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História do Mercado Forex [Lucas Feat]

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História​ ​do​ ​Mercado​ ​Forex 
 
O Forex é conhecido como o maior mercado do mundo em volume de transações e sua 
criação​ ​se​ ​funde​ ​com​ ​a​ ​história,​ ​desde​ ​a​ ​consolidação​ ​do​ ​Capitalismo​ ​da​ ​Era​ ​Moderna. 
 
Forex é o acrônimo de ​Foreign Exchange​, algo como “mercado de câmbio” ou 
“mercado de divisas”, uma fatia do imenso mercado financeiro, baseado em uma estrutura 
descentralizada e destinado a fomentar transações de câmbio de moedas em pares. A 
primeira ideia de um mercado como esse nasceu por volta dos anos 1800, com a adoção do 
sistema monetário Padrão-ouro - ou Estalão-ouro -, que destacava a relação entre moeda e 
nível de preços, em um parâmetro que serviu de base para os conceitos de inflação e 
deflação na Economia contemporânea. Antes deste modelo, os países basicamente 
usavam​ ​o​ ​ouro​ ​e​ ​a​ ​prata​ ​como​ ​forma​ ​de​ ​pagamento​ ​universal​ ​entre​ ​transações​ ​comerciais. 
 
O Padrão-ouro, desta feita, carregava a ideia de que os governos, a partir do século 
XIX, convertiam o preço de suas moedas tradicionais em ouro, ou seja, as reservas de ouro 
desses sistemas políticos eram atreladas sempre às moedas fiduciárias. Com o passar dos 
anos, a taxa de câmbio foi assim medida pela diferença de preço entre esses dois ativos. 
Daí o primeiro modelo de “Forex” da história, incluído neste paradigma o conceito, mesmo 
que vago, de ​spread usado no Forex até hoje, significando a diferença entre as taxas de 
duas moedas diferentes utilizadas no mercado cambial. Este modelo de Padrão-ouro 
vigorou até a primeira década do século XX, na esteira da iminente Primeira Guerra 
Mundial. 
 
Primeira​ ​Guerra​ ​Mundial​ ​e​ ​crise​ ​do​ ​pós-Guerra 
 
Com a volatilidade e a especulação crescente na nova forma de intercâmbio de 
moedas a partir do início do século XX, trocando-se o ouro pelas moedas convencionais, no 
período que se seguiu durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pois somente o ouro 
não era capaz de suprir a grande demanda de armamentos e víveres dos soldados das 
nações envolvidas após a deflagração do conflito, a escassez começara a se abater nos 
mercados e era preciso buscar uma reestruturação das finanças mercadológicas atreladas 
à​ ​política​ ​monetária​ ​internacional. 
 
Em 1929, oriunda a partir do ​crash da Bolsa de Nova York, chega a Grande 
Depressão nos Estados Unidos e consigo a crise do pensamento econômico americano, 
calcada em uma crítica ao Liberalismo clássico, baseado no conceito de “mão invisível”, 
cunhado por Adam Smith, em detrimento à ascensão do Keynesianismo, constituído pela 
afirmação dos Estados como agentes indispensáveis ao controle econômico a partir de 
ações intervencionistas, especialmente após o nascimento da ideia de ​welfare state ou 
estado​ ​de​ ​bem-estar​ ​social. 
 
Acordos​ ​de​ ​Bretton​ ​Woods:​ ​o​ ​dólar​ ​vira​ ​referência​ ​monetária​ ​para​ ​o​ ​mundo 
 
Em fins da Segunda Guerra Mundial, a Liga das Nações, embrião do que viria a ser 
a ONU, reuniu os países mais industrializados do mundo, em 1944, na cidade de Bretton 
Woods, em New Hampshire, EUA, a fim de definir regras para a condução das relações 
financeiras e comerciais entre países desenvolvidos, especialmente os que sagra-se-iam 
vencedores do conflito. Nascia aí a Conferência de Bretton Woods. Ali, se definiu que o 
ouro perderia o posto de maior representante nas negociações econômicas mundiais em 
detrimento da moeda americana, visto que os EUA se transformava na maior potência 
econômica,​ ​após​ ​financiar​ ​a​ ​reconstrução​ ​da​ ​Europa​ ​e​ ​do​ ​Japão​ ​devastados​ ​pela​ ​guerra. 
 
Desta feita, o dólar americano se tornou a moeda de reserva do mundo inteiro, 
usurpando um papel que pertenceu à Inglaterra até o início do século XX - em especial 
quando da criação do BIRD, fracionado tempos depois entre o Banco Mundial e o FMI. O 
dólar, a partir de então, converteu-se no novo “padrão-ouro”, se firmando como a moeda de 
maior poder de compra do mundo. Ademais, a ideia de um fluxo livre de comércio estava 
entre os principais pontos das reuniões de Bretton Woods, aliada a um sistema 
internacional de pagamentos que facilitaria transações no intuito de prevenir flutuações nos 
valores​ ​ou​ ​possíveis​ ​desvalorizações. 
 
