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Juliana De Andrade Colle Dosimetria da Pena

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Critérios para a valoração das 
circunstâncias judiciais na 
dosimetria da pena 
(art. 59, do CP) 
Elaborado em 10.2004. 
Profa. Juliana de Andrade Colle - advogada criminalista em Curitiba (PR), professora 
de Direito Penal na Faculdade de Direito de Curitiba e no Curso Jurídico 
 A aplicação da pena é, certamente, a parte da sentença 
penal condenatória mais corrigida pelos Tribunais, por ocasião dos julgamentos recursais. 
Esse fato se deve, basicamente, à inobservância – ou ao desconhecimento – de critérios 
limitadores e garantistas, previstos, principalmente, pela Constituição Federal. São 
inúmeros os casos em que o decreto condenatório apresenta erros na dosimetria da pena. 
O maior prejudicado é sempre o condenado: os erros dosimétricos na decisão penal 
significam, em regra, acréscimo em anos de cumprimento de pena. Esse plus não só 
aumenta a justa quantidade de pena que deveria ser aplicada, mas, ainda, pode vir a 
impossibilitar: a fixação de regime prisional menos gravoso; a substituição, prevista no 
artigo 44, do Código Penal; a concessão de suspensão condicional da pena; ou, até 
mesmo, a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva estatal. Na 
execução da pena exageradamente aplicada, maior também será seu tempo de 
cumprimento efetivo, para a obtenção de progressão de regime, de livramento condicional, 
de comutação. 
A maior concentração de erros, neste tocante, ocorre na primeira etapa do sistema 
dosimétrico, onde o Juiz prolator da condenação deve analisar, criteriosamente, cada 
uma das oito circunstâncias judiciais constantes do artigo 59 do Código Penal, 
individualizando-a para cada réu e para cada infração penal praticada. 
Visando a indicar um critério justo de análise dessas circunstâncias judiciais, que 
possibilite ao acadêmico e ao profissional do Direito conhecer os limites dessa valoração, 
de forma prática e objetiva, tendo como norte os princípios constitucionais, apresenta-se o 
presente escrito, sem, contudo, objetivar-se o exaurimento do assunto. 
É bem verdade que a lei traz, expressamente, os passos para calcular a reprimenda. 
Contudo, fica a critério do magistrado estabelecer os critérios de valoração dessas 
diretrizes. Essa subjetividade que possui o julgador, no momento do cálculo da pena, 
poderia até converter-se em arbitrariedade, se não houvesse parâmetros de interpretação 
e aplicação da lei. Felizmente, a Constituição Federal não se omitiu de trazê-los. 
 
 
Do Sistema Trifásico 
A aplicação da pena pelo Juiz ocorre, conforme determina o art. 68, do Código Penal (a 
partir de sua reforma, em 1984), em três etapas. 
Na primeira delas, avaliam-se as circunstâncias chamadas "judiciais", constantes do caput, 
do artigo 59, do Código Penal: culpabilidade, antecedentes, conduta social e 
personalidade do sentenciado; motivos, circunstâncias e conseqüências da infração penal; 
e, ainda, comportamento da vítima. Fixa-se, assim, com alicerce nessa apreciação, a 
pena-base, que servirá de ponto de partida para a próxima fase. 
Por ocasião da segunda etapa, o Juiz aumenta ou diminui a pena-base, conforme exista, 
in casu, alguma(s) circunstância(s) agravante(s), prevista(s) nos artigos 61 e 62 do Código 
Penal, ou atenuante(s), prenunciada(s) nos artigos 65 e 66 do mesmo codex, chegando, 
dessa forma, a uma pena provisória. 
Finalmente, na terceira fase dosimétrica, partindo o Magistrado dessa pena provisória, 
aumenta-a ou a diminui, de acordo com a constatação da ocorrência de causa(s) 
especial(is) de aumento ou de diminuição da pena, previstas em diversos dispositivos da 
Parte Geral do Código Penal, e, ainda, nos próprios tipos penais. Determina, assim, a 
pena definitiva a ser cumprida pelo condenado. 
Levando-se em conta que, no caso concreto, pode não haver circunstâncias agravantes ou 
atenuantes, nem causas especiais de aumento ou de diminuição; mas, que, em todas as 
sentenças penais condenatórias, sem exceções, haverá que se analisar cada uma 
das oito circunstâncias judiciais (sob pena de nulidade da decisão), urge estabelecer 
quais os melhores critérios para examiná-las e, por conseguinte, obter-se a pena-base da 
forma mais justa possível. 
 
Da Fixação da Pena-Base 
Constam expressamente do artigo 59 do CP (ao qual remete o artigo 68, caput, do mesmo 
diploma legal) as diretrizes para a fixação da chamada pena-base: "O Juiz, atendendo à 
culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos 
motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da 
vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção 
do crime: I – as penas aplicáveis dentre as cominadas; II – a quantidade de pena 
aplicável, dentro dos limites previstos;…" 
Assim, verificando o julgador que as circunstâncias judiciais do artigo 59 do CP são todas 
favoráveis ao agente, deve fixar a pena-base no mínimo legal, já que o próprio dispositivo 
em comento, em seu inciso II, enfatiza os limites da pena-base, dentro dos parâmetros 
legais. Dessa forma, à cada circunstância judicial valorada desfavoravelmente ao 
condenado, o magistrado acrescenta um quantum ao mínimo cominado no tipo penal, sem 
extrapolar, jamais, a pena máxima prevista para a infração. 
A questão que se pretende solucionar é: quais critérios pode (e quais não pode) o Juiz 
utilizar para bem valorar uma circunstância judicial como desfavorável ou favorável ao 
agente, no caso concreto? É o que se busca, no presente trabalho, sem divagações 
históricas, responder nas próximas publicações, com fundamento em doutrina e 
jurisprudência; e, sempre, sob a ótica constitucional. 
 
