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Direito do Trabalho

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Direito do Trabalho
A capacidade de trabalho é algo inerente ao ser humano.
Transformação do mundo, pelo trabalho, para encontrar formas de sobreviver e amoldar o mundo conforme seus projetos; transformação das coisas.
Poder de humanização da natureza e criatividade pelo trabalho (trabalho no reino animal).
Progresso humano, resultado do trabalho humano.  
Trabalho humano - fonte da construção de riquezas e de bens
Trabalho – construir, agir deliberadamente.
Finalidades: criação, transformação, histórico-social ,sociabilidade. 
Origem: antropológica (necessidade de sobreviver, defesa contra a natureza e depois dos homens), religiosa (obra da criação divina, vinculado a idéia de castigo-pecado), mitológica (ligado a punição dos Deuses, homem decai do paraiso e vai para o trabalho-para sobreviver). 
Etimologia: grego (pena, castigo) e latim (tripalhare – tortura). Tradição social, algo ligado a fadiga, esforço, sofrimento, valores negativos dos quais se afastam os mais afortunados.
Evolução: Antiguidade Clássica(trabalho considerado algo material, coisa, mal visto, relegado aos escravos) – Idade Média(garantia de certa independência, mas sem excessos) – Doutrina Crista (associado ainda à punição divina, esforço penoso, fadiga, porém, com novo sentido, o de dignificação humana) – Renascimento (essência humana, signo de racionalidade e liberdade; destino do homem voltado para a vida, para a ação) – Capitalismo Moderno (trabalho é mercadoria, destinado ao proletariado, assalariado) – Atualidade (multidisciplinar). 
Conceito Atual: caráter multidisciplinar (geral, econômico, sociológico, filosófico e jurídico-objeto de uma prestação espontaneamente assumida, devida ou realizada por um sujeito em favor do outro; fim socialmente útil; conteúdo lícito). 
Trabalho é qualquer atividade humana, voltada a um impulso humano de criar, construir e fazer. 
Trabalho humano: manual (maneja a matéria; modifica espaço físico), intelectual (modific ambiente social e ideal; signos)
Trabalho produtivo: produção (bens necessários à vida),lazer(ócio, entretenimento),formação (aperfeiçoamento pessoal)
Trabalho por conta alheia: frutos do trabalho não pertencem ao trabalhador; subordinação e autonomia; resultado do trabalho produtivo pertence a outrem
Autônomo – por conta própria, não tenho chefe, regra de contratação regido pelo
CC ou CDC
Subordinado – tem chefe, por conta alheia, lei própria, exemplo: estagiário, empregado (CLT), servidor público civil ou militar ( estatuto) 
Trabalho livre: aceitação voluntária de que o resultado do trabalho pertença a outrem; incompatibilidade com trabalho involuntário, forçado ou sob ameaça de coação; liberdade quanto ao tempo (contrato para a vida toda?) e quanto ao lugar (mobilidade).
Evolução Histórica
Civilização Primitiva – baseado no coletivismo. Trabalho não organizado ; distribuição dos resultados entre o grupo; sem excesso de produção; ausente direito de propriedade.
Civilização Antiga – baseado no sistema escravista. Trabalho organizado; escravo é objeto de propriedade ; limitação natural do tempo; sem reconhecimento de direitos (sem direito à vida, a tratamento digno e não sujeito de direitos. Nesta fase, só é considerado digno o trabalho intelectual.
Civilização Clássica – GRÉCIA ( Artes e filosofia; Desprezo ao trabalho dependente e pesado; Sistema escravista; Escravo: meio de produção; Sofistas: valorização) ROMA (Política e administração; Conceito de vida simples, poucos avanços; Sistema escravista; Alta demanda de escravos; Contrato de arrendamento: Locatio condutio rei (coisas) Locatio operarum (serviços) se tornou base para os contratos de trabalho, Locatio operis faciendi (obra)
Idade Média - Período feudal (sec. V a XI)
economia agrária, servo da gleba e condição de pessoa; proteção dos senhores feudais; vinculação à terra; convivência com trabalho escravo
tempo ilimitado de trabalho. O servo pertence a terra. 
Transição: baixo império romano à Idade Média
***** Regime escravo e regime servil
 1º Processo de libertação humana
fatores religiosos, econômicos e sociais
LIBERTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO TRABALHO!
