrante. Da 
sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação. 
QUESTÃO: Responda o caso concreto da semana. 14 
Questão objetiva: (FUNCAB - PC-PA 2016 – DELEGADO DE POLICIA CIVIL - 
Adaptado) Maria, gestante de feto anencéfalo, pretende a obtenção de autorização 
judicial para realização de aborto. O Juízo de primeiro grau julgou improcedente o 
pedido. Pretende, agora, manejar um remédio constitucional para evitar o 
cometimento de crime. Para tanto, deverá demandar por meio do seguinte 
instrumento: 
a) Recurso Ordinário 
b) Habeas Corpus. (correta) 
18 
 
 
 
 
c) Revisão Criminal 
d) Mandado de Segurança 
e) Mandado de injunção 
Questão discursiva Paulo, delegado de polícia, preside o inquérito X, no qual é 
apurada a prática de crime de estupro, por João, que se encontra preso, contra a 
menor M, de 13 anos de idade. No curso do inquérito, a menor se retratou da 
acusação de estupro, mas Paulo não comunicou tal fato ao juiz de direito competente 
para proceder ao arquivamento do inquérito, razão pela qual foi aberta, a pedido do 
Ministério Público, ação penal para apurar eventual crime de prevaricação. Tendo o 
juiz de direito do juizado especial criminal da comarca Y do estado Z determinado a 
intimação de Paulo para audiência de transação penal, este impetrou habeas corpus 
com vistas a impedir seu comparecimento à audiência bem como a se livrar do 
referido inquérito, mas a turma recursal estadual denegou o pedido. 
Em face dessa situação hipotética, indique, com a devida fundamentação legal, a 
medida judicial mais adequada para que Paulo atinja o objetivo pretendido, bem como 
o órgão do poder judiciário competente para julgá-la. 
Resp.: A medida judicial mais adequada para que Paulo atinja o objetivo 
pretendido é o HABEAS CORPUS uma vez que o objetivo deste é trancar a ação 
penal e não comparecer à audiência e o HC serve para trancar a ação penal e 
impedir o comparecimento em audiência se daí puder resultar em pena privativa 
de liberdade e o órgão do poder judiciário competente para julgá-lo é o Tribunal 
de Justiça local, pois a súmula 690 do STF estabelece a competência do tribunal 
de justiça local para julgar as decisões das turmas recursais criminais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
TÍTULO III 
 
AÇÃO POPULAR 
1-Conceito 
 Trata-se de uma das formas de manifestação da soberania popular (CF, art. 1. °, parágrafo 
único), que permite ao cidadão exercer, de forma direta, uma função fiscalizadora. 10 
 Esse conceito expressa bem, o que está contido no artigo 5°, inciso LXXIII, da Constituição 
da República Federativa do Brasil, onde o constituinte originário traz a presente ação 
constitucional um status de amparo ao cidadão brasileiro contra atos violadores da 
administração pública, que acarreta em ilegalidade-lesividade. 
 A presente ação constitucional está consagrada na carta magna de 1988, e também na lei 
que regulamenta o procedimento da ação popular, lei 4.717/1965. 
 2-Requisitos da Ação Popular 
 O regular exercício da ação popular é especificamente condicionado: (i) à ilegalidade, 
ilegitimidade ou ilicitude e (ii) à lesividade do ato impugnado. No tocante à lesividade do ato 
indigitado pela ação popular, ao autor é subordinado ao ônus de provar a lesão ao patrimônio 
material ou imaterial da sociedade, nas hipóteses de lesividade efetiva, caso o ônus de provar 
a lesão ou domínio público, meio ambiente e patrimônio histórico e cultural não tendo sido 
legalmente investido, nas hipóteses de lesividade presumida de que trata o art. 4° da Lei 
4.717/65.11 
3-Legitimidade Ativa 
 A Constituição não atribuiu a qualquer pessoa da população (brasileiros natos e 
naturalizados, estrangeiros residentes e apátridas) ou do povo (brasileiros natos e 
naturalizados) a legitimidade para a propositura da ação popular. Apesar do nome dado a esta 
ação, a legitimidade ativa foi atribuída apenas aos cidadãos em sentido estrito, ou seja, aos 
nacionais que estejam no pleno gozo dos direitos políticos. 
 É minoritária doutrina que sustenta um conceito mais amplo de cidadania, de modo a 
admitir a legitimidade de qualquer brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil. Por ser 
reconhecida apenas aos cidadãos. 
 A legitimidade ativa do cidadão é uma das condições da ação, não podendo ser confundida 
com a capacidade postulatória, pressuposto processual subjetivo. Indispensável que o 
cidadão seja apresentado por advogado, salvo quando ele próprio for detentor desta 
condição. Por se tratar de um direito político, a doutrina majoritária entende que os eleitores10Manual de direito constitucional / Marcelo Novelino. - 9. ed. Rev. E atual. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO,2014. Págs. 609, 610. 
111 Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014, pág.: 729. 
 