Da culpabilidade do sentenciado 
A culpabilidade aparece no Direito Penal brasileiro como limitador à responsabilização 
criminal. Somente será censurado o indivíduo que praticar um injusto penal, possuindo a 
capacidade – ainda que genérica – de querer e de entender e a possibilidade de, nas 
circunstâncias do momento, agir de outra forma (lícita). Mais do que isso: a pena a ele 
aplicada ficará limitada ao grau de sua culpabilidade. 
Assim, em um primeiro momento, depara-se o magistrado criminal com a verificação da 
ocorrência dos elementos da culpabilidade, para concluir se houve ou não prática delitiva. 
Após, quando da dosimetria da pena, necessita, mais uma vez, recorrer ao exame da 
culpabilidade, agora, como circunstância judicial. Dessa vez, a análise da culpabilidade 
exige maior esforço do julgador: não se trata mais de um estudo de constatação (haja 
vista já ter restado evidente, in casu, a sua presença) e, sim, de um exame de valoração, 
de graduação. 
Portanto, deve o juiz, nessa oportunidade, dimensionar a culpabilidade pelo grau de 
intensidade da reprovação penal, expondo sempre os fundamentos que lhe formaram o 
convencimento.
1 
A graduação da reprovação da conduta sancionada pode auferir-se a partir de dois dos 
elementos da culpabilidade: o potencial conhecimento da ilicitude e a exigibilidade de 
conduta diversa. Exclui-se a análise do grau de imputabilidade, pois, quando reduzido, 
implicará a incidência de causa de diminuição da pena (art. 26, parágrafo único, do Código 
Penal), cujo cômputo dar-se-á na terceira etapa da dosimetria. 
Já, quanto à análise da consciência ou do potencial conhecimento da ilicitude, impende 
destacar a ressalva de que, se o agente estiver prejudicado por um erro de proibição 
evitável (artigo 21, in fine, do Código Penal), este será sopesado somente na terceira 
etapa dosimétrica por constituir causa de diminuição.
2
 Nos demais casos, pode-se avaliar 
o grau de maior ou menor consciência ou potencial conhecimentodo ilícito pelo agente, no 
caso concreto. 
Ademais, o magistrado, na valoração da culpabilidade, deve dispensar especial atenção à 
verificação do maior ou menor grau de exigibilidade de outra conduta, considerando, neste 
tocante, as características pessoais do agente dentro do exato contexto de 
circunstâncias fáticas em que o crime ocorreu. Este é, sem dúvida, o melhor critério de 
exame da intensidade de reprovação do crime
3
. Quanto mais exigível a conduta diversa, 
maior é a reprovação do agir do sentenciado. 
Para alguns, a apreciação da "intensidade do dolo" ou do "grau de culpa", expressões 
utilizadas na redação antiga da lei, seria plenamente cabível por constituírem ambos 
indicativos da censurabilidade da conduta sancionada
4
. 
Existe, ainda, o entendimento de que a culpabilidade não é critério para medir o juízo de 
reprovação e, sim, é o próprio juízo de reprovação. Defensor dessa corrente, o 
Professor Juarez Cirino dos Santos
5
, percebe que: "a inclusão da culpabilidade como 
elemento de orientação na formulação do juízo de reprovação (medido pela pena) 
representa uma impropriedade metodológica: constitui a conclusão do processo analítico 
fundado na metodologia jurídica do crime" 
O magistrado paranaense Gilberto Ferreira
6
 reforça essa opinião, afirmando que o 
legislador deveria ter estabelecido que, para se determinar o grau de culpabilidade, 
examinar-se-iam os antecedentes, conduta social e personalidade do agente; os motivos, 
circunstâncias e conseqüências do crime e o comportamento da vítima, deixando que tais 
elementos indicassem o quanto mais ou menos culpável seria o agente. 
Cezar Bitencourt
7
 alerta para o grave e bastante freqüente desacerto dos magistrados ao 
analisarem a circunstância judicial da culpabilidade afirmando que: "o agente agiu com 
culpabilidade, pois tinha a consciência da ilicitude do que fazia". Ora, se o agente não 
tivesse agido com culpabilidade não teria sido condenado; ou, da mesma forma, se não 
tivesse a consciência da ilicitude do que fazia. É errado, portanto, na dosimetria da pena, 
repetir-se o juízo de constatação da culpabilidade e de seus elementos. De igual 
forma, não se pode fundamentar o exame da culpabilidade na alegação de que o acusado 
tenha agido de forma livre e consciente, pois: "o fato de o acusado ter agido livre e 
conscientemente não pode fundamentar a exasperação da pena-base, pois, se a ação não 
fosse consciente e deliberada, inexistiria dolo".
8 
Cumpre relevar, ainda, que o exame da graduação da culpabilidade é trabalho complexo, 
sendo, por conseguinte, inadmissíveis "as afirmações monossilábicas que encontramos 
em algumas sentenças, do tipo ‘a culpabilidade é mínima’, ou ‘grave’, ‘intensa’, etc".9 
Cabe registrar, também, a proibição ao Juiz de que avalie a culpabilidade como 
desfavorável com o(s) mesmo(s) fundamento(s) que alicerçará a análise negativa de 
outra(s) das sete circunstâncias seguintes. Tal incidência caracterizaria, sem dúvida, 
violação ao princípio "non bis in idem", que proíbe a consideração de uma mesma 
situação, por mais de uma vez, para o agravamento da pena que está sendo aplicada. 
De igual modo, é vedado ao juiz que considere, na valoração da culpabilidade (e das 
demais circunstâncias judiciais) fatores que constituam ou qualifiquem o crime, ou, ainda, 
que caracterizem circunstância agravante ou causa especial de aumento de pena (a serem 
sopesadas nas etapas subseqüentes). 
Assim sendo, não pode ser considerado elevado o grau de culpabilidade, por exemplo, no 
delito de estelionato, pelo fato de "o agente ter agido de má-fé, sem importar-se com seu 
semelhante que sofreu o prejuízo", porque a má-fé do agente e o prejuízo (e a indiferença 
para com a vítima, por conseguinte) são circunstâncias que já constituem o próprio delito e 
que, portanto, já estão devidamente "sancionadas" pela pena abstrata, ainda que no 
mínimo legal. 
Às vezes, a circunstância que se quer analisar não está expressa de forma "escancarada" 
no tipo penal. É preciso, neste tocante, fazer uma interpretação mais apurada do tipo e 
de suas freqüentes circunstâncias, para não incorrer em erro. Dessa forma, em se 
tratando da prática de crime de omissão de recolhimento de contribuições previdenciárias: 
"a condição de empresário revelada pelo acusado não pode acentuar a sua culpabilidade, 
exigindo-lhe maior consciência da ilicitude de sua conduta e fundamentando a 
exasperação da pena-base, tendo em vista que, no crime em exame, a responsabilidade 
normalmente recai sobre empresários. Nem mesmo o fato de centralizar as decisões da 
empresa pode ser considerada desfavorável, pois consiste em pressuposto para o 
reconhecimento da própria autoria delitiva".
10 
No mesmo entendimento equivocado encontram-se os que fundamentam a culpabilidade 
como "elevada" ao agente, em razão da "reiteração criminosa", quando, a seguir, 
aumentam a pena pela continuidade delitiva (art. 71, do CP). Esquecem-se de que "os 
atos delituosos de prolongarem no tempo, configurando a continuidade delitiva, não podem 
ser considerados também nas circunstâncias do art. 59, sob pena de incidir-se em ‘bis in 
idem’".11 Nesses casos, só se deve considerar o aumento do art. 71 do CP, pois "a 
continuação dimensiona a reiteração"
12
. 
 
