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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DO ESTADO XXX MATEUS, já qualificado nos autos do processo-crime nº XXX que lhe move a Justiça Pública, por meio do seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO Com fulcro no art. 396 e 396 – A, do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I. Dos Fatos Mateus foi denunciado pela prática do crime de Estupro de Vulnerável com aumento de pena por do ato que está sendo acusado ter resultado gravidez. Segundo a acusação, o acusado teria constrangido a vítima a ter conjunção carnal com ele, alegando que a vítima é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma, contudo a acusação não apresentou nenhum laudo que comprove o comprometimento mental da vítima. Por sua vez, o acusado afirma que namora há algum tempo com a vítima e que a mesma não possui deficiência mental, que os atos praticados por ambos foram sempre de comum acordo, que a mesma, indignada com a injustiça sofrida pelo seu namorado, se propôs a ir em juízo defendê-lo. II. DO DIREITO A ação penal em curso não merece prosperar porque lhe falta tipicidade formal, uma vez que o acusado não se enquadra no tipo penal abaixo: Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência Como se pode observar não há adequação da conduta à moldura típica em abstrato, pois a vítima não possui qualquer deficiência mental que a impeça de oferecer resistência a prática de conjunção carnal. Assim o ato praticado, em comum acordo, pelo casal de namorados, não constitui crime, devendo o acusado ser absolvido sumariamente, de acordo com o art. 397, CPP: Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (...) III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; Desta forma deve-se reconhecer que se trata de caso de absolvição sumária por tratar-se de hipótese em que o fato é manifestamente atípico. III. DO PEDIDO Diante do exposto requer: Seja rejeitada a presente ação penal, com fundamento no artigo 397, III, CPP; Caso não seja acolhido o pedido anterior, requer que sejam intimadas, as testemunhas ao final arroladas para que sejam ouvidas na audiência de instrução e julgamento. Termo em que, Pede deferimento. Estado XXX, 28/11/2016 Advogado OAB XXX Rol de testemunhas Olinda, endereço. Alda, endereço.
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