Buscar

RESUMO FARMACODINÂMICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

RESUMO FARMACOLOGIA
FARMACODINÂMICA
É o que o fármaco faz com o organismo. A farmacodinâmica estuda, de uma forma geral, a ação do fármaco, ou seja, como as respostas farmacológicas são geradas e quais são os mecanismos pelos quais elas são geradas. Com ela, conseguimos prever os efeitos farmacológicos e possíveis reações adversas decorrentes da ação do fármaco.
Como o fármaco atua no organismo?
Interação entre fármaco (ligante) x receptor: ocorrem alterações bioquímicas/fisiológicas na conformação da estrutura, promovendo a resposta farmacológica.
Como compreender a atuação do fármaco no organismo?
Conhecer a estrutura do sítio de ligação e do fármaco
Entender onde o receptor está inserido, para entender a ação biológica/fisiológica desse receptor
Entender a reatividade do receptor e do fármaco
Com isso, conseguimos compreender: 
Como o fármaco se orienta em relação ao receptor
Afinidade de um receptor (que determina como essas reações vão acontecer)
No planejamento de fármacos busca-se a especificidade, para evitar um espectro de toxicidade. Para isso, deve-se entender as características físico-químicas do fármaco, a ação do receptor onde ele está inserido etc., o que nem sempre acontece. Algumas vezes são obtidas reações adversas que podem ser utilizadas com alguma finalidade, ou seja, o fármaco pode ser utilizado com algum objetivo que não necessariamente aquele para o qual foi criado.
O estudo da ação dos fármacos pode ser
Qualitativo: estudando como eles modulam estruturas já existentes
Quantitativo: estudando através de experimentos em relação a ação dos fármacos, verificando eficácia (através do efeito máximo de um fármaco), potência e segurança, o que também é de extrema importância para determinar a posologia.
ATENÇÃO: normalmente a estrutura modulada pelo fármaco está presente em diversas regiões do organismo. Isso faz com que seu uso possa provocar reações adversas, que podem ser utilizadas muitas vezes de forma terapêutica.
O sítio de ação onde o fármaco vai atuar ficam nos RECEPTORES, que normalmente são PROTEÍNAS.
	OBSERVAÇÃO: PROTEÍNAS
	Estrutura primária: sequência de AA (que se ligam por ligação peptídica: entre o carbono e o nitrogênio dos grupamentos carboxila e amino respectivamente) formando uma cadeia polipeptídica (determinada pela genética, através de todo aquele processo de transcrição gênica e tradução em estruturas proteicas)
Peptídeo: curta sequência de AA
Oligopeptídeo: 2-50 AA
Polipeptídeo: 51-100 AA
Proteínas: 100 AA
Estrutura secundária: através da interação entre grupamentos dos aminoácidos da cadeia polipeptídica em diferentes pontos, normalmente através de ligações NÃO covalentes, ocorre o dobramento da cadeia, formando estruturas tridimensionais: alfa-hélice e lâmina beta-pregueada.
Estrutura terciária: é a combinação entre várias estruturas secundárias a partir da ligação entre AA das mesmas (ligações hidrofóbicas, ligações iônicas, pontes de H, pontes dissulfeto etc.)
Estrutura quaternária (depende da proteína): associação de estruturas terciárias pela presença de ligações covalentes, formando estruturas diméricas, triméricas, tetraméricas etc.
ALVOS PARA TERAPIA FARMACOLÓGICA
Receptores
Todos apresentam o sítio de ligação. O que determina se os fármacos vão se ligar ou não a ele são os aminoácidos que estão presentes no sítio de ligação.
Na maior parte das vezes não é apenas um tipo de ligação que determina essa interação
Nesse sítio ocorrem diferentes ligações químicas: ligações de van der Waals (fracas e PREDOMINANTES), ligações iônicas, ligações de hidrogênio e ligações covalentes (fortes).
Canais iônicos transmembrana
Canal que atravessa a membrana em toda sua extensão
Permite a passagem de íons
Geralmente cada canal é específico para um íon
Há diferentes tipos de canais iônicos transmembrana, sendo todos eles potenciais alvos farmacológicos
Controlados por ligantes (endógenos ou fármacos): quando um ligante se liga ao sítio ativo o canal muda de conformação, permitindo a passagem de íons. (Ex1. receptor nicotínico de Ach: formado por 5 subunidades sendo 2 alfas. Para que o receptor mude de conformação são necessárias 2 Ach, que quando ativado permite a passagem de sódio; Ex2. receptor gabaérgico que aumenta a condutância de íons cloreto)
Voltagem dependentes: depende do gradiente de voltagem da membrana.
Canais dependentes de segundo mensageiro: ativação por segundos mensageiros depois da ativação da proteína G, o que regula a atividade desse canal.
Canais de repouso, bombas etc.
