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Apostila Desenho Básico

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MARCELO JOSÉ GARCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE DESENHO 
 
TÉCNICO PROJETIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLUMENAU 
FEVEREIO 2017
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- i - 
 
 SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1 ...................................................................................................... 2 
1 TIPOS DE DESENHOS ............................................................................. 2 
1.1 DESENHO ARTÍSTICO ............................................................................................ 2 
1.2 DESENHO TÉCNICO ................................................................................................ 3 
1.2.1 Desenho Técnico Projetivo.............................................................................................. 3 
1.2.2 Desenho Técnico Não-Projetivo ...................................................................................... 5 
CAPÍTULO 2 ....................................................................................................... 6 
2 HISTÓRIA DO DESENHO TÉCNICO .................................................... 6 
2.1 ORIGEM HISTÓRICA ............................................................................................... 6 
2.2 GEOMETRIA DESCRITIVA: A BASE DO DESENHO TÉCNICO ........................ 7 
2.3 EVOLUÇÃO DO DESENHO TÉCNICO MODERNO ............................................. 8 
2.4 IMPORTÂNCIA DO DESENHO TÉCNICO NA ENGENHARIA .......................... 9 
2.5 QUESTIONÁRIO DE REVISÃO............................................................................. 10 
CAPÍTULO 3 ..................................................................................................... 11 
3 FIGURAS GEOMÉTRICAS ELEMENTARES .................................... 11 
3.1 PONTO ...................................................................................................................... 11 
3.2 LINHA RETA OU RETA ......................................................................................... 12 
3.3 SEMI-RETA .............................................................................................................. 12 
3.4 SEGMENTO DE RETA ........................................................................................... 13 
3.5 PLANO ...................................................................................................................... 13 
3.6 EIXO ......................................................................................................................... 14 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- ii - 
 
3.7 SIMETRIA ................................................................................................................ 14 
3.8 PLANO CARTESIANO ............................................................................................ 15 
3.9 ARESTA .................................................................................................................... 15 
3.10 FACE ......................................................................................................................... 16 
3.11 FIGURAS GEOMÉTRICAS ..................................................................................... 17 
3.12 VÉRTICE .................................................................................................................. 17 
3.13 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS ..................................................................................... 18 
3.14 QUESTIONÁRIO DE REVISÃO ............................................................................. 22 
CAPÍTULO 4 .................................................................................................... 23 
4 INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO .......................................... 23 
4.1 DEFINIÇÃO DE DESENHO TÉCNICO ................................................................. 24 
4.2 VISÃO ESPACIAL ................................................................................................... 25 
4.2.1 Exercícios de Fixação ....................................................................................................25 
4.3 OBJETIVOS DA DISCIPLINA DE DESENHO TÉCNICO .................................... 28 
4.4 CARACTERÍSTICAS DO DESENHO TÉCNICO .................................................. 28 
4.5 FORMAS DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO ............................................ 29 
4.6 PADRONIZAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO ....................................................... 30 
4.7 NORMAS ABNT DE DESENHO TÉCNICO .......................................................... 31 
4.8 MATERIAIS UTILIZADOS EM DESENHO TÉCNICO ........................................ 37 
4.8.1 Lápis para Desenho Técnico ..........................................................................................38 
4.8.2 Borracha para Desenho Técnico .....................................................................................40 
4.8.3 Papel para Desenho Técnico ..........................................................................................40 
4.8.4 Fita Adesiva...................................................................................................................41 
4.8.5 Jogo de Esquadros de Desenho Técnico .........................................................................41 
4.8.6 Escalímetros ..................................................................................................................41 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- iii - 
 
4.8.7 Régua graduada ............................................................................................................ 42 
4.8.8 Compasso ..................................................................................................................... 43 
4.8.9 Transferidor .................................................................................................................. 43 
4.8.10 Prancheta para Desenho Técnico ............................................................................... 45 
4.8.11 Régua tipo “T” .......................................................................................................... 46 
4.9 QUESTIONÁRIO DE REVISÃO............................................................................. 46 
CAPÍTULO 5 ..................................................................................................... 48 
5 CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS FUNDAMENTAIS ...................... 48 
5.1 CONSTRUÇÕES ELEMENTARES ........................................................................ 48 
5.1.1 Mediatriz ...................................................................................................................... 48 
5.1.2 Perpendicular ................................................................................................................ 50 
5.1.3 Paralelas ....................................................................................................................... 51 
5.1.4 Bissetrizes ..................................................................................................................... 52 
5.2 TANGÊNCIAS ......................................................................................................... 53 
5.2.1 Traçar pelo ponto P, externo ao círculo, uma Tangente à circunferência ........................ 54 
5.2.2 Traçar a tangente externa comum a duas circunferências............................................... 55 
5.2.3 Traçar a tangente interna comum a duas circunferências ................................................ 56 
5.2.4 Concordar duas retas por um arco de raio R .................................................................. 57 
5.2.4.1 As duas retas formam ângulo de 90° (ângulo reto) ................................................ 57 
5.2.4.2 As duas retas formam ângulo agudo (< 90°) e ângulo obtuso (>90°) ..................... 57 
5.2.5 Concordar externamente reta e circunferência por um arco de raio R1 ............................ 58 
5.2.6 Concordar internamente reta e circunferência por um arco e raio R1 .............................. 59 
5.2.7 Concordar duas circunferências de raios R1 e R2 por arco de raio R3 .............................. 60 
5.2.8 Concordar duas circunferências de raios R1 e R2 por arco de raio R3 .............................. 61 
5.3 POLÍGONOS COMUNS .......................................................................................... 62 
5.3.1 Quadrado ...................................................................................................................... 62 
5.3.1.1 Construção de um quadrado .................................................................................. 62 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- iv - 
 
5.3.1.2 Inscrição de um quadrado numa circunferência .....................................................63 
5.3.2 Pentágono Regular .........................................................................................................64 
5.3.3 Hexágono Regular .........................................................................................................66 
CAPÍTULO 6 .................................................................................................... 67 
6 ESCALAS EM DESENHO TÉCNICO .................................................. 67 
6.1 ESCALA NATURAL ................................................................................................ 69 
6.2 ESCALA DE REDUÇÃO ......................................................................................... 70 
6.3 ESCALA DE AMPLIAÇÃO ..................................................................................... 70 
6.4 ESCALAS RECOMENDADAS PELA ABNT ........................................................ 71 
6.5 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ................................................................................... 72 
CAPÍTULO 7 .................................................................................................... 75 
7 GEOMETRIA DESCRITIVA ................................................................. 75 
7.1 CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................................... 75 
7.1.1 Diedros ..........................................................................................................................75 
7.1.2 Linha de Terra ...............................................................................................................76 
7.1.3 Épura .............................................................................................................................76 
7.1.4 Posições dos pontos nos diedros .....................................................................................77 
7.1.4.1 Ponto no 1° Diedro ................................................................................................78 
7.1.4.2 Ponto no 2° Diedro ................................................................................................78 
7.1.4.3 Ponto no 3° Diedro ................................................................................................79 
7.1.4.4 Ponto no 4° Diedro ................................................................................................79 
7.1.4.5 Pontos em posições especiais .................................................................................80 
7.1.5 Estudo da Reta ...............................................................................................................80 
7.1.5.1 Reta perpendicular ao PH ......................................................................................80 
7.1.5.2 Reta perpendicular ao PV ......................................................................................81 
7.1.5.3 Reta Oblíqua aos dois planos – Reta qualquer ........................................................82 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- v - 
 
