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1 avaliação de processo constitucional até ADI

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PROCESSO CONSTITUCIONAL
MONITORIA
1 INTRODUÇÃO PROCESSO CONSTITUCIONAL
Direito Processual Constitucional é a disciplina que se ocupa do estudo dos dispositivos e garantias da CF. Para Canotilho, em lato sensu seria conjunto de regras e princípios insculpidos na CF e em outras fontes de direito direcionadas à resolução de conflitos jurídico-constitucionais, e em stricto sensu seria um conjunto de procedimentos para uma decisão judicial que prolate se determinado ato normativo está ou não em conformidade com a CF.
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL
Segundo Mauro Cappelletti a superiodade da nómos em relação à psefisma é o antecedente mais remoto que o controle de constitucionalidade possui. Em Roma, evidencia-se precedentes do Habeas Corpus. Na Idade Média, a Carta Magna inglesa de 1215 já prelecionava as primeiras disposições sobre a proteção à liberdade, disciplinadas mais tarde pelo Habeas Corpus Act de 1678 (primeira norma que regula um processo constitucional).
A ideia de controle de constitucionalidade se torna mais evidente com as primeiras Constituições escritas, com o estabelecimento dos direitos fundamentais e a limitação dos poderes estatais. Com a Constituição dos EUA, por exemplo, são consagradas a soberania constitucional e o controle de constitucionalidade dos atos do Poder Público nos casos concretos.
A justiça constitucional, pautada em Kelsen, surge como reação à antiga organização da Constituição, não se admitindo mais que ela apenas declarasse direitos, mas que se converta em norma aplicável. Atualmente, se encontram consolidados a Supremacia da Constituição e os instrumentos de controle de inconstitucionalidade, sendo encontrado instrumentos para a tutela dos direitos constitucionais para a proteção dos direitos dos cidadãos e do processo constitucional.
3 DAS RELAÇÕES ENTRE CONSTITUIÇÃO E PROCESSO
Se relacionam sob 2 aspectos:
Direito constitucional processual: o processo encontra na constitucionalização garantias de um processo justo e legal por meio dos princípios. Normas de status constitucional que tratam de tutelar o processo, preocupação essa mais evidente na CF/88. 
Direito processual constitucional: para assegurar a supremacia da Constituição, ela se utiliza do processo para afastar eventuais inconstitucionalidades – processo como instrumento de tutela (ex: ADI; ADPF; etc.). Essa noção pode ser ampla (refere-se aos diversos tipos de processos legislativos, judiciais e administrativos para proteger a Constituição) ou restrita (processos que passam pelo Judiciário e de natureza constitucional).
4 AUTONOMIA CIENTÍFICA DO DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL
A CF/88 ampliou significativamente os instrumentos para a deflagração dos processos de controle abstrato de constitucionalidade. Quanto as relações entre o Direito Constitucional e o Direito Processual, tem-se que este último se torna necessário para a concretização de diversos dispositivos constitucionais. É disciplina autônoma em condição de ser inserida em cursos de graduação.
5 PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
5.1 PRINCÍPIOS COMUNS AO PROCESSO
Princípio do Devido Processo Legal: “due process of law”. Processo deve ser justo e preestabelecido. Na acepção formal, significa garantia processual da parte para se utilizar da plenitude de meios jurídicos existentes. Na acepção material, se identifica com o processo justo. Defender supremacia da CF.
Processo da Inafastabilidade da Jurisdição: lei não excluirá da apreciação do Judiciário lesão ou ameaça a direito. Abrange crises de legalidade e de constitucionalidade – papel central para a Supremacia da Constituição.
Princípio da Ampla Defesa e Contraditório: o contraditório assegura ao litigante o direito de conhecer as alegações da parte adversa para se manifestar e a ampla defesa assegura o direito da parte de se utilizar dos meios jurídicos disponíveis para provar suas alegações.
Princípio do Juiz Natural: não haverá juízo ou tribunal de exceção, devendo ser pré-constituídos, independentes e imparciais, sob pena de suspeição ou de impedimento. Em processo subjetivo de controle de constitucionalidade, em especial naqueles que se resguardam direitos e garantias individuais, essa garantia ganha mais relevo. Nos objetivos, não há suspeição pela falta de interesses subjetivos e de partes propriamente ditas.
Princípio das Motivações das Decisões Judiciais: decisões devem ser fundamentadas. Em processos de controle abstrato de constitucionalidade, o STF não está limitado a apreciar somente as fundamentações na exordial – processos com causa de pedir aberta.
Princípio da Publicidade: processo deve ser público, em regra, sob pena de nulidade. Mais relevante no Processo Constitucional, por se tratarem de matérias de repercussão geral.
Princípio da Inércia do Poder Judiciário: este não pode iniciar processo judicial, devendo ser provocado. Pode, porém, declarar de ofício inconstitucionalidade em processo já iniciado.
5.2 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL
Princípio do Pedido ou da Demanda: necessidade de provocação da jurisdição constitucional pelos legitimados para propositura da ação.
Princípio da Congruência Mitigada: a congruência significa que o juiz deve decidir no limite dos pedidos das partes. No Processo Constitucional essa congruência se torna mitigada/relativizada.
