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TRAB II AULA 3 Extinção do CT . Força Maior. Factum Principis. Aposentadoria

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TERMINAÇÃO DO CONTRATO 
DE TRABALHO
A cessação do contrato de 
trabalho é a terminação do 
vínculo de emprego, com a 
extinção das obrigações para os 
contratantes.
Resilição: é o rompimento do contrato pelas partes
(distrato), por iniciativa do empregado (demissão) e por
iniciativa do empregador (dispensa ou despedida).
Resolução: rompimento do contrato por inexecução
faltosa de uma das partes. Ato faltoso do empregado
(justa causa); ato faltoso do empregador (rescisão
indireta); ato faltoso de ambas as partes (culpa
recíproca);
 Rescisão: rompimento por nulidade. Ex: 1) Contrato 
de trabalho com empregador público sem a realização 
de concurso público – Súmula 363, TST; 2) Contrato de 
jogo de bicho – objeto ilícito - OJ-199 da SDI-I do TST.
EXTINÇÃO DO CONTRATO 
DE TRABALHO A TERMO
Modo normal – execução plena do
contrato de trabalho com o advento do
termo final; morte natural do contrato.
Ex: término normal do contrato a
termo.
Modo anormal – rompimento
antecipado do contrato a termo ou o
rompimento do contrato antes que
pudesse produzir todos os seus
efeitos.
CLASSIFICAÇÃO
ATENÇÃO!!!!!!
As verbas contratuais cujo fato 
aquisitivo já tenha se consumado
(por exemplo, saldo de salário, 
férias integrais simples ou em 
dobro, com o adicional de 1/3) 
deverão ser pagas, 
independentemente do tipo de 
ruptura contratual.
Extinção NORMAL do Contrato a 
Termo
• A extinção dos contratos a termo ocorre com a 
consumação de seus elementos obrigacionais, por 
ocasião do seu termo final prefixado. 
• Neste caso, o empregado tem direito a :
Saldo de salário
Férias integrais + 1/3 constitucional
Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 (art. 
147, CLT);
13º salário proporcional (art. 7º, Decreto 
57.155/65)
Liberação do FGTS (art. 20, IX, da Lei 8.036/90);
DO CONTRATO A TERMO 
com 
advento do 
termo 
extinção antecipada
do contrato a termo
Empregador
Art.479, CLT
Empregado
Art.480,CLT
pelo
Cláusula assecuratória
art.481, CLT
Extinção ANORMAL
do 
contrato a termo
Ocorre, por ato de vontade de uma das 
partes, antes da consumação do termo 
final prefixado. 
EFEITOS da Extinção ANORMAL dos contratos 
a termo por vontade do EMPREGADOR
 Indenização do art. 479, CLT;
Liberação do FGTS (art. 20, IX, da Lei 8.036/90);
Multa de 40% sobre o saldo do FGTS;
13º salário proporcional (inciso I, do §3º, do art.1º da 
Lei 4090/62);
Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 (art. 147, 
CLT e Súmula 328, TST);
Saldo de salário
Férias integrais + 1/3 constitucional
Dissolução antecipada por 
vontade do EMPREGADO
• Cumpre o empregado, nos termos do art. 
480 da CLT, o dever de indenizar o valor 
não superior a indenização prevista no art. 
479, CLT. 
Por outro lado, são devidos aos empregados
Saldo de salário
Férias integrais + 1/3 constitucional
Férias proporcionais + 1/3 constitucional
13º salário proporcional
Se o contrato de trabalho a termo 
contiver cláusula 
assecuratória do direito 
recíproco de rescisão antecipada, 
aplicam-se, caso seja exercido tal 
direito, as regras que regem a 
rescisão dos contratos por prazo 
indeterminado (art. 481, CLT).
