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Direito e Justiça

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Capitulo VIII – As Divisões Fundamentais do Direito
DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO
A ciência do direito tem como tarefa expor o direito vigente como um sistema, esse ordenamento sistemático é valioso, devemos imagina-lo como uma biblioteca, apresentando divisões organizadas de estudo, a fim de apresentar clareza, incluindo também uma indiscutível importância teórica, ajudando o leitor a ter mais conhecimento do material jurídico, notando diferenças, semelhanças e possíveis problemas, esse esquema racional pertence a filosofia do direito. O direito inglês, como explica Salmond, não possui um esquema de estruturações ordenadas, e tem pouca preocupação pelas divisões, diferente do continente Europeu, que porta um enorme interesse nas classificações.
Na tarefa das classificações, um fator indispensável é a tradição histórica, e é com base nela que a filosofia do direito se aprimora. E sendo tão distintas as tradições do continente anglo-norteamericano e do Europeu, logo os direitos de ambos também se distinguem, tornando assim, a tarefa de examinar problemas na organização de ambos, impossível. Porém a distinção entre direito público e direito privado e entre o direito substantivo e direito adjetivo, se apresentam em ambos sistemas. Em todo ordenamento jurídico desenvolvido é preciso que haja uma organização de autoridade pública para assim, aplicar o direito e regras, havendo procedimentos a serem seguidos, essa organização compõe o direito público e o direito processual. O direito conta com um conjunto de autoridades públicas, suprindo a base da compreensão de direito público.
Autoridade como “competência de função social”, pois ela não é concedida a pessoa para uma proteção de interesse pessoal, mas sim social, da comunidade, e esse propósito é relativo ao exercício da competência e ao do conteúdo. 
É relativo ao exercício da competência quando é privada e social, sendo privada quando o indivíduo exerce livremente, da maneira como o agrada, de forma autônoma, e sendo social quando é uma obrigação, podemos atribuir que a primeira como o indivíduo e a segunda como a comunidade. Autoridade pública é aquela que serve a comunidade, sendo um exemplo disso o corpo municipal, e sendo privada, os pais na instituição familiar. 
Estabelecemos assim que o Direito Público é aquele que é próprio das autoridades públicas, sendo ele normas de condutas, e competências que são ligados a essas autoridades; em um Estado democrático ele é dividido em categorias, referentes aos atos legislativos, administrativos e judiciais, possuindo um tema principal, que é uma exposição aos órgãos do Estado, procedimento de operação do poder e dos limites materiais do mesmo. Toda autoridade pública deve portar um espírito comunitário, se baseando em valores públicos e no princípio da igualdade. Para um ato jurídico ser vigente ele precisa apresentar três divisões, sendo: Primeiro: Um órgão que seja competente na realização de um ato jurídico. (Competência pessoal). Segundo: Procedimento. (Competência formal) Terceiro: Conteúdo possível do ato jurídico. (Competência material)
O Direito Penal é um dos ramos do Direito Público, protege e estabelece normas de condutas as pessoas particulares, garante proteção a propriedades, a honra, a vida, e liberdade por exemplo, gerando consequências jurídicas quando violadas, e contém um enorme interesse público em relações jurídicas sancionadas. O direito penal é equivalente a responsabilidade de atos ilícitos civis, não se enquadrando as regras da legislatura. 
Outra ramificação é o direito administrativo especial, aquele que possui leis que regula o bem-estar da sociedade, os impostos, trabalho, agricultura, industrias como a naval e pesqueira, por exemplo. Esse direito é classificado como público pois a posição jurídica dos indivíduos é determinada através de uma intervenção de um ato administrativo, como autorização e proibição. 
O autor, contesta a ideia de o direito processual ser de natureza do direito público, pois ter uma relação jurídica com o estado não define a ideia do direito processual ser público, se baseando numa confusa ideia de que é através das regras que se tem uma relação jurídica com o Estado, e ainda vários setores do direito processual não se diferenciam do direito privado. No direito público reina uma grande confusão, e ela é dada pelo fato do direito público ter uma perspectiva negativa, é como se ele apenas armazenasse tudo que não fosse direito privado, esse mesmo é conceituado de forma implícita como um direito que lhe é assegurado em processos civis de particulares, se o direito público continuar sendo visto de forma negativa, perderá toda sua homogeneidade e se ele for limitado a organização de autoridade pública que rege procedimentos, e o direito privado for definido de forma negativa em relação a isso, então ele perderá todo seu significado. 
