Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
26/10/2017 Jurisprudência PJe - TRT da 20ª região http://www.trt20.jus.br/standalone/jurisprudencia.php?origem=P&codigo=2277215&id=2297663 1/8 PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 20ª REGIÃO AÇÃO/RECURSO: RECURSO ORDINÁRIO N° 0001321-16.2016.5.20.0006 PROCESSO Nº 0001321-16.2016.5.20.0006 ORIGEM: 6ª VARA DO TRABALHO DE ARACAJU RECORRENTE: JOSÉ LUIZ LIMA DOS SANTOS RECORRIDO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRÁFOS RELATORA: DESEMBARGADORA RITA DE CÁSSIA PINHEIRO DE OLIVEIRA EMENTA AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO FORNECIDO A TÍTULO ONEROSO. EXISTÊNCIA DE PROVA DA PARTICIPAÇÃO DO EMPREGADO NO CUSTEIO DA PARCELA. NATUREZA INDENIZATÓRIA. Com efeito, tendo em vista que, no caso dos autos, o auxílio-alimentação fornecido ao autor era descontado mensalmente de sua remuneração, não há falar em caráter salarial da parcela, o que afasta a tese de ofensa ao artigo 458 da CLT e de contrariedade à Súmula nº 241 do TST. Sentença mantida. RELATÓRIO JOSÉ LUIZ LIMA DOS SANTOS inconformado6com a Decisão proferida pela 6ª Vara do Trabalho de Aracaju, interpõe Recurso Ordinário nos Autos da Reclamação Trabalhista em que litiga contra EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRÁFOS. Regularmente notificado, o reclamado apresentou Contrarrazões. Os Autos foram enviados ao Ministério Público do Trabalho, que emitiu parecer pelo conhecimento do recurso e, no mérito, pelo seu improvimento. 26/10/2017 Jurisprudência PJe - TRT da 20ª região http://www.trt20.jus.br/standalone/jurisprudencia.php?origem=P&codigo=2277215&id=2297663 2/8 Autos em ordem para julgamento. FUNDAMENTAÇÃO DA ADMISSIBILIDADE: Atendidos os pressupostos de admissibilidade recursal, conhece-se do recurso ordinário interposto. DO MÉRITO: DA NATUREZA SALARIAL DO VALE-ALIMENTAÇÃO Insurge-se o reclamante contra a decisão de primeiro grau que não reconheceu a natureza salarial do vale-alimentação. Para tanto, sustenta que: Inicialmente, reitera-se que o recebimento da verba referente à alimentação iniciou em abril/1986, conforme comprovado pelos contracheques paradigmas citados na exordial. Veja-se, ID nº b5ec829, p.2: Quanto aos documentos denominados Del.073/1986 e Del.076/1986, preliminarmente impugnados na manifestação de documentos, estes datam apenas de 09/86, sendo tais documentos posteriores à implantação do vale- alimentação. Ora, é de nítida percepção que tais documentos são de momento posterior à implantação do vale alimentação, já que datam de Setembro/1986 e o vale- alimentação fora implantado em Abril/1986, cinco meses anteriores à publicações dos documentos pela empresa, como demonstrado e comprovado pelos contracheques paradigmas, avistáveis no ID nº b5ec829, p.2: Como se constata, havia o pagamento desde 04/1986 e os documentos, unilaterais, ressalte-se, datam apenas de 09/86, sendo inconteste que o pagamento da rubrica precede à elaboração deles. A publicação, pois, dos documentos de Del. 073/1986 e Del.076/1986 importa, a bem da verdade, em modificação unilateral das condições do contrato. Reitera-se que a adesão ao PAT, conforme afirma a própria reclamada apenas ocorreu em 1988, momento posterior ao pagamento no contracheque da verba intitulada vale alimentação. A adesão dos Correios ao programa de alimentação jamais poderia ter alterado a natureza salarial das verbas para os trabalhadores que já a recebessem anteriormente. 