VERBAS RESCISÓRIAS DECORRENTES DO
TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO 
POR INICIATIVA DO EMPREGADOR
(DISPENSA SEM JUSTA CAUSA)
Saldo de salário
Férias integrais + 1/3 constitucional
Férias proporcionais + 1/3 constitucional
13º salário proporcional
Aviso prévio
Guias para saque do FGTS
 Indenização compensatória de 40% FGTS
Guias do seguro desemprego
VERBAS RESCISÓRIAS
TÉRMINO DO CONTRATO POR INICIATIVA DO 
EMPREGADO
(PEDIDO DE DEMISSÃO)
Saldo de salário
Férias integrais + 1/3 constitucional
Férias proporcionais + 1/3 constitucional
13º salário integral e/ou proporcional
Terá que dar o aviso prévio para o empregador.
Caso não o faça, poderá ter descontado das 
verbas rescisórias o valor equivalente ao aviso 
prévio devido. (art.487§ 2º, CLT)
VERBAS RESCISÓRIAS
TÉRMINO DO CONTRATO POR RESCISÃO
INDIRETA (JUSTA CAUSA PATRONAL)
Saldo de salário
Férias integrais + 1/3 constitucional
Férias proporcionais + 1/3 constitucional
13º salário integral ou proporcional
Aviso prévio – art. 487, § 4º, CLT
Guias para saque do FGTS 
 Indenização compensatória de 40% FGTS
Guias do seguro desemprego
VERBAS RESCISÓRIAS
TÉRMINO DO CONTRATO POR JUSTA 
CAUSA do empregado
Saldo de salário
Férias integrais + 
1/3 constitucional
VERBAS RESCISÓRIAS
TÉRMINO DO CONTRATO POR 
CULPA RECÍPROCA
Saldo de salário
Férias integrais + 1/3 constitucional
 50% férias proporcionais + 1/3 constitucional 
– S. 14, TST
 50% 13º proporcional – S. 14, TST
 50% aviso prévio – S. 14, TST
Guias para saque do FGTS 
 Indenização compensatória de 20% FGTS –
art. 18, §2º, Lei nº 8.036/90 
A terminação do contrato de 
trabalho por fato ou ato não
dependente da vontade das 
partes
FORÇA MAIOR
FORÇA MAIOR
• Considera-se força maior o 
acontecimento inevitável e 
imprevisível, em relação à vontade do 
empregador, e para a realização do qual 
este não concorreu, direta ou 
indiretamente. (art. 501 da CLT)
• A imprevidência do empregador exclui a 
força maior (§1º do art. 501 da CLT).
Elementos integrantes para a 
caracterização da força maior
trabalhista:
• a irresistibilidade do evento (CLT, art. 501, 
caput);
• sua imprevisibilidade (CLT, art. 501, § 1º);
• a inexistência de concurso direto ou indireto 
do empregador no acontecimento (CLT, art. 
501, caput, segunda parte); e
• que afete ou, pelo menos, seja suscetível de 
afetar a situação econômica e financeira da 
empresa (CLT, art. 501, § 2º).
FACTUM PRINCIPIS
O factum principis é causado por 
ato da Administração Pública, 
provocando o encerramento da 
empresa e a dispensa dos 
empregados. 
• art. 486, caput, da CLT 
Tanto o ato administrativo, quanto o 
legislativo só assumem relevância jurídica 
para o Direito do Trabalho no momento em 
que determinem a paralisação temporária 
ou definitiva dos serviços, ou causem o 
encerramento das atividades da empresa 
(CLT, art. 486 e parágrafos). 
Nesse momento, a lei trabalhista imporá ao 
órgão responsável pela interrupção ou 
cessação das atividades da empresa, a 
responsabilidade pelas indenizações
decorrentes da cessação dos contratos de 
trabalho
O fato do príncipe apresenta como 
requisitos de caracterização
 a inevitabilidade;
 o nexo de causalidade entre o fato
da administração e a paralisação do
trabalho;
 impossibilidade de continuação do
negócio;
 que o empregador não tenha
concorrido para a ocorrência.
RECURSO DE REVISTA. FACTUM PRINCIPIS 
CONFIGURADO.