7.1.5.4 Reta Paralela ao PV e oblíqua ao PH – Reta frontal.............................................. 82 
7.1.5.5 Reta Paralela aos dois planos - Reta Fronto-Horizontal ........................................ 83 
7.1.6 Sistema de Projeção Padronizado .................................................................................. 83 
7.1.7 QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO ................................................................................. 84 
7.2 TIPOS DE TRAÇADOS OU LINHAS..................................................................... 84 
7.2.1 Linhas Auxiliares .......................................................................................................... 85 
7.2.2 Linhas de Contorno ....................................................................................................... 86 
7.2.3 Linhas Tracejadas ......................................................................................................... 86 
7.2.4 Linhas de Centro ........................................................................................................... 86 
7.2.5 Linhas de Corte ............................................................................................................. 86 
7.2.6 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ....................................................................................... 88 
7.3 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA ................................................................................. 89 
7.3.1 Plano de projeção da Vista Frontal – 1° diedro .............................................................. 92 
7.3.2 Plano de projeção da Vista Superior – 1° diedro ............................................................ 93 
7.3.3 Plano de projeção da Vista Lateral Esquerda – 1° diedro ............................................... 94 
7.3.4 Rebatimento dos Planos Ortogonais – 1° diedro ............................................................ 94 
7.3.5 Vistas de Projeções Ortogonais – 1° diedro ................................................................... 99 
7.3.6 Representação de Arestas Ocultas ............................................................................... 107 
7.3.7 Representação de Arestas Coincidentes ....................................................................... 109 
7.3.8 Escolha das Vistas Ortogonais..................................................................................... 110 
7.3.9 Projeções Ortogonais pelo 3° Diedro ........................................................................... 114 
7.3.10 Comparações entre as Projeções do 1° e do 3° Diedro ............................................. 117 
7.3.11 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ................................................................................. 121 
CAPÍTULO 8 ................................................................................................... 137 
8 EXERCÍCIOS PROPOSTOS ................................................................ 137 
CAPÍTULO 9 ...................................................................................................146 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- vi - 
 
9 CALIGRAFIA TÉCNICA ..................................................................... 146 
9.1 CARACTERES DE TEXTO ................................................................................... 146 
9.2 PROPORÇÕES DE CARACTERES ...................................................................... 149 
9.3 APLICAÇÕES DE TEXTOS .................................................................................. 150 
9.3.1 Textos em geral ........................................................................................................... 150 
9.3.2 Cotas de Dimensionamento .......................................................................................... 151 
9.4 QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO .......................................................................... 152 
CAPÍTULO 10 ................................................................................................ 153 
10 COTAGEM DE DESENHO TÉCNICO ............................................... 153 
10.1 DEFINIÇÕES DE COTAS DE DIMENSIONAMENTO ....................................... 153 
10.1.1 Definição Teórica .................................................................................................... 153 
10.1.2 Definição Prática ..................................................................................................... 154 
10.2 ELEMENTOS DAS COTAS DE DIMENSIONAMENTO.................................... 154 
10.2.1 Linhas de extensão ou chamada................................................................................ 156 
10.2.2 Linhas de cota .......................................................................................................... 157 
10.2.3 Limitadores da linha de cota ..................................................................................... 157 
10.2.4 Dimensão da cota ..................................................................................................... 159 
10.3 TIPOS DE COTAGEM ........................................................................................... 161 
10.3.1 Cotagem em Cadeia ou Série .................................................................................... 161 
10.3.2 Cotagem por Elemento de Referência ou em Paralelo ............................................... 162 
10.3.3 Cotagem por Ponto de Referência ou Aditiva ........................................................... 163 
10.3.4 Cotagem por Coordenadas ....................................................................................... 163 
10.4 REGRAS DE APLICAÇÃO DE COTAS EM DESENHOS .................................. 164 
10.4.1 Símbolos Gráficos Específicos ................................................................................. 164 
10.4.2 Regras práticas de utilização das cotas de dimensionamento ..................................... 166 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- vii - 
 
10.5 TIPOS FUNCIONAIS DE COTAS DE DIMENSIONAMENTO ......................... 182 
10.5.1 Cotas totais ............................................................................................................. 182 
10.5.2 Cotas de dimensão dos detalhes ............................................................................... 183 
10.5.3 Cotas de posicionamento dos detalhes ..................................................................... 183 
10.6 MODO DE COTAR DESENHOS EM PERSPECTIVA........................................ 185 
10.7 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS................................................................................ 186 
10.8 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ................................................................................ 188 
10.9 QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO .......................................................................... 192 
CAPÍTULO 11 ................................................................................................. 195 
11 VISTAS EM CORTE ............................................................................. 195 
11.1 DEFINIÇÃO DE CORTE ....................................................................................... 195 
11.2 HACHURAS ........................................................................................................... 198 
11.3 REGRAS PARA APLICAÇÃO DE CORTES EM VISTAS ................................. 201 
11.4 TIPOS DE CORTE ................................................................................................. 202 
11.4.1 Corte Total .............................................................................................................. 202 
11.4.1.1 Corte nas vistas do desenho técnico .................................................................... 203 
11.4.1.2 Corte na vista frontal.......................................................................................... 203 
11.4.2 Representação com mais de um corte nas vistas ortogonais...................................... 205 
11.4.3 Corte em Desvio ou Composto ................................................................................ 206 
11.4.4 Meio Corte .............................................................................................................. 207 
11.4.5 Corte Parcial ........................................................................................................... 208 
11.5 SEÇÕES .................................................................................................................. 209 
11.6 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS................................................................................ 210 
11.7 QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO .......................................................................... 211 
CAPÍTULO 12 ................................................................................................. 212 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- viii - 
 
12 VISTAS AUXILIARES E OUTRAS REPRESENTAÇÕES ............... 212 
12.1 VISTAS AUXILIARES .......................................................................................... 212 
12.2 VISTAS AUXILIARES DUPLAS .......................................................................... 215 
12.3 VISTA ÚNICA ........................................................................................................ 216 
12.4 VISTAS ENCURTADAS ....................................................................................... 219 
12.5 VISTAS DE OBJETOS SIMÉTRICOS .................................................................. 220 
12.6 DETALHES REPETITIVOS .................................................................................. 222 
12.7 DETALHES AMPLIADOS .................................................................................... 223 
12.8 PEÇAS DESENVOLVIDAS................................................................................... 223 
12.9 PEÇAS ADJACENTES........................................................................................... 224 
CAPÍTULO 13 ................................................................................................ 225 
13 PERSPECTIVAS EM DESENHO TÉCNICO ..................................... 225 
13.1 DEFINIÇÃO DE PERSPECTIVA .......................................................................... 225 
13.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES .................................................................. 226 
13.2.1 Projeções Cônicas ....................................................................................................226 
13.2.2 Projeções Cilíndricas................................................................................................ 227 
13.3 PRINCIPAIS TIPOS DE PERSPECTIVAS ........................................................... 228 
13.3.1 Perspectiva Cônica ................................................................................................... 229 
13.3.2 Perspectiva Cavaleira ............................................................................................... 230 
13.3.3 Perspectiva Militar ................................................................................................... 233 
13.3.4 Perspectiva Isométrica ............................................................................................. 234 
13.3.5 Perspectiva Dimétrica .............................................................................................. 238 
13.3.6 Perspectiva Trimétrica ............................................................................................. 239 
13.4 APLICAÇÕES DE DESENHOS EM PERSPECTIVAS ........................................ 241 
13.5 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ............................................................................. 241 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- ix - 
 
