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1 TERMINAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO A cessação do contrato de trabalho é a terminação do vínculo de emprego, com a extinção das obrigações para os contratantes. Resilição: é o rompimento do contrato pelas partes (distrato), por iniciativa do empregado (demissão) e por iniciativa do empregador (dispensa ou despedida). Resolução: rompimento do contrato por inexecução faltosa de uma das partes. Ato faltoso do empregado (justa causa); ato faltoso do empregador (rescisão indireta); ato faltoso de ambas as partes (culpa recíproca); Rescisão: rompimento por nulidade. Ex: 1) Contrato de trabalho com empregador público sem a realização de concurso público – Súmula 363, TST; 2) Contrato de jogo de bicho – objeto ilícito - OJ-199 da SDI-I do TST. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO A TERMO Modo normal – execução plena do contrato de trabalho com o advento do termo final; morte natural do contrato. Ex: término normal do contrato a termo. Modo anormal – rompimento antecipado do contrato a termo ou o rompimento do contrato antes que pudesse produzir todos os seus efeitos. CLASSIFICAÇÃO ATENÇÃO!!!!!! As verbas contratuais cujo fato aquisitivo já tenha se consumado (por exemplo, saldo de salário, férias integrais simples ou em dobro, com o adicional de 1/3) deverão ser pagas, independentemente do tipo de ruptura contratual. Extinção NORMAL do Contrato a Termo • A extinção dos contratos a termo ocorre com a consumação de seus elementos obrigacionais, por ocasião do seu termo final prefixado. • Neste caso, o empregado tem direito a : Saldo de salário Férias integrais + 1/3 constitucional Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 (art. 147, CLT); 13º salário proporcional (art. 7º, Decreto 57.155/65) Liberação do FGTS (art. 20, IX, da Lei 8.036/90); DO CONTRATO A TERMO com advento do termo extinção antecipada do contrato a termo Empregador Art.479, CLT Empregado Art.480,CLT pelo Cláusula assecuratória art.481, CLT Extinção ANORMAL do contrato a termo Ocorre, por ato de vontade de uma das partes, antes da consumação do termo final prefixado. EFEITOS da Extinção ANORMAL dos contratos a termo por vontade do EMPREGADOR Indenização do art. 479, CLT; Liberação do FGTS (art. 20, IX, da Lei 8.036/90); Multa de 40% sobre o saldo do FGTS; 13º salário proporcional (inciso I, do §3º, do art.1º da Lei 4090/62); Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 (art. 147, CLT e Súmula 328, TST); Saldo de salário Férias integrais + 1/3 constitucional Dissolução antecipada por vontade do EMPREGADO • Cumpre o empregado, nos termos do art. 480 da CLT, o dever de indenizar o valor não superior a indenização prevista no art. 479, CLT. Por outro lado, são devidos aos empregados Saldo de salário Férias integrais + 1/3 constitucional Férias proporcionais + 1/3 constitucional 13º salário proporcional Se o contrato de trabalho a termo contiver cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada, aplicam-se, caso seja exercido tal direito, as regras que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado (art. 481, CLT). VERBAS RESCISÓRIAS DECORRENTES DO TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO POR INICIATIVA DO EMPREGADOR (DISPENSA SEM JUSTA CAUSA) Saldo de salário Férias integrais + 1/3 constitucional Férias proporcionais + 1/3 constitucional 13º salário proporcional Aviso prévio Guias para saque do FGTS Indenização compensatória de 40% FGTS Guias do seguro desemprego VERBAS RESCISÓRIAS TÉRMINO DO CONTRATO POR INICIATIVA DO EMPREGADO (PEDIDO DE DEMISSÃO) Saldo de salário Férias integrais + 1/3 constitucional Férias proporcionais + 1/3 constitucional 13º salário integral e/ou proporcional Terá que dar o aviso prévio para o empregador. Caso não o faça, poderá ter descontado das verbas rescisórias o valor equivalente ao aviso prévio devido. (art.487§ 2º, CLT) VERBAS RESCISÓRIAS TÉRMINO DO CONTRATO POR RESCISÃO INDIRETA (JUSTA CAUSA PATRONAL) Saldo de salário Férias integrais + 1/3 constitucional Férias proporcionais + 1/3 constitucional 13º salário integral ou proporcional Aviso prévio – art. 487, § 4º, CLT Guias para saque do FGTS Indenização compensatória de 40% FGTS Guias do seguro desemprego VERBAS RESCISÓRIAS TÉRMINO DO CONTRATO POR JUSTA CAUSA do empregado Saldo de salário Férias integrais + 1/3 constitucional