Princípio da Instrução: juízes, desembargadores e ministros, ao apreciarem inconstitucionalidade, não estão restritos aos limites da demanda.
Princípio da Individualização: o Tribunal Constitucional, ao conhecer de questões constitucionais, não está limitado a aprofundar e questionar os fundamentos da lide para a solução constitucional.
Princípio da Indisponibilidade: não cabe desistência uma vez ingressado com o processo.
6 PRINCÍPIOS DA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Se dá quanto a interpretação da Constituição:
Princípio da Supremacia das Normas Constitucionais: no topo da pirâmide kelseniana estão as normas constitucionais, que não possuem hierarquia entre si. As leis são interpretadas em conformidade com a Constituição.
Princípio da Unidade da Constituição: a Constituição deve ser compreendida como um projeto unitário e harmônico, de modo que o intérprete deve considera-la em sua globalidade, procurando harmonizar os pontos de tensão existentes.
Princípio da Efetividade da Norma Constitucional: a ela deve ser atribuído o sentido que mais lhe dê eficácia.
Princípio da Simetria Constitucional: todos os entes federativos devem obedecer ao modelo constitucional adotado pela União.
Princípio da Presunção de Constitucionalidade das Normas Infraconstitucionais: decorrente do princípio da segurança jurídica, serão presumidas constitucionais até sua declaração em sentido contrário.
7 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
7.1 MÉTODO JURÍDICO / HERMENÊUTICO CLÁSSICO
Para todos os efeitos, a Constituição é uma lei, de modo que a definição de interpretação constitucional seria a mesma de interpretação legal. Bastante presente nos elementos interpretativos gramaticais, literais, textuais, lógicos, históricos, teleológicos e genéticos.
7.2 MÉTODOS MODERNOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
Método tópico-problemático: os aplicadores da norma constitucional devem se valer de diversos pontos de vista para encontrar a melhor interpretação constitucional ao caso concreto.
Método científico-espiritual: a interpretação constitucional deve ter por base os valores comunitários e promover a coesão da comunidade.
Método hermenêutico-concretizador: parte-se de uma pré-compreensão da norma para diante do caso concreto complementar seu sentido.
Método normativo-estruturante: interpretação direcionada à aplicação da norma constitucional, devendo ser levadas em conta as peculiaridades das relações concretas que a norma pretende regular para soluções práticas.
8 JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
Tradicionalmente, a jurisdição é vista como atividade-poder-dever do Estado de dizer o direito para a solução das lides, em decorrência de haver atraído para si o monopólio da coação.Deve ser feita uma diferenciação conceitual:
Justiça constitucional: temas tratados em Corte ou Tribunal Constitucional – normas constitucionais.
Jurisdição Constitucional: refere-se às ferramentas jurisdicionais para solução de conflitos constitucionais.
Processo constitucional: em sentido amplo, engloba processos legislativos, judiciais e administrativos para proteger a Constituição. Em sentido estrito, refere-se aos processos de natureza jurisdicionais destinados ao controle de constitucionalidade.
8.1 CONCEITO
Aquela que tem por objetivo a defesa da Constituição, entendida esta como a expressão jurídica de um sistema de valores aos quais se pretende dar um conteúdo histórico e jurídico.
8.2 OBJETO
Tem por objeto o contencioso constitucional e se exercita de vários modos:
Jurisdição constitucional das liberdades: controle de constitucionalidade de leis e outros atos normativos do Poder Público, quando a atuação jurisdicional opera mediante provocação por um dos remédios ou ações constitucionais.
Jurisdição constitucional orgânica: resolução dos conflitos que se instauram entre os diversos órgãos do poder em relação ao alcance de suas competências e atribuições estabelecidas nas normas constitucionais.
Jurisdição constitucional de caráter comunitário ou internacional: resolução de conflitos derivados da aplicação das disposições constitucionais internacionais e comunitárias incorporadas ao ordenamento jurídico interno.
8.3 CONTEÚDO
Visto em 3 aspectos:
Jurisdição constitucional das liberdades: instrumento de tutela jurídica dos Direitos Humanos (ex: HC, MS, RExt., ROC, etc.).
Jurisdição constitucional orgânica: proteção dos dispositivos e princípios constitucionais que consagram atribuições aos diversos órgãos do poder (ex: resolução de conflito de competência).
Jurisdição constitucional transnacional: trata de normas estrangeiras reconhecidas no Brasil, devendo ser consideradas na resolução de conflitos brasileiros.
8.4 FINALIDADE
Averiguar a constitucionalidade e a regularidade do processo legislativo e de proteger as liberdades públicas e individuais, aplicando e assegurando a eficácia da Constituição.
8.5 NATUREZA JURÍDICA
Para Schmitt as cortes constitucionais são órgãos políticos, visto que atuam como uma “segunda câmara” ou uma “instância política suprema”, especialmente quando realizam controle de constitucionalidade dos atos normativos. Kelsen e García Enterría entendem que é um são órgãos jurisdicionais. Não há predominância de posição, tema é controverso.
8.6 LEGITIMAÇÃO DEMOCRÁTICA DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
A jurisdição constitucional possui suas peculiaridades:
Dimensão política: quando o Tribunal Constitucional decide sobre quais leis são aplicáveis ou lhes dá o sentido conforme a Constituição, acabam por definir as diretrizes políticas da sociedade
Dimensão interpretativa: o Tribunal Constitucional atua como última instância, sua palavra vinculado os demais Tribunais, em regra, aos seus posicionamentos.