13.5.1 Representação de Superfícies Inclinadas .................................................................. 246 
13.5.2 Representação de Superfícies Curvas....................................................................... 249 
13.6 PERSPECTIVA CAVALEIRA .............................................................................. 252 
13.7 QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO .......................................................................... 254 
13.8 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ................................................................................ 255 
CAPÍTULO 14 ................................................................................................. 265 
14 ELABORAÇÃO DE ESBOÇOS ............................................................ 265 
14.1 TRAÇADO DE RETAS .......................................................................................... 267 
14.2 TRAÇADO DE ARCOS ......................................................................................... 267 
14.3 TRAÇADO DAS PROJEÇÕES – VISTAS ORTOGONAIS ................................. 267 
14.4 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ................................................................................ 270 
CAPÍTULO 15 ................................................................................................. 275 
15 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHOS ............................ 275 
15.1 DEFINIÇÃO E PRÉ-REQUISITOS ....................................................................... 275 
15.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA LEITURA DE DESENHOS ............................... 275 
15.3 IDENTIFICAÇÃO DO DIEDRO UTILIZADO NO DESENHO .......................... 278 
15.4 LEITURA DE DESENHOS .................................................................................... 279 
15.5 LEITURA DE DESENHOS MEDIANTE A CONSTRUÇÃO DE MODELOS ... 280 
15.6 LEITURA UTILIZANDO O ESBOÇO EM PERSPECTIVA ............................... 282 
15.7 ESBOÇO EM PERSPECTIVA ............................................................................... 287 
15.8 ESBOÇO EM PERSPECTIVA DE SUPERFÍCIES INCLINADAS ..................... 288 
15.9 ESBOÇO EM PERSPECTIVA DE SUPERFÍCIES CURVAS.............................. 290 
15.10 LEITURA PELA ANÁLISE DAS SUPERFÍCIES REPRESENTADAS .............. 292 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- x - 
 
CAPÍTULO 16 ................................................................................................ 296 
16 DESENHOS NÃO-PROJETIVOS ........................................................ 296 
16.1 DEFINIÇÃO ............................................................................................................ 296 
16.1.1 Definição Teórica .................................................................................................... 296 
16.1.2 Definição Prática ..................................................................................................... 296 
16.2 CARACTERÍSTICAS DOS DESENHOS NÃO-PROJETIVOS ........................... 296 
16.3 TIPOS DE DESENHOS NÃO-PROJETIVO .......................................................... 297 
16.3.1 Diagramas ................................................................................................................ 298 
16.3.2 Esquemas ................................................................................................................. 299 
16.3.3 Fluxogramas ............................................................................................................ 302 
16.3.4 Organogramas .......................................................................................................... 303 
16.3.5 Gráficos ................................................................................................................... 304 
 
 
 
 
 
 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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- 1 - 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Quando alguém quer transmitir um recado, pode utilizar a fala ou passar seus 
pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem fica conhecendo 
os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha, acontece o mesmo: passa seus 
pensamentos para o papel na forma de desenho, para que alguém possa ler e interpretá-lo. A 
escrita, a fala e o desenho representam ideias e pensamentos. 
A linguagem dos desenhos, é uma das mais antigas formas de expressão dos povos, desde 
a antiguidade, e os primórdios da humanidade, sendo verificadas marcações rupestres em pedras, 
utilizadas pelos homens pré-históricos, e também pelos povos indígenas, nossos antecessores. 
Nesta apostila, serão abordados os princípios, conteúdos, conhecimentos e técnicas de 
representação gráfica, através do desenho técnico, aplicado à área da engenharia em geral. Todos 
estes conceitos serão abordados, sob as regras das normas técnicas ABNT. 
O objetivo principal da presente apostila é fornecer os conceitos básicos para capacitar o 
leitor a ler, interpretar, elaborar, executar, analisar e verificar desenhos técnicos. Outro objetivo 
importante desta apostila, consiste, em exercitar no leitor a capacidade de percepção mental das 
formas espaciais, ou seja, capacidade de mentalizar a forma espacial do objeto em questão, sem 
visualizá-lo na realidade. 
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CAPÍTULO 1 
 
 
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1 TIPOS DE DESENHOS 
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Os desenhos em geral podem ser classificados em dois grandes grupos bem distintos: 
Desenho Artístico e Desenho Técnico, inclusive com a demonstração de alguns exemplos bem 
simples e práticos. A seguir será apresentada uma rápida diferenciação entre ambos, inclusive 
com a demonstração de alguns exemplos bem simples e práticos. 
 
1.1 DESENHO ARTÍSTICO 
 
Os desenhos artísticos são utilizados para representações do tipo, por exemplo, paisagens, 
corpo humano, formas abstratas, ou até mesmo formas bem definidas, mas em princípio, não 
precisam necessariamenteseguir muito a rigor, a regras previamente estabelecidas. 
 