Receptores acoplados à proteína G
Mais abundante do organismo
Proteína transmembrana acoplada a três unidades: alfa (acoplada aos nucleotídeos de guanina GDP e GTP, apresenta atividade GTPase, pois consegue hidrolisar novamente GTP a GDP e iniciar um novo ciclo), gama e beta, onde no lado extracelular existe um sítio de ligação para ligantes, que podem ser exógenos ou endógenos 
OBS: em alguns receptores acoplados à PTN G há o sítio de ligação no domínio transmembrana
A proteína G (alfa, gama e beta) está localizada no citosol, e permanece ligado ao receptor quando este não se liga a nenhum ligante exógeno/endógeno
A ligação do ligante ao sítio de ligação promove a troca de GDP por GTP, dissociando então a subunidade alfa das demais. 
A ativação de efetores pode ser decorrente de 
Ativação pela subunidade alfa 
Ativação pelo complexo beta/gama
Ocorre a ativação de efetores: enzimas, canais iônicos e outras proteínas citosólicas.
ATENÇÃO: DEPENDENDO DA ISOFORMA E DO SUBTIPO DE RECEPTOR (Gαs e Gαq são os mais comuns) PODE OCORRER ATIVAÇÃO (POR AGONISTAS) OU INIBIÇÃO (POR ANTAGONISTAS) DE DIFERENTES EFETORES, SENDO OS MAIS COMUNS A ADENILATO CICLASE (Gαs FORMAÇÃO DE AMPc ativa a proteína cinase A, ou PKA, que apresenta a ação de fosforilar estruturas); ou FOSFOLIPASE C (Gαq converte fosfolipideos de membrana em diacilglicerol (ativa a PKC, que leva também a eventos de fosforilação) e IP3 (inositol trifosfato; apresenta um receptor no retículo endoplasmático, ocorre liberação de cálcio para o citosol, que também vai estimular eventos de fosforilação proteica levando a toda a sinalização intracelular)
Resumindo: podemos ter diferentes processos dependendo de qual proteína foi ativada, como ativação de canais de cálcio e ativação de adenilato ciclase, ativação de canais de potássio e inibição da adenilato ciclase, inibição dos canais de cálcio e ativação de fosfolipase c e ativação/inibição de transportadores iônicos.
Receptor transmembrana com domínio enzimático no citosol
O próprio receptor apresenta atividade enzimática
Há presença de um sítio de ligação extracelular (o ligante não consegue ultrapassar a membrana celular nesses casos)
Ligação sítio x ligante:
 O receptor sofre dimerização, e a atividade enzimática (tirosinase) do receptor é ativada. 
 Ele começa a fosforilar resíduos de tirosina, desencadeando a ação farmacológica/biológica
OBS1: Alguns desses receptores não possuem atividade de tirosinacinase, mas quando são ativados apresentam a capacidade de recrutar uma molécula (tirosinacinase não receptora) que apresente essa capacidade, ativando-a
OBS2: Outros receptores ainda podem desfosforilar os resíduos de tirosina, que são os receptores citosólicos com domínio enzimático de tirosina-fosfatase
OBS3: Há também os receptores com domínio citosólico intracelular com atividade de fosforilar resíduos de serina e resíduos de treonina
OBS4: Temos os receptores com atividade intrínseca de guanilato ciclase, que promove a formação de GMPc a partir da GTP
Receptores intracelulares
O ligante é lipofílico o suficiente para atravessar a membrana celular (glicorticóides, que são anti-inflamatórios esteroidais, hormônios esteroides etc.)
Local dos receptores: citoplasma ou até mesmo no núcleo
Como atuam: interferem na síntese proteica. A informação genética e transcrita em RNA e traduzida em proteínas. Eles aumentam ou diminuem a síntese a nível de DNA, ou seja, afetam diretamenteno processo de síntese
Normalmente o receptor intracelular tem sua atividade reprimida por ligação a uma PTN (normalmente a chaperona). Quando o ligante atinge o citosol ele se liga a esse receptor, que muda sua conformação e se dissocia da chaperona. Esse complexo então se desloca para o núcleo, onde na maioria das vezes ocorre a formação de um dímero complexo receptor/ligante, podendo ser homodímeros ou heterodímeros. O complexo dimerizado se liga então a receptores específicos no DNA, ativando ou inibindo a transcrição gênica, ou seja, a síntese proteica.
Enzimas:
São alvos tanto aquelas presentes no próprio indivíduo quanto no agente patológico
Tipos de inibição enzimática:
Competitiva: liga-se ao mesmo sítio ativo onde o substrato se ligaria, inibindo a atividade dessa enzima
Não competitiva (alostérica): o fármaco se liga a um sítio diferente do sitio ativo, a um sítio adjacente. Isso faz com que ocorra uma mudança de afinidade pela ligação ao substrato ou impedimento conformacional de ligação ao substrato, inibindo a atividade dessa enzima
Essas inibições podem ser reversíveis ou irreversíveis
Reversíveis: são mais fáceis de serem desfeitas. Caso aumente a presença de substrato, ela se desfaz.