Ross, ajuda na diferenciação da dimensão do direito privado e público quando os compara com animais em um zoológico, sendo o primeiro um canário e o segundo um elefante, o direito público em um zoológico é formado por todos os animais que não são canários. Não é possível fazer uma divisão fundamental do direito em duas partes, pois eles não são opostos, é apenas maneiras distintas de olhar o contexto, através disso a divisão desses direitos tem sido insustentável. 
O DIREITO SUBSTANTIVO E O DIREITO ADJETIVO 
O direito substantivo também é conhecido como direito material e o direito adjetivo como direito processual. 
O início desse tópico se dá pela explicação de uma norma de competência, na qual se caracteriza não como um dever ser mas sim como uma indicação de um padrão para ser seguido, e não se aplica diretamente pelos tribunais, se diferindo da norma de conduta, sendo ela, como seu próprio nome diz, imposição de conduta apontando como agir, sendo aplicável ao tribunal, ela também é uma diretiva ao juiz, dizendo em quais condições ele deve ordenar o exercício da força física contra alguém, tendo como exemplo, a aplicação da força sobre uma pessoa que aceitou uma letra de cambio e não pagou, isso nos mostra que a norma de conduta é muito ampla e com isso teve que ser dividida em fragmentos, pode ser descrita esses fragmentos como, em uma parte é estabelecido tudo o que não pode ser feito, e numa outra parte as sanções que serão aplicadas caso haja violações de tal, e em uma terceira divisão, temos os procedimentos que devem ser seguidos pelos tribunais, impondo sanções, podendo ser diferente dependendo das característica de cada caso. 
Após as explicações das partes, vamos nomeá-las, a primeira é conhecida como direito substantivo ou primário, aquele que descreve uma conduta objetiva, aplicando como deve ser, sendo que uma conduta oposta é condição necessária, porém insuficiente de sanção. A segunda chamada de direito das sanções, ou direito secundário, é expresso as diferentes sanções que podem ser aplicadas caso alguém tenha violado o direito substantivo, as condições sob as quais as sanções diversas devem ser aplicadas. A separação entre direito subjetivo e direito das sanções é considerado inconstante. Uma sanção possui forma de condenação que deve ser cumprida, ou até mesmo uma ordem que proíbe um ato, não é abordada junto com outras sanções desse mesmo tipo, ela é tratada como direito dos contratos, diferindo do direito penal, por exemplo. A terceira, enfim, é conhecida como direito processual ou terciário, são condições que giram em torno da pessoa responsável que dita e executa a sentença, mencionando também regras para implantar uma ação, suas provas e manuseamento ante os tribunais. 
Capitulo IX – Fatos Operativos
Esse capitulo se trata de fatos operativos, e fatos operativos são aqueles fatos relevantes para uma decisão, isso é, Se F, então C, com F sendo os fatos, e C sendo as consequências jurídicas geradas pelos mesmos, indicando também, o modo como o juiz deve julgar, e sendo as normas jurídicas determinantes aos fatos relevantes. No julgamento de um caso há diversos fatos operativos,como em um homicídio, não se julga apenas o caso em si, mas sim todos os fatos relevantes que o gravitam, podendo desse modo diminuir a pena, ou até mesmo isentar o réu de tal responsabilidade. O que fundamenta o efeito jurídico especiais são os fatos, as circunstancias apenas modifica ou exclui esse efeito, dessa maneira podemos ver que os fatos operativos podem ser consideráveis ou condicionantes. Desde que sejam descritos em linguagem cotidiana, o direito pode fazer com que toda circunstancia seja um fato operativo, tais fatos são definidos de forma conceitual abstrata, como um nome, local, períodos de tempo, entre outras, estas circunstancias possui importância pois é através delas que se sabe se uma lei tem efeito retroativo. 