Da leitura do acórdão regional não se extrai que o 
empregador tenha concorrido para a 
desapropriação de sua propriedade rural, razão 
pela qual a hipótese é de factum principis tal 
como prevista no art. 486 da CLT, ficando o 
pagamento da indenização devida aos 
empregados a cargo do poder público, no caso, a 
autarquia federal (INCRA) promotora da 
desapropriação. Recurso de Revista de que não 
se conhece.
(RR-631.067/2000.6, 5ª Turma, Relator Min. Brito 
Pereira, DJ - 17/02/2006, decisão unânime) 
CLÍNICA MÉDICA -SANTA GENOVEVA-. FACTUM 
PRINCIPIS. FATO NOTÓRIO. PROVA.
O factum principis supõe ato estatal, um ato de império, 
e não se caracteriza se a administração pública age 
como contratante e intervém na contratada que, por má 
administração, causou a morte de quase uma centena 
de pacientes, bem como não acarreta a 
responsabilidade do ente público pelos encargostrabalhistas do empregador. Portanto, a decisão que, 
sob exame da prova, reconheceu a notoriedade do fato 
descrito, para efeito de recusar a alegação de que houve 
um fato do príncipe, não viabiliza o recurso de natureza 
extraordinária. Cabia à Reclamada o ônus da 
contraprova (CPC, art. 333, II).
Agravo de instrumento a que se nega provimento. 
( AIRR - 699730-05.2000.5.01.5555 , Relator Juiz Convocado: 
Walmir Oliveira da Costa, 5ª Turma, Publicação: 
22/11/2002)
A terminação do contrato de 
trabalho pelo 
desaparecimento de uma 
das partes
TERMINAÇÃO DO CT PELO 
FALECIMENTO DO EMPREGADO
Sendo o CT intuitu personae em
relação ao trabalhador, extingue-se,
automaticamente, a relação de emprego
com seu falecimento.
Esse tipo de término do CT exclui as 
verbas rescisórias inerentes à dispensa 
injusta, que não houve.
O empregador deve pagar:
• Saldo de salário
• Férias integrais + 1/3 constitucional
• Férias proporcionais + 1/3 constitucional
• 13º salário proporcional
• demais parcelas já vencidas e porventura 
não pagas 
• liberação dos depósitos do FGTS para os 
dependentes do falecido empregado.
• OBS.: Não cabe pagamento de aviso 
prévio nem de 40% do FGTS.
TERMINAÇÃO DO CT PELO FALECIMENTO DO EMPREGADO
TERMINAÇÃO DO CT PELO FALECIMENTO 
DO EMPREGADOR / EXTINÇÃO DA EMPRESA
• Não acarretará necessariamente o fim do CT se, com
o falecimento do empregador pessoa física ou
empresa individual, o empreendimento for mantido
em funcionamento pelos respectivos herdeiros.
• Sendo esse o caso e não havendo o interesse do
empregado no término do contrato nenhum efeito
rescisório se produz, ocorrendo a sucessão
trabalhista prevista nos artigos 10 e 448 da CLT.
• Porém se o empregado optar por rescindir o
CT como lhe faculta o artº 483 § 2º da CLT
NÃO terá direito a aviso prévio e a multa
de 40% do FGTS.
Caso a morte do empregador implique na
efetiva terminação do empreendimento, há
a cessação do CT e a situação se enquadra
no grupo de fatores extintivos da empresa
(artº 485 da CLT). São devidos:
• Saldo de salário
• Férias integrais + 1/3 constitucional
• Férias proporcionais + 1/3 constitucional
• Aviso prévio (Súm. 44 do TST);
• 13º salário proporcional;
• Liberação do FGTS (artº 20, II da Lei 8.036/90);
• 40% do FGTS (cabível nas situações não
excepcionadas pelo artº 18 § 2º da Lei 8.036/90).
Extinção da 
empresa/falência/fecham
ento da empresa: 
 Em todos esses casos, o 
empregado fará jus a todos os 
direitos trabalhistas, pois os riscos 
do negócio pertencem ao 
empregador. 
