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ESTUDOS DISCIPLINARES TOMO IX Prof. Tadeu Santos Questão 6 – questão 33 – ENADE 2014 Os currículos organizam conhecimentos, culturas, valores e artes a que todo ser humano tem direito. Assim, o currículo deve ser analisado conforme as experiências vividas pelos estudantes, nas quais se articulam os saberes, aprendidos por eles na vivência e na convivência em suas comunidades, com os conhecimentos sistematizados que a escola deve lhes tornar acessíveis. ARROYO, M. G. Educandos e educadores: seus direitos e o currículo. In: ARROYO, M. G. Indagações sobre o currículo, educandos e educadores: seus direitos e o currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007, p. 67 (com adaptações). Questão 6 – questão 33 – ENADE 2014 A partir da definição de currículo abordada pelo autor, avalie as afirmações a seguir. I. A construção do currículo constitui um processo de seleção cultural, o que pode colocar em desvantagem determinados grupos sociais e culturais. II. O sistema educativo confere ao currículo efetividade que envolve uma multiplicidade de relações, razão pela qual esse deve ser considerado práxis e sua materialização corresponder à forma como foi idealizado. III. As teorias críticas reconhecem a existência de poderes diversos diluídos nas relações sociais, conferindo ao currículo a função de atuar em processos para a inclusão escolar. IV. É desafio da escola incluir no currículo experiências culturais diversificadas, que não reproduzam estruturas da vida social em suas assimetrias e desigualdades. Questão 6 – questão 33 – ENADE 2014 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Introdução teórica Composição curricular O termo currículo sofreu mudanças e passou por várias definições no campo da Pedagogia. Significava, tradicionalmente, a relação entre matérias/disciplinas e uma sequência lógica, um corpo organizado de conhecimento. Na prática, a visão mais comum, que, muitas vezes, perdura até hoje, é a de que se trata de um conjunto de disciplinas a serem ensinadas em cada curso ou série associado ao tempo destinado a cada uma dessas disciplinas. Introdução teórica Com os problemas socioeconômicos surgidos a partir do processo de industrialização e urbanização do século XVIII, teorias progressivistas foram ganhando força e a escola passou a ser vista, naquele contexto, como a instituição responsável pela “compensação dos problemas da sociedade”. Assim, as teorias críticas passaram a reconhecer que há vários poderes diluídos nas relações sociais, o que confere ao currículo a função de atuar em processos para a inclusão escolar e social. O foco do currículo deixou de ser o conteúdo e passou a ser a forma de organização das atividades. Introdução teórica A composição curricular é um dos temas de maior sensibilidade e complexidade no campo educacional. De acordo com Souza (2009), “o professor deve ter a consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem transmitidos aos alunos”. Ainda segundo o autor, o currículo é uma construção, uma seleção de conhecimentos e práticas que devem ser reinterpretados em cada contexto histórico. A construção do currículo é, portanto, um momento que reúne múltiplas e diversificadas forças sociais e culturais que, por vezes, se aproximam, se complementam ou estabelecem conflitos de valores e prioridades. Isso é natural em decorrência da multiplicidade de valores e de manifestações culturais que cada grupo social tem e não é diferente no Brasil, país de grandes dimensões territoriais e de enorme diversidade social e cultural. Introdução teórica Isso significa que a construção do currículo pode colocar em desvantagem certos grupos sociais e culturais. Dessa forma, é desafio da escola atual incluir experiências culturais diversificadas, a fim de dirimir desigualdades e não reproduzir, por conseguinte, estruturas da vida social em que haja assimetrias. Outro aspecto extremamente significativo na composição curricular é a política educacional, que é dinâmica e deve ser interpretada e reinterpretada em cada contexto sócio-histórico. Sua aplicação requer uma estratégia de ação complexa, composta por diversos conteúdos, valores e procedimentos metodológicos. Como as propostas curriculares adotadas nas escolas são provenientes de saberes situados em contextos sociais e históricos delimitados, os saberes devem ser articulados com os conhecimentos sistematizados que a escola deve tornar acessíveis aos alunos e baseados na vivência e na convivência dos alunos em suas comunidades. Retomada da questão A partir da definição de currículo abordada pelo autor, avalie as afirmações a seguir. I. A construção do currículo constitui um processo de seleção cultural, o que pode colocar em desvantagem determinados grupos sociais e culturais. II. O sistema educativo confere ao currículo efetividade que envolve uma multiplicidade de relações, razão pela qual esse deve ser considerado