Dos antecedentes do condenado 
No que tange à circunstância judicial que perquire a vita anteacta do sentenciado, cumpre 
verificar, preliminarmente, que a doutrina e a jurisprudência divergem quanto às situações 
que podem ser consideradas como "maus antecedentes". Contudo, é preciso lembrar que 
"a pena há de ter critérios e limites para a sua aplicação, em respeito mesmo à dignidade 
da pessoa humana"
 13
 e que, portanto, a valoração das circunstâncias judiciais não deve 
fugir à regra de que as leis, sobretudo as penais, devem ser interpretadas sob o prisma 
das garantias individuais asseguradas pela Carta Magna. 
Inicialmente, há que se considerar que somente fatos anteriores
14
 à prática do delito que 
se está punindo podem caracterizar antecedentes, pois os demais configurariam 
impuníveis "conseqüentes". Superada esta questão, impende registrar que, por 
"antecedentes", devem entender-se apenas os judiciais. Caso exista, nos autos, notícia 
de antecedentes "desabonadores" que digam respeito à vida privada do condenado, 
poderá ela, quando pertinente, ser sopesada na análise da "conduta social
15
", ou, talvez, 
da "personalidade" do apenado; porém, nunca, dos antecedentes. Apesar disso, há os que 
confundem as circunstâncias, conforme alertam Salo de Carvalho
16
 e Fragoso
17
. 
Não se pode sopesar, por ocasião da análise dos antecedentes, a condição de reincidente 
do sentenciado. Como é cediço, a reincidência deve ser sopesada na segunda etapa 
dosimétrica, por constituir circunstância agravante (art. 61, I, do CP). O Código de Normas 
da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Paraná alerta para esta distinção, verbis:"A 
reincidência não deve ser considerada na análise dos antecedentes do condenado na fase 
de individualização da pena, mas tão-somente como agravante." 
18 
Será reincidente aquele que, na data em que praticou o crime que se está julgando, já 
possuía condenação definitiva (transitada em julgado) por outro crime anterior (art.63, do 
CP). Todos aqueles em situação diversa desta podem ser considerados não reincidentes. 
Também serão não reincidentes aqueles que possuírem, na data do delito, condenação 
definitiva por crime militar próprio ou politico (art. 64, II, do CP) e aqueles em que decorreu 
lapso de tempo superior a cinco anos entre a data do cumprimento ou extinção da pena e 
a infração que se está julgando (em razão do período qüinqüenaldepurador da 
reincidência, art. 64, I, do CP). 
Já sabendo que se excluem do conceito: os "antecedentes" não judiciais, os fatos 
subseqüentes ao delito e a condição de reincidente, cabe, agora, descobrir a quem se 
pode chamar "possuidor de maus antecedentes". Recorre-se, para tanto, ao processo de 
eliminação de possibilidades ensinado por Maria Fernanda Podval
19
, acrescentando-se, a 
ele, ainda, outras hipóteses de exclusão ao conceito. 
Com muita propriedade, a autora percebe que, em respeito ao princípio constitucional da 
presunção de inocência
20
, não se podem considerar como maus antecedentes: a mera 
instauração de inquérito policial, nem a existência de ações penais em andamento, nem 
mesmo quando há sentença penal condenatória que ainda não transitou em julgado. 
Esse entendimento, contudo, não é pacífico nos Tribunais, o que constitui fato lamentável. 
Se a própria Carta Magna estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória, não pode o juiz, aumentar a pena de alguém 
com base na existência de uma ação penal que ainda não se concluiu, sob pena de um 
cidadão cumprir tempo maior de pena pela simples possibilidade de condenação (que 
também representa possibilidade de absolvição), em outro processo. Mais do que 
irracional, esse posicionamento é inconstitucional, violador das garantias individuais do 
cidadão. É realmente triste constatar que, mesmo o Supremo Tribunal Federal, guardião 
da Constituição Federal, tem violado esta garantia na maioria dos julgamentos que 
envolvem o tema, restando expresso, em alguns deles, sem qualquer pudor, o verdadeiro 
desprezo à Lei Maior, como no caso do RHC nº 80.071/RS, em que constou do voto do 
Min. Maurício Corrêa que "pouco importa se se cumpriu o inciso LVII do artigo 5º da 
Constituição, ou não, quer dizer, aguardar-se o trânsito em julgado da decisão para que se 
levassem em conta os maus antecedentes"
21
. A ordem para reformar a pena, naquela 
ocasião, só foi concedida, por empate, constando do brilhante voto do Min. Celso de Mello 
que:"o ato judicial de fixação da pena não poderá emprestar relevo jurídico-legal a 
circunstancias que meramente evidenciem haver sido, o réu, submetido a procedimento 
penal-persecutório, sem que deste haja resultado, com definitivo trânsito em julgado, 
qualquer condenação de índole penal (…) Tolerar-se o contrário implicaria admitir grave e 
inaceitável lesão ao princípio constitucional que consagra a presunção juris tantum de não-
culpabilidade dos réus ou dos indiciados". 
Não podem, ainda, ser consideradas como maus antecedentes as condenações anteriores 
por crimes militares próprios e por crimes políticos, porque a lei as exclui do conceito de 
reincidência, e não o fez por acaso. As excluiu ora porque puniam condutas 
administrativas, ora porque a motivação do agente o diferenciava do criminoso comum. 
Não caracterizam, ainda, maus antecedentes os fatos ocorridos antes da maioridade penal 
do condenado
22
, por não poderem, graças à anterior inimputabilidade do agente, constituir 
qualquer gravame na culpabilidade. Exacerbar a pena por fatos praticados quando o 
agente estava fora do alcance da norma penal contraria a lógica e o bom senso
23
. 
Também não se consideram maus antecedentes as condenações cuja pena foi cumprida 
ou extinta há mais de cinco anos da prática delitiva, decorrendo essa proibição, por 
lógica
24
, do prazo qüinqüenal depurador da reincidência, previsto no artigo 64, inciso I do 
Código Penal, garantidor de que o cidadão não será eternamente discriminado. A 
jurisprudência, no entanto, diverge: ora está neste sentido
25
, ora contra
26
. 
Ainda, excluem-se dos maus antecedentes: as propostas aceitas de suspensão 
condicional do processo
27
 e de transação penal e, ainda, os acordos civis extintivos da 
punibilidade, pois todas essas medidas trazidas pela Lei nº 9099/95 não possuem 
natureza condenatória nem há, nelas, qualquer admissão de culpa pelo "beneficiado". 
Finalmente, ao contrário do que prega parte da jurisprudência
28
, a ocorrência da prescrição 
da pretensão punitiva do Estado, em outra ação penal, não pode gerar antecedentes
29
, por 
respeito também ao princípio da presunção de inocência, já que, tanto quando ocorre a 
prescrição pela pena em abstrato, quanto pela pena em concreto, resta prejudicada a 
análise do mérito (pelo Juízo sentenciante ou pelo Tribunal a quo, respectivamente). 
Pelo processo de eliminação da Professora Podval (ao qual se acrescentaram mais 
algumas situações de não caracterização de maus antecedentes), "deve-se concluir que 
por maus antecedentes entendem-se apenas as condenações anteriores por 
contravenção e as condenações com trânsito em julgado após a segunda 
conduta
30
". 
A primeira das hipóteses, deve-se ao fato de que, apesar de constituírem infrações penais, 
as contravenções (Decreto-Lei nº 3688/41) quando implicam condenação definitiva, não 
geram reincidência porque a lei se refere expressamente à condenação anterior por crime. 
Exceção a essa regra, é o caso do agente que está sendo julgado por prática de 
contravenção penal e que já possuía anterior condenação por contravenção: aí será 
considerado reincidente, como dispõe o artigo 7º da LCP. 
Na segunda das situações, o agente, quando praticou a conduta que se está punindo, já 
havia praticado outro crime, contudo, só veio a ser condenado definitivamente por este 
após praticar aquele. Tal situação não se enquadra no conceito de reincidência, mas, por 
haver trânsito em julgado da condenação, é justo que se recrudesça a reprimenda ao 
agente, tendo em vista que, ao praticar o delito, já havia praticado outro, o que indica 
maior reprovação à conduta. 
No que diz respeito à prova dos antecedentes, há que se considerar a certidão cartorária 
de antecedentes criminais, com explícita referência à data do trânsito em julgado da 
eventual condenação
31
. Portanto, o magistrado deve, sempre, indicar os elementos 
constantes dos autos que caracterizam os maus antecedentes, não podendo, 
simplesmente, afirmar que o acusado os possui, sob pena de nulidade. 
 