 
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Figura 1.1 – Exemplos de desenhos artísticos. 
(A) - Desenho das cavernas de Skavberg (Noruega) do período mesolítico (6000 - 4500 
a.c.). Representação esquemática da figura humana. 
(B) - Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht, século XIV a.c. Representação 
plana que destaca o contorno da figura humana. 
(C) – Nu, desenhado por Miguel Ângelo Buonarroti (1475-1564). Aqui, a representação 
do corpo humano transmite a ideia de volume. 
1.2 DESENHO TÉCNICO 
Os desenhos técnicos, ao contrário dos desenhos artísticos, já devem ser elaborados 
segundo uma série de diretrizes e regras rigorosas previamente estabelecidas, e já normalizadas 
por órgãos renomados de padronização. 
Subdivide-se em dois grandes grupos de desenhos técnicos: projetivos e não-projetivos. 
1.2.1 Desenho Técnico Projetivo 
É o desenho resultante de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e 
corresponde às vistas ortográficas e às perspectivas. Os desenhos projetivos compreendem a maior 
parte dos desenhos feitos nas indústrias e alguns exemplos de utilização são: 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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 Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas indústrias de 
processo e de manufatura (indústrias mecânicas, aeroespaciais, químicas, 
farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias, etc.); 
 Projeto e construção de edificações com todos os seus detalhamentos elétricos, 
hidráulicos, sistemas de alarme, sistemas de combate a incêndio, elevadores, e 
demais equipamentos e sistemas, etc; 
 Projeto e construção de rodovias e ferrovias, pontes, viadutos, mostrando detalhes 
de corte, aterro, drenagem; 
 Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais, sistemas de 
tratamento e distribuição de água, sistema de coleta e tratamento de resíduos; 
 Representação de relevos topográficos e cartas náuticas; 
 Desenvolvimento de produtos industriais; 
 Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos; 
 Promoção de vendas com apresentação de ilustrações sobre o produto. 
Pelos exemplos apresentados pode-se concluir que o desenho projetivo é utilizado em 
todas as especialidades da área de engenharia e arquitetura. Como resultado das especificidades 
de cada modalidade da engenharia, o desenho projetivo aparece com vários nomes que 
correspondem à alguma utilização específica do desenho técnico projetivo: 
 Desenho Mecânico / Desenho de Máquinas; 
 Desenho Elétrico / Eletrônico 
 Desenho Arquitetônico / Desenho Paisagístico 
 Desenho de Estruturas / Desenho de Tubulações 
 Desenho de Plantas / Processos Industriais 
 Desenho Topográfico / Desenho de Localização / Desenho Geológico 
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Apostila de Desenho Técnico Projetivo – Prof. Marcelo José Garcia 
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Mesmo com nomes diferentes, as diversas formas de apresentação do desenho projetivo 
têm uma mesma base, e todas seguem normas de execução que permitem suas interpretações sem 
dificuldades ou mal-entendidos. Na sequência serão apresentados os conceitos e conteúdos 
envolvendo o desenho técnico projetivo, que é o objeto principal de estudo desta apostila. 
1.2.2 Desenho Técnico Não-Projetivo 
Tratam-se dos desenhos compostos por grupos de elementos, que geralmente adotam 
símbolos gráficos, para indicarem algum tipo de: ação, situação, elemento, equipamento, estágio, 
resultado. Geralmente estes tipos de desenho são adotados, para simplificar a apresentação das 
informações, visto que grande parte deles, seguem uma simbologia padronizada, e por si só, já 
transmitem algum tipo de informação. 
Na maioria dos casos, correspondem a desenhos resultantes dos cálculos algébricos e 
compreendem os desenhos de gráficos, diagramas, esquemas, organogramas, fluxogramas, etc. 
Outro detalhe importantíssimo e fundamental, é que neste tipo de representação, o desenho 
representado não terá, necessariamente, vínculo com a realidade física (aspecto visual) do objeto 
representado pelo desenho. 
Mais adiante, ao final desta apostila, serão apresentados alguns conteúdos teóricos 
referente a estes tipos de desenhos, bem como os principais tipos de desenho não projetivos, mais 
comumente utilizados nas áreas de engenharia e arquitetura, com diversos exemplos ilustrativos. 
 
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CAPÍTULO 2 
 
 
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2 HISTÓRIA DO DESENHO TÉCNICO 
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A seguir é apresentado um panorama histórico do desenho técnico, para que se possa 
entender claramente sua evolução, bem como sua importância no contexto da engenharia e 
arquitetura. 
2.1 ORIGEM HISTÓRICA 
A representação de objetos tridimensionais em superfícies bidimensionais evoluiu 
gradualmente através dos tempos. Conforme histórico feito por HOELSCHER, SPRINGER E 
DOBROVOLNY (1978) um dos exemplos mais antigos do uso da planta e elevação está incluído 
no álbum de desenhos na livraria do Vaticano, feito por Giuliano Sangalo, em 1940. 
Os métodos de representação gráfica que existiam até aquela época não possibilitavam 
transmitir a ideia dos objetos de forma completa, correta e precisa. 
No século XVII, por patriotismo e visando facilitar as construções e fortificações, o 
matemático francês Gaspar Monge (1746-1818) que também foi ministro da Marinha de 
Napoleão, para projetos militares, criou um sistema de representação, através de projeções, que 
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mais tarde viria a tornar-se o que se conhece hoje por Geometria Descritiva Plana, e que é a base 
da linguagem utilizada no desenho técnico projetivo. 
2.2 GEOMETRIA DESCRITIVA: A BASE DO DESENHO TÉCNICO 
Monge, que além de sábio era dotado de extraordinária habilidade como desenhista, criou 
um método que permite representar com precisão, objetos que tem três dimensões (comprimento, 
largura e altura) em superfícies planas, como, por exemplo, uma folha de papel, que tem apenas 
duas dimensões (comprimento e largura). 
O sistema criado por Gaspar Monge, inicialmente, passou a ser conhecido como método 
mongeano. Em 1975 foi publicado com o título “Geometrie Descriptive” é o que se conhece hoje 
por Geometria Descritiva, e é a base teórica utilizada pelo desenho técnico projetivo, e que será 
oportunamente estudado seus princípios e conceitos, mais adiante. 
Dicionário: 
Geometria descritiva: do grego geo = a terra; métron = medir. 
Geometria plana: linhas e figuras planas 
Geometria espacial: objetos sólidos. 
No século XIX, com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, foi necessário 
normalizar a forma de utilização da geometria descritiva para transformá-la numa linguagem 
gráfica que, a nível internacional, simplificasse a comunicação e viabilizasse o intercâmbio de 
informações tecnológicas. 
Desta forma, a Comissão Técnica da International Organization for Standardization (ISO) 
normalizou a forma de utilização da Geometria Descritiva como a linguagem gráfica da 
engenharia e da arquitetura, chamando-a DesenhoTécnico Projetivo, ou de forma simplificada, 
popularmente conhecido como Desenho Técnico. 
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Nos dias atuais, a expressão “Desenho Técnico” representa todos os tipos de desenhos 
utilizados pela engenharia e arquitetura, incorporando também os desenhos não-projetivos 
(gráficos, diagramas, esquemas, fluxogramas, organogramas, etc.). 
2.3 EVOLUÇÃO DO DESENHO TÉCNICO MODERNO 
Nos primórdios do início da geometria descritiva, os desenhistas faziam uso praticamente 
exclusivo do instrumento de desenho compasso, sendo este muito versátil, pois com o mesmo é 
possível traçar arcos, círculos, obter e transferir medidas de forma precisa. Posteriormente, é que 
foram introduzidos os demais instrumentos de desenho técnico, que se conhece e se faz uso até 
os dias atuais. 
Até a década de 1990, utilizava-se apenas o desenho técnico em papel, sendo executado 
na prancheta, com o auxílio de lápis e demais instrumentos de desenho técnico. 
Em 1982, numa grande revolução para o desenho técnico, a Autodesk lança o software 
AutoCAD, que pode-se dizer que passou a ser a prancheta eletrônica. Aqui no Brasil, o AutoCAD 
passou a ser realmente mais difundido a partir da década de 1990, chegando ao seu ápice de 
utilização, por volta dos anos entre 2004 e 2008, sendo largamente utilizado em todas as áreas da 
engenharia e arquitetura. 
Na década de 2000 surge o modelamento 3D, que revolucionou a maneira de execução 
dos projetos em geral, pois trata-se de outro tipo de abordagem para a execução dos projetos em 
computadores. Devido a esta nova tecnologia, hoje o AutoCAD já se encontra num processo de 
declínio quanto ao seu nível de quantidade de usuários. 
Mas independente desta situação, o AutoCAD sempre terá algumas áreas de uso 
obrigatório, como por exemplo: área de manutenção industrial, na confecção de desenhos de peças 
de reposição, principalmente área de mecânica, mas também aplicável também para componentes 
elétricos; confecção de esboços e croquis em geral. 
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2.4 IMPORTÂNCIA DO DESENHO TÉCNICO NA ENGENHARIA 
Toda e qualquer atividade profissional que envolve a fabricação ou a construção dentro 
das várias atividades da engenharia está na dependência direta dos desenhos elaborados por 
engenheiros, desenhistas industriais, projetistas ou arquitetos. A técnica de executar e interpretar 
os desenhos é um meio vital de informações não só dentro do próprio país, como também no 
âmbito universal, fazendo destes conhecimentos, o meio mais eficaz com que engenheiros e 
técnicos, possam transmitir ou receber especificações e se entenderem no cotidiano profissional, 
independentemente da localização ondem atuem. 
Nos trabalhos que envolvem os conhecimentos tecnológicos de engenharia, a viabilização 
de boas ideias depende de cálculos exaustivos, estudos econômicos, análise de riscos, entre outros 
fatores que, na maioria dos casos, são resumidos em desenhos que representam o que deve ser 
executado ou construído, ou apresentados em gráficos, diagramas ou esquemas que mostrem os 
resultados dos estudos feitos. 
Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está intimamente 
ligado à expressão gráfica. O desenho técnico é uma ferramenta que pode ser utilizada não só para 
apresentar resultados como também para desenvolver soluções gráficas que podem substituir 
cálculos complicados e/ou muito trabalhosos. 
Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação gráfica, o ensino 
de desenho técnico ainda é imprescindível na formação de qualquer modalidade de engenharia, 
pois além, do aspecto de linguagem gráfica, que permite que as ideias concebidas por alguém 
sejam executadas por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio lógico, o senso de rigor 
geométrico, a exatidão métrica, além do espírito de iniciativa e de organização. 
Este é um fato tão real, que todas as escolas do mundo, incluem no currículo escolar de 
graduação o aprendizado de Desenho Técnico, implicando numa cultura fundamental e 
imprescindível para o engenheiro, arquiteto, projetistas e desenhistas industriais. Assim, o 
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aprendizado ou o exercício de qualquer modalidade de engenharia irá depender, de uma forma ou 
de outra, do desenho técnico. 
Outro ponto de fundamental importância, é que a necessidade do conhecimento do 
desenho técnico por todos profissionais envolvidos no processo, faz-se presente na medida em 
que as empresas adotaram o princípio de melhoria contínua de qualidade dos produtos e processos, 
e, principalmente, de valorização e atualização dos seus funcionários. E isto tudo implica na 
exigência cada vez maior, por profissionais cada vez mais e melhores qualificados. 
2.5 QUESTIONÁRIO DE REVISÃO 
1) Os conceitos elementares de Desenho Técnico estão baseados em qual teoria? 
2) Quem é considerado o pai da teoria do Desenho Técnico? 
3) Quando foi criada a teoria da Geometria Descritiva Plana? Por quê? 
4) Qual o nome do órgão internacional que criou a padronização da teoria de Desenho 
Técnico, e quais os motivos desta criação? 
5) Qual a importância do estudo da disciplina Desenho Técnico, no contexto das 
engenharias? 
6) Atualmente, quais tipos de desenhos fazem parte do rol conhecido por “Desenho 
Técnico”? 
7) Cite 3 fatores gerais que justifiquem a importância do Desenho Técnico na engenharia. 
8) Cite 4 fatores comportamentais desenvolvidos nos desenhistas, que justifiquem o estudo 
da teoria de Desenho Técnico para a engenharia e arquitetura. 
9) Afinal de contas, por que eu preciso aprender a executar desenhos técnicos manualmente, 
se hoje praticamente em todos os lugares, utilizam-se softwares de computadores para 
execução dos mesmos? Justifique sua resposta. 
 