Período urbano (sec. XI a XV): fábrica e comércio, corporações de ofícios – mestres, companheiros ou operários e aprendizes.
Idade Moderna – transição, transformação do sistema de trabalho. Convive com dois tipos de trabalho, o trabalho do servo e corporações de ofício e o trabalho do assalariado. – renascimento *******
Trabalho inorgânico, maquinismo, organização científica do trabalho. Regime político-jurídico liberal: liberdade para o exercício das profissões, artes e ofícios e para as contratações; individualismo, codificação, contrato a prazo. (não intervenção do Estado).
Era Moderna – Revolução Industrial - Concentrações industriais
Descobertas científicas – indústria
Sistema capitalista e liberal
Trabalho assalariado e instrumentos mecânicos
Regulamentação autônoma do contrato
Classe operária – desigualdade social e econômica
Liberdade sem limites – abusos e opressão
Primeiras leis de proteção ao trabalho (1800- proteção a gestante (licença de 4 semanas porém sem garantia de estabilidade e proteção a criança e ao adolescente))
2º processo de libertação humana - Trabalho da máquina – libertação da fadiga no trabalho
Trabalho Contemporâneo - Sistema assalariado
 Intervenção do Estado (direito necessário x direito voluntário)
Direito do Trabalho - limites à contratação
Aperfeiçoamento dos meios de produção PROVA !!
Direito ao descanso
Direito ao ócio
3º processo de libertação humana – libertação do próprio trabalho
Criação do Direito do Trabalho
Fatores 
Econômicos - força de trabalho livre, mas subordinada; grande indústria e uso maciço da força de trabalho assalariado; concentração industrial
Sociais – concentração proletária em torno das grandes cidades; criação da empresa ou estabelecimento e identificação profissional das massas. 
Políticos – ações na sociedade civil (ações coletivas e formação das organizações coletivas) e no Estado (respostas diferenciadas às mobilizações e pressões dos trabalhadores organizados para fixar preceitos objetivos para contratar e gerir a força de trabalho. Impossibilidade de respostas adequadas no Direito Civil, de formação liberal-individualista).
Influência
Marx e Engels – Manifesto do Partido Comunista – 1848
Encíclica Rerum Novarum – 1891
Criação da OIT – Tratado de Versalhes – 1919
Constituição Mexicana (1917) e Constituição de Weimar (1919) 
Fases da evolução Legislativa
Formação (1802 a 1848) – Inglaterra – normas de proteção às crianças trabalhadoras; normas esparsas
Intensificação (1849-1890) - Manifesto do Partido Comunista em 1848 – movimento de massas (cartismo) França – Revolução de 1848 – liberdade de associação, direito de greve e criação do Ministério do Trabalho – jornada de 10 horas
Transformação
Consolidação (1890-1919) – Conferência de Berlim (1890), que reconheceu vários direitos trabalhistas e Encíclica Rerum Novarum (1891), com a chamada “questão social”
Autonomia (1919 em diante) – criação da OIT (1919), Constituições do México (1917) e Weimar (1919) – Constitucionalização do Direito do Trabalho
 Desestabilização e reforma dos padrões estabelecidos (final do século XX e século XXI)
Crise e transição do Direito do Trabalho
Evolução Legislativa no Brasil
Pré-descobrimento: sistema coletivista
Pós-descobrimento
1500-1888 – sistema escravista
1830 – lei regula contrato de prestação de serviços
1837 – norma sobre contratos entre colonos sobre justa causa
1850 – Código Comercial brasileiro, com preceitos sobre trabalho.
1888-1930 – trabalho livre
1903- lei sobre sindicalização na agricultura
1907- lei sobre sindicalização nas atividades urbanas
1916 – Código Civil brasileiro, locação de serviços
1919- Lei sobre acidentes do trabalho
1923 – Lei sobre estabilidade no emprego
1930 – criação do Ministério do Trabalho – marco doDireito do Trabalho
Consolidação das Leis do Trabalho (1943)
Constituições federais
1824 – nenhum gênero de trabalho pode ser proibido (liberdade de trabalho)
1891 – liberdade de associação
1934 – Ordem econômica e social – art. 121 – direitos dos trabalhadores
1937 – trabalho como dever social e direitos dos trabalhadores
1946 – retoma diretrizes democráticas de 1934 – direitos dos trabalhadores
1967 – direitos sociais – direitos dos trabalhadores – EC de 1969 – FGTS
1988 – ampliou o rol de direitos dos trabalhadores – deslocamento do capítulo da Ordem Econômica e Social para o dos Direitos Fundamentais. (vedação ao retrocesso, cláusulas pétreas (direitos inderrogáveis art. 6,7 e 8, estão no titulo II juntamento com nossos direitos fundamentais –cláusulas pétreas.,) 
CF/88 Trabalho como direito fundamental e social
Trabalho é um direito fundamental, social, e seu exercício garante vários outros direitos fundamentais: à vida, ao alimento, à moradia, ao vestuário, à educação, à realização pessoal, entre outros.