Da conduta social do sentenciado 
A terceira circunstância do artigo 59, do Código Penal que, antes da reforma de 1984, era 
abrangida pelos antecedentes, diz respeito ao comportamento do sentenciado em relação 
à comunidade em que vive. 
Esse exame traduz verdadeira "culpabilidade pelos fatos da vida" (ao invés da 
"culpabilidade pelo fato praticado"), tão criticada pelos penalistas, mas que tem, por 
escopo, auxiliar o Juiz na busca da perfeita graduação da censura penal. 
Devem ser examinados, nessa ocasião, os elementos indicativos da inadaptação ou do 
bom relacionamento do agente perante a sociedade em que está integrado (e não na 
sociedade que o Magistrado considera saudável ou ideal)
32
.Vale dizer: quando o ambiente 
em que o agente se inserir for, por exemplo, uma favela, não poderá o Juiz exigir-lhe 
comportamento típico das classes sociais mais abastadas. 
É preciso haver uma circunstancialização para que se entenda a forma como o agente 
se comporta em seu meio. 
Aufere-se a conduta social do apenado, basicamente, da análise de três fatores que fazem 
parte da vida do cidadão comum: família, trabalho e religião
33
. 
Nestes três campos da vida (familiar, laborativo e religioso), pode-se analisar: o modo de 
agir do agente nas suas ocupações, sua cordialidade ou agressividade, egocentrismo ou 
prestatividade, rispidez ou finura de trato
34
, seu estilo de vida honesto ou reprovável
35
. 
José Eulálio de Almeida
36
 leciona que o juiz deve colher da prova produzida nos autos:"...a vocação do acusado para o trabalho ou para a ociosidade; a afetividade do mesmo 
para com os membros que integram a sua família, ou o desprezo e indiferença que nutre 
por seus parentes; o prestígio e a respeitabilidade de que goza perante as pessoas do seu 
bairro ou da sua cidade, bem como o índice de rejeição de que desfruta entre os que o 
conhecem socialmente; o seu entretenimento predileto (…) ou se prefere a companhia 
constante de pessoas de comportamento suspeito e freqüenta, com habitualidade, locais 
de concentração de delinqüentes, casas de tolerância, lupanares ou congêneres; o seu 
grau de escolaridade, tal como a assiduidade e a abnegação pelo estudo ou o 
desinteresse pelo mesmo, assim como o respeito e o relacionamento com funcionários, 
professores e diretores do estabelecimento escolar." 
No seu dizer, também pode o julgador considerar o trabalho social realizado pelo agente 
em favor de determinado grupo comunitário, contudo, desde que essa atividade tenha fins 
sinceramente filantrópicos. 
Gilberto Ferreira
37
 adota, como critério para a valoração da conduta social, a caminhada 
de vida percorrida pelo agente. Avalia, com esmero, como comportava-se o agente na 
condição de estudante, de pai, de trabalhador, de componente da vida social: "...um mau 
aluno, um pai irresponsável, que deu causa à separação e não paga alimentos aos filhos, 
ou que se entrega constantemente à embriaguez ou a uma vida desregrada. Um 
empregado que vive encrencando com seus colegas de trabalho. Uma pessoa insensível 
que não tem a menor consideração para com o próximo, vivendo à margem da sociedade." 
Deve-se ponderar, todavia, que o uso freqüente de bebida alcoólica, por si só, não justifica 
valoração negativa da conduta social do agente, pois o alcoólatra é um doente que carece 
de tratamento
38
. 
A breve justificativa do Magistrado de que o apenado tem má conduta social porque "se 
revela perigoso" à sociedade também não é acertada, pois ao agente que se apresenta 
perigoso, pela probabilidade de voltar a delinqüir, a legislação estabelece a aplicação de 
medida de segurança
39
. 
A valoração da conduta social também não se confunde com o exame dos antecedentes. 
Pode haver casos em que o sujeito com registro de antecedentes criminais tenha conduta 
social elogiável
40
, assim como é possível encontrar situações em que o sujeito com um 
passado judicial imaculado seja temido na comunidade em que vive. 
No enfoque da conduta social, não pode o Magistrado restringir-se a afirmar que o réu 
"aparentemente não possui boa conduta social", sem tomar por base minimamente os 
elementos probatórios dos autos
41
. Não bastam meras conjecturas
42
, é necessário que se 
ponderem as provas, geralmente orais, produzidas nos autos: a palavra das testemunhas 
que conviveram com réu (inclusive das abonatórias), eventuais declarações, atestados, 
abaixo-assinados, etc
43
, que demonstrem um comportamento habitual. A constatação de 
um fato isolado na vida do condenado não revela sua conduta social, que é sempre 
permanente. 
 
Da personalidade do sentenciado 
A personalidade é definida pela doutrina como a índole do agente, sua maneira de agir e 
de sentir, seu grau de senso moral
44
, ou seja, a totalidade de traços emocionais e 
comportamentais do indivíduo
45
, elemento estável de sua conduta, formado por inúmeros 
fatores endógenos ou exógenos
46
. 
A missão do Magistrado na valoração desta circunstância não é nada simples. Exige, em 
primeiro lugar, que ele tenha conhecimentos de psicologia e de psiquiatria. É preciso, 
ainda, que o processo esteja instruído com todos os elementos necessários a essa 
valoração. E, finalmente, que ao Magistrado tenha sido oportunizado o contato pessoal 
com o réu. 
A realidade, no Brasil, conforme assevera Gilberto Ferreira
47
, é a de que o Juiz não tem 
condições de avaliar cientificamente a personalidade do criminoso, por quatro principais 
motivos: "Primeiro, porque ele não tem um preparo técnico em caráter institucional. As 
noções sobre psicologia e psiquiatria as adquire como autodidata. Segundo, porque não 
dispõe de tempo para se dedicar a tão profundo estudo. Como se sabe, o juiz brasileiro 
vive assoberbado de trabalho. Terceiro, porque como não vige no processo penal a 
identidade física, muitas vezes a sentença é dada sem ter o juiz qualquer contato com o 
réu. Quarto, porque em razão das deficiências materiais do Poder Judiciário e da polícia, o 
processo nunca vem suficientemente instruído de modo a permitir uma rigorosa análise da 
personalidade" 
Fernando Galvão
48
 confirma esse entendimento, manifestando que o exame da 
personalidade é tarefa que supera as forças do Magistrado "padrão". Na obrigação legal 
de valorar tal circunstância, o Juiz acaba por fazê-lo de forma precária, imprecisa, 
incompleta, superficial, limitada, no dizer de Paganella Boschi
49
, a afirmações como 
"personalidade desajustada", "ajustada", "agressiva", "impulsiva", "boa" ou "má", que, 
tecnicamente, nada informam. 
Por um lado, conforme consta do Acórdão da lavra do ilustre Juiz paranaense José 
Maurício Pinto de Almeida, "o dever de individualizar a pena fundamentadamente pode ser 
cumprido de forma concisa, desde que se apontem elementos de convencimento judicial 
das conclusões emitidas pelo julgador. De outro lado, não se pode confundir, na motivação 
da aplicação da pena, fundamentação concisa com frases abertas e genéricas que 
enfeixam demasiada concisão, a qual acaba por gerar carência de motivação, ferindo-se 
assim o inc. IX do art. 93 da Constituição Federal, que contém princípio de ordem pública."
 