práxis e sua materialização corresponder à forma como foi idealizado. III. As teorias críticas reconhecem a existência de poderes diversos diluídos nas relações sociais, conferindo ao currículo a função de atuar em processos para a inclusão escolar. IV. É desafio da escola incluir no currículo experiências culturais diversificadas, que não reproduzam estruturas da vida social em suas assimetrias e desigualdades. Retomada da questão (cont.) É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Alternativa correta: D Análise das afirmativas I. Afirmativa correta. Justificativa. A construção do currículo de um curso ou de uma diretriz curricular para todos os cursos de um país é momento de escolha de conteúdos técnicos e culturais que representam valores aceitos por determinado grupo social. É, portanto, um momento de decisão política e social, que nem sempre contempla os interesses de grupos sociais minoritários ou com menor possibilidade de intervenção nessas escolhas. Por isso, é correto afirmar que a construção do currículo constitui um processo de seleção cultural, o que pode colocar em desvantagem determinados grupos sociais e culturais. Quanto maior a prática multicultural, menor a desvantagem dos diversos grupos sociais e culturais. Análise das afirmativas II. Afirmativa incorreta. Justificativa. O sistema educativo nem sempre consegue tornar o currículo efetivo, porque vários fatores devem ser levados em conta. A formação e a seleção dos professores, a remuneração que eles recebem, o local em que o currículo será aplicado e o momento histórico, econômico e social em que o currículo será desenvolvido na prática interferem decisivamente na concretude do currículo. Muitas vezes, a prática do professor em sala de aula será diversa daquela que foi planejada no currículo, pois suas condições objetivas estarão diferentes das que foram originariamente pensadas. Análise das afirmativas III. Afirmativa correta. Justificativa. A inclusão escolar não se limita a garantir que o aluno faça matrícula na escola. Compreende o ingresso do aprendiz no ambiente de educação e também sua permanência durante todos os anos necessários para sua formação, além de sua participação efetiva e constante nas atividades planejadas pela escola. A participação do aluno, a partir de suas vivências e experiências de vida, é a única formade analisar se os conteúdos escolhidos para aquele currículo estão em consonância com a realidade. O respeito às experiências e vivências que cada aluno traz para o ambiente escolar é o reconhecimento da existência de poderes diversos diluídos nas relações sociais, o que permite ao currículo exercer a função de atuar nos processos para a inclusão escolar. Análise das afirmativas IV. Afirmativa correta. Justificativa. A sociedade é um campo de forças no qual estão em permanente confronto os diversos grupos sociais, seus valores, suas escolhas e suas opções. A escola não deve reproduzir em seu ambiente esse confronto, mas permitir que os distintos grupos sociais se manifestem de forma interativa, democrática, para que diferentes ideias, valores e escolhas dialoguem. É nesse sentido que se pode afirmar que um dos grandes desafios da escola é construir o currículo com experiências culturais diversificadas, que não reproduzam estruturas da vida social em suas assimetrias e desigualdades. Indicações bibliográficas ARROYO, M. G. Educandos e educadores: seus direitos e o currículo. In: ARROYO, M. G. Indagações sobre o currículo, educandos e educadores: seus direitos e o currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. LOPES, A. R. C. Pluralismo cultural em políticas de currículo nacional. In: MOREIRA, A. F. B. Currículo: políticas e práticas. São Paulo: Papirus, 1999. SOUZA, T. M. L C. O currículo e a cultura. In: Das 1001 noites aos 200 dias letivos: a representação do livro didático para os professores e o currículo necessário ao mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Saci, 2009. UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/>. Acesso em 23 nov. 2015. INTERVALO Questão 7 – questão 32 – ENADE 2014 O Plano Nacional de Educação (PNE) inclui 20 metas e estratégias traçadas para o setor nos próximos 10 anos. Entre as metas, está a aplicação de valor equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública, promovendo a universalização do acesso à educação infantil para crianças de quatro a cinco anos, do ensino fundamental e do ensino médio. Esse plano também prevê a abertura de mais vagas no ensino superior, investimentos maiores em educação básica em tempo integral e em educação profissional, além da valorização do magistério. BRASIL. Conheça as 20 metas definidas pelo PNE. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br>. Acesso em 4 jul. 2014 (com adaptações). Questão 7 – questão 32 – ENADE 2014 A Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o PNE, prevê importantes dispositivos, tais como: Art. 5º A execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas. Questão 7 – questão 32 – ENADE 2014 Art. 10 O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PNE e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução. Art. 11 O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, coordenado pela União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, constituirá fonte de informação para a avaliação da qualidade da educação básica e para a orientação das políticas públicas desse nível de ensino. Questão 7 – questão 32 – ENADE 2014 Art. 13 O poder público deverá instituir, em lei específica, contados 2 (dois) anos da publicação desta Lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação. a) Considerando as informações anteriores, conclui-se que o PNE possibilita ao país iniciar seu processo de desenvolvimento, pois prevê aumento anual de 10% nos patamares de aplicação do PIB em educação e sistema de monitoramento da aplicação de investimentos, o Sistema de Avaliação da Educação Básica, a ser instituído nos próximos dois anos. Questão 7 – questão 32 – ENADE 2014 b) Prevê meta de aplicação de 10% do PIB em educação, sinalizando que os gestores escolares terão 10 vezes mais possibilidades de atingir patamares mais elevados de educação nos próximos 10 anos, pois vincula os investimentos com a educação aos níveis de desenvolvimento do país, aferidos pelo PIB. Questão 7 – questão 32 – ENADE 2014 c) Estabelece que a melhoria da educação básica – universalização do acesso à Educação Infantil, aumento de vagas no Ensino Superior, maior investimento em educação em tempo integral e em educação profissional – evidencia a base para o desenvolvimento, pois o crescimento econômico é o indicador do percentual de recursos do PIB a ser aplicado em educação. d) Disponibiliza para os gestores escolares o crescimento de 10% dos investimentos do PIB em educação, ao ano, durante os próximos 10 anos e um Sistema Nacional de Avaliação para verificar a efetivação de diretrizes e metas dispostas no referido Plano. Questão 7 – questão 32 – ENADE 2014 e) Permite planejar a educação para os próximos 10 anos e institui mecanismos de monitoramento e avaliação, tanto da execução do Plano como da qualidade da educação, por meio do estabelecimento de metas educacionais e definição dos investimentos a serem disponibilizados para o alcance dessas metas. Introdução teórica O Plano Nacional de Educação (PNE) O Plano Nacional de Educação (PNE) inclui 20 metas e estratégias para o setor educacional por dez anos. É o documento responsável pelo planejamento da educação até 2024, já que foi estabelecido em 2014, e institui mecanismos de monitoramento e avaliação. Em seu art. 5º, consta que “a execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas”. Introdução teórica De acordo com o art. 10, do PNE: “O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PNE e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução”. Introdução teórica As 20 metas estabelecidas no PNE 2014 são reproduzidas a seguir. Meta 1: universalizar, até 2016, a Educação Infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. Meta 2: universalizar o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que, pelo menos, 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE. Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por cento). Introdução teórica Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, oacesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do Ensino Fundamental. Introdução teórica Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos alunos da educação básica. Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos anos iniciais do Ensino Fundamental; 5,5 nos anos finais do Ensino Fundamental; 5,2 no Ensino Médio. Introdução teórica Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. Introdução teórica Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos Ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada à educação profissional. Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. Introdução teórica Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público. Meta 13: elevar a qualidade da Educação Superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de Educação Superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores. Introdução teórica Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós- graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores. Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III, do caput, do art. 61, da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Introdução teórica Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos os profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, as demandas e as contextualizações dos sistemas de ensino. Meta 17: valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação básica, de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE. Introdução teórica Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII, do art. 206, da Constituição Federal. Introdução teórica Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto. Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio. Disponível em: <http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf>. Acesso em 29 dez. 2016. Retomando a questão Art. 13 O poder público deverá instituir, em lei específica, contados 2 (dois) anos da publicação desta Lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação. a) Considerando as informações anteriores, conclui-se que o PNE possibilita ao país iniciar seu processo de desenvolvimento, pois prevê aumento anual de 10% nos patamares de aplicação do PIB em educação e sistema de monitoramento da aplicação de investimentos, o Sistema de Avaliação da Educação Básica, a ser instituído nos próximos dois anos. Retomando a questão b) Prevê meta de aplicação de 10% do PIB em educação, sinalizando que os gestores escolares terão 10 vezes mais possibilidades de atingir patamares mais elevados de educação nos próximos 10 anos, pois vincula os investimentos com a educação aos níveis de desenvolvimento do país, aferidos pelo PIB. c) Estabelece que a melhoria da educação básica – universalização do acesso à Educação Infantil, aumento de vagas no Ensino Superior, maior investimento em educação em tempo integral e em educação profissional – evidencia a base para o desenvolvimento, pois o crescimento econômico é o indicador do percentual de recursos do PIB a ser aplicado em educação. Retomando a questão d) Disponibiliza para os gestores escolares o crescimento de 10% dos investimentos do PIB em educação, ao ano, durante os próximos 10 anos e um Sistema Nacional de Avaliação para verificar a efetivação de diretrizes e metas dispostas no referido Plano. e) Permite planejar a educação para os próximos 10 anos e institui mecanismos de monitoramento e avaliação, tanto da execução do Plano como da qualidade da educação, por meio do estabelecimento de metas educacionais e definição dos investimentos a serem disponibilizados para o alcance dessas metas. Análise da questão A – Alternativa incorreta. Justificativa. O PNE não prevê aumento anual de 10% nos patamares de aplicação do PIB em educação e sistema de monitoramento da aplicação de investimentos. O valor de 10% do PIB corresponde à meta mínima de valor investido em educação para 2024. B – Alternativa incorreta. Justificativa. A destinação de 10% do PIB para investimentos em educação (meta 20 do PNE) nãosignifica necessariamente que os gestores terão dez vezes mais recursos à sua disposição, pois, para que haja aumento dos recursos públicos para a educação, é necessário que o PIB aumente e isso depende dos resultados da economia nacional, que nem sempre propicia aumento expressivo da produção agropecuária, industrial e de serviços. Os gestores poderão dispor de mais recursos públicos para a educação pública somente se o PIB crescer no período de dez anos do PNE. Análise da questão C – Alternativa incorreta. Justificativa. A educação de um povo, em todos os níveis, é componente essencial para o desenvolvimento da nação, mas a melhoria da educação básica por si só não é suficiente para promover o crescimento econômico. D – Alternativa incorreta. Justificativa. Da forma como está redigida a alternativa, entende-se que o crescimento anual dos investimentos em educação será de 10%. No entanto, o PNE prevê como meta o investimento mínimo de 10% do PIB em educação em 2024. Além disso, obviamente, o montante de recursos depende do valor do PIB. E – Alternativa correta. Justificativa. Ao estabelecer metas, percentuais de recursos econômicos e formas de monitoramento, o PNE efetiva o planejamento da educação para os próximos 10 anos e, com isso, permite que os gestores de todos os níveis públicos estejam alinhados na consecução dos projetos que viabilizarão o cumprimento das metas. Indicações bibliográficas ALVES, H. E. Plano Nacional de Educação (PNE) – 2014 - 2024. Disponível em: <http://www.observatoriodopne.org.br/uploads/reference/file/4 39/documentoreferencia.pdf>. Acesso em 29 dez. 2016. BRASIL. Plano Nacional de Educação (PNE). Brasília, 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011 - 2014/2014/lei/l13005.htm>. Acesso em 16 nov. 2015. INTERVALO Questão 8 – questão 35 – ENADE 2014 Da visão dos direitos humanos e do conceito de cidadania fundamentado no reconhecimento das diferenças e na participação dos sujeitos, decorre uma identificação dos mecanismos e processos de hierarquização que operam na regulação e produção de desigualdades. Essa problematização explicita os processos normativos de distinção dos alunos em razão de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, estruturantes do modelo tradicional de educação escolar. BRASIL, MEC. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2008, p. 6 (com adaptações). As questões suscitadas no texto ratificam a necessidade de novas posturas docentes, de modo a atender a diversidade humana presente na escola. Nesse sentido, no que diz respeito a seu fazer docente frente aos alunos, o professor deve: Questão 8 – questão 35 – ENADE 2014 I. Desenvolver atividades que valorizem o conhecimento historicamente elaborado pela humanidade e aplicar avaliações criteriosas com o fim de aferir, em conceitos ou notas, o desempenho dos alunos. II. Instigar ou compartilhar as informações e a busca pelo conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas acerca dos diversos posicionamentos dos alunos, promovendo o acesso às inovações tecnológicas. III. Planejar ações pedagógicas extraescolares, visando ao convívio com a diversidade; selecionar e organizar os grupos, a fim de evitar conflitos. Questão 8 – questão 35 – ENADE 2014 IV. Realizar práticas avaliativas que evidenciem as habilidades e as competências dos alunos, instigando esforços individuais para que cada um possa melhorar o desempenho escolar. V. Utilizar recursos didáticos diversificados, que busquem atender a necessidade de todos e de cada um dos alunos, valorizando o respeito individual e o coletivo. Questão 8 – questão 35 – ENADE 2014 É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) II e V. c) II, III e IV. d) I, II, IV e V. e) I, III, IV e V. Introdução teórica Direitos humanos, cidadania e educação inclusiva Muito se fala em direitos humanos, cidadania e inclusão. Os discursos, sobretudo os de caráter político ou educacional, vêm sendo permeados por frases como “observação dos direitos humanos”, “construção da cidadania”, “exercício da cidadania”, “políticas de inclusão” etc. A educação precisa ser pensada em consonância com a garantia dos direitos humanos, com uma representação de sociedade que possa fortalecer a promoção desses direitos como dimensão ética. Trata-se de um movimento de saída “de si” e de encontro “com o outro”. Introdução teórica É necessário, portanto, entender o processo de interação social como algo permanentemente conflituoso e compreender os fatores que o fazem ser assim. Isso tende a colocar em xeque forças diversas, às vezes antagônicas, bem como os próprios conceitos de direitos humanos, cidadania e inclusão, pois são conceitos que costumam ser interpretados sob uma ótica particular de determinado tipo de intervenção humana. Introdução teórica Os processos normativos da distinção dos alunos em razão de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, estruturantes do modelo tradicional de educação escolar, só podem ser extirpados, ou pelo menos dirimidos, com posturas docentes que atendam e valorizem a diversidade humana na escola. Para tanto, um professor pode utilizar, por exemplo, recursos didáticos diversificados, que atendam as necessidades de todos e de cada um dos alunos, a fim de valorizar o respeito individual e o coletivo. Com relação àqueles que têm algum tipo de limitação, deficiência ou necessidade especial, o processo de inclusão escolar tem avançado no país, embora ainda haja muito por fazer. Introdução teórica Historicamente, um dos maiores desafios para a plena inclusão social das pessoas com deficiência foi o acesso ao sistema regular de ensino, considerado insatisfatório até por muitos daqueles que não apresentam nenhuma necessidade especial. Durante longo tempo, foi predominante a ideia de que pessoas com alguma condição de deficiência deveriam frequentar apenas entidades especializadas e exclusivas para elas. Hoje, no entanto, não há dúvidas de que a convivência entre os diferentes, entre aqueles com e sem deficiência, é um processo positivo e benéfico para todos os envolvidos. Introdução teórica O tema da inclusão ainda levanta muita polêmica no Brasil. Embora a garantia legal ainda não possibilite que a inclusão escolar aconteça de forma integral ou sem dificuldades, o país conta com farta legislação a respeito do tema, que garante a todas as crianças e a todos os adolescentes com deficiência o acesso às salas de aula comuns e criminaliza qualquer tentativa de negar a alunos com deficiência matrícula em escolas públicas e particulares (artigo 8º, da Lei n. 7.853/89, artigo 208, da Constituição Federal, e artigo 24, da Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência, só para mencionar alguns). Introdução teórica Ainda existe resistência por parte de pais de alunos com deficiência que rejeitam a ideia de matricular seus filhos em escolas comuns, pois percebem e apontam as inúmeras debilidades do sistema regular de ensino. O professor deve ser o elemento-chave que instiga seus alunos e compartilha com eles as informações e a busca do conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas quanto aos diversos posicionamentos dos alunos, promovendo indistintamente, por exemplo, o acesso às inovações tecnológicas, o debate, as discussões e a participação dos sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.Retomando a questão I. Desenvolver atividades que valorizem o conhecimento