Há fatos operativos que são unicamente fatuais, como nascimento e morte, e outros que estão condicionados juridicamente, por exemplo, o casamento e a propriedade, que são geradores de efeitos jurídicos, na obra temos outra amostra desses fatos que são definidos em relação ao direito, como em uma lei tributaria, se para que se aplique o gravame depender do contribuinte ser casado, poderia assim mencionar as normas que comandam a dissolução ou celebração do casamento, assim decidem se há casamento ou não, essa é uma técnica de aplicabilidade enorme. Assim, a diferenciação entre fatos operativos fatuais e os fatos operativos jurídicos condicionados, é de grande valor para a doutrina dos precedentes e para distinguir factum e jus. Outra distinção importante é entre eventos e fatos, sendo o segundo o gerador de efeitos e atos, dentro dos fatos temos as ações fatuais e atos jurídicos (também denominado disposição), nos quais também se diferenciam. Os atos jurídicos não devem ser dispostos numa mesma categoria, pois o ato jurídico público e a disposição privada, devem ser distinguidos, os atos jurídicos públicos não possuem componentes em comum para ser tratado com apenas um rotulo, eles apresentam subdivisões em atos legislativos, administrativos e judiciais. 
A DISPOSIÇÃO PRIVADA 
Disposição privada é normalmente definida como uma declaração da vontade privada que possui efeitos jurídicos conforme o conteúdo, porém essa afirmação é impropria devido a 4 fatores. No primeiro, temos uma afirmação que nenhum ato especifico de criação pode gerar efeitos jurídicos específicos, ela é inadequada devido a generalização que ela faz, e deve ser modificada. Segundo, voltando novamente na definição, afirma-se que a conformidade com o conteúdo da declaração deve ser preservada, não é completamente incorreta, pois como no exemplo de Ross, em um contrato que necessite de detalhamento das relações jurídicas dos indivíduos que fazem parte. Na maioria dos acordos, como em contratos referentes a compras, oferecem o esqueleto realmente necessário da relação jurídica, o efeito jurídico em relação a características básicas é determinado apenas pelo conteúdo da disposição. Terceiro, encontramos uma certa confusão quanto a expressão, nela consta que o fato jurídico quando produz um efeito jurídico especifico como declaração da vontade. A palavra declaração deixa o contexto confuso, e nos permite dois entendimentos, que a pessoa que faz, faz por vontade espontânea ou por ordem, vamos começar rejeitando a primeira, já que uma promessa não é uma declaração de informação, uma pessoa que promete a outra pagar um determinado valor, em determinado dia, não tem como saber seu estado de espirito e muito menos o que ocorrerá nesse determinado dia, se assim fosse, seria possível caracterizar a promessa como verdadeira ou falsa, o no ordenamento jurídico não lida com as promessas como comunicações. A segunda é igualmente insatisfatória, vejamos, em promessas pode existir emoções, quando se jura com todo sentimentos, porém nem todos os casos é assim, não há sentimento em quem está comprando verduras, então a emoção nas promessas não é típica. É obscura essa vontade, pois em uma promessa podemos entender a vontade como uma intenção a atitude do autor, não é da minha vontade o modo como o outro vai agir, isso só está dirigido a nós mesmos, e só podemos querer exigir tal conduta das pessoas, quando posso provocar tal conduta através dos meus atos. Porém se encargo, motiva o outro, por razoes que não estão no meu controle, posso querer a ação, assim como posso querer sua morte e disparar uma arma. É comum nesses problemas se a comunicação é uma intenção da pessoa que faz com vontade ou por obrigação. Quarto, quando se a aplica a definição de que a disposição é uma declaração de vontade, aplica-se também que se apresenta em forma de comunicação linguística, como linguagem entendemos não apenas palavras, mas também símbolos, e gestos. É impossível determinar quais atos, ou omissões dele (como não registrar um protesto), são necessários ser tratados como disposições, empregando o fundamento que tal ato expressa ou não uma intenção dispositiva. 
Analisando do 1° ao 4°, obtemos a definição de definição privada, que é, uma manifestação (a menos que aja razões para ser invalida) que gera efeitos jurídicos autônomos, ou seja, efeitos que o responsável deseja, se ultrapassar isso, é determinado pelas normas gerais, assim os efeitos são padronizados complementando assim o conteúdo individual. 
PROMESSA, ENCARGO E AUTORIZAÇÃO
Promessa, encargo e autorização são subgrupos de modalidades jurídicas, o dever e o poder. A promessa é a disposição que obriga (normalmente) aquele que promete (promitente) a cumprir aquilo que foi formulado. Dizer que obriga significa que a outra parte tem o direito de demanda e obtenção de sentença para o cumprimento do prometido ou a reparação por danos sofridos. É obrigatória a promessa quando é possivel obter o cumprimento de forma incondicional, ou quando tal cumprimento esteja sujeito a condições independentes.
