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ALTIMETRIA Docente: Ismara Simão Curi Arantes ALTIMETRIA A altimetria é a parte da topografia que trata dos métodos e instrumentos empregados no estudo e representação do relevo do solo. O estudo do relevo de um terreno consiste na determinação das alturas de seus pontos característicos e definidores da altimetria, relacionados com uma superfície de nível que se toma como elemento de comparação. Projetos de redes de esgoto, de estradas, planejamento urbano, entre outros, são exemplos de aplicações que utilizam estas informações. DEFINIÇÕES Conhecendo-se um valor de referência inicial é possível calcular as demais cotas ou altitudes. Estes métodos são denominados de nivelamento. Cota: é a distância medida ao longo da vertical de um ponto até um plano de referência qualquer. Distância A-B na figura. Altitude ortométrica: é a distância medida na vertical entre um ponto da superfície física da Terra e a superfície de referência altimétrica (nível médio dos mares). Distância A-C na figura. TIPOS ALTITUDE Altitude Ortométrica (H): Medida sobre a vertical, correspondem à medidas verdadeiras da Terra real; Altitude Geoidal (N): Medida sobre a normal, correspondem à medidas geométricas; Altitude Geométrica (h): Medida sobre a normal. ALTITUDE DE REFERÊNCIA Datum: A origem das altitudes é o nível médio dos mares (superfície geoidal), determinado por um equipamento chamado marégrafo (que faz os registros do nível do mar), e materializada em um RN (referência de nível) que é denominado de “DATUM VERTICAL”. As altitudes no Brasil são determinadas a partir da Rede Altimétrica Brasileira estabelecida e mantida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O “Datum Vertical” Oficial para todo o território brasileiro é um RN materializado no porto de Imbituba/SC, com altitude obtida em função do marégrafo ali instalado. MARÉGRAFO DE IMBITUBA APOIO GEODÉSICO ALTIMÉTRICO Apoio Geodésico Altimétrico: Conjunto de referências de nível, materializadas no terreno, que proporciona o controle altimétrico dos levantamentos topográficos e o seu referenciamento ao datum (origem) altimétrico do país. TIPOS DE NIVELAMENTO Tipos de nivelamento: Barométrico; Batimétrico; Taqueométrico; Geométrico; Trigonométrico. NIVELAMENTO BAROMÉTRICO Baseia-se na relação existente entre a pressão atmosférica e a altitude; Baixa precisão; Dispensa visibilidade entre os pontos a nivelar; Utiliza-se aneroides (barômetro onde não se utiliza mercúrio) para a determinação da pressão atmosférica no campo. NIVELAMENTO BATIMÉTRICO Batimetria: Ciência que determina, gera e interpreta as profundidades e a topografia (geodésia) dos oceanos. Conjunto das formas de representação do relevo submerso, realizado em mares, baías, rios, lagos e lagoas. NIVELAMENTO TAQUEOMÉTRICO Nivelamento trigonométrico em que as distâncias são obtidas taqueometricamente e a altura do sinal visado é obtida pela visada do fio médio do retículo da luneta do teodolito sobre uma mira colocada verticalmente no ponto cuja diferença de nível em relação à estação do teodolito é objeto de determinação. Realizado com teodolito e mira. DN = DH * cotgZ -FM + Ai Onde: DH = distância horizontal entre os dois pontos; FM = leitura Lc, realizada na mira com a linha de vista central; Ai = altura do centro ótico da luneta até o ponto topográfico. NIVELAMENTO TRIGONOMÉTRICO Segundo ABNT (1994) trata-se do nivelamento que realiza a medição da diferença de nível entre pontos no terreno, indiretamente, a partir da determinação do ângulo vertical da direção que os une e da distância entre estes, fundamentando-se na relação trigonométrica entre o ângulo e a distância medidos, levando em consideração a altura do centro do limbo