O Constitucionalismo busca equilibrar o princípio democrático com o Estado de Direito. A situação se configura de modo que o Tribunal Constitucional acaba sendo “superior” ao legislador e ao executor, além de não haver controle democrático de suas decisões, surgindo o problema da falta de legitimidade do julgador constitucional. Poderia ele contrariar “a vontade da maioria” na democracia? Surgem correntes:
Alguns doutrinadores atribuem a democracia ao fato de os Ministros do STF serem nomeados politicamente pelo Presidente da República – componente político na escolha dos membros.
Por outro lado, sustenta-se a desnecessidade da legitimação democrática de seus membros em decorrência do papel dos Tribunais Constitucionais. A legitimação democrática deles decorre da Carta Magna.
9. DA INCONSTITUCIONALIDADE DAS NORMAS
Leis são constitucionais quando compatíveis com a CF, do contrário serão inconstitucionais.
9.1 SUPREMACIA CONSTITUCIONAL
Significa que a CF ocupa posição de superioridade em relação as demais normas jurídicas – essência do constitucionalismo.
9.2 SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO FORMAL E MATERIAL
Supremacia formal: superioridade de toda e qualquer norma que integre o texto da CF.
Supremacia material: quando apenas as normas cujo teor se identifica com a essência do direito constitucional é que podem ser parâmetros para aferir constitucionalidade de outras normas
9.3 RIGIDEZ E SUPREMACIA CONSTITUCIONAL
Por rigidez constitucional, entende-se que o processo para alteração do texto constitucional se mostra rigoroso e diferenciado se comparado ao procedimento simples e comum para as demais normas. Embora a supremacia constitucional não decorra tão somente da rigidez da Constituição, sua importância permanece para a fabricação de emendas constitucionais. O que poderia ser usado como fundamento é o poder da CF no controle de constitucionalidade das normas infraconstitucionais, que dá efetividade ao constitucionalismo.
9.4 BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE / PARAMETRICIDADE
Traduz-se no conjunto de normas constitucionais que servem como parâmetro para aferir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade das demais normas jurídicas e atos do Poder Público – remete a normas constitucionais. São integrantes:
Constituição Federal.
Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
Emendas Constitucionais.
OBS: a EC nº 45/2004 entende tratados e convenções internacionais de Direitos Humanos aprovados, em cada Casa do CN, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos membros como Emendas Constitucionais. 
No entanto, o preâmbulo da CF, bem como disposições constitucionais revogadas e normas situadas hierarquicamente entre as constitucionais e as ordinárias (ex: Pacto de San José), não integram o Bloco.
OBS: normas que desrespeitem normas infraconstitucionais com disposições sobre fabricação e consolidação de leis são normas constitucionais interpostas (não tem natureza constitucional) gera inconstitucionalidade reflexa das normas do processo legislativo previstas na CF.
9.5 CLASSIFICAÇÃO DAS INCONSTITUCIONALIDADES
9.5.1 INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL
Inadequação de um comportamento frente à CF.
Inconstitucionalidade formal: decorre de um vício formal/de procedimento (desrespeito ao processo de criação de lei ou ato normativo). Os vícios formais se dividem em:
Ritual: quando há desobediência à tramitação do processo legislativo para a elaboração da norma.
Subjetiva: quando o sujeito que inicia o processo é ilegítimo, podendo haver o vício de iniciativa, que existe também:
Quando um Projeto de Lei, ainda que apresentado pelo Chefe do Executivo, seja objeto de emendas parlamentares vedadas pela CF.
Quando é apresentada por parlamentar proposta de EC sobre matéria reservada ao Chefe do Executivo.
OBS: emenda apresentada por parlamentar em processo legislativo de iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo deve ser dotada de pertinência temática, sob pena de haver vício formal.
O vício subjetivo pode se dar também em razão de vício de competência ou inconstitucionalidade orgânica do ente federativo que cria lei ou norma.
Circunstancial: vício decorre do desrespeito à impossibilidade de se alterar a CF em determinadas circunstâncias (ex: em estado de defesa, intervenção federal ou estado de sítio – CF, art. 60, § 1º).
Temporal: editar lei ou emenda em período proibido pela CF.
B) Inconstitucionalidade material: quando o conteúdo do ato normativo é contrário a CF. Há exemplos de limitações materiais elencados pela doutrina:
A CF não pode alterar titularidade do Poder Constituinte.
Cláusulas pétreas não podem ser suprimidas ou restringidas.
O CN não pode transferir seu poder de reforma para outros órgãos.
O Regime Presidencialista e a República não podem ser mudados, salvo por novo plebiscito.
9.5.2 INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO OU OMISSÃO
Inconstitucionalidade por ação: quando o Estado legisla, realiza ou edita atos que contrariem a CF. Representa a maioria dos casos, que podem ser atacados por ADI, ADPF, MS, HC, etc.
Inconstitucionalidadepor omissão: quando a CF assegura determinado direito que depende de regulamentação para a sua efetivação e o Estado não o faz. Pressupõe a existência de normas constitucionais de eficácia limitada que não foram suficientemente regulamentadas. Cabem Mandado de Injunção e ADO. As omissões se manifestam de 2 formas:
Omissão total/absoluta: quando o legislador deixa de elaborar a lei.