A promessa é obrigatória, portanto, quando se pode obter o cumprimento compulsório de forma incondicional, ou quando esse cumprimento esteja sujeito a condições independentes. Conclui-se que a promessa não é obrigatória 1)se em razão de circunstâncias especiais ela é inválida (nula ou anulá-vel), oque significa que a possibilidade de exigir seu cumprimento por meio da força está excluída e 2)quando é revogável, oque significa que o promitente pode evitar o cumprimento compulsório. Os encargos, são disposiçoes que obrigam a pessoa a quem são dirigidos, já a autorização, é uma disposição que consede á pessoa a quem é dirigido um poder. 
Capitulo X
Algumas características da História do Direito Natural
CRENÇAS POPULARES GREGAS: HOMERO E HESÍODO
O direito natural teve raízes fundadas através das fases magicas, religiosas, filosóficas-metafisica. O homem sempre teve a necessidade de buscar em algo absoluto forças e refúgio, e explicações pela força que o dominava, e que estava acima de tudo. Essa força tem tanto natureza cósmica quanto moral. É possível estudar esse pensamento desde as crenças de Homero e Hesíodo até Platão e Aristóteles. 
A comunidade Homérica, no século VIII a.C., era de um povo primitivo e agrícola, que era comandado por seu chefe ou rei, porém esse rei não possuía autoridade total, pois sua função era limitada em ser juiz em disputas e guerras, assim a vida na tribo era guiada pelos costumes, tradições e tabus, os deuses estavam acima dos humanos, e Zeus possuía o maior poder, mas até os deuses eram dominados pelo destino, esse que dava a cada coisa aquilo que era necessário, através de castigos. Nesse sistema de pensamento, não é atribuído o direito e a justiça como caráter moral, como é hoje, a decisão justa é feita à mercê dos deuses, dando a cada um aquilo que lhe é devido. 
Como o rei apenas possui o poder de juiz, ele precisa ser sábio para receber as vontades de Zeus, sendo esse o guardião do direito, sendo a fonte para o rei tomar suas decisões. 
Hesíodo, por volta de 750 e 650 a.C., acreditava que se o rei, não conseguisse compreender a vontade dos deuses, a desgraça cairia sobre seu povo, já quando o julgamento era correto, sendo ele atravésdos deuses, sobre o seu povo cairia prosperidade, começou a surgir ressentimento do povo, contra a ordem cósmica, e as comunidade tribal foi rompendo sua forma, e sendo tomado pela aristocracia, os grandes senhores tentando dominar os camponeses livres. Para Homero, Zeus era o que protegia e dava harmonia a seu povo, e quanto ao Hesíodo, que era saturado de ódio, Zeus era um juiz que castigava os injustos e aqueles dotados de poder. Podemos atribuir o mesmo pessimismo a Sólon (cerca de 600 a.C.), que pregava que os arrogantes sempre receberão seu castigo, cedo ou tarde, e se um homem não cumpre seu castigo, ele cairá sobre seus filhos, ou netos, mas a pena irá se cumprir. Revoltas politicas abalaram esse período de Sólon a Heráclito (500 a.C.), com crescimento de cidades e da economia, começou a surgir pessoas que queriam tirar o privilegio que a aristocracia possuía, e começou um conflito entre aristocracia e democracia, e nesse período apareceram os tiranos, tentando tirar os privilégios dos nobres, possuidores de terras. Tudo está submetido por uma ordem, que sempre existiu e sempre existirá, e não foi criada nem pelos homens e nem pelos deuses, a lei do homem não é apenas arbitraria e é uma extensão da lei universal, sendo pela primeira vez, o direito natural sendo expressado por termos filosóficos. 
SOFISTAS 
A democracia foi implantada com sucesso na maioria das cidades-Estados, no período das guerras persas e a derrota de Atenas, na guerra do Peloponeso, nessa época, surgiu várias obras que se estenderam para épocas seguintes, nesse período houve o fim de crenças baseadas na magia junto com a religião, e surgimento de um ponto de vista científico, sendo ele racional e a moral construiu um novo caminho, se baseando nas linhas humanistas. Os sofistas eram professores, e ensinavam pessoas de boa posição para discutir nas assembleias, e defender casos. Ao nome deles eram atribuídos o título de imoral, e até hoje é assim, sendo um erro, pois os conhecimentos que possuímos de suas doutrinas, advém de seus adversários, como Platão. 