VERBAS RESCISÓRIAS TÉRMINO DO CONTRATO POR CULPA RECÍPROCA Saldo de salário Férias integrais + 1/3 constitucional 50% férias proporcionais + 1/3 constitucional – S. 14, TST 50% 13º proporcional – S. 14, TST 50% aviso prévio – S. 14, TST Guias para saque do FGTS Indenização compensatória de 20% FGTS – art. 18, §2º, Lei nº 8.036/90 A terminação do contrato de trabalho por fato ou ato não dependente da vontade das partes FORÇA MAIOR FORÇA MAIOR • Considera-se força maior o acontecimento inevitável e imprevisível, em relação à vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou indiretamente. (art. 501 da CLT) • A imprevidência do empregador exclui a força maior (§1º do art. 501 da CLT). Elementos integrantes para a caracterização da força maior trabalhista: • a irresistibilidade do evento (CLT, art. 501, caput); • sua imprevisibilidade (CLT, art. 501, § 1º); • a inexistência de concurso direto ou indireto do empregador no acontecimento (CLT, art. 501, caput, segunda parte); e • que afete ou, pelo menos, seja suscetível de afetar a situação econômica e financeira da empresa (CLT, art. 501, § 2º). FACTUM PRINCIPIS O factum principis é causado por ato da Administração Pública, provocando o encerramento da empresa e a dispensa dos empregados. • art. 486, caput, da CLT Tanto o ato administrativo, quanto o legislativo só assumem relevância jurídica para o Direito do Trabalho no momento em que determinem a paralisação temporária ou definitiva dos serviços, ou causem o encerramento das atividades da empresa (CLT, art. 486 e parágrafos). Nesse momento, a lei trabalhista imporá ao órgão responsável pela interrupção ou cessação das atividades da empresa, a responsabilidade pelas indenizações decorrentes da cessação dos contratos de trabalho O fato do príncipe apresenta como requisitos de caracterização a inevitabilidade; o nexo de causalidade entre o fato da administração e a paralisação do trabalho; impossibilidade de continuação do negócio; que o empregador não tenha concorrido para a ocorrência. RECURSO DE REVISTA. FACTUM PRINCIPIS CONFIGURADO. Da leitura do acórdão regional não se extrai que o empregador tenha concorrido para a desapropriação de sua propriedade rural, razão pela qual a hipótese é de factum principis tal como prevista no art. 486 da CLT, ficando o pagamento da indenização devida aos empregados a cargo do poder público, no caso, a autarquia federal (INCRA) promotora da desapropriação. Recurso de Revista de que não se conhece. (RR-631.067/2000.6, 5ª Turma, Relator Min. Brito Pereira, DJ - 17/02/2006, decisão unânime) CLÍNICA MÉDICA -SANTA GENOVEVA-. FACTUM PRINCIPIS. FATO NOTÓRIO. PROVA. O factum principis supõe ato estatal, um ato de império, e não se caracteriza se a administração pública age como contratante e intervém na contratada que, por má administração, causou a morte de quase uma centena de pacientes, bem como não acarreta a responsabilidade do ente público pelos encargostrabalhistas do empregador. Portanto, a decisão que, sob exame da prova, reconheceu a notoriedade do fato descrito, para efeito de recusar a alegação de que houve um fato do príncipe, não viabiliza o recurso de natureza extraordinária. Cabia à Reclamada o ônus da contraprova (CPC, art. 333, II). Agravo de instrumento a que se nega provimento. ( AIRR - 699730-05.2000.5.01.5555 , Relator Juiz Convocado: Walmir Oliveira da Costa, 5ª Turma, Publicação: 22/11/2002) A terminação do contrato de trabalho pelo desaparecimento de uma das partes TERMINAÇÃO DO CT PELO FALECIMENTO DO EMPREGADO Sendo o CT intuitu personae em relação ao trabalhador, extingue-se, automaticamente, a relação de emprego com seu falecimento. Esse tipo de término do CT exclui as verbas rescisórias inerentes à dispensa injusta, que não houve. O empregador deve pagar: • Saldo de salário • Férias integrais + 1/3 constitucional • Férias proporcionais + 1/3 constitucional • 13º salário proporcional • demais parcelas já vencidas e porventura não pagas • liberação dos depósitos do FGTS para os dependentes do falecido empregado. • OBS.: Não cabe pagamento de aviso prévio nem de 40% do FGTS. TERMINAÇÃO DO CT PELO FALECIMENTO DO EMPREGADO TERMINAÇÃO DO CT PELO FALECIMENTO DO EMPREGADOR / EXTINÇÃO DA EMPRESA • Não acarretará necessariamente o fim do CT se, com o falecimento do empregador pessoa física ou empresa individual, o empreendimento for mantido em