Omissão parcial: quando o legislador elabora lei, mas não contempla todas as situações. Se desdobra em:
Omissão parcial relativa/subjetiva: prejudicada a isonomia, haja vista o legislador ter excluído determinado grupo do benefício.
Omissão parcial propriamente dita: quando o legislador elabora lei de forma inadequada à sua efetivação.
OBS: para identificar a omissão, primeiro se identifica se a elaboração da norma era de competência do legislador, depois se verifica se a omissão é óbice para sua aplicação.
9.5.3 INCONSTITUCIONALIDADE TOTAL E PARCIAL
Inconstitucionalidade total: quando recai sobre TODO o ato normativo.
Inconstitucionalidade parcial: quando recai sobre parte da lei, dispositivo específico, ou sobre uma expressão ou palavra do dispositivo, ou ainda sobre uma interpretação que se dê sobre a norma impugnada, quando a ela caber mais de uma interpretação (neste último o STF pode declarar pela inconstitucionalidade sem redução de texto – extinguir hipótese de incidência da norma).
9.5.4 INCONSTITUCIONALIDADE DIRETA E INDIRETA
Inconstitucionalidade direta: quando ofende diretamente a CF – crise de constitucionalidade.
Inconstitucionalidade indireta/mediata: quando ato viola lei que disciplina determinado dispositivo da CF – crise de ilegalidade, que se resolve com a aplicação da lei, sem necessidade de recorrer à CF.
9.5.5 INCONSTITUCIONALIDADE ORIGINÁRIA E SUPERVENIENTE (não recepção)
Inconstitucionalidade originária/propriamente dita: se apresenta como tal ao tempo de sua proposição. Pode ser objeto de declaração de inconstitucionalidade.
Inconstitucionalidade superveniente: surge com a superveniência de uma nova Constituição ou Emenda Constitucional – caso de “não recepção” por implicar revogação da norma anterior, não havendo crise de constitucionalidade.
9.6 CONSTITUCIONALIZAÇÃO SUPERVENIENTE
Quando lei ou ato normativo inconstitucional posteriormente se torna compatível com a Constituição após sua alteração.
OBS: caso em que lei é inconstitucional, mas que em período de vacatio legis, em decorrência de alteração na CF, passa a ser compatível com a nova redação antes de entrar em vigor. O STF tem admitido sua constitucionalidade superveniente.
9.7 CONSEQUÊNCIAS DA INCONSTITUCIONALIDADE (NULIDADE TEMPERADA)
Declarada a inconstitucionalidade da norma, ela se torna nula com efeitos erga omnes (controle concentrado) ou não (controle difuso) e ex tunc. No entanto, o STF pode modular os efeitos desta decisão frente à segurança jurídica e à estabilidade das relações/interesse social para:
Não desconstituir os atos jurídicos celebrados durante a vigência da norma inconstitucional – efeitos ex nunc.
Delimitar um período em que a declaração de inconstitucionalidade terá aplicabilidade.
O STF pode declarar a inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade ou de restrição de efeitos, permitindo que se opere a suspensão de aplicação da lei e dos processos em curso até que o legislador se manifeste sobre a situação inconstitucional.
9.8 MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
Quando muda a norma constitucional, mas não o texto constitucional – mudança de interpretação. Ocorre por meios sociais, culturais e inclusive por meio de interpretação judicial.
9.9 ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL
Ao declará-lo, o Judiciário reconhece a existência de uma violação massiva, generalizada e estrutural de direitos fundamentais contra um grupo de pessoas vulneráveis e conclama que todos os órgãos responsáveis adotem medidas eficazes para solucionar o problema. Inviável para ADI, cabendo ADPF.
Ex: situação do sistema penitenciário brasileiro.
10 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Meio pelo qual a CF preserva sua supremacia ao aferir compatibilidade de uma norma com ela. Surge para impor limites à atuação do legislador e dos demais Poderes.
10.1 ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
10.1.1 QUANTO AO ÓRGÃO FISCALIZADOR
Controle de constitucionalidade político: feito por órgãos de natureza política (ex: Presidente da República, através do veto total ou parcial; CN, este último pela Comissão de Constituição e Justiça). O Senado também o faz, suspendendo eficácia por meio de Resolução de lei declarada inconstitucional pelo STF.
Controle de constitucionalidade jurisdicional: modelo adotado majoritariamente no Brasil, a feita pelos órgãos do Judiciário. Qualquer juiz pode reconhecer inconstitucionalidade de norma no caso concreto do litígio que julga.
10.1.2 QUANTO AO MOMENTO DA FISCALIZAÇÃO
Controle de constitucionalidade preventivo: exercido antes da promulgação do ato normativo – por veto presidencial ou pelo CN por meio da CCJ.
Controle de constitucionalidade repressivo: posterior à promulgação da norma, já em vigor. Feita via de regra pelo Poder Judiciário, seja declarando a inconstitucionalidade no caso concreto, seja em decisão que a discute em abstrato. O Senado também o faz, suspendendo eficácia por meio de Resolução de lei declarada inconstitucional pelo STF.
