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Dedução das expressões dos eixos centrais de inércia e momentos centrais de inércia Se calcularmos os momentos de inércia para todos os eixos que passam pelo centro de gravidade de uma seção, notaremos que em relação a um destes eixos (eixo 1) o momento de inércia I1 será máximo e que em relação a outro eixo (eixo 2, ortogonal a 1) o momento de inércia (I2) será mínimo. Estes dois eixos, denominados eixos centrais de inércia, são os importantes para a Resistência dos Materiais, e os momentos de inércia relativos a eles (I1 e I2) são chamados momentos centrais de inércia. O primeiro passo para determinar os eixos centrais de inércia é analisar a rotação de eixos em uma seção, como feito a seguir. Rotação de eixos São conhecidos: São buscados: • Ix • Iu • Iy • Iv • Ixy • Iuv Da figura, tiramos as relações: αα sen cosu y x += αα sencosv x y −= Assim Iu, Iv e Iuv podem ser calculados: G x y v u α x y u v ( ) ( ) =+−=== ∫∫∫ A sencos sen 2cosA cosAvI A 22222A2Au dxxyydxsen-αyd ααααα xy 2 y 2 xA 22 AA 22 I cos sen2senIcosIA senA cos 2senA cos αααααααα −+=+−= ∫∫∫ dxdxydy xy 2 y 2 xu I cos sen2sen IcosII αααα −+= Analogamente, para Iv teremos: x 2 xyy 22 Av I senI cos sen2I cosAuI αααα ++== ∫ d xy 2 y 2 xv I cos sen2cosIsen II αααα ++= O produto de inércia em relação aos novos eixos será: ( )( ) =−+== ∫∫ A cos cosA uvI AAuv dsenxαyy senxd ααα( ) ( ) ( )yxxy22A 2222 IIcos senI sencosA sen cossencossencos −+−=−−+= ∫ αααααααααα dxyxyxy ( ) ( ) xy22yxuv I sencoscossen III αααα −+−= Assim, para determinar os eixos e momentos centrais de inércia, precisamos encontrar um valor do ângulo α que leve o momento de inércia a ser máximo (Iu = I1) ou mínimo (Iu = I2). Para isto, é necessário reescrever Iu, usando as seguintes identidades trigonométricas: 2 2cos1 sen 2 2cos1 cos cos 2sen2sen 2 2 α α α α ααα − = + = = Substituindo em xy 2 y 2 xu I cos sen2sen IcosII αααα −+= , teremos: ααα αα sen2I 2cos 2 II 2 II I sen2 2 2cos1I 2 2cos1II xy yxyx xyyxu − − + + =− − + + = Podemos ainda reescrever Iu como: )(f 2 II I yxu α+ + = , onde: ααα sen2I 2cos 2 II)(f xyyx − − = Como o primeiro termo de Iu é constante, basta encontrar o máximo e o mínimo de f(α) para se conhecer máx Iu e mín Iu. Devemos, portanto, analisar a variação da função f(α). Estudo da variação do binômio: A senϕ + B cosϕ O binômio Asenϕ + Bcosϕ pode ser reescrito como: ( )θϕϕϕ −+=+ cos BABcosAsen 22 onde: B A tg BA B cos BA A sen 22 22 = + = + = θ θ θ De fato, podemos comprovar que a relação é verdadeira substituindo A e B: cos BAB sen BAA 2222 θθ +=+= ( )θϕϕθϕθϕϕ −+=+++=+ cosBA cos cos BA sen sen BAcosBAsen 222222 Dividindo a última equação por 22 BA + , temos: ( )θϕϕθϕθ −=+ cos cos cos sen sen , o que, da Trigonometria, comprova a validade da escrita alternativa do binômio. Já provado que podemos escrever o binômio como ( )θϕ −+ cos BA 22 , voltemos à busca pelos máximos e mínimos. Se ( ) 1 cos =−θϕ , então: 22 BA)Bcos (Asenmáx +=+ ϕϕ θϕθϕ =⇒=− 0 Agora, se ( ) 1 cos −=−θϕ , então: 22 BA)Bcos (Asenmín +−=+ ϕϕ º180 º180 +=⇒=− θϕθϕ Determinação dos eixos e momentos centrais de inércia Se notarmos que a função f(α) é um binômio do tipo Asenϕ + Bcosϕ, podemos usar os resultados da análise do binômio para obter o máximo e o mínimo de f(α) e, consequentemente, I1 e I2. Busquemos, primeiramente, o máximo momento de inércia (I1). )(f 2 II I yxu α+ + = ϕϕααα BcosAsensen2I 2cos 2 II)(f xyyx +=− − = 2 yx2 xy yx xy 2 II I)f(máx 2 2 II IA − += = − = −= α αϕ B 2 xy 2 yxyx 1u I2 II 2 II IImáx + − + + ==∴ 2 tg 2 tg tg 2 11 θϕ α ϕ α ==⇒= Usamos, então, as seguintes identidades trigonométricas: θ θ θ θ θ θ θθ θ θ θθ θ θθ θθθ sen cos1 tg tg cos sen cossen2 sen2 sen cos1 cos2sensen sen21sencoscos 22 2 2 22 2 2 22 2 2 2 2 2 2 − =∴=== − = −=−= Assim: A BBA 1 sen cos1 2 tg tg 22 BA A BA B 1 22 22 −+ = − = − == + + θ θθ α Substituindo A e B, teremos: xy 1x xy yx2 xy 2 yx 1 I II I 2 II I 2 II tg −= − − −+ − =α xy 1x 1 2 xy 2 yxyx 1 I II g tI 2 II 2 II I −=+ − + + = α Agora, finalmente, determinemos o mínimo momento de inércia (I2). Através de raciocínio análogo, concluímos que: 2 xy 2 yxyxyx 2u I2 II 2 II)f(mín 2 II IImín + − − + =+ + == α ( ) ( ) =+ + = + =⇒ + == º90cos º90sen 2 º180 tg tg 2 180º 2 2 2 22 θ θθ α θϕ α ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2cotg tg 2cotgsen cos º90sen senº90coscos cosº90senº90cos sen 2 2 2 22 22 θαθθ θ θθ θθ −=∴−= − = − + = Da determinação de tg α1, sabemos que: θ θθ sen cos1 tg 2 − = Fazemos, então, algumas manipulações algébricas, como segue. ( ) ( ) ( ) ( ) = +− = − +− = + + − − = − −=−=− θ θθ θ θθ θ θ θ θ θ θ θ θ 22 2 2 sen cos1 sen cos1 cos1 sen cos1 cos1 cos1 sen cos1 sen tg 1 cotg ( ) + −=−∴ +− = θ θ θ θ θ sen cos1 cotg sen cos1 2 = − − ++ − −= ++ −= + −=−= xy yx2 xy 2 yx 22 2 I 2 II I 2 II A BBA sen cos1 2 cotg tg θ θθ α xy 2x xy yx2 xy 2 yx I II I 2 II I 2 II − = − ++ − = xy 2x 2 2 xy 2 yxyx 2 I II g tI 2 II 2 II I −=+ − − + = α Observação: O momento de inércia é positivo em relação a qualquer eixo, e dentre os eixos que passam pelo centro de gravidade de uma seção é mínimo para o eixo 2. Assim, Ix é sempre maior ou igual a I2. Portanto, o sinal do produto de inércia Ixy da seção (positivo ou negativo) determina em que quadrantes estão as direções dos eixos 1 e 2, conforme ilustrado na figura abaixo. G x y 1 2 α2 I > 0xy α1 G x y 2 1 α1 I < 0xy α2
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