historicamente elaborado pela humanidade e aplicar avaliações criteriosas com o fim de aferir, em conceitos ou notas, o desempenho dos alunos. II. Instigar ou compartilhar as informações e a busca pelo conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas acerca dos diversos posicionamentos dos alunos, promovendo o acesso às inovações tecnológicas. III. Planejar ações pedagógicas extraescolares, visando ao convívio com a diversidade; selecionar e organizar os grupos, a fim de evitar conflitos. Retomando a questão IV. Realizar práticas avaliativas que evidenciem as habilidades e as competências dos alunos, instigando esforços individuais para que cada um possa melhorar o desempenho escolar. V. Utilizar recursos didáticos diversificados, que busquem atender a necessidade de todos e de cada um dos alunos, valorizando o respeito individual e o coletivo. Retomando a questão É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) II e V. c) II, III e IV. d) I, II, IV e V. e) I, III, IV e V. Alternativa correta: B Análise das afirmativas I. Afirmativa incorreta. Justificativa. Aferir, em conceitos ou notas, o desempenho dos alunos não é, necessariamente, um dever do professor. Há outras formas de aferir o desempenho. Ademais, em nenhum trecho a questão faz referência à avaliação. II. Afirmativa correta. Justificativa. De fato, instigar ou compartilhar as informações e a busca pelo conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas acerca dos diversos posicionamentos dos alunos, e promover o acesso às inovações tecnológicas são desejáveis como tarefas do professor, tanto para seus alunos sem deficiência quanto para aqueles que tenham alguma necessidade especial. Análise das afirmativas III. Afirmativa incorreta. Justificativa. Propor atividades extraescolares e evitar conflitos são ações que estão fora do âmbito de atuação do professor. Análise das afirmativas IV. Afirmativa incorreta. Justificativa. A realização de práticas avaliativas não é assunto da questão nem dos documentos estudados para esse tema. V. Afirmativa correta. Justificativa. Utilizar recursos didáticos diversificados, que busquem atender às necessidades de todos e de cada um dos alunos e que valorizem o respeito individual e o coletivo, é algo correto, que deve permear a prática docente. Alternativa correta: B. Indicações bibliográficas AZEVEDO, J. M. L. A educação como política pública. Campinas: Autores Associados, 1997. BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 2004. GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. INTERVALO Questão 9 – questão 24 – ENADE 2014 O trabalho é uma relação social fundamental dos homens com a natureza, que leva à criação do indivíduo e da sociedade. Essa atividade do homem, em sua apropriação e transformação do mundo, é, ao mesmo tempo, processo histórico e processo de humanização, desencadeados pela dupla relação dos homens com a natureza e entre si. Tendo em vista o que se afirma no trecho anterior, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. O homem é mais que sua individualidade, é ator de mudança nas interações sociais. PORQUE II. A transformação permanente do homem, em seu contato com a natureza e com os outros homens, gera a constante mudança da sociedade. Questão 9 – questão 24 – ENADE 2014 A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não justifica a I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. Introdução teórica Homem, natureza e trabalho O homem é um ser que trabalha e produz o mundo e a si mesmo. O homem trabalha, em princípio, transformando a natureza, ao mesmo tempo em que também transforma a si mesmo, a sociedade e as relações interpessoais que estabelece. Satisfaz, assim, suas necessidades naturais e sociais. Historicamente, o trabalho é uma determinação das forças produtivas e, no modo de produção capitalista, existe uma relação de antagonismo entre classes sociais com interesses opostos, dominados e dominadores, oprimidos e opressores, operários e capitalistas. Introdução teórica O trabalho, que permeia esse atendimento às necessidades mais básicas do homem, não pode ser realizado apenas com a posse sobre a matéria-prima ou alguma matéria já modificada pelo homem. O trabalho engloba os objetos para a realização do trabalho, as técnicas, os recursos etc. De acordo com Aranha e Martins (1993), “o trabalho, ao mesmo tempo que transforma a natureza, adaptando-a às necessidades humanas, altera o próprio homem, desenvolvendo suas faculdades. Isso significa que, pelo trabalho, o homem se autoproduz”. Pelo trabalho, o homem muda as maneiras pelas quais age sobre o mundo e altera sua maneira de perceber, de pensar e de sentir. Introdução teórica Ainda de acordo com as autoras, temos o que segue: Por ser uma atividade relacional, o trabalho, além de desenvolver habilidades, permite que a convivência não só facilite a aprendizagem e o aperfeiçoamento dos instrumentos, mas também enriqueça a