funcionamento pelos respectivos herdeiros. • Sendo esse o caso e não havendo o interesse do empregado no término do contrato nenhum efeito rescisório se produz, ocorrendo a sucessão trabalhista prevista nos artigos 10 e 448 da CLT. • Porém se o empregado optar por rescindir o CT como lhe faculta o artº 483 § 2º da CLT NÃO terá direito a aviso prévio e a multa de 40% do FGTS. Caso a morte do empregador implique na efetiva terminação do empreendimento, há a cessação do CT e a situação se enquadra no grupo de fatores extintivos da empresa (artº 485 da CLT). São devidos: • Saldo de salário • Férias integrais + 1/3 constitucional • Férias proporcionais + 1/3 constitucional • Aviso prévio (Súm. 44 do TST); • 13º salário proporcional; • Liberação do FGTS (artº 20, II da Lei 8.036/90); • 40% do FGTS (cabível nas situações não excepcionadas pelo artº 18 § 2º da Lei 8.036/90). Extinção da empresa/falência/fecham ento da empresa: Em todos esses casos, o empregado fará jus a todos os direitos trabalhistas, pois os riscos do negócio pertencem ao empregador. Aplicação analógica do art. 485 da CLT. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA Se o empregado desliga-se do emprego (faculdade contida na letra “a” do art. 49 da Lei 8.213/91), nenhuma indenização receberá pelo tempo anterior à opção pelo FGTS, e muito menos a multa de 40% sobre os depósitos fundiários. Se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a aposentadoria, quando da sua dispensa imotivada tem direito a multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do contrato de trabalho OJ Nº 361 DA SDI-1 DO TST OJ 361 DA SDI-1 DO TST APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO CONTRATO DE TRABALHO. MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O PERÍODO A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral. APOSENTADORIA COMPULSÓRIA • O artigo 51 da Lei no. 8.213/91 condiciona a concessão da aposentadoria ao afastamento do emprego, ao fixar como "data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior ao início da aposentadoria". • Não tendo o empregado (70/homem; 65/mulher) intenção de se aposentar, e sendo obrigado a tanto por iniciativa do empregador, donde o nome compulsória, são devidas as indenizações previstas para a dispensa sem justa causa, (aviso, e 40% do FGTS) CASO CONCRETO aula 3 Após ter completado 25 (vinte e cinco) anos de trabalho na empresa Gama Ltda, Pedro Paulo conseguiu junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) o deferimento de sua aposentadoria por tempo de contribuição, que somando ao período prestado para outras empresas, completou o tempo de contribuição exigido pela Autarquia Federal para a concessão da aposentadoria voluntária. No entanto, embora Pedro Paulo tenha levantado os valores depositados no FGTS, em razão da aposentadoria, não requereu seu desligamento da empresa, por não conseguir sobreviver com os proventos da aposentadoria concedida pelo INSS, porque seus valores são ínfimos e irrisórios. Assim, permaneceu no emprego trabalhando por mais 5 (cinco) anos, quando foi dispensado imotivadamente. Diante do caso apresentado, responda justificadamente: A) A aposentadoria espontânea extingue o contrato de trabalho quando o empregado continua trabalhando após a aposentadoria? Justifique indicando a jurisprudência do TST e do STF sobre a matéria. B) A indenização compensatória de 40% do FGTS incide sobre todo o contrato de trabalho, ou somente no período posterior à aposentadoria? QUESTÃO OBJETIVA: (OAB/FGV, ADAPTADA) Em razão de forte enchente que trouxe sérios prejuízos à localidade, houve o encerramento das atividades da empresa Boa Vida Ltda., que teve seu estabelecimento totalmente destruído pela força das águas. Diante dessa situação hipotética, com relação aos contratos de trabalho de seus empregados, assinale a alternativa correta. A) O encerramento da atividade empresarial implicará a resilição unilateral por vontade do empregador dos contratos de trabalho de seus empregados. B) Os empregados têm direito à indenização compensatória de 20% (vinte por cento) sobre os depósitos do FGTS. C) Os empregados não podem movimentar a conta vinculada do FGTS. D) O contrato foi rompido por justa causa e o empregador deverá pagar todas as verbas rescisórias como se a rescisão tivesse ocorrido sem justa causa.
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