 
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CAPÍTULO 3 
 
 
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3 FIGURAS GEOMÉTRICAS ELEMENTARES 
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A seguir são apresentadas as figuras geométricos elementares, bem como a sua definição 
e de alguns dos termos mais comuns, utilizados na exposição da teoria de desenho técnico. 
3.1 PONTO 
Pressione seu lápis contra uma folha de papel. Observe a marca deixada pelo lápis: ela 
representa um ponto. O ponto é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não 
tem comprimento, nem largura, nem altura. 
No desenho, o ponto é determinado pelo cruzamento de duas linhas. Para identificá-lo, são 
usadas letras maiúsculas do alfabeto latino, como mostram os exemplos na Figura 3.1. 
 
 
Figura 3.1 – Representação de pontos. 
Na Figura 3.1 acima, lê-se: ponto A, ponto B, ponto C. 
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3.2 LINHA RETA OU RETA 
Você pode imaginar a linha reta como um conjunto infinito de pontos dispostos 
sucessivamente e são ilimitados, isto é, não tem início nem fim e são identificadas por letras 
minúsculas do alfabeto latino, conforme representação na Figura 3.2 abaixo. 
 
 
 
Figura 3.2 – Representaçãode uma reta “r”. 
A reta tem uma única dimensão: o comprimento. Podem ser verticais, horizontais e 
inclinadas com ângulos conhecidos, ou ainda com inclinações aleatórias. 
3.3 SEMI-RETA 
Tomando um ponto qualquer de uma reta, divide-se a reta em duas partes, chamadas 
semirretas. A semirreta sempre tem um ponto de origem, mas não tem fim, conforme 
representação na Figura 3.3 abaixo. 
 
 
 
Figura 3.3 – Representação de uma semirreta. 
 
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3.4 SEGMENTO DE RETA 
Tomando-se dois pontos distintos sobre uma reta, obtém-se um trecho limitado de reta. A 
esse trecho de reta, limitado por dois pontos, chama-se segmento de reta. Os pontos que limitam 
o segmento de reta são chamados de extremidades. 
Na Figura 3.4 abaixo nota-se o segmento de reta CD, que é representado da seguinte 
maneira: 
 
Figura 3.4 – Representação de um segmento de reta CD. 
Os pontos C e D (extremidades) determinam o segmento de reta CD. 
3.5 PLANO 
É possível ter uma ideia do que é o plano observando uma parede ou o tampo de uma 
mesa. É possível imaginar o plano como sendo formado por um conjunto de retas dispostas 
sucessivamente numa mesma direção ou como o resultado do deslocamento de uma reta numa 
mesma direção. O plano é ilimitado, isto é, não tem começo nem fim. Apesar disso, no desenho, 
costuma-se representá-lo delimitado por linhas fechadas. 
 
 
Figura 3.5 – Representação de planos. 
 
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Para identificar o plano é comum se utilizar letras gregas. É o caso das letras:  (alfa),  
(beta) e  (gama), que você pode ver nos planos representados na Figura 3.5. 
O plano tem duas dimensões, normalmente chamadas comprimento e largura. Se forem 
considerados uma reta qualquer de um plano, divide-se o plano em duas partes, chamados 
semiplanos. 
3.6 EIXO 
Nome que se dá à uma linha específica do desenho que, geralmente, será utilizada como 
referência de algum tipo de indicação no desenho, como por exemplo: eixo de centro, eixo de 
corte, eixo de simetria, entre outros exemplos. 
Na Figura 3.6 a seguir é possível notar exemplos de ocorrência de eixos, que comumente 
também pode ser chamado somente de linha. 
 