vertical do teodolito ao terreno e a altura sobre o terreno do sinal visado.” Pode ser realizado com estação total ou teodolito. Hi + DV = hs + ∆hAB NIVELAMENTO TRIGONOMÉTRICO NIVELAMENTO GEOMÉTRICO O nivelamento geométrico é a operação que visa a determinação do desnível entre dois pontos a partir da leitura em miras (estádias ou em código de barras) efetuadas com níveis ópticos ou digitais. Pode ser executado para fins geodésicos ou topográficos. A diferença entre ambos está na precisão (maior no caso do nivelamento para fins geodésicos) e no instrumental utilizado. MÉTODOS DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO É possível dividir o nivelamento geométrico em quatro métodos: visadas iguais; visadas extremas; visadas recíprocas; visadas equidistantes. VISADAS IGUAIS É o método mais preciso e de larga aplicação em engenharia. Nele as duas miras são colocadas à mesma distância do nível, sobre os pontos que deseja-se determinar o desnível, sendo então efetuadas as leituras. É um processo bastante simples, onde o desnível será determinado pela diferença entre a leitura de ré e a de vante. VISADAS IGUAIS A necessidade de o nível estar a igual distância entre as miras não implica necessariamente que o mesmo deva estar alinhado entre elas. VISADAS IGUAIS - TOLERÂNCIAS Devem ser feitas leituras do fio nivelador (fio médio) e dos fios estadimétricos (superior e inferior). A média das leituras dos fios superior e inferior deve ser igual à leitura do fio médio, com um desvio tolerável de 0,002 m. Como visto anteriormente o método de nivelamento geométrico por visadas iguais pressupõe que as miras estejam posicionas a igual distância do nível. Na prática se aceita uma diferença de até 2m. Caso as diferenças entre a distância de ré e vante seja maior que esta tolerância, o nível deve ser reposicionado a igual distância das miras e novas leituras efetuadas. VISADAS EXTREMAS Neste método determina-se o desnível entre a posição do nível e da mira através do conhecimento da altura do nível e da leitura efetuada sobre a mira. VISADAS EXTREMAS A grande vantagem deste método é o rendimento apresentado, pois se instala o nível em uma posição e faz-se a varredura dos pontos que se deseja determinar as cotas. Porém tem como inconveniente não eliminar os erros como curvatura, refração e colimação, além da necessidade de medir a altura do instrumento, o que pode introduzir um erro de 0,5 cm ou maior. VISADAS EQUIDISTANTES Neste método de nivelamento geométrico efetuam-se duas medidas para cada lance o que permite eliminar os erros de colimação, curvatura e refração. A principal desvantagem deste método é a morosidade do mesmo. Para que este método tenha sua validade é necessário que ao instalar o nível nas duas posições, tome-se o cuidado de deixar as distâncias d1 e d2 sempre iguais (ou com uma diferença inferior a 2m). Uma das principais aplicações para este método é a travessia de obstáculos, como rios, terrenos alagadiços, depressões, rodovias movimentadas, etc. VISADAS EQUIDISTANTES MÉTODO DAS VISADAS RECÍPROCAS Consiste em fazer a medida duas vezes para cada lance, sendo que diferentemente dos outros casos, o nível deverá estar estacionado sobre os pontos que definem o lance. Também são eliminados os erros de refração, colimação e esfericidade, porém não se elimina o erro provocado pela medição da altura do instrumento. CONCEITOS Visada: leitura efetuada sobre a mira; Lance: é a medida direta do desnível entre duas miras verticais (nivelamento simples): CONCEITOS Seção: é a medida do desnível entre duas referências de nível e é obtida pela soma algébrica dos desníveis dos lance (nivelamento composto): CONCEITOS Linha de nivelamento: é o conjunto das seções compreendidas entres duas RN