Aplicação analógica do art. 485 da 
CLT.
APOSENTADORIA
ESPONTÂNEA
Se o empregado desliga-se do emprego
(faculdade contida na letra “a” do art. 49 da Lei 
8.213/91), nenhuma indenização receberá pelo
tempo anterior à opção pelo FGTS, e muito menos a 
multa de 40% sobre os depósitos fundiários. 
Se o empregado permanece prestando serviços
ao empregador após a aposentadoria, quando da sua
dispensa imotivada tem direito a multa de 40% do 
FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no 
curso do contrato de trabalho
OJ Nº 361 DA SDI-1 DO TST
OJ 361 DA SDI-1 DO TST
APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO 
CONTRATO DE TRABALHO. MULTA DE 40% DO 
FGTS SOBRE TODO O PERÍODO
A aposentadoria espontânea não é causa de
extinção do contrato de trabalho se o empregado
permanece prestando serviços ao empregador
após a jubilação. Assim, por ocasião da sua
dispensa imotivada, o empregado tem direito à
multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos
depósitos efetuados no curso do pacto laboral.
APOSENTADORIA COMPULSÓRIA
• O artigo 51 da Lei no. 8.213/91 condiciona a 
concessão da aposentadoria ao afastamento do 
emprego, ao fixar como "data da rescisão do 
contrato de trabalho a imediatamente
anterior ao início da aposentadoria".
• Não tendo o empregado (70/homem; 65/mulher) 
intenção de se aposentar, e sendo obrigado a 
tanto por iniciativa do empregador, donde o nome
compulsória, são devidas as indenizações
previstas para a dispensa sem justa causa,
(aviso, e 40% do FGTS)
CASO CONCRETO
aula 3
Após ter completado 25 (vinte e cinco) anos de 
trabalho na empresa Gama Ltda, Pedro Paulo 
conseguiu junto ao Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS) o deferimento de sua aposentadoria por tempo 
de contribuição, que somando ao período prestado 
para outras empresas, completou o tempo de 
contribuição exigido pela Autarquia Federal para a 
concessão da aposentadoria voluntária. No entanto, 
embora Pedro Paulo tenha levantado os valores 
depositados no FGTS, em razão da aposentadoria, não 
requereu seu desligamento da empresa, por não 
conseguir sobreviver com os proventos da 
aposentadoria concedida pelo INSS, porque seus 
valores são ínfimos e irrisórios. Assim, permaneceu no 
emprego trabalhando por mais 5 (cinco) anos, quando 
foi dispensado imotivadamente.
Diante do caso apresentado, responda 
justificadamente:
A) A aposentadoria espontânea extingue o contrato 
de trabalho quando o empregado continua 
trabalhando após a aposentadoria? Justifique 
indicando a jurisprudência do TST e do STF sobre 
a matéria.
B) A indenização compensatória de 40% do FGTS 
incide sobre todo o contrato de trabalho, ou 
somente no período posterior à aposentadoria?
QUESTÃO OBJETIVA:
(OAB/FGV, ADAPTADA) Em razão de forte enchente que 
trouxe sérios prejuízos à localidade, houve o 
encerramento das atividades da empresa Boa Vida Ltda., 
que teve seu estabelecimento totalmente destruído pela 
força das águas. Diante dessa situação hipotética, com 
relação aos contratos de trabalho de seus empregados, 
assinale a alternativa correta.
A) O encerramento da atividade empresarial implicará a 
resilição unilateral por vontade do empregador dos 
contratos de trabalho de seus empregados.
B) Os empregados têm direito à indenização 
compensatória de 20% (vinte por cento) sobre os 
depósitos do FGTS. 
C) Os empregados não podem movimentar a conta 
vinculada do FGTS.
D) O contrato foi rompido por justa causa e o empregador 
deverá pagar todas as verbas rescisórias como se a 
rescisão tivesse ocorrido sem justa causa.

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