Protágoras ensina que o conhecimento vem da percepção dos nossos sentidos, com cada um vendo de uma maneira diferente, porém os homens de mente sã veem igual, sendo esse o mesmo método da nossa ciência moderna, a relatividade, sendo sua doutrina muito cética e menos justificável, não existe direito universal e as leis não são divinas. Os sofistas mais novos, através de seus ensinamentos, também perceberam que era desnecessário dar as leis um cunho divino. Governantes fazem leis apenas para seus interesses, e a doutrina apenas encobre o domínio da força, e assim os sofistas fazem a primeira relação entre direito e poder. Através de Hípias, temos a afirmação de que todos os homens nascem iguais, e pela lei é introduzida a desigualdade e escravidão. Aristóteles e Platão, defendem que a escravidão é algo natural, que nasce com o homem, e foram os sofistas que pediram essa abolição, nesse pedido também constava que as mulheres deviam ter igualdade política, assim como os homens, para eles, isso era justo segundo a natureza. Assim, introduzindo um tema que acompanha todo o direito natural posterior, que é o contraste entre direito positivo e condutas sociais, e instituições históricas. No direito natural conservador, os filósofos chamam de “exigências da natureza” aquilo que não é submetido ao poder humano, mas sim que vem das leis divinas e vontade de Deus, o que predomina é o direito natural conservador, e possui esse nome por defender que as instituições são justificadas por meio da religião. No direito natural revolucionário, se encontra os sofistas (ou evolucionistas), destaca o conflito entre direito natural e direito positivo e a justificação é com base nas condições sociais. 
ARISTOTELES 
O direito tinha avançado nas suas concepções através dos sofistas, e já abandonava a concepção mágico-religiosa, porém Aristóteles e Platão queriam reconstruir o que havia sido derrubado, que era a crença no absoluto. Magia e mitologia havia ficado no passado, ocupado agora pela metafisica filosófica, desde modo, não havia mais mitos e poemas que eram narrados, e esses deram lugar a uma construção logica e cientifica, sendo assim uma nova mitologia, pois também proporciona paz através da crença no divino. Aristóteles por meio do animismo e mitologia, fez um sistema de ideias. Para ele, tudo tem dentro de si uma alma e ela é a essência, e determina sua categoria, essa essência é entendida através de observações externas, o que faz de um gato, um gato é sua essência, e é tarefa da ciência estabelecer as essências e categorias. Já que é para o bem que tendemos, a alma determina o que é ele relativo a cada coisa, visto que cada coisa individual possui alma. A parte da razão, vai de oposto ao sensual, pois este também se encontra nos animais, visto que o ser humano está em duas esferas, a sensual, pertencendo da natureza e do ser racional, advindo da moral e liberdade. Para Aristóteles, a consciência moral é coberta de legitimidade absoluta, assim como a moral natural. 
OS ESTÓICOS E O DIREITO ROMANO
Os Estóicos tiveram grande influência no direito natural, vendo na natureza humana e na razão, a medida para o comportamento humano de um homem bom. A razão era ligada a lei cósmica do destino, devendo viver em harmonia com a natureza, essa razão não é individual, mas divina, essa era a mensagem do estoicismo e se transformou em uma filosofia de vida entre as pessoas educadas. O Direito natural tomou uma direção religiosa e universal, sendo todos os humanos iguais perante a Deus, se tornando também a filosofia de vida dos romanos cultos, indo contra a filosofia dos romanos tradicionais, sendo o direito natural não um ordenamento baseado na força, mas sim na equidade. 
O DIREITO NATURAL DOS ESCOLÁTICOS (TOMÁS DE AQUINO) 
Facilmente interpoladas foram as ideias cristãs ao direito natural, foi colocado o Deus do cristianismo, na vaga ideia da razão divina, pois como na descrição de Aristóteles, do ser humano como racional e sensual, é no cristianismo como o ser dividido em corpo e alma, e a essência do direito natural cristão é que vontade de Deus prevalece. Nenhum direito humano que fique em conflito com o direito natural, possui validade, porém isso não permite que humanos sejam desobedientes a leis arbitrarias, por exemplo, não é possível que os impostos deixem de ser pagos. Foi conferido a igreja um certo poder, como o direito a censura. Thomas de Aquino arquitetou um sistema teológico-filosófico, possuindo ensinamentos que são aceitos até hoje pela filosofia católica. A razão auxilia os indivíduos a aprender a lei divina, pois ela não é captada naturalmente por eles, sendo a razão o direito natural. 
