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AULA 1 CIVIL I O Código Civil Brasileiro O Direito Civil como ramo do Direito Privado. O fenômeno da codificação. A codificação civil brasileira. O Código Civil de 2002: estrutura, princípios norteadores e campo de incidência. Direito Civil e a Constituição da República de 1988 EMENTA DA AULA O Direito Civil como ramo do Direito Privado, bem como instrumento de realização dos direitos fundamentais nas relações privadas, regulando as relações entre os particulares com fundamento em na igualdade jurídica e na autodeterminação. Origem: latim cives (cidadãos) e se dirige ao núcleo da vida em sociedade às relações sociais travadas de pessoa a pessoa, desde o nascimento até a morte, ou até mesmo antes daquele e depois desta. A CODIFICAÇÃO DO DIREITO CIVIL O CCB é uma lei e não se deve confundir código com consolidação, compilação e estatuto. Historicamente: todo Código deve ser visto como ponto de chegada, devendo evitar a descrição de situações circunstanciadas e casuísticas, eis que o risco de se tornar obsoleta é muito maior. A codificação apresenta vantagens e desvantagens: Vantagens - unificação do Direito vigente em uma determinada sociedade a partir de critérios uniformes; - estudo sistematizado do Direito; Desvantagens - fossilização do Direito, impedindo o desenvolvimento e o curso natural da evolução jurídica. Isso ocorreu principalmente nos Códigos oitocentistas, cujo modelo foi o Código Napoleão, em que os valores predominantes eram a propriedade e a autonomia da vontade. - a legislação codificada atende às exigências da vida social apenas no instante em que é estabelecida; - o apego à letra pura da Lei torna-se mais evidente, como se inexistisse Direito fora do Código. A CODIFICAÇÃO NO BRASIL 1. Antes do CC/16 , o direito civil brasileiro era regulamentado pelas Ordenações Filipinas de 1603. 2. A Constituição de 1824 recepcionou as Ordenações e trazia disposição expressa pela elaboração de um Código Civil. 3. 1ª manifestação: Consolidação das Leis Civis (1855) elaborada por Teixeira de Freitas, que foi o mesmo que redigiu o primeiro esboço do Código Civil (não aceito). 4. Depois de várias tentativas, o projeto de Clóvis Beviláqua foi aceito em 1899, aprovado em 1915, promulgado em 1916, com vigência a partir de 1917. CLÁUSULAS GERAIS E OS CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS Estrutura do CC/02: Parte Geral e Parte Especial (Obrigações, Empresa, Direito das Coisas, Família e Sucessões). PRINCÍPIOS NORTEADORES ETICIDADE: superar o apego do antigo Código ao rigor formal – o CCB alia os valores técnicos aos valores éticos. Por isso percebe-se, muitas vezes a opção por cláusulas gerais, sem a preocupação de excessivo rigorismo conceitual. SOCIALIDADE: em detrimento do caráter individualista do antigo Diploma, com predomínio do social sobre o individual. Ex: a função social da propriedade art. 5º XXIII. OPERABILIDADE: Diversas soluções normativas foram tomadas no sentido de possibilitar uma compreensão maior e mais simplificada para sua interpretação e aplicação pelo operador do Direito. Exemplo disso foram as distinções mais claras entre prescrição e decadência e os casos em que são aplicadas; estabeleceu-se a diferença objetiva entre associação e sociedade, servindo a primeira para indicar as entidades de fins não econômicos, e a última para designar as de objetivos econômicos DIREITO CIVIL E A CF/88 Código Civil sempre representou o centro normativo de direito privado, por se preocupar em regular com inteireza e completude as relações entre particulares. Desta maneira, conferia-se ao Código o papel de garantia e regulação das relações privadas mediante a efetivação dos valores de um iluminismo liberalista. Neste sentido, o Código Civil se transforma numa verdadeira constituição do direito privado, buscando proteger o indivíduo contra as ingerências do Estado; A CF/88 assume um papel de regência das relações privadas, reduzindo o individualismo iluminista. No topo da pirâmide de Kelsen, comanda as relações econômicas e sociais como um novo centro unificador do sistema, definindo seus verdadeiros pilares e pressupostos de fundamentação. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PRIVADO A constitucionalização do Direito privado não importa em apenas conferir à constituição a superioridade hierárquica conformadora do ordenamento jurídico, mas, acima disto, quer proporcionar uma releitura dos velhos institutos e conceitos do âmbito privado, visando à concretização dos valores e preceitos constitucionais. A CF/88 passa, assim, a definir os princípios e as regras relacionados a temas antes reservados exclusivamente ao Código Civil e ao império da vontade, como a função social da propriedade, organização da família e outros. Assim, foi se derrubando o paradigma individualista do Estado Liberal e do cidadão dotado de patrimônio, e passou-se a adotar um novo paradigma EXEMPLOS DE DIREITO CIVIL PROTEGIDOS NA CF União Estável – reconhecida como entidade familiar; - Maioridade Civil: aos 18 anos; Regime de bens: pode ser alterado por acordo entre os cônjuges; Exames de DNA para comprovação de paternidade: a recusa implica em reconhecimento da filiação; Filhos nascidos fora do casamento: não há mais distinção entre filhos de qualquer origem; Guarda dos filhos em caso de separação: os filhos podem ficar com o pai ou a mãe; Testamento: não mais precisa ser feito à mão pelo testador; Sucessão: o cônjuge passa a ser herdeiro necessário, mas se efetivamente herdará ou não dependerá do regime de bens do casamento CASO CONCRETO a) A boa-fé objetiva é uma cláusula geral; b) O princípio é o da eticidade, que deve sempre orientar o magistrado na interpretação das cláusulas gerais. OBJET: C
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