afetividade resultante do relacionamento humano: experimentando emoções de expectativa, desejo, prazer, medo, inveja, o homem aprende a conhecer a natureza, as pessoas e a si mesmo. O trabalho é a atividade humana por excelência, pela qual o homem intervém na natureza e em si mesmo. O trabalho é condição de transcendência e, portanto, é expressão da liberdade (ARANHA e MARTINS, 1993). Introdução teórica O homem não pode, portanto, ser considerado apenas sob o prisma de sua individualidade, mas deve ser considerado um ser social que, como tal, é o ator de mudanças nas interações sociais. Isso se dá pelo fato de a transformação do homem ser permanente, uma vez que ele está em constante contato com a natureza e com os outros homens, transformando-os e deixando-se transformar por eles, o que representa uma ininterrupta mudança da sociedade. Retomando a questão O trabalho é uma relação social fundamental dos homens com a natureza, que leva à criação do indivíduo e da sociedade. Essa atividade do homem, em sua apropriação e transformação do mundo, é, ao mesmo tempo, processo histórico e processo de humanização, desencadeados pela dupla relação dos homens com a natureza e entre si. Tendo em vista o que se afirma no trecho anterior, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. O homem é mais que sua individualidade, é ator de mudança nas interações sociais. PORQUE II. A transformação permanente do homem, em seu contato com a natureza e com os outros homens, gera a constante mudança da sociedade. Retomando a questão A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não justifica a I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. Análise das asserções I. Asserção correta. Justificativa.O homem é também resultado das relações que estabelece com outros e com o ambiente em que vive e é agente nas transformações sociais. II. Asserção correta. Justificativa. O trabalho do homem transforma a natureza e a sociedade. De acordo com Aranha e Arruda (1993), “o trabalho, ao mesmo tempo que transforma a natureza, adaptando-a às necessidades humanas, altera o próprio homem, desenvolvendo suas faculdades. Isso significa que, pelo trabalho, o homem se autoproduz”. Assim, as asserções I e II estão corretas e a asserção II justifica a I, pois o homem é ator social na medida em que produz trabalho. Alternativa correta: A Indicações bibliográficas ALVES, G. O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo. São Paulo: Boitempo, 2000. ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. VÁSQUEZ, A. S. Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão Popular, 2007. Questão 10 – questão 26 – ENADE 2014 Uma professora chega, cumprimenta seus alunos e pede que organizem as mesas e as cadeiras em roda, pois vão começar a aula discutindo uma notícia. Em primeiro lugar, a professora verifica se estão todos ali. Uma aluna diz que algumas pessoas chegarão atrasadas por causa da chuva forte que caiu, mais uma vez, à tarde. A professora, então, explica ao grupo que a notícia que trouxe é exatamente sobre as chuvas que têm castigado as pessoas da cidade. Ela começa por perguntar se, entre os alunos, há alguém que tenha sofrido com a chuva. Vários alunos passam a dar seus depoimentos, falando sobre problemas com o trânsito e com as enchentes. Questão 10 – questão 26 – ENADE 2014 A partir daí, a professora convida os alunos a pensar sobre as causas das enchentes: falam de lixo, entupimento de bueiros e canalização de rios. No final da aula, ela lê a notícia que trouxe e pede que cada um escreva um pequeno texto comentando o que pode ser feito para diminuir o problema das enchentes. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em 30 jul. 2014 (com adaptações). Questão 10 – questão 26 – ENADE 2014 Pela descrição da aula da professora, infere-se que sua prática é condizente com a concepção de aprendizagem apresentada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Com base nas informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir. I. O tema apresentado pela professora faz parte dos conteúdos de Ciências e as atividades propostas por ela estão restritas ao âmbito dessa disciplina. II. A prática da professora incorpora a compreensão de que o aluno é alguém que tem o que dizer e que a sala de aula é espaço de construção compartilhada de conhecimentos. Questão 10 – questão 26 – ENADE 2014 III. A atividade proposta revela o compromisso da professora com o desenvolvimento de competências dos alunos, pois ela considera os conhecimentos prévios e os amplia. IV. A professora seleciona os conteúdos e as atividades, relacionando-os, em uma perspectiva interdisciplinar, às vivências a que os alunos são expostos em seu universo cultural. Questão 10 – questão 26 – ENADE 2014 É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. Introdução teórica Interdisciplinaridade Interdisciplinaridade é um conceito que serve para qualificar o procedimento pedagógico que é comum