50
 
Cumpre destacar que a personalidade do agente é característica individual. Praticamente 
impossível, portanto, repetir-se em terceiros, com igual forma e intensidade. Assim, é 
temerário considerar a personalidade de co-réus como idênticas. 
Também não pode o Magistrado julgar o agente pelo que seus ancestrais praticaram nem 
pelo que pratica o agrupamento ou grupo social do qual participa
51
. 
Salo de Carvalho
52
, ao tratar do tema, conclui pela verdadeira "impossibilidade técnica de 
o jurista proceder tal averiguação e, conseqüentemente dela retirar os efeitos legais". 
Defende, também, que essa circunstância judicial, por evidente consagração ao "direito 
penal de autor", fere o pensamento penalístico atual, citando julgado nesse sentido
53
. 
Valem, também, aqui, as anotações sobre o especial cuidado que deve ter o Juiz para não 
incidir em bis in idem, ou seja, para não considerar, na análise da personalidade, fatores: 
que já foram utilizados na valoração negativa de outra circunstância judicial; ou que 
constituam ou qualifiquem o delito; ou, ainda, que caracterizem agravante ou causa 
especial de aumento de pena. 
Destarte, é proibido, por exemplo, que utilize a justificativa da "personalidade deturpada 
em razão da reiteração criminosa" quando for considerar o aumento de pena relativo ao 
crime continuado
54
, para não incidir em bis in idem. 
Geralmente são considerados na valoração da personalidade os seguintes elementos: 
laudos psiquiátricos, informações trazidas pelos depoimentos testemunhais e, ainda, a 
própria experiência do Magistrado em seu contato pessoal com o réu. 
Não havendo, contudo, nos autos, elementos suficientes para o exame da personalidade, 
ou, ainda, tendo o Juiz a consciência de sua inaptidão para julgá-la, não deve hesitar em 
declarar que não há como valorar essa circunstância e em abster-se de qualquer aumento 
de pena relativo a ela. Melhor será reconhecer a carência de elementos ou a própria 
inaptidão profissional do que acabar agravando apena do sentenciado por uma valoração 
equivocada, pobre de provas ou injusta. 
 
Dos motivos da infração penal 
Não há dúvidas de que, conforme a motivação que levou o agente a delinqüir, sua conduta 
poderá ser bem mais ou bem menos reprovável. No dizer de Bitencourt e de Regis Prado, 
os motivos "constituem a fonte propulsora da vontade criminosa"
55
, sendo esta, para 
Magalhães Noronha
56
, a mais importante de todas as circunstâncias para se auferir a 
quantidade de pena. 
Não existe conduta humana desprovida de motivos. Se fosse possível, na prática forense, 
encontrar um caso de crime sem motivo, dever-se-ia desconfiar das faculdades mentais do 
acusado
57
. 
No exame dessa circunstância judicial, o magistrado deve indagar: qual a natureza e a 
qualidade dos motivos que levaram o agente a praticar a infração penal?
58
. 
Não se trata, portanto, de analisar a intensidade de dolo ou culpa
59
, mas de descobrir se a 
qualidade da motivação do agir do agente merece mais ou menos reprovação. 
Assim, o agente que furta para satisfazer a necessidade alimentar o filho tem motivação 
menos reprovável (porque nobre) do que aquele que furta para prejudicar o desafeto (por 
inveja ou por vingança). 
O médico que facilita a morte do paciente, diante de seu desmedido e incombatível 
sofrimento, possui motivo menos reprovável do que o agente que mata o irmão, para que 
seja o único sucessor do patrimônio do ascendente. 
Nélson Hungria, citado por Gilberto Ferreira
60
, indica alguns dos motivos que devem ser 
sopesados nesta fase dosimétrica: "Motivos imorais ou anti-sociais e motivos morais ou 
sociais, conforme sejam, ou não, contrários às condições ético-jurídicas da vida em 
sociedade. O amor à família, o sentimento de honra, a gratidão, a revolta contra a injustiça, 
as paixões nobres em geral podem levar ao crime; mas o juiz terá de distinguir entre esses 
casos e aqueles outros em que o ‘movens’ é o egoísmo feroz, a cólera má, a prepotência, 
a malvadez, a improbidade, a luxúria, a cobiça, a ‘auri sacra fames’, o espírito de vingança, 
a empolgadura de vícios." 
O motivo da infração, assim como as demais circunstâncias judiciais, não pode ser 
valorado negativamente quando integrar a definição típica, nem quando caracterizar 
circunstância agravante ou causa especial de aumento de pena. 
De igual modo, quando o motivo do agente é o normal à espécie delitiva, não pode o Juiz 
aumentar a reprimenda, tendo em vista que aquele, por ser inerente ao tipo, já possui a 
necessária censura, prevista, até mesmo, na pena mínima abstrata. 
Exemplificando: num caso de furto praticado pelo desejo de obtenção de lucro fácil, o Juiz 
deve entender pelo não recrudescimento da pena em razão desta circunstância judicial 
pois, freqüentemente, este é o motivo dos crimes de furto (assim como a satisfação da 
lascívia, nos crimes de estupro; o enriquecimento, nos crimes fiscais…). Os motivos 
diversos dos normais à espécie delitiva, portanto, é que devem ser valorados pelo 
Magistrado. 
Assim, reprise-se, deve o Juiz agir com a máxima cautela para, no exame dos motivos, 
não incorrer em dupla valoração (bis in idem). 
O motivo fútil e o motivo torpe, por exemplo, aparecem como agravante genérica no art. 
61, inciso II, alínea a, do Código Penal. Portanto, se o motivo do agente, ao cometer uma 
infração, foi fútil ou torpe, não poderá sopesá-lo o Magistrado como circunstância judicial 
desfavorável, haja vista que é agravante, portanto, computada apenas na segunda fase da 
dosimetria. 
Da mesma forma, se o crime cometido por motivo torpe ou fútil for o homicídio, a 
motivação caracterizará qualificadora, prevista no art. 121, §2º, inciso I ou II, 
respectivamente, do Código Penal, não podendo, também, ser valorada como 
circunstância judicial negativa. 
É possível, ainda, citar o exemplo do motivo de relevante valor social ou moral que, em 
regra, será atenuante (art. 65, III, alínea a, do Código Penal); e, excepcionalmente, poderá 
caracterizar causa de diminuição da pena no crime de homicídio (art. 121, §1º, do CP) e 
de lesão corporal (art. 129, §4º, do mesmo codex). Nestes casos, por evidente, a 
motivação jamais poderá ser valorada em desfavor do condenado. 
 