10.1.3 QUANTO AO NÚMERO DE LEGITIMADOS PARA EXERCER O CONTROLE
Controle de constitucionalidade concentrado: apenas um órgão o exerce – Tribunal Constitucional ou Corte Suprema.
Controle de constitucionalidade difuso: vários órgãos o exercem.
10.1.4 QUANTO AO MODO DE MANIFESTAÇÃO
Controle de constitucionalidade incidental: feito por via de exceção ou de defesa, devendo a questão constitucional prejudicial de mérito ser resolvida antes.
Controle de constitucionalidade principal: feito por ação direta, sendo o mérito da ação a declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade.
10.1.5 QUANTO AOS OBJETOS DA ANÁLISE
Controle de constitucionalidade abstrato: feito desvinculado de casos concretos, restringindo-se à análise da compatibilidade da norma com a Constituição.
Controle de constitucionalidade concreto: feito a partir de uma lide específica.
10.1.6 QUANTO A EXISTÊNCIA DE SUJITOS ENVOLVIDOS / FINALIDADE
Controle de constitucionalidade subjetivo: realizado em processo que envolve direito subjetivo das partes. 
Controle de constitucionalidade objetivo: não leva em consideração direitos subjetivos individuais, cingindo-se a análise do direito objetivo.
10.2 SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
SISTEMA AMERICANO – pautado em duas características básicas: controle difuso e concreto.
SISTEMA AUSTRÍACO – assenta-se em duas características: concentrado e abstrato.
SISTEMA FRANCÊS – vigora um controle preventivo e político de constitucionalidade exercido por órgão político, em regra, durante o processo legislativo.
SISTEMA ALEMÃO - é similar aos austríaco, sendo majoritariamente abstrato e concentrado, porém, possui alguns instrumentos que possibilitam o controle de casos concretos.
10.3 CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE
Necessidade de harmonização do direito interno com a ordem internacional dos Direitos Humanos, devendo os órgãos do Poder Judiciário interno aplicar suas disposições. Novo no Brasil.
11 MODELO BRASILEIRO DE CONSTITUCIONALIDADE
11.1 EVOLUÇÃO
Sua evolução é marcada pelas transições entre as diversas Constituições:
Constituição Imperial de 1824: não previa expressamente modalidade de controle jurisdicional de constitucionalidade, não atribuindo ao Judiciário competência de guarda das disposições constitucionais. Evidenciava-se a soberania do Poder Moderador do Imperador.
Constituição Republicana de 1891: previu o primeiro modelo de controle de constitucionalidade, nos moldes do sistema americano, passando-se a prever a competência de qualquer juiz ou Tribunal julgar causas constitucionais da época – modelo difuso e concreto de controle. Surge o STF, cujas decisões só geravam efeitos inter partes, vez que nãoexistia efeito erga omnes na época.
Constituição de 1934: resolveu o problema da falta do efeito erga omnes e deu competência ao Senado Federal para suspender normas declaradas inconstitucionais. Surgem o RO e o RExt.
Constituição de 1946: acrescenta a possibilidade de o Presidente da República submeter ao CN a decisão do PJ que declare inconstitucionalidade de norma para reexame.
Constituição de 1967: introduzido no Brasil o o modelo de controle abstrato e concentrado de constitucionalidade, embora estivessem mantidos os modelos difuso e concreto.
Constituição de 1988: passa a prever ADI, ADC, ADPF e ADO, bem como amplia o rol de legitimados para a propositura de cada, não mais se restringindo ao Procurador-Geral da República. Surgem as Súmulas Vinculantes do STF e, de maneira tímida, o controle de convencionalidade.
11.2 CONTROLE POLÍTICO DE CONSTITUCIONALIDADE
11.2.1 APRECIAÇÃO PELAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA
Possui competência para o exame dos aspectos de constitucionalidade, legalidade, juridicidade, regimentalidade e de técnica legislativa de PL e de EC. Cada Casa Legislativa do CN possui sua própria CCJ, cujo controle em cada uma é independente da outra.
O parecer do CCJ será terminativo quanto à constitucionalidade ou juridicidade da matéria, de modo que o projeto de norma não terá seguimento, não sendo então submetida a votos.
11.2.2 VETO PRESIDENCIAL
Por razões políticas (conveniência e oportunidade ao interesse público – não interessa) ou jurídicas (ao considerar determinado PL inconstitucional – controle político de constitucionalidade), em 15 dias úteis a contar da data de recebimento e, 48 horas após, comunicar ao Senado Federal os motivos do veto. Há controle preventivo por interromper o curso do PL.
Sanção de Presidente não pode sanar eventuais vícios formais do PL, inclusive o de iniciativa reservada ao chefe do Executivo. Mesmo sancionando, o Presidente da República pode questionar sua constitucionalidade.
11.2.3 SUSPENSÃO DA EFICÁCIA DE LEI PELO SENADO FEDERAL
Senado Federal pode suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional pelo STF em controle concreto (CF, art. 52, X – acolhida desde a Constituição de 1934) por meio de Resolução, com efeitos erga omnes.
Pode suspender eficácia de leis Federais, Estaduais e Municipais. O STF deve comunicar a decisão ao SF, que só suspenderá a norma inconstitucional se assim o desejar, ficando, nesse caso, os efeitos restritos às partes no caso julgado. Não há revogação ab initio, apenas suspensão de sua execução com efeitos ex nunc.