Art. 6º. Direito ao trabalho (direitos sociais)
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados.
No século XIX a cidadania passou a conter aspectos sociais, principalmente em decorrência do movimento dos trabalhadores que, organizados através de associações e sindicatos, passou a fazer várias reivindicações, em especial pela jornada de oito horas diárias de trabalho.
Art.7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
 - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária e sem justa causa;
estabilidade está sendo entendida como a permanência das relações do trabalho por tempo indeterminado, sendo um direito real sobre o bem jurídico não corpóreo.
 - Seguro desemprego;
desemprego involuntário - quando a saída do emprego ocorreu por vontade do empregador. Trata-se de uma compensação ou indenização paga ao empregado pela impossibilidade do Poder Público assegurar a manutenção do emprego.
- Fundo de garantia por Tempo de Serviço – FGTS;
Têm direito ao Fundo os trabalhadores rurais, os temporários, os avulsos, os safristas e os atletas profissionais (jogadores de futebol). Tenho direito a este fundo em algumas situações, exemplo: demissão sem justa causa, financiamento de casa própria, aposentadoria, doença.
Proteção contra a despedida imotivada. 
- Salário mínimo;
- piso salarial proporcional; 
- irredutibilidade de salário (salvo acordado por negociação coletiva)
A irredutibilidade implica não só a manutenção nominal do salário, mas do seu valor real, de modo que deve haver reajuste anual, para evitar que a inflação diminua o valor de compra do mesmo.
 - 13° salário (caráter alimentar); remuneração do trabalho noturno superior; proteção do salário e crime de retenção dolosa; participação nos lucros; salário família (baixa renda e com filhos de até 14 anos)
- Jornada máxima de 8 horas por dia; jornada de 6 horas para turnos de revezamento ininterruptos; repousos remunerados; adicional de horas extras; 
- férias remuneradas 
Além do gozo de férias anuais remuneradas, o pagamento de uma adicional de, pelo menos, o pagamento de 1/3 a mais sobre o valor normal.
- Licença à gestante (entende-se maternidade, vale para filhos adotivos. Em regra 120 dias, prorrogável para 180 mas tem que ser filiado ao programa) ; licença paternidade (5 dias ou 20 só para quem adere o programa empresa cidadã); proteção ao mercado de trabalho feminino (proteção contra a discriminação).
- Aviso prévio proporcional,aviso de 30 dias.
- Redução dos riscos inerentes ao trabalho;
É dever do empregador assegurar ao empregado ambiente de trabalho que tenha condições mínimas sanitárias e que não provoque doenças nos trabalhadores.
- Adicional de remuneração para atividades penosas, insalubres e perigosas; 
Numa forma de compensação por um maior esforço ou exposição a doenças.
- seguro contra acidentes do trabalho;
- Aposentadoria; 
Em razão de certas circunstâncias, como a invalidez, o tempo de serviço e a aposentadoria especial. É direito assegurado pelo Poder Público ao trabalhador que atenda aos requisitos legais, sendo um descanso remunerado vitalício.
- Assistência a filhos e dependentes em escolas; assistência até o filho completar 5 anos.
- Reconhecimento das negociações coletivas;
As convenções são destinadas a regulamentar as relações de trabalho de todas as categorias profissionais, sendo uma espécie de contrato coletivo.
Negociação coletiva – acordo entre o sindicato do trabalhador e a empresa. (menos brando).
Convenção coletiva – acordo entre sindicato de empregado e sindicato das empresas. ( Mais brando, reconhecimento de força normativa desta convenção, pois o acordo é feito entre sindicato de empresas).