No centro do acordo, porém, havia ainda o consenso de que as taxas de câmbio 
entre os países que participaram da conferência seriam automaticamente atreladas ao 
dólar, o que queria dizer que as outras moedas seriam convertidas em dólar, e este fixado a 
uma taxa equivalente a U$35/onça - unidade de medida de massa do ouro. Logo, à medida 
que as outras moedas do mundo estavam atreladas ao dólar, as transações mundiais 
passaram a ser fixadas especificamente em USD, desencadeadas em essência pelo clima 
geopolítico do pós-guerra e consequente consolidação dos Estados Unidos como 
superpotência. 
 
Anos​ ​Dourados​ ​à​ ​Década​ ​Perdida 
 
Com o aumento vertiginoso do comércio na década de 1950, capitaneado pela 
escalada econômica após a reconstrução dos países europeus, houve a expansão das 
transferências de capital, tornando as taxas do Acordo de Bretton Woods cada vez mais 
instáveis, convertendo a nova conjuntura global a níveis de instabilidade. Nesta época, os 
EUA executaram uma miríade de déficits na balança de pagamentos a fim de continuar a 
ser​ ​a​ ​moeda​ ​de​ ​reserva​ ​mundial,​ ​o​ ​que​ ​durou​ ​até​ ​a​ ​década​ ​de​ ​1970. 
 
Nessa época o presidente Richard Nixon, um ortodoxo econômico à moda de 
Keynes, enfrentava uma séria crise econômica no país, pois desde o fim dos anos 1960 as 
reservas de ouro da América estavam quase esgotadas a ponto de o Tesouro americano 
não conseguir cobrir os bancos centrais estrangeiros com o dólar, haja vista a imensa dívida 
pública que abrangia empréstimos contraídos pelo país junto a instituições financeiras 
públicas​ ​e​ ​privadas. 
 
Por conseguinte, na noite de 15 de agosto de 1971, Nixon anunciou mudanças 
econômicas no país, entre elas a de que a moeda dos EUA não seria mais conversível em 
ouro: o presidente retirou o poder de conversão do dólar em ouro e congelou preços. Suas 
medidas ficaram conhecidas como “Choque Nixon”. Este evento marcou o fim de Bretton 
Woods, ratificado posteriormente pela Crise do Petróleo, em 1973, passando assim a 
vigorar o regime de câmbio flutuante tal qual o conhecemos, usados como “​modus 
operandi​”​ ​no​ ​Forex. 
 
Este mercado de câmbio moderno, que inclui o Forex, nasceu durante a década de 
1970. Durante trinta anos o Acordo de Bretton Woods estabeleceu restrições e normas para 
as relações comerciais e financeiras entre os países industrializados. Assim, as taxas de 
câmbio flutuantes do regime cambial anterior, permaneceram fixas até a queda de Bretton 
Woods. As características após a dissolução do acordo foram: a elevação da liquidez com a 
maior classe de ativos do mundo, operação contínua funcionando 24h por dia, exceto fins 
de semana, a variedadede fatores que afetam taxas de câmbio a níveis baixos em 
comparação a mercados de renda fixa, o fator de alavancagem a fim de aumentar a 
margem de lucro nos ​spreads​, etc. todos com forte relação ao que conhecemos hoje como 
mercado​ ​Forex. 
 
Nos anos 1980, outro marco histórico compreendeu o desenvolvimento do Forex, o 
Acordo de Plaza. Este encontro, celebrado em Nova York pelo chamado “Grupo dos Cinco”, 
visava interferir nos mercados cambiais a fim de baixar a cotação do dólar americano e 
permitir a valorização de outras moedas (libra esterlina, iene, etc) em relação à 
moeda-chave. Na reunião, pela primeira vez, discutiu-se a intervenção dos bancos centrais 
de outros países e a influência de moedas estrangeiras para atender demandas globais. 
Esse acordo democrático permitiu a cotação de moedas em pares no mercado financeiro. 
Estas intervenções dos mercados cambiais a favor da redução do dólar, aliadas ao marco 
da flutuação cambial que ocorrera desde a década de 1970 são mecanismos utilizados até 
hoje​ ​para​ ​a​ ​relação​ ​de​ ​troca​ ​de​ ​moedas​ ​em​ ​pares​ ​utilizadas​ ​pelo​ ​mercado​ ​Forex. 
 
 
por​ ​Lucas ​ ​Feat

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