26/10/2017 Jurisprudência PJe - TRT da 20ª região http://www.trt20.jus.br/standalone/jurisprudencia.php?origem=P&codigo=2277215&id=2297663 3/8 anteriormente. Há claro direito adquirido à natureza salarial da verba alimentícia para o autor, visto que anteriormente à adesão, já recebia o auxílio, com natureza salarial. Os documentos de ID's nº 42c9163, fd94f2a, 2730992 e 962d685 foram impugnados, outrossim, por se tratarem única e exclusivamente de manifestação unilateral da reclamada acerca do direito pago à categoria. Não foi alvo de negociação coletiva e, mais, sequer possui amparo em Lei, já que a previsão expressa celetista, avistável no seu art. 458, é a de que a alimentação possui natureza salarial. É, pois, óbvio que ato unilateral da reclamada tanto não pode modificar uma condição já incorporada ao contrato (posto que paga anteriormente ao autor), quanto, muito menos, contrariar previsão expressa de lei. Enfim, tais documentos efetivamente não servem de prova para a controvérsia, por não possuir o mínimo de validade jurídica. Reitera-se que a verba claramente começou a ser paga aos seus empregados, inclusive ao recorrente, a partir de abril/1986. A despeito de tais fatos, Excelências, a sentença agora combatida fundamentou seu indeferimento do pleito autoral com base nestes documentos. É de visível necessidade de reforma, haja vista que os documentos que fundamentam a decisão foram constituídos em data posterior à concretização do direito do autor. É dizer: O autor recebeu auxílio-alimentação desde Abril/1986, sem quaisquer descontos, e apenas em Outubro/1986 a reclamada implementou, unilateralmente, os documentos Del. 073/1986. Traz à colação vários arestos com o intuito de fortalecer sua tese. Acrescenta, ainda, que: Inicialmente, a sentença igualmente negou o mérito ao autor, sustentando ainda que fora comprovado que houve descontos em folha de pagamento do autor quando da implementação do auxílio-alimentação pela reclamada. Relata que isto fora comprovado pelo documento DEL. 073/1986 e pela adesão da empresa ao PAT. Permissa máxima vênia, Excelências, vem o recorrente discordar. De imediato, infere-se que, conforme já sustentando oportunamente em tópico supra, os documentos a que se refere a sentença foram implementados em momento posterior à constituição do direito do autor. Ainda, reitera-se que já há entendimento jurisprudencial farto de que, quando o desconto realizado em folha de pagamento do funcionário é meramente simbólico ou de valor irrisório, não se altera a natureza salarial do provento. Conforme extraído das fichas financeiras trazidas aos autos (ID 9841f50 - Págs. 2 e 5), só foi possível fazer constar o suposto desconto da reclamada em dois únicos meses do ano de 1987, e ainda, tal desconto realizado em folha sequer ultrapassava a faixa de 2% do valor bruto salarial, divergente do alegado pela reclamada que seria no valor de 10%, 15% ou 20% (ID 6be58be - pág. 11), proporcionalmente. Além de ininteligíveis, as fichas financeiras - que já foram oportunamente impugnadas - pelo que se possa compreender, intitulam como salário-bruto do reclamante sobre o qual é feito um desconto de menos de 2% em dois únicos meses no ano. Nos exemplos destacados acima, o Salário-bruto do reclamante corresponde 26/10/2017 Jurisprudência PJe - TRT da 20ª região http://www.trt20.jus.br/standalone/jurisprudencia.php?origem=P&codigo=2277215&id=2297663 4/8 Nos exemplos destacados acima, o Salário-bruto do reclamante corresponde em um mês a Cz$ 2.162,14. O desconto feito sobre a rubrica 0120 é de Cz$ 45,00. Observa-se que este valor descontado corresponde a 2,08% de desconto sobre o valor do salário bruto. Já no outro mês, o salário do reclamante corresponde a Cz$ 23.315,81, do qual é feito um desconto de Cz$ 180,00 sobre a rubrica 0120. Dessa vez, o desconto sobre a rubrica corresponde a 0,77% do salário bruto. Conforme se demonstra, um desconto ínfimo e meramente simbólico, em apenas dois meses do ano de 1987, não tem o fito de desconstituir a natureza salarial do benefício que fora implementado. E, como argumentação em tópico supra, a verba desde sua implementação possuía caráter salarial, e alteração lesiva do contrato em momento posterior é contra legem, vez que fere mortalmente o jusprincípio trabalhista da condição mais benéfica ao trabalhador. Portanto, os descontos feitos soba rubrica 0120 são irrisórios, e se deram em pouquíssimos meses do ano, sem o condão de desfazer a natureza