- Proteção em face da automação;
- Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do em- pregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
- Direito de ação, quanto aos créditos trabalhistas (prescrição);
Com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
- Proibição de diferenças de salários, exercício de função e critérios de admissão por motivos de sexo, idade, cor, ou estado civil; proibição de discriminação ao portador de deficiência;
No trabalho, a igualdade prevista constitucionalmente deve se desdobrar em diversos aspectos, para que possa se manifestar em sua plenitude. A igualdade aqui tratada é fundamental para assegurar um sistema de emprego sem alvitramento e discriminação.
Deve haver a obrigatoriedade de um percentual de trabalhadores com deficiência em cada empresa, com as mais diferentes funções.
- Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e qualquer trabalho a menores de 14 anos, salvo como aprendiz;
- Igualdade de direitos entre trabalhadores com vínculo de emprego e avulsos; 
O trabalhador avulso pratica suas atividades sem hierarquia, horário e remuneração fixa e continuada.
- Extensão de direitos aos domésticos.
Os empregados domésticos são os trabalhadores que prestam serviços em residências, com intuito pessoal.
Art. 8° e 9°. Liberdade de associação profissional; garantias sindicais; direito de greve.
Objetivos do Direito do Trabalho:
Proteção do trabalhador, presumidamente a parte da relação contratual; interesses econômicos da nação; valorização do trabalho humano e busca da paz e harmonia social (finalidade político/social).
Definição
Conjunto de normas jurídicas que regulam, na variedade de seus aspectos, as relações de trabalho, sua preparação, seu desenvolvimento, consequências e instituições complementares dos elementos pessoais que nelas intervêm. (Hernainz Marques) (critério objetivista/misto – tipo de relação)
Conjunto de princípios e normas tutelares que disciplinam as relações entre empresários e trabalhadores ou entre entidades sindicais que os representam, assim como outros fatores resultantes do trabalho.
 Caracteristicas:
1.Caráter tutelar
2.Ampliação crescente
3.Direito em transição
4.Reivindicação de classe
5.Intervencionismo
6.Caráter cosmopolita
7.Institutos socializantes – coletivos
8.Limitação da autonomia contratual
9.Ordenação do espaço laboral
10.Forte influência principiológica
Natureza Jurídica:
Relatividade da clássica divisão do direito entre público e privado.
Universalização do Direito do Trabalho.
Natureza mista:
- de direito privado (normas relativas ao contrato individual de trabalho, de índole dispositiva e imperativa);
- de direito público (normas relativas à tutela do trabalho, quando o Estado impõe sua vontade e estabelece limites mínimosde proteção, nelas prevalece o interesse coletivo, são normas de ordem pública, aprincípio irrenunciáveis, que caracterizam interesse do Estado na atuação; normas relativas à inspeção do trabalho; normas relativas à Organização Judiciária do Trabalho, aos conflitos do trabalho e os processos).
Relatividade do conceito
- Interdependência entre os diversos ramos do Direito
- Direito como um sistema, um todo orgânico 
Autonomia
Legislativa: ditada pelo volume crescente de leis sobre a matéria;
Doutrinária: formulações teóricas distintas sobre a matéria;
Didática: incorporação a programas de ensino do Direito
Científica: oferece vasto campo de estudo e pesquisa; princípios gerais ou institutos peculiares; método ou processo próprio
Com os demais ramos do conhecimento
Sociologia e Antropologia
Filosofia, moral e ética
Medicina e Biologia
Engenharia
Estatística e Economia 
Com os demais ramos do Direito
Direito Constitucional
Direito Civil e societário
Direito Penal
Direito processual civil
Direito Administrativo
Direito Internacional público e privado
Direito Previdenciário
Direito Tributário, Direito Econômico, Direito Ambiental
Classificação das fontes
Fontes – da onde tiramos as resoluções do conflito, nos diz como é que deve ser feito.
Ex: Constituição e Leis. Atos do poder Executivo. Sentença normativa (quando a empresa e o sindicato não chegam a um acordo coletivo.) Convencoes e acordos coletivo.
Materiais: ênfase ao momento pré jurídico, anterior à existência da norma, fatores que designam o aparecimento da norma; são os motivos do legislador (prisma sociológico e filosófico);
As fontes materiais são os fatos sociais, políticos e econômicos que fazem nascer a regra jurídica. Ou seja, fonte material é o acontecimento que inspira o legislador a editar a lei. São todas as influências externas, em determinado momento, que levam à formação das normas jurídicas. Criação da norma jurídica
Formais: fenômeno de exteriorização final das normas jurídicas; mecanismos e modos pelos quais o direito transparece e se manifesta; meios pelos quais se estabelece a norma jurídica.
