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Direito Civil
Direito das Obrigações: Obrigação de dar, fazer e não fazer
1. OBRIGAÇÃO DE DAR
A obrigação de dar é uma obrigação positiva, que consiste na prestação, na entrega de uma coisa, ”seja para lhe transferir a propriedade, seja para lhe ceder a posse, seja para restituí-la”. (GOMES, 2007, p.47)
Nesta obrigação, o devedor se vincula ao credor, ao estar obrigado a lhe entregar uma coisa, como em um contrato de compra e venda.
A obrigação de dar, por si só, confere tão somente ao credor mero direito pessoal, e não real, visto que o credor só adquirirá o domínio pela tradição da coisa pelo devedor.(DINIZ, 1998, p.80)
1.2 Formas de prestação das obrigações de dar:
1.2.1. Transcrição
É o modo de prestação de bens imóveis.
“Art. 1.227, CC: Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressamente neste Código.”
1.2.2 Tradição
Modo de entrega de bem móveis.
“Art. 1226, CC: Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos ou transmitidos, por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.”
1.3.. Obrigação de restituir
A obrigação de restituir envolve uma devolução, como por exemplo, a devolução de um imóvel quando acaba o contrato de locação e o locador precisa devolvê-lo ao locatário.
A obrigação de restituir envolve o locatário, o mandatário, o comodatário e o mutuário.
1.4. Obrigação de dar coisa certa
É a obrigação que se trata de uma coisa determinada, específica.
Ocorre o adimplemento da obrigação quando o devedor entrega a coisa específica, que foi acordada com o credor.
1.4.1. Os acessórios e a obrigação de dar coisa certa
Os acessórios são os frutos, produtos, benfeitorias ou pertenças e sempre seguem o bem principal, a não ser que esteja disposto o contrário no contrato ou dependa das circunstâncias do caso.
“Art. 233, CC: A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.”
Acréscimos ou melhoramentos incidentes sobre a coisa antes de sua tradição.
A) Cômodos: São melhoramentos, vantagens produzidas pela coisa.
B) Frutos: É um bem acessório que o bem principal periodicamente produz.
“Art. 237, CC: parágrafo único: Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.”
1.5. Perda ou deterioração da coisa certa
A) Perda
Antes do cumprimento da obrigação o objeto da prestação pode se perder.
, Se a perda ocorre sem culpa do debitor, antes da tradição, ou de verificada a condição suspensiva, extinguem –se as obrigações para ambas as partes”.(NADER, 2010, p. 67)
Se a perda for caracterizada por culpa do devedor o mesmo ficará obrigado a entregar o equivalente mais perdas e danos.
“Art. 234, CC: Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas às partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente mais perdas e danos.”
B) Deterioração
A deterioração é uma danificação do bem, sem tirar seu valor pleno.
Pode ocorrer com culpa ou sem culpa do devedor.
“Art. 235, CC: Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço ou valor que perdeu.”
“Art. 236, CC:Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou outro caso, indenização das perdas e danos”.
1.6. Obrigação de dar coisa incerta
A definição do objeto a ser entregue é básica, referente apenas ao gênero e quantidade.
“Art. 243, CC: A coisa incerta será indicada, ao menos pelo gênero e pela quantidade.”
A) Concentração
É a escolha do objeto. Ex: pesagem.
B) Qualidade média
Se tratando de coisa incerta, o devedor não é obrigado a dar a melhor, mas também não poderá dar a coisa pior. O sensato é optar pela qualidade média.
“Art. 244, CC: Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.”
1.7. Transformação da obrigação de dar coisa incerta em obrigação de da coisa certa
A partir do momento em que o devedor escolhe a coisa incerta, ela se torna certa e deve ser notificada ao credor.
“Art. 245, CC: Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.”
1.8. Perda ou deterioração de coisa incerta.
“Art. 246, CC: Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.”
2. OBRIGAÇÃO DE FAZER
É uma atividade, um serviço que vincula o devedor ao credor.
A atividade pode ser física ou material como lavar um automóvel ou fazer um vaso de barro. Pode também configurar uma outra modalidade, como no caso da renúncia de uma herança.
Diferença entre a obrigação de dar e obrigação de fazer: a obrigação de dar consiste numa prestação de coisa e a obrigação de fazer numa prestação de fato.
2.1 Espécies de obrigação de fazer
A) Infungíveis (intuitu personae)
A pessoa do devedor é essencial para o cumprimento da obrigação, não pode ser substituída por outra.
Essa obrigação é de caráter personalíssimo.
B) Fungíveis:
Essa obrigação pode ser realizada pelo credor ou por terceiro, pois não possui caráter personalíssimo.
2.2. Inadimplemento da obrigação de fazer
Ocorre quando a obrigação não é cumprida e pode ocorrer das seguintes maneiras:
2.2.1 Impossibilidades de realizar a prestação
A) Sem culpa do devedor: Resolve-se a obrigação.
B) Com culpa do devedor: Responderá com perdas e danos.
“Art. 248, CC: Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolverse-á a obrigação; se por culpa dele responderá por perdas e danos.”
2.2.2 Inadimplemento voluntário da obrigação de fazer.
A obrigação não foi cumprida, mas há a possibilidade de cumpri-la.
A) Obrigação de fazer infungível
“Art. 247, CC: Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.”
C) Obrigação de fazer fungível
Em caso de descumprimento da obrigação de fazer infungível, a obrigação poderá ser cumprida por terceiro, e o credor pode exigir que o devedor arque com os gastos ou perdas e danos.
“Art. 249, CC: Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre o credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.”
2.3. Manifesta urgência
A urgência se caracteriza quando a mora ou a inadimplência trouxer riscos para o credor, que se vê forçado pela premência de tempo a realizar o serviço ou solicitá-lo a outro profissional, (NADER, 2010, p.98).
“Art. 249, CC: parágrafo único: Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.”
3. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
É uma prestação negativa, é o vínculo jurídico entre o credor e o devedor, pelo qual o devedor se compromete a não executar determinado ato, que podia livremente praticar, se não estivesse obrigado em relação ao credor ou terceiro.
3.1. Inadimplemento da obrigação de não fazer
Ocorre quando o devedor não se abstem do que se obrigou a não fazer.
3.2. Impossibilidade da abstenção do fato sem culpa do devedor
A obrigação se extingue.
“Art. 250, CC:Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.”
3.3. Inexecução culposa do devedor
O credor pode exigir que o devedor desfaça o ato, mais perdas e danos.
“Art. 251, CC: Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer a sua custas, ressarcindo o culpado perdas e danos”.
3.4. Urgência no desfazimento“Art. 249, CC, parágrafo único: Ema caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.”
CONCLUSÃO
O Direito das Obrigações tem relevante importância, pois muita das relações humanas tem conteúdo obrigacional, como no âmbito econômico. Um exemplo é o contrato de compra e venda.
As obrigações de dar, fazer e não fazer se caracterizam por serem positivas (dar e fazer) e negativas (não fazer), ou seja, resultam de uma atitude humana, ou da abstenção dela.
O objeto dessas obrigações pode ser específico ou não e o adimplemento ou inadimplemento dessas obrigações trazem consequências que variam de acordo com a existência ou ausência de culpa do devedor.
As obrigações devem ser cumpridas da melhor maneira possível, de acordo com o que foi acordado, como preceitua o princípio contratualpacta sunt servanda.

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