jurídica salarial do da benesse. Desta forma, o valor tido como desconto cai precisamente na situação expressa nos julgados trazidos acima: Não havia compartilhamento, apenas um desconto irrisório e simbólico no salário bruto de reclamante, e ainda, que aconteceu em apenas em poucos meses dos anos trazidos. Neste ínterim, resta que não há fundamento fático ou jurídico que auxilie a tese da reclamada. Requer, portanto, que seja declarada a natureza salarial das verbas referentes à alimentação recebidas pelo autor, com o pagamento dos reflexos decorrentes. Importa esclarecer ainda que a adesão ao PAT, conforme afirma a própria reclamada apenas ocorreu em 1988, momento posterior ao pagamento no contracheque da verba intitulada vale alimentação. A adesão dos Correios ao programa de alimentação jamais poderia ter alterado a natureza salarial das verbas para os trabalhadores que já a recebessem anteriormente. Há claro direito adquirido à natureza salarial da verba alimentícia para o autor, visto que anteriormente à adesão, já recebia o benefício, com natureza salarial. (....) Não bastasse, há entendimento consolidado do C. TST a este respeito. Veja- se da OJ nº 143 da SDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho: OJ 413 da SDI-1. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. ALTERAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA. NORMA COLETIVA OU ADESÃO AO PAT. A pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à verba "auxílio-alimentação" ou a adesão posterior do empregador ao Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT - não altera a natureza salarial da parcela, instituída anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, já percebiam o benefício, a teor das Súmulas nºs 51, I, e 241 do TST. (destaques nossos) A conduta da reclamada, assim, constitui alteração lesiva e ilícita, violando-se os arts. 468 da CLT, art. 5º, XXXVI da CF, além de divergir da Súmula nº 51 do C. TST, atintes ao direito adquirido. Não bastasse, a natureza jurídica da alimentação é, a priori, salarial, dada a previsão do art. 458 da CLT, reforçada pela Súmula n° 241 do C. TST: Súmula nº 241 do TST. SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - 26/10/2017 Jurisprudência PJe - TRT da 20ª região http://www.trt20.jus.br/standalone/jurisprudencia.php?origem=P&codigo=2277215&id=2297663 5/8 Súmula nº 241 do TST. SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. (destaques nossos) Não há dúvidas, assim, da natureza salarial da verba, de modo que requer a declaração da natureza salarial das verbas recebidas pelo autor a título de vale alimentação e correlatas. Além disso, não há que se falar em descaracterização da natureza salarial do vale alimentação em decorrência da "participação dos empregados no custeio" da verba. Conforme demonstrado, um desconto meramente simbólico, que ocorreu em pouquíssimos meses, não tem o condão de descaracterizar a natureza salarial da verba. O que se sobressai é que, de fato, a empresa considerava a verba salarial, porém modificou o seu tratamento posteriormente quando aderiu ao PAT. Diante do exposto, requer a reforma da decisão para que seja declarada a natureza salarial das verbas referentes à alimentação recebidas pelo autor, e deferido o pagamento dos reflexos decorrentes, com o conhecimento e provimento do presente apelo. Consta da sentença: Alega o reclamante que trabalha para a reclamada desde 19/07/1979, sendo que atualmente exercer o cargo de agente de correios. Aduziu, ainda, que desde a sua admissão vem recebendo o auxílio alimentação, o qual foi criado por meio de um decreto da diretoria da reclamada (DEL 073/86), com vigência a partir de 01 de outubro de 1986, que não estabeleceu a natureza indenizatória desta verba. Desta forma e considerando que a instituição do vale alimentação, na sua origem, não decorreu de uma negociação coletiva e não estabelecia expressamente a natureza indenizatória, requer o reconhecimento de que