chamadas principais. Circuito de nivelamento: é a poligonal fechada constituída de várias linhas justapostas. Pontos nodais são as RN principais, às quais concorrem duas ou mais linhas de nivelamento (BRASIL, 1975). Rede de nivelamento: é a malha formada por vários circuitos justapostos. CONCEITOS EQUIPAMENTOS Os níveis são equipamentos que permitem definir com precisão um plano horizontal ortogonal à vertical definida pelo eixo principal do equipamento. EIXOS DO NÍVEL São três os eixos principais de nível, conforme figura abaixo: ZZ’= eixo principal ou de rotação do nível; OO’= eixo óptico/ linha de visada/ eixo de colimação; HH’= eixo do nível tubular ou tangente central. PARTES DE UM NÍVEL As principais partes de um nível são: Luneta; nível de bolha; sistemas de compensação (para equipamentos automáticos); dispositivos de calagem. TIPOS DE NÍVEL Quanto ao funcionamento, os equipamentos podem ser classificados em ópticos, digitais e a laser. Nos digitais, a leitura na mira é efetuada automaticamente empregando miras em código de barra. Nos modelos automáticos a linha de visada é nivelada automaticamente, dentro de um certo limite, utilizando-se um sistema compensador (pendular). TIPOS DE NÍVEL Nos níveis lasers, o equipamento lança um feixe de raios laser no plano horizontal, invisível ou visível, e em 360º. TIPOS DE NÍVEL Os níveis ópticos podem ser classificados em mecânicos e automáticos. No primeiro caso, o nivelamento "fino ou calagem" do equipamento é realizado com o auxílio de níveis de bolha bipartida. CLASSE DE NÍVEIS Níveis de precisão baixa: (> ± 10 mm/km) Emprego: construção civil, nivelamento em linhas de curta distância, perfis longitudinais e transversais (seções), nivelamento de áreas. Níveis de precisão média: (≤ ± 10 mm/km) Emprego: Construção civil, nivelamento de linhas; perfis longitudinais e seções transversais; nivelamento de áreas. CLASSE DE NÍVEIS Níveis de precisão alta: (≤ ± 3 mm/km) Emprego: nível de engenheiro; construção civil; grandes obras; nivelamento de linhas de 3ª ordem; perfis longitudinais e seções transversais; nivelamento de áreas. Níveis de precisão muito alta: (≤ ± 1 mm/km) Emprego: nivelamento de precisão, nivelamentos de 1ª e 2ª ordens; medições de controle vertical; construção civil e mecânica de precisão. ACESSÓRIOS Mira: ACESSÓRIOS Tripé; Prumo esférico de cantoneira; Sapatas de nivelamento. LEVANTAMENTO Independente do método a ser empregado em campo, durante um levantamento altimétrico destinado a obtenção de altitudes/cotas para representação do terreno, a escolha dos pontos é fundamental para a melhor representação do mesmo. LEVANTAMENTO ERRO Para realizar a verificação do procedimento de campo, as seções devem ser niveladas e contraniveladas (nivelamento geométrico duplo) e os desníveis obtidos nos dois casos comparados. 𝑬𝒄 = ∆𝑯𝒏𝒊𝒗 - ∆𝑯𝒄𝒐𝒏 Onde: ∆ Hniv = desnível do nivelamento; ∆ Hcon = desnível do contranivelamento; TOLERÂNCIA A média das leituras dos fios superior e inferior deve ser igual à leitura do fio médio, com um desvio tolerável de 0,002 m. As miras devem ser posicionadas à igual distância do nível, na prática porém, aceita-se uma diferença de até 2 m. Caso ultrapasse essa tolerância, o nível deve ser reposicionado e nova leitura realizada. DH = 100 * I * sen² Z, como nesse caso sen 90° = 1, assim a distância horizontal é dada por: DH = 100 * I Onde: I= diferença entre a leitura do fio superior e do fio inferior. TOLERÂNCIA A Tolerância Altimetria é dada por: 𝑇𝑎 = 𝑛 ∗ 𝑘 Onde: n é a precisão nominal do instrumento, em centímetros ou milímetros; K é a distância média nivelada em quilômetros, ou seja, a média das distâncias percorridas no nivelamento e contranivelamento.
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