11.3 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELOS TRIBUNAIS DE CONTA
11.4 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE REPRESSIVO PELO PODER EXECUTIVO
	O prefeito, por não possui a prerrogativa de provocar o controle concentrado no STF, pode se recusar a cumprir lei inconstitucional, desde que motivadamente.
11.5 CONTROLE JURISDICIONAL DE CONSTITUCIONALIDADE	
 É o controle da constitucionalidade das normas e atos do poder público realizado perante o Poder Judiciário, quando no exercício de sua função jurisdicional.
12 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Principal instrumento de inconstitucionalidade nos controles de constitucionalidade difuso e concentrado, sem prazo prescricional para propositura.
12.1 SUJEITOS LEGITIMADOS
Nada impede que se façam valer de um advogado, com procuração com poderes ESPECÍFICOS para atacar a norma impugnada, ou seja, indicar essas normas - STF. Elencados no art. 103 da CF, subdivididos em:
Legitimados universais: podem propor ADI sobre qualquer matéria, mesmo que não relacionada com a finalidade precípua do ente. Não há necessidade de pertinência temática.
Presidente da República.
Mesa do Senado.
Mesa da Câmara dos Deputados.
Procurador-Geral da República: representa terceiros não legitimados, mas que tem interesse em ver determinado dispositivo como inconstitucional.
Conselho Federal da OAB.
Partido político: desde que representado por seu Diretório Nacional – natureza jurídica de direito privado.
OBS: uma vez instaurado a ADI, a perda superveniente de sua legitimidade não leva à extinção do processo, porquanto ser ação impessoal.
Legitimados especiais: devem fazer prova de pertinência temática como pressuposto de admissibilidade da ADI, ou seja, apresentar conformidade entre o objeto do pedido e os objetivos institucionais da entidade. Sem previsão legal, mas é entendimento do STF.
Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF.
Governador de Estado ou do DF: demonstrar repercussão para os interesses do Estado que representa.
Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito nacional: representação em pelo menos 9 Estados da Federação – natureza jurídica de direito privado.
OBS: Federações e Conselhos de Classe (exceto a OAB) não são legitimados.
12.2 PROCEDIMENTO 
12.2.1 AUTORIDADE DO QUAL EMANOU O ATO IMPUGNADO
A pedido do Ministro relator, prestará informações no prazo de 30 dias de seu recebimento, sobre lei ou ato normativo impugnado.
Ex: se a lei é de Assembleia Legislativa, ela deverá juntar informações sobre seu processo de aprovação, pareceres de comissões, atas de votação e razões pelas quais sustenta sua constitucionalidade.
12.2.2 ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
É quem realiza a defesa da constitucionalidade na ADI, ainda que proposta por Presidente da República, em 15 dias, devendo ser previamente citado – princípio da presunção da constitucionalidade das leis. Defesa facultativa a ele.
12.2.3 PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
É previamente ouvido na ADI como custos legis, podendo ser contra ou a favor da inconstitucionalidade, sem que sua manifestação vincule o STF, no prazo de 15 dias, mesmo ele mesmo a tenha ajuizado.
12.2.4 AMICUS CURIAE
Apesar de a Lei nº 9.868/99 (Lei da ADI) não permitir intervenção de terceiros, os órgãos ou entidades podem ser convocados por meio de despacho irrecorrível (cabível pedido de reconsideração), para se manifestar – apoio técnico ao magistrado.
OBS: para Fred Didier Jr., amicus curiae se trata de uma intervenção provocada pelo magistrado ou requerida pelo próprio amicus curiae, cuja participação se dá como apoio técnico ao magistrado.
Para sua admissão, são necessários 2 requisitos:
Demonstrar a relevância da matéria (critério objetivo): sua representatividade perante a sociedade civil e a pertinência temática.
Demonstrar representatividade adequada (critério subjetivo): para ingressar formalmente no processo de controle abstrato. Deve-se apoiar em razões que tornem desejável e útil sua atuação no processo para a resolução da lide constitucional.
OBS: entendimentos do STF: a) pessoa natural pode ser admitida como amicus curiae e apresentar sustentação oral; b) amicus curiae NÃO pode recorrer de decisões em controle concentrado, mas somente para fazer sustentação oral ou apresentar razões escritas no intuito de auxiliar o magistrado; c) mesmo que o amicus curiae que ingresse posteriormente no feito tivesse capacidade para propor ADI, ele não poderia apresentar embargos das decisões naquele processo, somente aquele que ajuizou.
	O prazo para ingresso no feito é permitido até a data que o data que o processo fosse enviado para inclusão na pauta.
12.3 INFORMAÇÃO DE TRIBUNAIS
O relator pode solicitar aos Tribunais Superiores, aos Federais e aos Tribunais Estaduais informações acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição.
12.4 PETIÇÃO INICIAL
Além dos requisitos do CPC, segue o disposto no art. 3º da Lei nº 9.868/99, devendo indicar:
O dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos para cada impugnação.
O pedido, com suas especificações.