a duas ou mais disciplinas ou a mais de um ramo do conhecimento. Dito de um modo muito simplificado, interdisciplinaridade é o processo de ligação entre disciplinas. Na área pedagógica, um planejamento interdisciplinar se dá quando duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para aprofundar conhecimentos e levar dinâmica ao ensino. Introdução teórica A interdisciplinaridade não dilui as disciplinas; ao contrário, a interdisciplinaridade as reforça e mantém sua individualidade. A interdisciplinaridade integra as disciplinas ou os diversos ramos do conhecimento a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre certa realidade, trabalhando todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados (BRASIL, 1999). Introdução teórica No âmbito escolar, a interdisciplinaridade pode fazer parte de um grande projeto, entre dois ou mais professores, mas também pode ser a tarefa de um professor só. No caso de um professor de Química, por exemplo, é possível que ele resolva ensinar a composição de vários materiais de uso frequente dos pintores. Então, podem ser incluídas na atividade pesquisas a respeito de história da arte, dos pintores importantes e de suas nacionalidades, atividade que uniria Química, História, Geografia e Artes. Introdução teórica Exemplo semelhante é o da professora que chegou à sala e, após cumprimentar seus alunos, começou a aula com a discussão de uma notícia. A partir da realidade dos alunos, começaram a dialogar sobre o problema dos atrasos dos alunos por causa das chuvas que castigam a cidade, a frequência dessas chuvas, os horários habituais das precipitações, as causas das enchentes como o descarte incorreto de lixo, que provoca o entupimento dos bueiros, a canalização de rios, que aumenta a impermeabilização do solo das cidades etc. Introdução teórica Nessa atividade da professora em questão, os fundamentos nos quais a aula se baseia possibilitam entender que a interdisciplinaridade é muito mais do que uma simples integração de conteúdos e que a relação entre os conteúdos disciplinares é a base para um ensino mais engajado e atraente, no qual uma matéria auxilia a outra. Os alunos têm voz, o conhecimento é construído de maneira compartilhada, o que desenvolve competências nos alunos, que têm suas vivências compartilhadas e valorizadas em seu universo cultural. Retomando a questão Pela descrição da aula da professora, infere-se que sua prática é condizente com a concepção de aprendizagem apresentada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Com base nas informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir. I. O tema apresentado pela professora faz parte dos conteúdos de Ciências e as atividades propostas por ela estão restritas ao âmbito dessa disciplina. II. A prática da professora incorpora a compreensão de que o aluno é alguém que tem o que dizer e que a sala de aula é espaço de construção compartilhada de conhecimentos. Retomando a questão III. A atividade proposta revela o compromisso da professora com o desenvolvimento de competências dos alunos, pois ela considera os conhecimentos prévios e os amplia. IV. A professora seleciona os conteúdos e as atividades, relacionando-os, em uma perspectiva interdisciplinar, às vivências a que os alunos são expostos em seu universo cultural. Questão 10 – questão 26 – ENADE 2014 É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. Análise das afirmativas I. Afirmativa incorreta. Justificativa. O tema apresentado pela professora não faz parte apenas dos conteúdos de Ciências. As atividades propostas por ela são interdisciplinares, não estão restritas ao âmbito de uma única disciplina. O debate, a exposição de ideias e o pequeno texto produzido pelos alunos quanto ao que pode ser feito para diminuir o problema das enchentes podem ser trabalhados como atividades de Língua Portuguesa, por exemplo. II. Afirmativa correta. Justificativa.A prática da professora abre espaço para que os alunos comentem suas próprias experiências e visões de mundo, o que revela a compreensão de que o aluno é alguém que tem o que dizer e que a sala de aula é espaço de construção compartilhada de conhecimentos. Análise das afirmativas III. Afirmativa correta. Justificativa. A partir dos conhecimentos prévios dos alunos, a professora desenvolve o tema, ampliando a visão deles. IV. Afirmativa correta. Justificativa. A professora não limitou o assunto a uma única disciplina ou à mera exposição de conteúdos. Ela selecionou os conteúdos e as atividades e os relacionou, sob o prisma da interdisciplinaridade, às vivências a que os alunos são expostos em seu universo cultural. Alternativa correta: E Indicações bibliográficas BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Básico. Ministério da Educação. Brasília, 1999. FAZENDA, I. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 4. ed. Campinas: Papirus, 1999. ATÉ A PRÓXIMA!
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