Figura 3.6 – Representação de eixo. 
3.7 SIMETRIA 
O conceito de simetria nos fornece a ideia de igualdade de formas e dimensões em uma 
peça em lados opostos, mantendo-se fixo um eixo de referência. Na prática este conceito, funciona 
similar à ideia do espelho comum. Na Figura 3.6, nota-se um exemplo de eixo de simetria. 
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3.8 PLANO CARTESIANO 
É a representação dos dois planos, horizontal e vertical, que coincidem exatamente com 
os eixos cartesianos X e Y, que já são velhos conhecidos lá da matemática e física. Na Figura 3.7, 
é possível notar a representação de um plano cartesiano. 
 
Figura 3.7 – Plano cartesiano. 
3.9 ARESTA 
Trata-se de um segmento de reta, originado da junção de dois planos quaisquer. Fazendo 
uma analogia prática, pode-se utilizar um exemplo da arquitetura, presente no cotidiano de todos: 
a aresta seria a junção de uma parede com o teto. Também é popularmente conhecida, como 
“quina” de uma peça. Na Figura 3.8 abaixo, são mostrados exemplos de arestas. 
 
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Figura 3.8 – Representação de aresta. 
3.10 FACE 
Define-se face, como sendo a região de uma peça, formada por um determinado plano, e 
delimitada por linhas ou arestas, definindo claramente esta região. Costuma aparecer em desenhos 
bidimensionais (desenhos de vistas de uma peça, por exemplo) ou em representações 
tridimensionais (desenhos de perspectivas, por exemplo). Na Figura 3.9 percebe-se alguns 
exemplos de faces representados num sólido geométrico de paralelepípedo. 
 
 
Figura 3.9 – Representação de faces de um paralelepípedo. 
 
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3.11 FIGURAS GEOMÉTRICAS 
Uma figura qualquer é plana quando todos os seus pontos se situam no mesmo plano. 
Na Figura 3.10 são apresentadas as principais figuras planas: 
 
 
 Figura 3.10 – Principais figuras planas. 
3.12 VÉRTICE 
Trata-se de uma representação tridimensional, originada da junção de três planos ou 
arestas quaisquer. Continuando com a analogia prática, no exemplo da arquitetura, presente no 
cotidiano de todos: o vértice seria a junção de três paredes com o teto. Também é popularmente 
conhecida, como “canto” de uma peça. Pode, também, ser feita a representação em planos. Na 
Figura 3.11 é possível constatar alguns exemplos de vértices representados num sólido geométrico 
de paralelepípedo. 
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Figura 3.11 – Principais figuras planas. 
3.13 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS 
Você já sabe que todos os pontos de uma figura plana se localizam no mesmo plano. 
Quando uma figura geométrica tem pontos situados em diferentes planos, têm-se um sólido 
geométrico. 
Analisando a ilustração da Figura 3.12, você entenderá bem a diferença entre uma figura 
plana e um sólido geométrico. O prisma é um sólido geométrico limitado por polígonos. Você 
pode imaginá-lo como uma pilha de polígonos iguais muito próximos uns dos outros. 
 
 
Figura 3.12 – Representação de um sólido geométrico. 
 
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O prisma pode também ser imaginado como o resultado do deslocamento de um polígono. 
Ele é constituído de vários elementos, que são muito importantes conhecê-los bem para um bom 
entendimento da teoria de desenho técnico, utilizado pelos engenheiros e arquitetos. Vejam quais 
são eles na ilustração da Figura 3.13: 
 
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Figura 3.13 – Representação de um prisma. 
Nas ilustrações de Figura 3.14 até a Figura 3.19 tem-se a representação de vários tipos de 
sólidos, a saber: 
 
 
Figura 3.14 – Pirâmide. 
 
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Figura 3.15 – Cilindro. 
 
 
Figura 3.16 – Cone. 
 
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Figura 3.17 – Esfera. 
 
 
Figura 3.18 – Sólidos geométricos truncados. 
 
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Figura 3.19 – Sólidos geométricos vazados. 
3.14 QUESTIONÁRIO DE REVISÃO 
1) Defina o conceito teórico e prático de reta. 
2) Defina o conceito teórico e prático de plano. 
3) Explique o que é simetria. Cite exemplos de sua utilização. 
4) Os conceitos básicos de desenho técnicoestão baseados num conjunto de dois planos, 
conhecido por um nome específico. Que nome possui este plano? 
5) A aresta é uma forma construtiva originada da junção de alguns elementos, que são: 
a) 3 eixos quaisquer; 
b) 2 planos quaisquer; 
c) 3 planos quaisquer; 
d) 3 linhas. 
6) O que é uma face? 
7) Defina a figura geométrica plana. Cite 4 exemplos. 
8) O que é um vértice? 
9) Defina a figura geométrica sólida. Cite 4 exemplos. 
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CAPÍTULO 4 
 
 
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4 INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO 
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A seguir são apresentados os conceitos elementares sobre a teoria de desenho técnico, 
subdivididos em tópicos, conforme se segue abaixo. 
A Figura 4.1 está exemplificando a representação de forma espacial por meio de figuras 
planas, donde se pode concluir que: 
 
Figura 4.1 – Representação de um cubo em vistas. 
1. Para os leigos a Figura 4.1 é a representação de três quadrados. 
2. Na linguagem gráfica do desenho técnico a Figura 4.1 corresponde à representação de 
um determinado cubo. 
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4.1 DEFINIÇÃO DE DESENHO TÉCNICO 
As informações técnicas sobre a forma e construção de um objeto simples podem ser 
transmitidas de uma pessoa a outra, por meio de linguagem falada ou escrita. À medida, porém, 
que o objeto se torna mais complexo, pela adição de detalhes, é preciso usar métodos mais exatos 
para descrevê-lo adequadamente. Uma perspectiva ou uma fotografia ajudariam na descrição do 
objeto, embora, em nenhum dos casos, possam as formas exatas ou operações de máquinas ser 
apresentadas. Somente um desenho técnico pode apresentar uma descrição completa deste objeto. 
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a 
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades 
requeridas pelas diversas modalidades de engenharia, desenho industrial e também da arquitetura. 
Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações 
escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem universal 
da engenharia e arquitetura. Os desenhos mostram as formas e medidas, além de especificar 
materiais, acabamentos, processo de execução, e tudo o mais, que se tornar necessário para a 
correta e segura condução, na execução de um projeto. 
Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação 
da linguagem gráfica do desenho técnico exige treinamento específico, porque são utilizadas 
figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais. Conhecendo-se a metodologia 
utilizada para elaboração do desenho bidimensional é possível entender e conceber mentalmente 
a forma espacial representada na figura plana. 
Definição: 
Desenho Técnico é a linguagem universal que fornece todas as informações necessárias. 
A leitura do desenho é o processo de interpretação de linhas e traços para formar uma imagem 
mental de como a peça é espacialmente na realidade. 
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4.2 VISÃO ESPACIAL 
Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar 
o que não é visível; a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana é 
chamada visão espacial. 
O treinamento em leitura de desenho técnico inclui não somente o conhecimento de certos 
princípios básicos de representação em uma ou mais vistas, como também o desenvolvimento da 
habilidade da visualização mental do processo de criação da peça. A habilidade de percepção das 
formas espaciais a partir das figuras planas pode ser desenvolvida a partir de exercícios 
progressivos e sistematizados. 
Definição: 
Visão espacial é um dom, que em princípio todos nós possuímos, sendo que alguns 
indivíduos tem um pouco mais de facilidade, e dá a capacidade de percepção mental das formas 
espaciais, sem a visualização física do objeto em questão. 
Na sequência, são apresentados alguns exercícios de fixação e treinamento destes 
conceitos para o desenvolvimento da percepção espacial, importantíssimo no nosso aprendizado 
daqui em diante. 
4.2.1 Exercícios de Fixação 
1) Descubra e assinale a parte faltante para completar o cubo, nas figuras abaixo 
apresentadas: 
 
