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Fortaleza 14/11/2017 
Trabalho de Psicologia 
Aluno: Francisco André Moreira da Silva 
Matrícula: 10702195-6 
Resenha sobre o documentário Justiça, de Maria Augusta Ramos 
O filme Justiça é um documentário gravado quase integralmente no interior do Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro, em que com uma câmera “parada” e observadora expõe o cotidiano 
dos réus, da defensoria pública, da promotoria, da polícia e dos juízes. 
O documentário de Maria Augusta, brasileira radicada na Holanda, consegue mostrar, 
acompanhando três casos diferentes, a ineficiência no Tribunal de Justiça. 
Tendo como sua primeira cena, uma audiência em que um paraplégico é acusado de um delito 
em que não existem provas nem testemunhas além dos policiais que efetuaram sua prisão e 
que, além disso, o réu teria pulado um muro para fugir dos policiais, Justiça mostra a 
verdadeira injustiça chamada Sistema Judiciário Brasileiro. 
Julgando cerca de dez audiências por dia, é impossível que um juiz consiga ser eficiente, além 
da frieza com que julga os processos. Frieza essa, que podemos observar na cena em que o 
réu, deficiente físico sem uma perna, pede para que seja transferido para um hospital, já que 
em sua cela, por conta da lotação, não tem como ficar na cadeira de rodas e se arrasta pelas 
fezes e urina dos outros detentos, e que o magistrado diz que nada pode fazer por ele. 
Com uma polícia corrupta, provas implantadas, ausência de testemunhas por conta do medo 
da polícia e do tráfico, ausência de penas alternativas, a promotoria pública junto a uma 
defensoria antiética, completam o quadro de injustiça. Em uma cena chocante, o réu Carlos 
Eduardo jura de pés juntos à juíza que a acusação feita a sua pessoa é inverídica, e confessa 
para sua defensora que realmente é culpado, essa ultima, antiética, briga pela absolvição do 
acusado, colocando em risco sua própria família, com a idéia de que as carceragens já estão 
superpovoadas. 
Com uma simples câmera, e diferentemente dos outros documentários pois não acontecem 
entrevistas, Maria Augusta alertou a sociedade sobre o caos carcerário existente no Rio de 
janeiro. Mesmo sabendo que esse não é somente um problema carioca, ao mostrar o interior 
da Polinter, observamos centenas de pessoas empilhadas dentro de celas, que nem mesmo a 
SUIPA (Sociedade Protetora dos Animais) permitiria que abrigassem animais. Sem nenhuma 
política de reeducação e reinserção na sociedade, aquilo se torna mais um antro de 
marginalidade, onde os detentos acabam saindo piores do que quando entraram. 
Originalmente, o documentário Justiça faz um alerta para a reforma que o sistema judiciário 
necessita. Ao filmar o interior de um tribunal consegue retratar com delicadeza que não é 
colocando os marginais na cadeia que resolveremos o problema de violência no Brasil.

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