Irreversíveis: são muito difíceis de serem desfeitas, mesmo com a presença elevada de substrato
OBS: carbamatos e organofosforados levam a inibição da acetilcolinesterase por exemplo, de forma reversível ou não, o que é extremamente importante para o aspecto toxicológico envolvendo esses agrotóxicos.
Proteínas transportadoras de membrana:
São alvos farmacológicos por inibição da internalização de certas moléculas, principalmente a nível central (fazem recaptação de neurotransmissores na membrana pré-sináptica, por exemplo)
Ex: transportadores para dopamina, para norepinefrina, serotonina etc.
Também estão presentes nas vesículas no interior do neurônio, que armazenam neurotransmissores
Cada substância apresenta uma ação diferente em relação aos transportadores
INTERAÇÕES FARMACO-RECEPTOR
Alguns fármacos mantém o receptor na sua conformação preferencialmente ativa, que leva a uma ação, enquanto outros fármacos impedem com que esse receptor adquira tal conformação
Fármacos que favorecem o estado ativado dos receptores: AGONISTAS
Fármacos que favorecem o estado inativo ou impedem a ativação pelo agonista: ANTAGONISTAS (não interferem na atividade basal do receptor)
 AGONISTAS
São aqueles fármacos que ao se ligarem a seus respectivos receptores favorecem sua ativação e sucessiva resposta.
Alguns fármacos não se encaixam nessa divisão de agonistas e antagonistas
Agonista parcial: são aqueles que mesmo com a ocupação total de receptores disponíveis, eles não levam a uma ação/sinalização total, provocando apenas uma resposta parcial, favorecendo tanto a conformação ativa quanto a conformação inativa, e por isso nunca se consegue chegar a uma resposta máxima
Agonista inverso: um receptor tem por si só atividade referente ao estado ativado mesmo sem estar ligado por um agonista, ou seja, foi ativado de forma espontânea. O agonista inverso anula essa atividade intrínseca do receptor, desativando-o, sendo considerado muitas vezes como antagonistas
 ANTAGONISTAS
Estimulam a forma inativa
Não permitem a ligação entre agonista e receptor 
OBS:
Químico: interage diretamente com o agonista, não permitindo com que ele se ligue (neutralização por exemplo)
Fisiológico: (maior índice de erro em provas passadas): é um tipo de molécula que vai levar à ativação de uma via que tenha ação fisiológica totalmente oposta àquela relacionada com o agonista, anulando a ação do mesmo. Em momento algum essa resposta envolve a ativação do receptor do agonista. (Ex: aumento do peristaltismo por ligação agonista x receptor: ativaremos alguma outra via, algum outro receptor que leve a uma redução de peristaltismo, anulando o efeito)
PARÂMETROS DA CURVA DOSE-RESPOSTA
Meio pelo qual estudamos a ação de um fármaco
Analisamos o efeito, ou o quanto conseguimos de efeito de um fármaco, em função da dose desse fármaco
Existe uma relação entre quantos receptores estão efetivamente ligados ao fármaco e a resposta obtida, proveniente dessa interação
Ao estudar essa curva, conseguimos determinar alguns parâmetros:
Potência: está relacionada com a dose e a afinidade fármaco-receptor e eficácia (quanto menor a dose para reproduzir o efeito, maior é a potência do fármaco), ou seja, a potência é qual a dose necessária de um fármaco para se atingir o efeito máximo, ou máxima eficácia
Efeito máximo de um fármaco: ocorre quando 100% dos receptores estão ocupados (alguns fármacos atingem o efeito máximo sem ter a ocupação total, mas é uma exceção); está relacionada com a maior capacidade ou a maior proporção de receptores ligados; reflete a EFICÁCIA de um fármaco; para verificar diferentes eficácias, verifique a resposta máxima que eles atingem. Se elas forem iguais, eles apresentam a mesma eficácia, mas não necessariamente a mesma potência!
Inclinação: determina quanto tempo leva para atingir o efeito esperado (para atingir o efeito máximo)IMPORTANTE
ATENÇÃO: PODE VARIAR EM DECORRÊNCIA DA VARIABILIDADE INDIVIDUAL
EFEITOS DOS AGONISTAS/ANTAGONISTAS NA CURVA DOSE-RESPOSTA
IMPORTANTE
O antagonista competitivo afeta a potência do fármaco agonista, sendo necessária maior dose para que ele possa atuar de forma plena. Não afeta a eficácia, ele apenas necessitará de maior dose
O antagonista não-competitivo NÃO PERMITE a ligação do agonista. Logo, independente da dose, essa associação afeta a eficácia do fármaco.

Outros materiais