20 
 
 
 
 
que têm entre 16 a 18 anos não necessitam de assistência. Nesse caso, há que defenda a 
emancipação do eleitor a justificar sua capacidade de estar em juízo. 
 Por ser reconhecida apenas aos cidadãos, as pessoas jurídicas não possuem legitimidade 
para a propositura da ação popular (Súmula 365/STF). Em se tratado de estrangeiros, por 
exemplo, os portugueses, caso haja reciprocidade por parte de Portugal, também poderão 
propor ação popular (CF. Art.12, § 1. °). A comprovação da condição de cidadão far-se-á 
mediante a juntada do título de eleitor ou documento que ele corresponda (Lei 4.717/1965, 
art.° § 3. ° ). A de português equiparado é feita não apenas com esse título, mais também com 
o certificado de equiparação e gozo dos direitos civis e políticos. 
 O mistério Público, apesar de não ter legitimidade para propor a ação deverá acompanhá-
la, "cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou 
criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa 
do ato impugnado ou dos seus autores" (lei 4.717/1965, art. 6. °, § 4. °).12 
 4-Legitimidade Passiva 
 A Lei da ação popular estabelece um extenso rol de legitimados passivos (Lei 4.717/1965. 
art. 6. °) que abrange, de uma forma geral, entes da Administração Pública direta ou indireta 
e pessoas jurídicas que, de algum modo, administrem verbas públicas. Em regra, exige-se a 
presença, no polo passivo, da pessoa jurídica de direito público a que pertencer a autoridade 
que deflagrou o ato impugnado ou em cujo nome foi este praticado. 
5-Objetivo 
 O objetivo é a defesa de interesses difusos, pertencentes à sociedade, por meio da 
invalidade de atos dessa natureza lesivos ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural. 
6-Objeto 
 A ação popular tem como objeto o ato de caráter administrativo ou a ele equiparado. Para 
estes fins, considera-se o ato de efeitos concretos praticados pela Administração Pública, 
incluídos aqueles realizados sob égide do direito privado. 
 Os atos de conteúdo jurisdicional não estão abrangidos pelo âmbito de incidência da ação 
popular, uma vez que possuem um sistema especifico de impugnação, seja por via recursal, 
seja mediante a utilização de ação rescisória. Este entendimento não afasta a possibilidade de 
impugnação por meio de ação popular de decisões judiciais homologatórias de acordo e de 
atos de caráter administrativo praticados por membros do Poder Judiciário. 
7-Procedimento 
 
12Manual de direito constitucional / Marcelo Novelino. - 9. ed. Rev. E atual. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO,2014. Págs. 610, 611, 612, 613. 
21 
 
 
 
 
 A ação constitucional, consagrada na carta magna de 1988 no artigo 5°, inciso LXXIII, está 
regulamentado pela lei 4.417/1965. O procedimento seguira o rito ordinário do condigo de 
processo civil, e observará os artigos 7°, e 22/, da lei 4.417/65. 
8-Competência 
 A competência para julgamento da ação popular é do primeiro grau de jurisdição, não 
havendo competência originaria por prerrogativa de função. A fixação da competência é 
determinada pela origem do aro lesivo a ser anulado, conforme o disposto pelas normas de 
organização judiciaria (Lei 4.417/1965, art.5. °).13 
 Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e 
julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as causas que 
interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município. 
 § 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Distrito Federal, do Estado ou dos 
Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas de direito público, 
bem como os atos das sociedades de que elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por 
elas subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse patrimonial. 
 § 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer outra pessoa ou entidade, 
será competente o juiz das causas da União, se houver; quando interessar simultaneamente ao Estado 
e ao Município, será competente o juiz das causas do Estado, se houver. 
 § 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações, que forem 
posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos. 
 § 4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado. 
 