Das circunstâncias da infração penal 
Por circunstâncias da infração penal, indicadas no artigo 59, do Código Penal, entendem-
se todos os elementos do fato delitivo, acessórios ou acidentais, não definidos na lei 
penal
61
. 
Compreendem, portanto, "as singularidades propriamente ditas do fato e que ao juiz cabe 
ponderar"
 62
. 
Alberto Silva Franco sugere que, na análise das circunstâncias do delito, o Juiz analise: "o 
lugar do crime, o tempo de sua duração, o relacionamento existente entre autor e vítima, a 
atitude assumida pelo delinqüente no decorrer da realização do fato criminoso"
63
 e Gilberto 
Ferreira acrescenta a esses fatores a maior ou menor insensibilidade do agente e o seu 
arrependimento
64
. 
Com base nessa definição, é mais censurável a conduta do agente que matou alguém na 
igreja ou na casa da vítima do que aquele que a matou em sua própria casa. Por outro 
lado, é menos censurável o agente que se demonstrou sinceramente arrependido da 
prática delitiva do que aquele que comemorou o evento embriagando-se
65
. 
Mister destacar que, para fins de fixação da pena-base, as circunstâncias, no concurso de 
pessoas, só se comunicam ao co-autor no caso de ele conhecer a sua ocorrência
66
. Isso 
se deve à determinação do art. 29, do Código Penal que reza que o indivíduo só pode 
responder pelo crime, na medida de sua culpabilidade. 
Não se pode esquecer, também aqui, de evitar o bis in idem pela valoração das 
circunstâncias que integram o tipo ou qualificam o crime, ou, ainda, caracterizam 
agravante ou causa especial de aumento de pena. 
Assim, o número de tiros ou golpes de faca, no homicídio simples, pode ser avaliado como 
circunstância. Já, o fato de o agente ter assassinado a vítima com o emprego de veneno, 
não; pois configura qualificadora do crime nos termos do art. 121, §2º, III, do CP. 
Algumas vezes, a constatação de que determinada circunstância já é inerente ao tipo 
penal não decorrerá da simples leitura do dispositivo legal e o Magistrado necessitará um 
pouco mais de cuidado nesse estudo. 
Por exemplo, no crime de omissão de recolhimento de contribuições previdenciárias (art. 
168-A, do CP), não poderá o Juiz aumentar a pena pela circunstância de contar o réu com 
assessoria contábil, posto que, de um estudo mais criterioso, esse fato é normal ao tipo 
penal
67
. 
Se assim pudesse ocorrer, a sentença nada mais estaria fazendo do que reafirmando a 
ocorrência do crime. Nesse norte, o STJ reformou a pena aplicada ao advogado 
condenado pelo crime de apropriação indébita em razão da profissão (art. 168, §1º, III, do 
CP), que teve a sua pena-base fixada acima do mínimo legal porque a análise dos motivos 
e das circunstâncias do crime como desfavoráveis ocorreu com fundamento em elementos 
comuns ao próprio tipo penal. O Acórdão, da lavra do eminente Ministro Gilson Dipp e 
publicado recentemente, corrigiu o lapso daquela sentença monocrática: "As 
circunstâncias judiciais relativas aos motivos (‘desejo de possuir mais do que lhe pertence 
por direito’) e às circunstâncias do crime (‘recebimento do numerário, na condição de 
advogado da vítima, sem o correspondente repasse’) não podem ser consideradas para 
aumentar a pena-base, pois se encontram ínsitas ao próprio tipo penal"
 68
. 
Não basta, no entanto, que a circunstância não esteja prevista na lei. Ela deve ser 
relevante e indicar uma maior censurabilidade à conduta praticada pelo condenado.Não atendem a essa finalidade as justificativas imprecisas, na sentença, do tipo: "agiu de 
modo bárbaro", "agiu com exagero", etc... 
Faz-se necessário precisar os fatos concretos, provados nos autos, que caracterizem as 
circunstâncias do crime, valoradas positiva ou negativamente. 
A sentença que não fundamenta sua valoração das circunstâncias do crime ou que não 
indica os elementos dos autos que formaram o convencimento do Juiz quanto a essa 
valoração padece de nulidade. 
 
Das conseqüências da infração penal 
O dano causado pela infração penal, na lição de Gilberto Ferreira, pode ser material ou 
moral. Será material quando causar diminuição no patrimônio da vítima, sendo suscetível 
de avaliação econômica. Por outra banda, o dano moral implicará dor, abrangendo tanto 
os sofrimentos físicos quanto os morais
69
. 
No exame das conseqüências da infração penal, o Juiz avalia a maior ou menor 
intensidade da lesão jurídica causada à vítima ou a seus familiares
70
. 
No entanto, cumpre lembrar o ensinamento de Paganella Boschi de que devem ser 
sopesadas apenas as conseqüências que se projetam "para além do fato típico", sob pena 
de incorrer-se em dupla valoração
71
. 
Dessa forma, não se pode considerar como conseqüência desfavorável do crime de 
homicídio, a perda de uma vida, posto que inerente ao tipo penal. Contudo, pode-se 
utilizar, nesta etapa da dosimetria, o fato de o agente ter ceifado a vida de um pai de 
família numerosa, o que é mais censurável do que a conduta daquele que assassinou uma 
pessoa solteira. 
De igual modo, no crime de omissão de recolhimento de contribuição previdenciária, o 
prejuízo causado à Previdência Social integra o tipo e já está devidamente censurado pela 
pena cominada
72
, até mesmo no mínimo legal. 
 
O Supremo Tribunal Federal também já decidiu que, em crime de responsabilidade de 
prefeito, a justificativa de que o crime "causou prejuízos que dificilmente serão 
recompostos" configura característica inerente a todo dano dessa espécie, assim como o 
"prejuízo de monta", já que "não reveladores de conseqüência específica do crime, diversa 
dos efeitos produzidos pela lesão patrimonial que constitui a materialidade do delito 
punido"
 73
. 
José Eulálio de Almeida
74
 e Adalto Dias Tristão
75
 referem-se, ainda, ao clamor público 
causado pela infração penal na ponderação das conseqüências. Todavia, há que se 
considerar o fato de que o clamor público nem sempre se dá em razão da gravidade do 
delito, mas, por outros motivos como, por exemplo, o prestígio ou a posição social do 
agente ou da vítima; ou, ainda, o interesse circunstancial da imprensa na divulgação do 
delito. Portanto, o clamor público, por si só, não pode ser considerado como conseqüência 
desfavorável ao agente, porque não traduz, necessariamente, um juízo de maior 
reprovação da conduta. Ocorrem muitos delitos merecedores de grande censura que só 
não causam clamor público por um fator "de sorte". Por isso, melhor é o entendimento da 
2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, manifestado no 
julgamento da Apelação Criminal nº 63286-0. Consta da ementa do v. Acórdão, da lavra 
do i. Desembargador Nunes do Nascimento: 
"…Sem obstância, a mesma sentença torna-se claramente inadequada no tópico em que 
aplica a reprimenda equivalente ao dobro do mínimo para a ocultação de cadáver, 
justificando a exacerbação com a repercussão que o crime causou na sociedade e na 
mídia, pois é certo que esse fundamento não está elencado no rol do art. 59"
 76 
Já, no que tange aos crimes de perigo, o exame das conseqüências deve ser feito a partir 
da intensidade do perigo de dano
77
. 
Finalmente, não pode o Magistrado, simplesmente, utilizar-se de singelos argumentos, 
como, por exemplo, a ocorrência de "conseqüências de monta". Deve, também aqui, tomar 
o máximo cuidado para deixar muito bem fundamentada a análise das conseqüências, 
embasando sua valoração em fatos concretos e provados (não presumidos) nos autos. 
 