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2) Assinale qual das figuras abaixo são formadas, mediante a junção dos elementos 1 e 2: 
 
 
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4.3 OBJETIVOS DA DISCIPLINA DE DESENHO TÉCNICO 
Como já foi citado anteriormente, a disciplina de Desenho Técnico é considerada 
primordial na formação técnica de engenheiros e arquitetos. Desta forma, é apresentado a seguir 
alguns objetivos esperados com o aprendizado destes conteúdos, como se segue: 
 Desenvolver habilidade de visualização espacial da peça desenhada, mentalmente; 
 Conhecimento dos conceitos teóricos de desenho técnico, segundo as convenções 
e normas técnicas utilizadas, no nosso caso, será utilizado como referência ABNT, 
que será estudado mais adiante; 
 Desenvolver habilidade na execução de desenhos técnicos, para aplicações práticas 
nas rotinas profissionais. 
 Desenvolver habilidade de leitura e interpretação de desenhos técnicos, tornando-
a uma rotina praticamente automática. 
4.4 CARACTERÍSTICAS DO DESENHO TÉCNICO 
O profissional de engenharia e arquitetura precisa desenvolver a compreensão de 
convenções ou normas universais, símbolos, sinais e outras técnicas usadas na descrição de peças 
simples ou de mecanismos complexos; deve, também, desenvolver algumas habilidades 
fundamentais no traçado de croquis, cotados de forma que, com lápis e papel, dados suficientes 
possam ser registrados no esboço, relativos a dimensões, anotações ou outros detalhes necessários 
à construção da peça, representada pelo desenho em questão. 
Portanto, o desenho técnico possui as seguintes características: 
 Rigor nas formas geométricas; 
 Exatidão métrica; 
 Regras estabelecidas previamente – normas técnicas; 
 Traços, símbolos, números e indicações escritas; 
 Linguagem gráfica universal da engenharia e arquitetura; 
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 Figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais; 
 Deve ser feito da maneira mais clara e sucinta possível; 
 Exercita a capacidade de percepção mental das formas espaciais. 
4.5 FORMAS DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO 
Atualmente, na grande maioria dos casos, os desenhos são elaborados por computadores, 
pois existem vários softwares que facilitam a elaboração e apresentação dos desenhos técnicos. 
Em geral, nas áreas de atuação das diversas especialidadesde engenharias, os primeiros 
desenhos que darão início à viabilização das ideias são desenhos elaborados à mão livre, 
chamados esboços. A partir destes, já utilizando computadores, são elaborados os desenhos 
preliminares que correspondem ao estágio intermediário dos estudos que são chamados de 
anteprojeto. 
Finalmente, a partir dos anteprojetos devidamente modificados e corrigidos são elaborados 
os desenhos definitivos que servirão para execução dos estudos feitos. Os desenhos definitivos 
são completos, elaborados de acordo com a normalização envolvida, e contém todas as 
informações necessárias à execução do projeto, e seguindo inclusive, todas as orientações e 
recomendações, tanto de especificações envolvidas, bem como da própria instituição envolvida 
no projeto. 
Quanto aos tipos de desenhos, os mesmos podem, de acordo com o nível de detalhamento 
e a função a que se destinam, ser classificados da seguinte forma: 
 Esboço: desenho, em geral à mão livre; uma representação rápida de uma ideia, 
não responde a uma norma, não tem uma escala definida, porém, deve respeitar as 
proporções do objeto original. 
 Desenho preliminar: é passível de modificações. 
 Desenho definitivo: corresponde a solução final do projeto, ou seja, é o desenho de 
execução da referida peça. 
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 Detalhe (desenho de produção): desenho de componente isolado ou de uma parte 
de um todo, geralmente utilizado para a sua fabricação. 
 Desenho de conjunto (montagem): desenho mostrando vários componentes que se 
associa para formar um todo, geralmente utilizado para a montagem e manutenção. 
4.6 PADRONIZAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO 
Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar 
seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas 
técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente. 
As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em estabelecer 
códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores, engenheiros, 
empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas normas técnicas e estas são acatadas em todo o seu 
território por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente, a este setor. 
No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas – ABNT, fundada em 1940. 
Para favorecer o desenvolvimento da padronização internacional e facilitar o intercâmbio 
de produtos e serviços entre as nações, os órgãos responsáveis pela normalização em cada país, 
reunidos em Londres, criaram em 1947 a Organização Internacional de Normalização 
(International Organization for Standardization – ISO) 
Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos os 
países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma internacional. 
As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT, 
registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade 
Industrial) como normas brasileiras (NBR) e estão em consonância com as normas internacionais 
aprovadas pela ISO. 
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4.7 NORMAS ABNT DE DESENHO TÉCNICO 
A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT. Os 
procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais que abordam 
desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica, como 
é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 
6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS DE MÁQUINAS E ESTRUTURAS 
METÁLICAS (Antiga NB 13), bem como em normas específicas que tratam os assuntos 
separadamente, conforme os exemplos a seguir: 
 NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir 
os termos empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho quanto aos seus 
aspectos geométricos (Desenho Projetivo e Não- Projetivo), quanto ao grau de elaboração 
(Esboço, Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de pormenorização (Desenho de 
Detalhes e Conjuntos) e quanto à técnica de execução (À mão livre ou utilizando computador) 
 NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo objetivo 
é padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e definir seu 
leiaute com suas respectivas margens e legenda. 
As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal, 
conforme mostrado na Figura 4.2: 
 
Figura 4.2 – Posição da folha. 
 
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Os tamanhos das folhas seguem os Formatos da série “A”, e o desenho deve ser executado 
no menor formato possível, desde que não comprometa a sua interpretação. Na Tabela 4.1, são 
apresentadas as dimensões dos formatos padronizados segundo as normas ABNT. 
 
 
Tabela 4.1 – Formatos da série A – dimensões em milímetros. 
Os formatos da série “A” têm como base o formato A0, cujas dimensões guardam entre si 
a mesma relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal (841 2 =1189), e que 
corresponde a um retângulo de área igual a 1 m2. Havendo necessidade de utilizar formatos fora 
dos padrões mostrados na Tabela 4.1, é recomendada a utilização de folhas com dimensões de 
comprimentos ou larguras correspondentes a múltiplos ou a submúltiplos dos citados padrões. 
 
 NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que 
normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para 
desenho etc. Como regra geral deve-se organizar os desenhos distribuídos na folha, de modo a 
ocupar toda a área, e organizar os textos acima da legenda junto à margem direita, ou à esquerda 
da legenda logo acima da margem inferior. 
A legenda deve conter todos os dados para identificação do desenho (número, origem, 
título, executor etc.) e sempre estará situada no canto inferior direito da folha, conforme mostra a 
Figura 4.3. 
 