AI: a) como fica o Foro por prerrogativa de função? 
 A lei da Ação Popular não estabelece qualquer previsão a respeito da prerrogativa de fora. 
De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Devem ser aplicadas, por 
analogia, as regras do Código de Processo Civil. Este entendimento transforma a competência 
territorial da ação popular na única competência relativa de todo o microssistema coletivo, o 
que é criticado por parte da doutrina, que defende a aplicação, por analogia, da Lei da Ação 
Civil Pública (lei 7.347/1985, art,2. °). 
 A competência originária do STF é uma exceção admitida nos seguintes casos: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e 
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta 
ou indiretamente interessados; 
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e 
outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; 
 
13Manual de direito constitucional / Marcelo Novelino. - 9. ed. Rev. E atual. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO,2014. Págs. 615, 616. 
 
22 
 
 
 
 
9-Decisão na Ação Popular 
 A decisão que julga procedente o pedido da ação popular, além de condenar os 
responsáveis e beneficiários em perdas e danos, declara a nulidade do ato impugnado, nas 
hipóteses previstas nos arts. 2.° e 4°., ou determina a sua anulação do caso do artigo 3. °, 
todas da Lei 4.717/1965. Na primeira hipótese (nulidade do ato), a decisão terá natureza 
declaratória-condenatória; na segunda (ato anulável), desconstitutiva-condenatória.14 
 
QUESTÃO: Responda ao caso concreto da semana 15 
CASO 1- (FCC – TRT 20ª Região 2016 – ANALISTA JUDICIÁRIO – OJA) 
Bruna, desconfia que seu filho Murilo, 24 anos de idade, começou a praticar crimes de furtos, 
bem como crimes cibernéticos. Preocupada com a situação, inclusive porque Murilo recebe 
diversas cartas de cobranças de dívidas lícitas, Bruna resolve investigar a situação financeira 
do filho, mas nenhuma entidade Governamental, bem como nenhuma entidade de caráter 
público lhe fornecem qualquer informação. Conversando com sua amiga Soraia, estudante de 
direito, a mesma sugeriu que Bruna impetrasse um habeas data. Neste caso, Soraia fez a 
sugestão: 
a) Incorreta porque não cabe habeas data para o conhecimento de informação relativa a 
terceiro, mas somente relativa ao impetrante. (Correta). 
b) correta porque segundo a carta magna conceder-se-á habeas data para assegurar o 
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, bem como deterceiros a ela 
relacionados constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público. 
c) incorreta porque o habeas data cabe apenas para a retificação de dados, quando não se 
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
d) correta porque o habeas data cabe exatamente para a retificação de quaisquer dados 
referentes a qualquer pessoa, em razão da observância do princípio da publicidade. 
e) correta porque segundo a carta magna conceder-se-á habeas data exatamente para 
assegurar o conhecimento de informações relativas a terceiros constantes de registros ou 
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 
 
Conclusão 
 O presente trabalho acadêmico, teve como objetivo trazer algumas ações constitucionais 
consagradas na Constituição da República Federativa do Brasil, em prol do estudo das mesmas 
em face do ordenamento jurídico brasileiro, que regulamenta o procedimento das mesmas 
por leis especiais que trata da matéria. 
 
14Manual de direito constitucional / Marcelo Novelino. - 9. ed. Rev. E atual. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO,2014. Pág. 617 
23 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
 Moraes, Guilherme Peña de. Curso de direito constitucional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
Manual de direito constitucional / Marcelo Novelino. - 9. ed. Rev. E atual. - Rio de Janeiro: Forense; 
São Paulo: MÉTODO,2014. 
Constituição da República Federativa do Brasil – 1988. 
LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965. Ação popular. 
LEI Nº 9.507, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1997. Regula o direito de acesso a informações e 
disciplina o rito processual do habeas data. 
LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009. Disciplina o mandado de segurança individual e 
coletivo e dá outras providências.

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