Do comportamento da vítima 
Inovação trazida com a Reforma da Parte Geral do Código Penal, em 1984, esta 
circunstância judicial reafirma a crescente importância da vitimologia no Direito Penal 
atual. 
Na valoração da última circunstância judicial "é preciso perquirir em que medida a vítima, 
com a sua atuação, contribuiu para a ação delituosa. Muito embora o crime não possa de 
modo algum ser justificado, não há dúvida de que em alguns casos a vítima, com o seu 
agir, contribui ou facilita o agir criminoso, devendo essa circunstância refletir 
favoravelmente ao agente na dosimetria da pena"
 78
. 
Quando a vítima instiga, provoca, desafia ou facilita a conduta delitiva do agente, diz-se, 
portanto, que a oitava circunstância judicial está favorável ao réu. Nesses casos, a vítima 
teve participação efetiva na culpabilidade do autor, posto que enfraqueceu a sua 
determinação de agir conforme o Direito. Logo, por conseqüência, merece o agente, nessa 
situação, uma censura penal mais branda do que a que lhe caberia nos casos de ausência 
total de provocação da vítima
79
. 
Nos crimes patrimoniais, por exemplo, tem diminuída a sua capacidade de se comportar 
de acordo com o ordenamento jurídico o agente que pratica furto de veículo, cujo 
proprietário adentrou a um estabelecimento comercial próximo para fazer compras, 
deixando seu carro estacionado em via pública, com as janelas abertas, as portas 
destravadas e a chave na ignição, numa região onde isso não costuma ocorrer. A 
censurabilidade, portanto, de sua conduta é menor do que a do ladrão que premedita o 
furto de um automóvel. 
Fernando Galvão assevera que "juridicamente, não se pode reprovar a conduta do 
proprietário que deixa a porta de sua casa aberta" e que, no entanto, quando este 
comportamento da vítima resultar em estímulo à prática da infração, deve ser sopesado 
para minorar a resposta penal ao autor do fato
80
. 
Nos crimes contra os costumes, por sua vez, conforme leciona o Professor Túlio Lima 
Vianna, não será considerado favorável ao agente o comportamento da vítima pela "mera 
roupa provocante com a qual desfila a moça em local ermo, pois ninguém é obrigado a 
trajar-se com recato"
 81
. Por outro lado, a moça que aceita ir ao motel com um rapaz e lá, 
desiste da relação no último momento, certamente contribui para a prática do estupro, 
concluindo o autor que: "a clara diferença entre os dois comportamentos das vítimas está 
na absoluta passividade do primeiro e na atividade do segundo". Aliás, o pouco recato da 
vítima nos crimes contra os costumes mereceu expressa referência na Exposição de 
Motivos da Nova Parte Geral do Código Penal (item 50). 
Desse modo, quando o comportamento da vítima contribuiu para a prática do delito, esta 
circunstância será valorada, pelo Juiz, a favor do condenado. Ao revés, se não contribuiu, 
lhe será desfavorável. 
Contudo, deve o Magistrado ficar atento, pois há espécies de delitos em que, por sua 
natureza, a vítima nunca poderá provocar o agente, e, nesses casos, deve ser ignorada 
essa circunstância judicial para fins de recrudescimento da pena. 
Exemplo disso ocorre nos delitos de sonegação fiscal e de uso de substância 
entorpecente, onde a vítima (Fazenda Pública e coletividade, respectivamente) não tem 
qualquer possibilidade fática de provocar ou facilitar a conduta do agente. 
Finalmente, há que se observar que provocação da vítima não se confunde com agressão. 
A agressão da vítima, na maioria das vezes, poderá gerar situação de legítima defesa, o 
que ocasionará a exclusão da ilicitude, sem que se chegue, portanto, à aplicação de uma 
pena. 
Haverá casos, ainda, em que a injustaprovocação da vítima caracterizará causa de 
diminuição de pena, a ser sopesada somente na terceira etapa da dosimetria, como ocorre 
no homicídio (art. 121, §1º, do CP) e nas lesões corporais (art. 129, §4º, do CP). 
 