Tomás de Aquino, embora tenha somado dogmas imprescindíveis a moral cristã, está distante de obter uma racional explicação para toda dúvida concreta. 
RENASCIMENTO
O direito natural deixou a influência teológica de lado, e adotou a cientifica, na mesma época do racionalismo e iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII, com forte influência de Hugo Grócio, Baruch Spinoza, entre outros, e sua ênfase política ficou por conta de Thomas Hobbes, que defendia o poder absoluto, e não podemos deixar de citar também os defensores da democracia, Rousseau e John Locke, por meio disso, houve uma invocação nos direitos inalienáveis dos indivíduos. Immanuel Kant também faz sua aparição na obra, dizendo ser o direito natural aquele que governa e é toda a razão da humanidade. O novo direito natural se desenvolveu sem o apoio na teologia, e agora com base somente na natureza humana, com esse novo sistema, entra René Descartes, com seu método dedutivo, levando a filosofia a um nível matemático, se baseando na lógica e na dedução, e conduzindo o direito natural a natureza humana, criando assim um sistema jurídico completo. Isso foi executado, e a natureza social humana foi o ponto de partida, criando um amplo sistema de regras jurídicas, e foi dividido em disciplinas, igualmentecom o direito positivo, assim deixou de ser um aglomerado de ideias e passou a ser um sistema, ainda assim, os dois sistemas não eram confundidos, o direito natural servia de base ao direito positivo, e continha princípios que orientavam o legislador, possuindo uma natureza moral e político-jurídica. No século XVIII, o direito natural deixou de ser apenas princípios morais, e passou a ser um conjunto de direitos e deveres. Existia agora outro direito subjetivo, o direito natural. 
DIREITO NATURAL DISFARÇADO 
O direito natural por um tempo parecia ter sumido, a Alemanha focou suas atenções na evolução das instituições sociais, Friedrich CV Savigny e Georg Puchta, fundaram escolas com teor romântico ou histórico, para eles o costume era o núcleo do direito, e não a lei. Na França, foram lançadas as bases do positivismo com Auguste Comte, baseando a política cientifica nas leis sociais, e com a aprovação do Código de Napoleão de 1804, os juristas perderam o interesse no direito natural. Na Inglaterra, Bentham o fundador do utilitarismo, mesmo que antes tenha tido afinidade com o direito natural, se tornou um opositor muito forte, denunciando a ideia do direito natural. Porém é incorreto dizer que o direito natural sumiu, e se transformou em coisa do passado, pois todas essas novas teorias, que se baseiam na justiça, cumprem o discernimento do direito natural, então ele, mesmo com outro nome sobreviveu e floresceu durante o século XIX, por isso é chamado de direito natural disfarçado. No século XVIII, os sistemas racionalistas que sumiram, e não o direito natural em si, foi se fixando, mesmo que aos poucos, de que é essencial a coerção, pois uma liberdade sem ela só favorece o mais forte, sem regras sociais o poderoso é cada vez mais poderoso e o fraco mais fraco, regras são fundamentais para proteção da parcela mais frágil da sociedade.
 RENASCIMENTO DO DIREITO NATURAL 
Como vimos anteriormente, o direito natural de fato, nunca saiu da sociedade, apenas estava disfarçado, e já era claro que sua volta era esperada, e ele se prosperou novamente no século XX. Esse século foi marcado por abalos políticos e econômicos, e junto com ele foi necessário fortalecer os ideais de justiça, a guerra abalou a todos, e Hitler teve sua enorme parcela para voltar a fortalecer os direitos humanos, e seu regime violento, causou no povo a vontade de estabelecer a diferença entre direito e poder. Outro fator importante foi o afastamento do pensamento individual, como o iluminista, e o nascimento de uma ideologia social, que pensa na coletividade. Na França, o neotomismo teve seu papel importante nesse renascimento, tendo conquistado também um apoio católico, Na Alemanha, as tendências neocentristas que desemparam esse papel, com Kant atribuindo enfoques importantes e diferentes em sua filosofia, enfim, houve muitos autores que que representaram a volta do direito natural, mesmo que ele na verdade nunca tenha desaparecido de nossas vidas, e vem ocupando cada vez mais presença conscientemente. A luta pelos direitos humanos nunca deve parar. 
Capítulo XI
Analise e crítica da filosofia do direito natural 
Pontos de vista Epistemológicos, Psicológicos, Político e ponto de vista da teoria jurídica.