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 Figura 4.3 – Formatos do papel – série A. 
 NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que fixa a 
forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a fixação em pastas, 
eles são dobrados até as dimensões do formato A4. 
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Figura 4.4 – Dobramento de cópia para formatos A3. 
 
Figura 4.5 – Dobramento de cópia para formatos A2. 
 
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Figura 4.6 – Dobramento de cópia para formatos A1. 
 
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Figura 4.7 – Dobramento de cópia para formatos A0. 
 NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM 
DESENHOS TÉCNICOS: visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na clarezado desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou as características de escrita 
em desenhos técnicos. 
Nesta apostila, além das normas citadas acima, como exemplos, os assuntos abordados 
nos capítulos seguintes estarão em consonância com as seguintes normas da ABNT: 
 NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE 
LINHAS– LARGURAS DAS LINHAS 
 
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 NBR 10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO 
TÉCNICO 
 NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS 
 NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE 
HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO 
 NBR 10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO 
 NBR 8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM DESENHOS 
TÉCNICOS 
 NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES 
 NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS 
EM DESENHO TÉCNICO 
Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos específicos e têm a finalidade de 
atender a uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se citar: a NBR 
6409, que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR-7191, que normaliza a 
execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR 11534, que normaliza a 
representação de engrenagens em desenho técnico, e assim por diante. 
Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas vinculadas à 
execução de algum tipo ou alguma especialidade de desenho técnico. 
4.8 MATERIAIS UTILIZADOS EM DESENHO TÉCNICO 
Com o avanço tecnológico existem no mercado inúmeros programas gráficos destinados 
aos engenheiros, arquitetos e desenhistas industriais. A automatização não significa que hoje não 
se precisa mais estudar e conhecer os fundamentos de um desenho técnico. Pelo contrário, 
necessita-se de um conhecimento maior dos elementos que se dispõe sem esquecer da essência. 
Os projetos se caracterizam por um conjunto de desenhos cuja elaboração e a boa 
apresentação dependem de dois aspectos: 
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 O primeiro é pelo uso das normas e dos métodos de projeções convencionados; 
 O segundo é mais uma arte, cuja técnica de execução depende da segurança 
adquirida pelo desenhista no manuseio dos instrumentos. 
Os desenhos podem ser executados à mão livre na forma de esboços iniciais, na fase dos 
estudos preliminares. Nas indústrias e escritórios de engenharia, os desenhos finais atualmente, 
são feitos em computador. Serão mostrados a seguir os principais materiais necessários que serão 
utilizados em nosso curso para a elaboração e execução dos desenhos em sala de aula. 
4.8.1 Lápis para Desenho Técnico 
Existem vários tipos de lápis para desenho técnico, variando as durezas do grafite, sendo 
que cada um tem uma aplicação mais indicada. Ou seja, cada tipo de desenho a ser executado, 
terá uma dureza de grafite mais adequada, conferindo melhores resultados nos desenhos 
elaborados. 
 Os duros são geralmente para desenhos em papel tela e nos casos de desenhos de 
muita precisão (Grafites duros 8H, 7H, 6H, 5H e 4H); 
 Os médios são os mais comuns para desenhos em geral. Letreiros e esboços a mão 
livre (Grafites médios: 3H, 2H, H, F, HB e B); 
 Os moles são mais usados cara cópias e desenhos de arquitetura (Grafites moles: 
2B, 3B, 4B, 5B, 6B e 7B). 
Convém preparar a ponta do grafite em forma de cone ou espatulada (Figura 4.8), 
dependendo da preferência do desenhista. A ponta do compasso deve ficar chanfrada pelo lado 
externo à haste do compasso (Figura 4.9). 
 
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Figura 4.8 – Formato da ponta do grafite do lápis. 
 
 
 
Figura 4.9 – Formato da ponta do grafite do compasso. 
O traçado de linhas tem um sentido cômodo para o desenhista. O traço das horizontais 
convém que sejam da esquerda para a direita e as verticais, de baixo para cima deixando o grafite 
apoiado no esquadro ou na régua paralela, formando ângulo aproximadamente de 60º com a folha 
do desenho, conforme 
Figura 4.10 abaixo. 
 
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Figura 4.10 – Traçados de linhas com régua “T”. 
4.8.2 Borracha para Desenho Técnico 
A borracha utilizada deve ter um formato que facilite as operações para apagar pequenos 
detalhes dos desenhos, ou seja, é interessante que a mesma seja relativamente fina, e com a 
extremidade pontiaguda, além de ser feita de material compatível com tipo de papel utilizado. É 
fundamental que esta borracha, não deixe o papel com borrões após executar alguns apagamentos. 
Antes de iniciar o uso da mesma, é interessante proceder com alguns testes em um 
rascunho, e com todos os tipos de grafite e traçados que serão utilizados no desenho, a fim de se 
averiguar a eficácia desta borracha, e evitar maiores transtornos na execução dos desenhos. 
4.8.3 Papel para Desenho Técnico 
O tipo de papel a ser utilizado deverá ser próprio para desenho com grafite, tendo uma 
gramatura mínima de 75 g/m2. Os tamanhos preferenciais deverão ser: A4 (210 x 297mm) ou o 
A3 (297 x 420mm). 
As folhas de papel milimetrado, poderão ser utilizadas, principalmente no início das 
atividades, até que os acadêmicos adquiram uma prática maior nos traçados. Recomenda-se que 
na sequência, já sejam utilizadas as folhas totalmente brancas. 
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4.8.4 Fita Adesiva 
Será necessário a utilização de fita adesiva fina e transparente, para fixação das folhas na 
prancheta. Procurar um tipo de fita, que consiga fixar o papel, porém, que não chegue a grudar 
tanto, a ponto de rasgar as folhas quando for retirá-las da prancheta. 
4.8.5 Jogo de Esquadros de Desenho Técnico 
Constituído de dois esquadros, sendo um esquadro de 45°, e outro esquadro de 30° e 60°. 
Pelo fato de muitos desenhos terem linha a 30º, 60º e 45º ou múltiplos e submúltiplos. Os 
esquadros triangulares são construídos com aqueles ângulos. Os esquadros podem ser combinados 
entre si formando os ângulos de 15º, 75º, 120º e outros, conforme mostra a Figura 4.11 abaixo. 
 
Figura 4.11 – Uso de esquadros para traçado de ângulos. 
4.8.6 Escalímetros 
São réguas graduadas (Figura 4.12 (a) e Figura 4.12 (b)) com as quais marca-se as 
dimensões nos desenhos. As medidas podem ser tomadas diretamente na escala ou transportadas 
para o papel, com o auxílio do compasso. As unidades são geralmente em milímetros e não 
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convém graduações menores do que “1 milímetro”. Este instrumento, escalímetro triangular, tem 
o benefício adicional, de facilitar os trabalhos no uso de escalas diferentes da escala natural. 
 
 
Figura 4.12 – Escalímetros. 
Opcionalmente, este instrumento poderá ser substituído pela régua graduada, porém se 
houver disponibilidade de fácil acesso a este instrumento, é interessante a sua utilização. 
4.8.7 Régua graduada 
Recomenda-se que se faça uso da régua comum (Figura 4.13), para servir de auxílio no 
uso dos esquadros.

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