Será acompanhada por uma Procuração, quando subscrita por advogado, em 2 vias, com cópia dos dispositivos impugnados e dos documentos probatórios para a impugnação. A inépcia da inicial (sem fundamentação ou manifestamente improcedente) é indeferida pelo relator, passível de Agravo Regimental.
OBS: mesmo que a PI apresente fundamento constitucionalmenteirrelevante ou equivocado, a Corte poderá analisar sua inconstitucionalidade sob outros fundamentos – entendimento do STF. Apesar disso, a parte ainda deve motivar o pedido.
Por a ADI ser processo objetivo, não admite desistência, mesmo que parcialmente. É possível a cumulação de pedido de inconstitucionalidade de uma norma e de constitucionalidade de outra na mesma ação de controle concentrado.
12.5 QUÓRUM PARA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Devem estar presentes no mínimo 2/3 dos Ministros (8) e a decisão pela inconstitucionalidade ou pela constitucionalidade só se encerra com 6 ministros sob o mesmo voto. Não obtido o quórum, o julgamento é suspenso e será aguardado o comparecimento dos faltosos.
12.6 OBJETO DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
a) VIOLAÇÃO DIRETA 
A inconstitucionalidade deve violar DIRETAMENTE a CF. Dessa forma, atos normativos de natureza primária podem ser submetidos ao controle por meio de ADI (CF, art. 59):
Emendas constitucionais.
Leis complementares.
Leis ordinárias.
Leis delegadas.
Medidas provisórias.
Decretos legislativos.
Resoluções do Congresso.
OBS: se um decreto desobedece lei, esta que viola a CF, o decreto não será objeto de inconstitucionalidade, pois há ilegalidade, que antecede à inconstitucionalidade.
OBS2: inúmeros julgados do STF tratam de normas infralegais como objeto de ADI, desde que sejam autônomos ou possuam natureza geral e abstrata, ou seja, desde que haja violação direta, inexistindo lei intermediária.
O STF vem entendendo que Resoluções do CNJ e do CNMP podem ser objetos de ADI, desde que dotadas de densidade normativa (generalidade e abstração). Vem se admitindo também resoluções do TSE quando assumir caráter autônomo e inovador, ultrapassando os limites da regulamentação normativa.
12.7 INCONSTITUCIONALIDADE ORIGINÁRIA
O ato impugnado deverá ter natureza originária, ou seja, deve ter nascido já violando a CF.
OBS: se a incompatibilidade for superveniente, não há crise de inconstitucionalidade, mas sucessão de normas no tempo, submetendo-se a um juízo de não-recepção.
12.8 ATOS COM DENSIDADE NORMATIVA
O ato impugnado deve ser dotado de normatividade, ou seja, ser geral e abstrato. O STF vem admitindo ser possível o controle de constitucionalidade de leis formais de efeito concreto, bem como de atos estatais de conteúdo meramente derrogatório (que incidam sobre atos normativos), mas não de atos administrativos de efeitos concretos.
12.9 ATOS VIGENTES / JURIDICAMENTE EXISTENTES
Devem existir no mundo jurídico ou encontrar-se em vigência. No entanto, o STF entende que ato revogado também pode ser passível de controle por ADI para regular as relações jurídicas afetadas pela norma impugnada em sua vigência – permanece o interesse de agir. Pode também para normas em vacatio legis, juridicamente existentes, porém não em vigor.
OBS: se a eficácia da norma revogada impugnada tiver se exaurido, não cabe ADI. O mesmo vale para atos normativos que firam Constituição anterior, cabível o controle de constitucionalidade concreto e difuso.
12.10 ATOS FEDERAIS OU ESTADUAIS
A norma deve ser federal ou estadual (ou normas distritais com natureza de competência estatal).
12.11 EMENDA CONSTITUCIONAL É SUSCETÍVEL DE CONTROLE
Quando apresentarem vícios formais ou materiais, este último caso viole cláusula pétrea. O STF diz que normas constitucionais originárias não podem ser objeto de controle de constitucionalidade, devendo o intérprete harmonizar os institutos em conflito.
12.12 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE TRATADOS INTERNACIONAIS
Possível por serem recebidos no ordenamento jurídico brasileiro na qualidade de lei ordinária, mesmo os que discorram sobre Direitos Humanos.
12.13 CONTROLE DE MEDIDAS PROVISÓRIAS
Possível por serem atos normativos de natureza primária. O STF é uníssono à possibilidade quanto ao controle de constitucionalidade no aspecto formal das MPs (conversão desta em lei não convalida os vícios formais já existentes). Medidas provisórias não podem tratar de (CF, art. 62, §1º - sob pena de inconstitucionalidade):
Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral.
Direito processual penal e processual civil.
Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares.
Matéria que vise detenção ou sequestro de bens, de poupança particular ou qualquer ativo financeiro.
Matéria reservada a Lei Complementar.
Matéria já disciplinada por PL aprovado pelo CN e pendente de sanção ou veto pelo Presidente da República.
MP que aborde as matérias vedadas na CF incorrerá em inconstitucionalidade formal ou material? Aqui é feita a análise à recepção ou não-recepção das MPs que tratavam desses temas antes da Ec. nº 32/2001, que instituiu as atuais vedações. Se a for apenas formal, as referidas MPs serão recepcionadas e aplicadas, ao contrário do que ocorre se for apenas material. No caso de inconstitucionalidade material, é possível seu controle por ADI, vez que o conteúdo da MP deve obediência à CF e às suas limitações materiais. Professor entende melhor ser formal, de natureza mista (ritual e subjetiva).