a parcela possui natureza salarial desde sua criação e, por consequência, o pagamento das diferenças decorrentes deste reconhecimento. A defesa sustentou, em síntese, que a partir de outubro/1986 passou a conceder o vale-alimentação e cesta, não de forma gratuita para os seus empregados, mas de forma onerosa, nos termos de sua norma interna DEL 076/1986 sendo o desconto realizado em folha de pagamento, sob a rubrica 0120, não estando caracterizada a natureza salarial conforme caput do art. 458/CLT. Alega, ainda, que a reclamada aderiu ao Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) no ano de 1988, conforme Ofício 197/2011/COPAT/DSST/SIT-MTE Diante disto, afirma que o benefício vale-alimentação e cesta nunca teve natureza salarial, seja porque desde a sua primeira concessão já era oneroso para os empregados, seja pela adesão da ECT ao PAT a partir de 1988 e continuidade da coparticipação do empregado. Compulsando os autos, resta demonstrado que o auxílio alimentação foi instituído pela empresa por norma interna (DEL 073/1986), de 10/09/1986, sendo substituída por outra norma interna (DEL076/1986), de 18/09/1986. Analisando a norma DEL 073/1986, verifica-se que a mesma estabeleceu em seu item 04, a forma de custeio do benefício, sendo uma parte subsidiada pela ECT e outra parte indenizada pelo empregado, mediante desconto em folha de pagamento, o que foi repetido na norma DEL 076/1986, in verbis: "4. CUSTEIO DO VALE-ALIMENTAÇÃO 4.1. Subsidio O valor mensal do 26/10/2017 Jurisprudência PJe - TRT da 20ª região http://www.trt20.jus.br/standalone/jurisprudencia.php?origem=P&codigo=2277215&id=2297663 6/8 CUSTEIO DO VALE-ALIMENTAÇÃO 4.1. Subsidio O valor mensal do subsidio será determinado pelo salário-base do empregado e corresponderá à aplicação dos percentuais constantes do Anexo deste Documento, sobre o valor facial do Vale-Alimentação.4.2. Indenização O valor mensal da indenização à Empresa, pelo empregado, será igual ao resultado da diferença entre o valor facial do Vale-Alimentação fornecido e o valor subsidiado, descontado na folha de pagamento referente ao mês para o qual for solicitado." Neste contexto, fica claro que desde a implantação do benefício do vale alimentação o empregado participa de seu custeio, mediante desconto em folha de pagamento de parcela de indenização, sendo, portanto um benefício oneroso. Ressalta-se que a reclamada anexou aos autos Fichas Financeiras do autor nas quais pode se identificar a rubrica "0120" referente ao auxílio, conforme indicado na peça defensiva. Do contracheque juntada na inicial do sr. Balbino já se percebe a natureza indenizatória do mesmo, uma vez que não repercute em quaisquer verbas, conforme se observa dos contracheques paradigma. É importante mencionar, que mesmo sem indicação expressa nas fichas financeiras acerca do significado da rubrica 120, da análise as normas internas com estes documentos é possível concluir que se trata do desconto a título de auxílio-alimentação, posto que as normas 073 e 076 de 1986 fixam que, em regra, o empregado que trabalhasse em seis dias por semana receberia 25 vales alimentação, sendo que nas fichas do autor, quando aparece o desconto sob a rubrica 120, existe referência a essa quantidade (25). Além disto, extrai-se das normas internas que o auxílio alimentação seria concedido mediante solicitação específica do empregado (item 2.1 da DEL73- 76/86), o que demonstra que não era um benefício pago de modo espontâneo e gratuito pelo empregador, em contraprestação ao serviço prestado. Desta forma, resta patente que sempre houve a participação dos empregados no custeio do benefício do Vale Alimentação, com desconto em folha de pagamento,o que por certo que afasta a natureza salarial alegada pela reclamante, pois para reconhecer a natureza salarial de uma parcela é necessário que seja concedida de forma habitual e gratuita, na forma do artigo 458 da CLT. A jurisprudência assim se manifesta sobre o tema: AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. NATUREZA INDENIZATÓRIA. PARTICIPAÇÃO DO EMPREGADO NO CUSTEIO DA REFERIDA PARCELA. Esta Corte consolidou o entendimento de que o fato de haver participação do empregado no custeio da parcela auxílio alimentação faz com que fique caracterizada a natureza indenizatória da referida verba. Precedentes (Súmula 333/TST). Recurso de revista não conhecido. (TST. RR-295-07.2012.5.24.0072. Proferida em 10-08-2016) Isto posto e considerando que o auxílio alimentação na reclamada não era concedido de forma gratuita, fixo que a mesma não tinha natureza jurídica salarial e, por consequência, indefere-se os pedidos formulados na exordial. Coaduna-se com a sentença de primeiro grau. Veja-se. Observa-se dos autos que o vale-alimentação não foi concedido 26/10/2017 Jurisprudência PJe - TRT da 20ª região http://www.trt20.jus.br/standalone/jurisprudencia.php?origem=P&codigo=2277215&id=2297663 7/8 pela ECT de forma espontânea, e sim, por meio das negociações coletivas e com anuência governamental. A ECT, quando da concessão do vale-alimentação e refeição, sempre cumpriu a legislação concedendo os benefícios com o devido compartilhamento por parte do empregado, de acordo com a faixa salarial de cada um, nos percentuais 10%, 15% ou 20%, com descontos em folha de pagamento, conforme a faixa salarial do empregado. O auxílio-alimentação foi instituído na ECT por norma interna (DEL 073/1986), de 10/09/1986, sendo substituída por outra norma interna, no caso, a DEL 076/1986, de 18.09.1986, consoante documentos residentes nos autos. Ademais, se extrai da análise do item 04 da norma interna (DEL 073/1986), como já dito anteriormente, que a forma de custeio do benefício era compartilhada, ou seja, parte era subsidiada pela ECT e a outra parte indenizada pelo empregado, mediante desconto em folha de pagamento. Com efeito, a jurisprudência majoritária do C. TST, assim tem se manifestado, de forma conclusiva: "AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. NATUREZA INDENIZATÓRIA. PARTICIPAÇÃO DO EMPREGADO NO CUSTEIO DA REFERIDA PARCELA. Esta Corte consolidou o entendimento de que o fato de haver participação do empregado no custeio da parcela auxílio-alimentação faz com que fique caracterizada a natureza indenizatória da referida verba. Precedentes (Súmula 333/TST). Recurso de revista não conhecido. (TST. RR- 295-07.2012.5.24.0072). Proferida em 10.06.2016). Ressalte-se, no que pese a vasta argumentação do reclamante em sua Inicial, não se pode ignorar o fato, sobejamente provado nos autos, através das fichas financeiras e demais documentos acostados pela reclamada, de que o auxílio-alimentação, e demais consectários suscitados pelo demandante, não era concedido de forma espontânea e gratuita, fato que faz cair por terra, faz sucumbir, todos os argumentos apresentados pelo autor, em sua peça vestibular, pois, restou comprovado que o auxílio-alimentação não tinha natureza jurídica salarial. Por tais razões, mantém-se a sentença, no particular. 26/10/2017 Jurisprudência PJe - TRT da 20ª região http://www.trt20.jus.br/standalone/jurisprudencia.php?origem=P&codigo=2277215&id=2297663 8/8 Posto isso, conhece-se do recurso para, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO. Conclusão do recurso Posto isso, conhece-se do recurso para, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO. ACÓRDÃO Acordam os Exmos. Srs. Desembargadores do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região, por unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, negar-lhe provimento. L Presidiu a sessão o Exmo. Desembargador THENISSON DÓRIA. Presentes, ainda, o(a) Exmo(a) Representante do Ministério Público do Trabalho da 20ª Região, o Exm.º Procurador RICARDO JOSÉ DAS MERCÊS CARNEIRO, bem como os Exmos.Desembargadores RITA OLIVEIRA (RELATORA) JOSENILDO CARVALHO E ALEXANDRE MANUEL RODRIGUES PEREIRA(Juiz convocado). RITA DE CASSIA PINHEIRO DE OLIVEIRA Relatora VOTOS
Compartilhar