As fontes formais são justamente aquelas que têm a forma do Direito; que vestem a regra jurídica, conferindo-lhe o aspecto de Direito Positivo. Retratadas na norma jurídica. 
No que se refere à origem e ao método, podem ser:
 a) heterônomas são as impostas por agentes externos (Constituição, Leis complementares e ordinárias, tratados e convenções internacionais, Decretos, Portarias do drto trabalho, sentenças normativas)
 b) autônomas são as elaboradas pelos próprios interessados (Convenção coletiva de trabalho, Acordo coletivo de trabalho, usos e costumes)
Figuras especiais: (princípios, doutrina, equidade, analogia, regulamento de empresa, cláusulas contratuais).
Hierarquia
Direito Comum. 
 Regra: ordem, gradação
Direito do Trabalho 
Regra: interelação entre as fontes
Teorias
Da acumulação – escolha das regras mais benéficas, extraídas das várias fontes existentes
Do conglobamento – escolha da fonte mais benéfica, no seu conjunto
Do conglobamento por instituto - particulariza-se a análise do instituto que se está tratando (exemplo: férias) e se verifica qual a fonte que, no seu conjunto, trata da maneira mais benéfica
Aplica-se a todas as relações decorrentes da prestação de trabalho subordinado, com vínculo de emprego.
Aplicação territorial 
Normas de fonte estatal: todo o território nacional (legislação federal, CF/1988, art. 22, I) 
Normas autônomas: base territorial do sindicato pactuante (negociações coletivas)
Sentença normativa: limites territoriais da jurisdição do Tribunal que proferir a decisão
Aplicação no tempo
Princípio da irretroatividade da lei (CF, art. 5º, XXXVI)
Aplicação imediata das leis de proteção ao trabalho – CLT, art. 912
Aplicação no espaço
 Lei do lugar da prestação do trabalho (Código de Bustamante, art. 198: é territorial a lei de proteção social ao trabalhador)
 Súmula 207 do TST
 Lei 7.064/1982 - Lei 11.962/200
 - Exceções
Regra
Todas as formas de atividade econômica em que se verifique a prestação de trabalho subordinado, com vínculo de emprego.
Aos sujeitos do contrato de trabalho: empregado (art. 3º CLT) e empregador (art. 2º CLT), inclusive empregados públicos
Trabalhadores avulsos
Sujeitos não abrangidos pelo Direito do Trabalho:
Servidor público estatutário – civis e militares
Estagiários
Trabalhadores autônomos em geral
Titulares de pessoas jurídicas 
 ATENÇÃO - Trabalhador doméstico (EC 72/2013 e LC 150/2015)
 Trabalhador rural (CF, art. 7º caput – particularidades
Hermenêutica
Etimologia e genealogia: Do grego - deus Hermes (intérprete da vontade divina)
Conceitos: “teoria científica da arte de interpretar” (Carlos Maximiliano)
 “processo mental de pesquisa der conteúdo real da lei” (Caio Mário)
Regras: legais (Código Civil - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Arts. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum; 6º e 7º);
 de jurisprudência – criadas pelos Tribunais
 científicas – apontadas pela doutrina
Hermenêutica (lato sensu) abrange:
Interpretação – escolas de estrito legalismo ou dogmatismo (Escola Exegética , dos pandectistas)
 escolas de reação ao estrito legalismo (Escolas Históricas e Teleológica)
 escolas de interpretação mais livre do Direito (Livre Pesquisa Científica, Direito Livre)
Integração - preenchimento de lacunas – atividade supletiva – art. 8º da CLT
 auto integração – analogia
 heterointegração – jurisprudência, princípios, doutrina, equidade, direito comparado, costumes
Aplicação do Direito – no tempo (direito consumado, direito adquirido e expectativa de direito)
 no espaço – princípio da territorialidade e exceções
** texto principio do não retrocesso** - prova
As conquistas sociais não retroagem. Em suma, os direitos fundamental-sociais, as liberdades públicas, etc, sempre tendem a avançar, não se admitindo retrocesso.