12.14 CONTROLE SOBRE PARCELA DO ATO IMPUGNADO
Aplica-se o princípio da parcelaridade, pelo qual o STF não é obrigado a julgar inconstitucional todo o ato, podendo se resumir a uma frase, expressão ou palavra ou apontar interpretação constitucional ÚNICA.
12.15 DOS EFEITOS DA DECISÃO
Em suma, a declaração de inconstitucionalidade retira o ato impugnado e seus efeitos do ordenamento jurídico e produz efeitos erga omnes, ex tunc e efeito vinculante ao Poder Judiciário e à Administração Pública em todas as suas esferas. Não vincula o STF, que pode rever sua decisão em ADI, nem o Legislativo, que poderá editar norma semelhante àquela que fora objeto de ADI (por ADC).
12.16 MODULAÇÃO DOS EFEITOS (Lei nº 9.868/99 )
O controle concentrado brasileiro é por julgamento bifásico (primeiro aprecia possível inconstitucionalidade, depois faz juízo sobre a modulação dos efeitos da decisão). Em regra, produz os efeitos já citados. Excepcionalmente, para fins de segurança jurídica ou de interesse social, por maioria de 2/3 de seus membros, o STF pode modular os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para:
Restringir seus efeitos.
Decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou quando queira fixar.
OBS: geralmente ocorre quando se nota que desconstituir os efeitos sobre a norma inconstitucional irá prejudicar mais a sociedade do que sua manutenção.
O STF admite embargos de declaração para fins de modulação de efeitos da decisão.
12.17 TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
Não admitida em sua forma extensiva para o STF. Só a parte dispositiva da decisão produz efeitos erga omnes, o que não se estende para a fundamentação.
12.18 INCONSTITUCIONALIDADE DAS NORMAS PARALELAS
Declarada a inconstitucionalidade de uma Lei estadual, os órgãos constitucionais de outro estado são obrigados automaticamente a revogar ou sanar os vícios de leis de teores idênticos/similares. STF entende não ser mais aplicável automaticamente por se fundamentar na Teoria da Transcendência dos Motivos Determinantes.
12.19 INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO / POR ATRAÇÃO / CONSEQUENTE DOS PRECEITOS NÃO IMPUGNADOS
O STF pode reconhecer inconstitucionalidade de norma dependente de inconstitucionalidade em processo de controle concentrado de constitucionalidade, mesmo que não estejam incluídos nos pedidos da Petição Inicial da ADI.
Ex: decreto presidencial que regulamenta lei inconstitucional também o será.
12.20 CARÁTER DÚPLICE DA DECISÃO DA ADI
Significa que a procedência da ADI significa a declaração de inconstitucionalidade e o contrário, na declaração de constitucionalidade. Parecido com o que ocorre em ADC.
12.21 REVIGORAÇÃO DOS EFEITOS DA NORMA REVOGADA
Caso eventualmente a norma declarada inconstitucional tiver revogado norma anterior, esta última terá a revogaçãonula.
12.22 DECLARAÇÃO SUCESSIVA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Se a norma revigorada também for inconstitucional, faz-se necessário que o propositor da ADI faça pedido sucessivo de declaração de inconstitucionalidade dela de forma fundamentada, sob pena de não conhecimento da ADI.
12.23 INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA (SITUAÇÕES CONSTITUCIONAIS IMPERFEITAS) / NORMA AINDA CONSTITUCIONAL
Referem-se a situações constitucionais imperfeitas, em que a norma se situa em um estágio intermediário entre a constitucionalidade plena e a inconstitucionalidade absoluta, mas que por motivos de segurança jurídica ou de interesse social, sua permanência ainda se faz necessária. Nesse caso, o STF declara a inconstitucionalidade com efeito para o futuro, ou seja, com a suspensão dos efeitos por tempo fixado na sentença.
12.24 MEDIDA CAUTELAR EM ADI
	Por maioria absoluta dos membros do STF é possível conceder medida cautelar que torne aplicável lei anterior ao acaso existente . O prazo para ouvir a autoridade que emanou o ato é de 5 dias, e se o relator entender necessário poderá ouvir o AGU e o PGR no prazo de 3 dias. 
A decisão que defere a liminar tem eficácia erga omnes, com efeito ex nunc, embora o tribunal possa dá-lhe efeitos retroativos. Caberá reclamação constitucional em caso de descumprimento.
12.25 RITO ABREVIADO
	A ação poderá ser processada pelo rito abreviado se seguir alguns requisitos: havendo pedido de medida cautelar e a relevância da matéria, bem como especial significado para ordem social e a segurança jurídica, o relator poderá adotar um rito mais célere, no qual o prazo para ouvir a autoridade que emanou o ato é de 10 dias, e se o relator entender necessário poderá ouvir o AGU e o PGR no prazo de 5 dias.
12.26 JULGAMENTO IMEDIATO DO MÉRITO
	Poderá ser convertida a cautelar em julgamento definitivo se presentes os seguintes requisitos: a) simplicidade da questão; b) exaustividade de das manifestações; c) cognição plena.

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