As afirmativas metafisicas não podem ser questionadas, pois excedem o alcance da verificação, é preciso ignora-las, e para conseguir derrota-las, é preciso criar uma teoria cientifica, a ponto que elas sejam suficientes para as dúvidas metafisicas serem abandonadas. O direito natural tem sua inspiração no absoluto, e sua validade é buscada na vontade de Deus, ele foi criado para defender toda ideologia dos homens, e defender tudo aquilo que chamados de essencial. A desigualdade humana tem sido um dos pontos de partidas para diversas doutrinas, o direito acompanha o indivíduo, e como a vida e os indivíduos estão em constante mudança, o direito também tem que mudar. A consciência moral é construída junto com o crescimento pessoal do indivíduo, ela cresce em paralelo com a consciência jurídica que é adquirida. Desde os tempos primitivos o homem sempre teve a necessidade de buscar no absoluto um refúgio, e uma paz que era derivada de uma consciência mais leve para acontecimentos do dia a dia, pois era justificada com o poder divino. O direito natural e a filosofia moral estão completamente vinculadas, pois derivam da ética, e consciência de cada um. Para a política, o direito natural é tanto conservador, como evolucionista e revolucionário. Durante a história do direito natural, tem desempenhado a função conversadora de atribuir ao poder existente uma imagem de validade, ideologicamente, o direito natural é criado para intensificar ainda mais o poder e autoridade do clero, juristas, entre outros. Quando o direito natural começa revolucionário, ele se transforma em conversador quando os interesses das classes sociais se nutrem. 
O direito natural, quando simplesmente uma filosofia, e interesses morais, um guia para o jurista, ele não causava danos sérios a ideia jurídica, porém, como vimos no capitulo Racionalismo, o direito natural ganhou forças e se transformou em uma duplicação do sistema jurídico. A essência da palavra direito, sempre possuiu a ideia de coerção, ou seja restrição, e o direito natural reconhece isso, e também que as leis do pais devem ser cumpridas, mesmo que não estejam de acordo com o direito natural, a sociedade só funciona, pois ela possui regras, e leis que regulam o comportamento do homem, a sansão é precisa, foi deixado a liberdade natural justamente para ganhar a civil, e ela vem acompanhada coerção, o direito natural sozinho não basta para assegurar a paz, aos homens, o ser humano tem em si uma natureza pecaminosa, por isso foi preciso a criação do contrato social. 
Capitulo XII
A Ideia de Justiça 
A JUSTIÇA E O DIREITO NATURAL
No direito natural, a justiça sempre foi o seu núcleo, ela é a ideia especifica do direito e está presente em todas as leis positivas, mesmo que em menor ou maior medida. Antigamente, a filosofia abrangia a justiça como virtude, a mais suprema, e não possuía distinção entre direito e moral, a justiça é o amar fazer o bem, e também amar a Deus, ela tem cada vez mais se tornado referência de igualdade, e possui um enorme impulso motivacional. A Justiça está presente desde a infância, quando pedem por igualdade em pedaços de bolos, por exemplo, a luta pela justiça fortalece a pessoa e a traz um sentimento humano, que a faz querer realizar mais e mais o justo, porém é de se pensar, se a ideia de fazer justiça está em todos os lugares, é um uma indicação que de algo não está bem
ANÁLISE DA IDÉIA DE JUSTIÇA
A justiça não pode ser tomada como igualdade num sentido absoluto, pois é claro de que isso não é algo que se espera, nessa ideia, todos ocupariam o mesmo estado civil, idade, posicionamento político e posição jurídica, mas é claro que quando foi atribuído igualdade ao significado de justiça não era pensando assim. A igualdade deve seguir um sentido relativo, como, todos os iguais sendo tratados igualmente. 
A cada um segundo seu mérito: está ligado a moral e a ideia do destino, pois está relacionado a justiça em vida ou em morte, em conformidade com seu mérito, será seu destino.
A cada um segundo sua contribuição: é sustentada pelo socialismo de Marx, como a remuneração justa em relação a contribuição. É uma relação entre pessoa e comunidade, um exemplo atual de tal forma de justiça, é quando as mulheres reivindicam a mesma remuneração que os homens, pelo mesmo tempo de horas trabalhadas. 