Não se fazem apenas através de normas constitucionais. Os avanços obtidos pela via infraconstitucional, concretizando direitos fundamentais elencados na Constituição, também tendem ao avanço, não se admitindo o retrocesso através das normas ordinárias, já que este iria contra a própria natureza da constituição social. Veda-se, assim, a “contra-revolução social” ou a “evolução reacionária”
No direito do trabalho, ele se extrai do caput do art. 7º da Carta da República que, em sua parte final, estabelece que são direitos dos trabalhadores aqueles elencados em seus diversos incisos, “além de outros que visem à melhoria de sua condição social”. 
Ora, o que o legislador constitucional estabeleceu, no art. 7º, foi uma série mínima e fundamental de direitos social-trabalhistas, preceituando, ainda, que outros direitos podem ser concedidos aos trabalhadores, desde que “visem à melhoria de sua condição social”. Daí se tem que não se pode admitir norma constitucional derivada (emenda) ou norma infraconstitucional que tenda a não gerar uma melhoria na condição social do trabalhador. Ela seria inconstitucional por justamente não preencher esse requisito constitucional da melhoria da condição social do trabalhador.
A inconstitucionalidade pode ser contornada se forem criados “outros esquemas alternativos ou compensatórios” ao direito social objeto de modificação ou supressão.
Conclusões: 
a) a Constituição brasileira adotou expressamente o princípio do não-retrocesso social em matéria de direito do trabalho, na parte final do caput do art. 7º, ao estabelecer que podem ser assegurados aos trabalhadores outros direitos que visem à melhoria de sua condição social; 
b) o princípio do não-retrocesso social veda qualquer medida legislativa, inclusive ao nível constitucional (emendas), que constitua, em si, um retrocesso nacondição social do trabalhador;
c) as normas trabalhistas somente serão constitucionais se visam a melhorar a condição social do trabalhador; 
d) a inconstitucionalidade da norma pode ser contornada se forem criados “outros esquemas alternativos ou compensatórios” ao direito social modificado ou suprimido.
IMPRIMIUU ATÉ AQUIIII !!!!!!!!!!!!!!!!!!
DIREITO COLETIVO DE TRABALHO
Direito individual: construído a partir de uma relação entre seres teoricamente desiguais.
 Ser coletivo: empresa/empregador
 Ser individual: empregado
Rege as relações individuais, tendo como sujeitos o empregado e o empregador e a prestação de trabalho subordinado, por pessoa física de forma não-eventual, remunerada e pessoal, que geralmente é mais familiar pelas questões que envolvem o cotidiano de uma empresa.
Atribuição – fixar direitos, obrigações e deveres das partes no contrato.
Direito coletivo: construído a partir de uma relação entre seres teoricamente equivalentes.
Ser coletivo: empresa/empregador/sindicato patronal
Ser coletivo: sindicato profissional
Conhecido como Direito Sindical é conceituado como “o conjunto de leis sociais que consideram os empregados e empregadores coletivamente reunidos, principalmente na forma de entidades sindicais”. Versa, portanto, sobre organizações sindicais, sua estrutura, suas relações representando as categorias profissionais e econômicas, os conflitos coletivos entre outros.
O Direito Coletivo do Trabalho é o conjunto de regras, princípios e institutos reguladores das relações entre seres coletivos trabalhistas. Trata-se do segmento do Direito do Trabalho que regula as relações inerentes à chamada autonomia privada coletiva.
1 . QUE ASSEGURAM CONDIÇÕES DE EMERGÊNCIA E AFIRMAÇÃO DO SER COLETIVO PROFISSIONAL
Liberdade de associação e sindical
Reunião (CF, art. 5º, XVI e XVII)
Associação (CF art. 5º, XX)
Liberdade sindical (CF, art. 8º, V) – sindicalização forçada – práticas antisindicais – garantias à atuação sindical
Subdivide-se em dois: liberdade de associação, mais abrangente, e liberdade sindical. A liberdade de associação está relacionada com a possibilidade de se fazer reunião (agregação ocasional) e associação (agregação permanente), podendo o associado se desfiliar a qualquer tempo.
As noções de reunião e associação estão expressamente previstas no texto constitucional, respectivamente nos incisos XVI e XVII do art. 5º.
Já a liberdade sindical se refere à livre criação de sindicatos e sua autoextinção, bem como a livre vinculação a um sindicato e a livre desfiliação de seus quadros.
Autonomia sindical
Garantia de autogestão
Sem interferência empresarial ou do Estado
Livre estruturação interna – livre atuação externa – sustentação econômico-financeira – unicidade sindical (CF, art. 8º, II)
Sustenta a garantia de autogestão dos sindicatos dos trabalhadores, sem a interferência empresarial ou estatal em seu funcionamento.