NOTAS 
1
 David Teixeira de Azevedo, Dosimetria da Pena, São Paulo: Malheiros, 1998, p. 79. 
2
 Fernando Galvão, Aplicação da Pena, Belo Horizonte: Del Rey, 1995, p. 143. 
3
 Idem, cit., p. 144. 
4
 Julio Fabbrini Mirabete, Manual de Direito Penal, 1º vol., 19ª ed., São Paulo: Atlas, 2003, 
p.293 e Cezar Roberto Bitencourt, Tratado de Direito Penal, Parte Geral, 8ª ed., São 
Paulo: Saraiva, 2003, p. 554. 
5
 Juarez Cirino dos Santos, Direito Penal, p. 239, apud Gilberto Ferreira, Aplicação da 
Pena, Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 82. 
6
 Gilberto Ferreira, Aplicação da Pena, cit., p. 82. 
7
 Cezar Roberto Bitencourt, Tratado de Direito Penal, Parte Geral, cit., p.553. 
8
 TRF da 4ª Região, 7ª Turma: Apelação Criminal nº 2001.04.01.068867-9/RS, Rel. Des. 
Federal Fábio Rosa, DJU 08/05/2002 e Apelação Criminal nº 2001.04.01.056394-9/RS, , 
Rel. Des. Fed. Fábio Rosa, DJU 06/03/2002 
9
 José Antonio Paganella Boschi, Das Penas e Seus Critérios de Aplicação, Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2000, p.205. 
10
 TRF da 4ª Região, 7ª Turma: Apelação Criminal nº 2002.04.01.008567-9/RS, Rel. Des. 
Federal Fábio Rosa, DJU 03/07/2002. 
11
 TRF da 4ª Região, 1ª Turma: Apelação Criminal nº 1999.04.01.030687-7/SC, Rel. Juiz 
Federal Guilherme Beltrami, DJU 12/07/2000 e Apelação Criminal nº 96.04.00855-2/RS, 
Rel. Des. Federal José Luiz Germano da Silva, DJU 04/04/2001. 
12
 STJ, 6ª Turma: Recurso Especial nº 11517/MG, Rel. Min. Vicente Cernicchiaro, DJU 
30/09/1991. 
13
 David Teixeira de Azevedo, ob.cit., p. 69. 
14
 Idem, p.205. 
15
 José Antonio Paganella Boschi, ob.cit., p.209. 
16
 Salo de Carvalho; Amilton Bueno de Carvalho, Aplicação da Pena e Garantismo, Rio de 
Janeiro: Lumen Juris, p.41. 
17
 Heleno Cláudio Fragoso, Lições de Direito Penal, 14ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 
1992, p. 322. 
18
 CN 6.12.6.2. 
19
 Maria Fernanda de Toledo Rodovalho Podval, Maus antecedentes: em busca de um 
conteúdo, apud Maurício Kuehne, Teoria e Prática da Aplicação da Pena, 4ª ed., Curitiba: 
Juruá, 2003, p.180. 
20
 Constituição Federal, art. 5º, inciso LVII. 
21
 STF, 2ª Turma: Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº 80.071-8/RS, Rel. Min. Marco 
Aurélio, DJU 02/04/2004. 
22
 Celso Delmanto, Código Penal Comentado, 3ª ed., Rio de Janeiro: Renovar, 1991, p.89. 
23
 Apelação Criminal, TACRIM-SP, Rel. Fernando Matallo, j. 13/07/96, apud Alberto Silva 
Franco, Código Penal e sua Interpretação Judicial, São Paulo: RT, 2001, p. 1053. 
24
 José Antonio Paganella Boschi, ob. cit., p. 208. 
25
 STJ, 6ª Turma: Recurso em Habeas Corpus nº 2227/MG, Rel. Min. Pedro Acioli, DJU 
29/03/93. 
26
 STF, 2ª Turma, Habeas Corpus nº 76.665/SP, Rel. Min Marco Aurélio, DJU 04/09/1998. 
27
 José Eulálio Figueiredo de Almeida, Sentença Penal, Belo Horizonte: Del Rey, 2002, 
p.68. 
28
 TRF-4, 2ª Turma, Apelação Criminal nº 940451142-0/RS, Rel. Juíza Tânia Escobar, 
DJ 01/11/95 
29
 STJ, 6ª Turma: Recurso Especial nº 30307-8/SP, Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJU 
22/09/2003. 
30
 Maria Fernanda de Toledo Rodovalho Podval, ob. cit, apud Maurício Kuehne, ob. cit, 
p.181. 
31
 José Antonio Paganella Boschi, ob. cit., p. 208. 
32
 Fernando Galvão, Aplicação da Pena, Belo Horizonte: Del Rey, 1995, p. 147. 
33
 Maurício Kuehne, Teoria e Prática da Aplicação da Pena, 4ª ed.,Curitiba: Juruá, 2003, p. 
61. 
34
 Francisco Vani Bemfica, Da Lei Penal, da Pena e sua Aplicação, da Execução da Pena, 
Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 92. 
35
 Heleno Cláudio Fragoso, ob.cit., p. 322. 
36
 José Eulálio Figueiredo de Almeida, ob. cit., p.74. 
37
 Gilberto Ferreira, ob. cit., p. 86. 
38
 Alberto Silva Franco, Código Penal e sua Interpretação Judicial, 7ª ed., São Paulo: RT, 
2001, p. 1053. 
39
 Fernando Galvão, ob. cit., p. 147. 
40
 Ismair Poloni, Técnica Estrutural da Sentença Criminal, Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 
2002, p. 186. 
41
 TJ-PR, 2ª Câm. Crim., Apelação Criminal 64.501-6, Rel. Juiz Conv. José Maurício Pinto 
de Almeida, DJ 22/11/99 
42
 Alberto Silva Franco, ob. cit., p. 1054. 
43
 José Antonio Paganella Boschi, ob. cit., p.210. 
44
 Francisco Vani Bemfica, ob. cit., p. 92. 
45
 Joe Tennyson Velo, Criminologia Analítica, São Paulo:IBCCRIM, 1998, p.138. 
46
 Gilberto Ferreira, ob. cit., p. 86. 
47
 Idem, p. 88. 
48
 Fernando Galvão, ob. cit., p. 150. 
49
 José Antonio Paganella Boschi, ob. cit., p. 211. 
50
 TJPR, 2ª Câm. Crim., Apelação Criminal nº 96.091-2, Rel. Juiz Convocado José 
Maurício Pinto de Almeida, DJ 04/02/2002 
51
 José Eulálio, Figueiredo de Almeida, ob. cit., p.81. 
52
 Salo de Carvalho; Amilton Bueno de Carvalho, ob. cit., p. 47. 
53
 TJRS, 6ª Câm. Crim., Apelação Criminal nº 70000907659, Rel. Des. Sylvio Baptista 
Neto, DJ 28/06/2000, apud Salo de Carvalho, et. alii, ob. cit., p. 52. 
54
 TRF da 4ª Região, 2ª Turma, Apelação Criminal nº 1998.04.01.043728-1/PR, Rel. Juiz 
Federal Márcio Antonio Rocha, DJU 06/06/2001. 
55
 Luiz Regis Prado e Cesar Roberto Bitencourt, Código Penal Anotado e Legislação 
Complementar, 2ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, p. 227. 
56
 Magalhães Noronha, Direito Penal, p. 260, apud Gilberto Ferreira, ob. cit., p.91. 
57
 Francisco Vani Bemfica, ob. cit., p.92. 
58
 Luiz Régis Prado e Cesar Roberto Bitencourt, ob. cit., p. 227. 
59
 Fernando Galvão, ob. cit., p. 151. 
60
 Gilberto Ferreira, ob.cit., p.91. 
61
 José Eulálio Figueiredo de Almeida, ob. cit., p.84. 
62
 José Antonio Paganella Boschi, ob. cit., p. 221. 
63
 Alberto Silva Franco, ob. cit., p. 1056. 
64
 Gilberto Ferreira, ob. cit., p. 92. 
65
 Adalto Dias Tristão, Sentença Criminal: Prática de Aplicação da Pena e Medida de 
Segurança; 4ª ed., Belo Horizonte: Del Rey, 1998, p. 55. 
66
 José Eulálio Figueiredo de Almeida, ob. cit., p. 84. 
67
 TRF da 4ª Região, 7ª Turma, Apelação Criminal nº 2002.04.01.008567-9/RS, Rel. 
Desembargador Federal Fábio Bittencourt da Rosa, DJU 03/07/2002. 
68
 STJ, 5ª Turma, Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº 15.603-RS, Rel. Ministro Gilson 
Dipp, DJU 21/06/2004. 
69
 Gilberto Ferreira, ob. cit., p. 93. 
70
 Francisco Vani Bemfica, ob. cit., p. 93. 
71
 José Antônio Paganella Boschi, ob. cit., p. 221. 
72
 TRF da 4ª Região, 7ª Turma, Apelação Criminal nº 2002.04.01.008567-9/RS, Rel. 
Desembargador Federal Fábio Bittencourt da Rosa, DJU 03/07/2002. 
73
 STF, 1ª Turma, Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº 82.058-1/MG, Rel. Ministro 
Ilmar Galvão, DJU 27/09/2002. 
74
 José Eulálio Figueiredo de Almeida, ob. cit., p. 86. 
75
 Adalto Dias Tristão, ob. cit., p. 55. 
76
 TJPR, 2ª Câmara Criminal, Apelação Criminal nº 63286-0, Rel. Des. Nunes do 
Nascimento, DJ 01/06/98. 
77
 Fernando Galvão, ob. cit., p. 155-6. 
78
 TRF da 4ª Região, 2ª Turma, Apelação Criminal nº 9404572004/RS, Rel. Juíza Federal 
Tânia Terezinha Cardoso Escobar, DJU 30/04/1997. 
79
 José Paganella Boschi, ob. cit., p. 224. 
80
 Fernando Galvão, ob. cit., p.157. 
81
 Túlio Lima Vianna. Roteiro didático de fixação das penas. Jus Navegandi, Teresina, 
a.7, nº 62, fev. 2003. Disponível em: 
http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3733.

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