A cada um segundo suas necessidades: É uma teoria comunista de uma comunidade socializada, cada um deverá colaborar de acordo com sua capacidade e receber conforme sua necessidade, sendo o critério não o quantum em relação a contribuição, mas sim a necessidade, isso se aplica também a diferença nos salários de homens e mulheres, no salário mínimo, enfim nas remunerações, de acordo com a necessidade todos reveriam receber, seja o chefe de família, ou o doente eo desempregado. 
A cada qual segundo sua capacidade: Está ligado com a necessidade, pois a justiça deve ser aplicada por exemplo, quando se determina o imposto de renda, ou quantidade de filhos, de acordo com a remuneração. 
A cada um segundo sua posição e condição: É um princípio de Aristóteles, justificando as distinções nas classes sociais, nessa ideia de justiça, é justo que se faça distinção entre o escravo e seu senhor, e é preciso haver uma classe determinada por características como cor, raça, idioma, por exemplo. A distinção entre brancos e negros é normal nessa ideologia, mas não é muito diferente de hoje, atualmente e com frequência acontece distinções entre pessoas por suas características, o rico é superior ao pobre, e assim por diante. A igualdade não impede que haja uma diferenciação entre as pessoas, em contraste com o próprio nome, igualdade exige a aplicabilidade de uma regra geral. Justo e injusto, possui sentido quando ligadas a decisão do juiz, quando caracterizamos uma decisão como justa, significa que ela segue um conjunto de regras, quando se discute justiça, as pessoas normalmente apelam para o emocional, dizendo que acredita que determinada coisa é injusta, mas ela é injusta porque quem diz acredita que é, não porque verdadeiramente é, é relativo, e usar a palavra “injusta” não é um argumento, e sim uma apelação emocional. A justiça e a igualdade sempre foram ponto de partida e orientação para a política e a sociedade, por isso tantas guerras, e conflitos são travados em nome da justiça, ela é como uma arma que usamos para alimentar a esperança. 
ALGUNS EXEMPLOS
Quando é dito que é devido dar a cada um o que é seu, soa lindo, porém possui um erro, é como se todos devessem saber o que é devido para cada um, e a mesma dificuldade se encontra quando é aprendido que não devemos causar dano ao outro, mas qual o dano que não devemos causar? O que é dano? Encontramos o mesmo erro na expressão “viver honestamente”.
Exigir igualdade é na verdade, exigir que se siga uma regra geral, e qualquer ação pode ser justificada por ela, em concepção de justiça dada por diversos leigos, é que ela significa o equilíbrio dos interesses afetados por determinada decisão.
IDEIA DE JUSTIÇA E O DIREITO POSITIVO
Temos a justiça como uma correta aplicação da norma, sendo o oposto daquilo que chamamos de arbitrariedade, porém como vimos a justiça não pode ser um padrão jurídico, como dito anteriormente, é apenas emocional dizer que algo é injusto, é apelação, a justiça não se encaixa em uma análise do valor das normas. Mesmo com essas considerações, não podemos dizer que a justiça não tenha vinculação com o direito vigente, pois a partir dessa ideia temos a distinção de dois pontos, que é a requisição de uma norma como princípio de uma decisão, e a segunda, a exigência de que a decisão possua a aplicação certa da norma.
Na primeira, trazemos que a justiça é um ponto racional para que se formule uma norma, e temos a exigência de que as normas sejam criadas com o auxílio de critérios objetivos, assim sendo, a decisão correta é a mais previsível, sem racionalidade não tem como falar sobre ordens jurídicas, o direito é uma ordem social, sendo assim, é possível decifrar o comportamento do homem e prevê-los. A racionalidade é essencial para o direito. 
Na segunda, a justiça é tida como um ideal para as decisões do juiz, é aquilo que o representa como um bom profissional da área, apesar da apelação emocional, dizer que uma decisão é injusta é dizer ela vai contraria ao direito, como quando um juiz é chamado de injusto, essa ideia transmite que ele levou considerações além da lei, como amizades, interesses pessoais por exemplo. Sempre há uma margem que é variável, e quando tal decisão cai nessa margem, ela não deve ser chamada de injusta, é muito complexo ter uma certeza de justiça, e aplica-la, afinal, que liberdade o juiz tem que ter que interpretar uma lei? Quais e como são essas margens? A decisão é justa quando se encaixa em princípios que são correntes na pratica e se torna objetiva se afastando disso. Subjetivo e injusto, expressam o sentimento de que a decisão parte da individualidade ou subjetividade de um juiz em particular, e é oposto com o que é típico de juízes em conjunto.

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