A importância da não intervenção se deve sobretudo à independência política e administrativa dos sindicatos. Do contrário, haveria um controle por parte dos setores público e privado, o que acarretaria no aniquilamento da própria essência do sindicalismo: a defesa dos interesses da classe trabalhadora.
2. QUE REGEM AS RELAÇÕES ENTRE OS SERES COLETIVOS
Interveniência sindical na normatização coletiva
Condição de validade para o processo de negociação
Visa assegurar a efetiva equivalência entre os sujeitos (CF, art. 8º, III e VI)
Afirma categoricamente a imprescindibilidade da participação dos sindicatos nas convenções coletivas de matéria trabalhista. Princípio esse que se encontra positivado na Constituição Federal em seu art. 8º, III e VI.
Todavia, conforme quase toda regra de Direito, este princípio não é absoluto. Os empregados poderão, excepcionalmente, negociar de maneira direta com o empregador quando o Sindicato, a Federação e Confederação sindicais não se manifestarem dentro do prazo legal (art. 617, § 1º, da CLT).
Equivalência dos contratantes coletivos
Natureza: seres coletivos
Processos de atuação – instrumentos eficazes de atuação e pressão (direito de greve)
Advoga em favor da igualdade de tratamento dos sujeitos coletivos, por meio da elaboração de um estatuto que supra as lacunas do ordenamento jurídico, no sentido de tornar equitativo o relacionamento entre empregados e empregador.
Lealdade e transparência na negociação coletiva
Visa assegurar condições efetivas de concretização da equivalência teórica
Lisura na conduta negocial – lealdade – boa-fé – transparência
Estabelece que na vinculação entre os sujeitos do Direito Coletivo do Trabalho deve haver não apenas o acatamento das normas acordadas, mas também que a inteligibilidade destas últimas dê ensejo a interpretações inequívocas.
É lógico que o rigor no cumprimento das normas possui como pressuposto a inalterabilidade da situação fática. Em outras palavras, existe a possibilidade de aplicação da cláusula rebus sic stantibus; além da exceptio non adimpleti contractus, não obstante tratar-se de negócio jurídico coletivo.
3. QUE REGEM AS RELAÇÕES ENTRE NORMAS COLETIVAS NEGOCIADAS E NORMAS ESTATAIS
Criatividade jurídica da negociação coletiva
Processos negociais coletivos tem real poder de criar norma jurídica
Princípio de descentralização política e autogestão
Normas jurídicas – cláusulas contratuais
Este princípio não é nada mais do que a explanação da prerrogativa sindical de criar normas jurídicas.
Esse atributo é de especial relevância, uma vez que numa relação entre entes coletivos não se deve instituir meras cláusulas contratuais, peculiaridade do ramo privado, mas sim normas que conjuguem os interesses comuns.
Adequação setorial negociada
Possibilidades e limites 
Critérios de harmonização entre normas negociadas e normas jurídicas
Autorização: padrão superior ao legal; parcelas de indisponibilidade relativa
Limites: não prevalece se implicar ato de renúncia
 não prevalece se abranger direitos de indisponibilidade absoluta, interesse público, patamar mínimo 
Este princípio discorre sobre a conformidade entre as normas emanadas da negociação coletiva e as que são fruto da legislação estatal.
Assim, as normas decorrentes de convenções coletivas não poderão suprimir direitos individuais de modo a prejudicar o trabalhador. 
NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Modalidade de autocomposição de conflitos.
Convenção coletiva: ajuste entre entidades sindicais (CLT, art. 611)
Acordo coletivo: ajuste entre sindicato representante de uma categoria e empresa (CLT, art. 611, § 1º)
Natureza jurídica: contrato lato sensu na formação; norma jurídica, quanto ao conteúdo (contrato-ato-regra na teoria mista)
Participação sindical obrigatória (CF, art. 8º, VI)
Princípio da boa-fé objetiva
Dever de negociar em clima de paz (greve e lockout)
Celebração: convocação de assembléia geral
Aprovação: quorum
Conteúdo: cláusulas normativas; cláusulas obrigacionais (CLT, art. 613); cláusulas econômicas e sociais 
Limites: CLT, art. 9º e 444
Efeitos: regência dos contratos individuais
Prorrogação, revisão, denúncia, revogação

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