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IRAS 2

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Prof. Esp. Maria Betânia Pereira
INFECÇÃO HOSPITALAR
Qualquer tipo de infecção adquirida (48-72 horas) após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia. 
A infecção acontece quando um microorganismo (vírus, bactérias, protozoários ou fungos) penetra no corpo do ser humano, e se multiplica (proliferação).
 O que é?
Atualmente, tem sido sugerida a mudança do termo infecção hospitalar por INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IrAS), que reflete melhor o risco de aquisição dessas infecções.
Histórico:
1956 e 1959-Primeiros relatos;
1963-Hospital Ernesto Dornellis-RS, primeira Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH);
1970-Implantação de CCIH, principalmente nos Hospitais Universitários;
1983-Portaria MS nº.196, determina a implantação de CCIH em todos os hospitais;
As IRAS podem ser causadas por falta de assepsia/antissepsia:
No meio ambiente;
Do material;
No paciente;
Da equipe que o atende.
Assepsia é o processo pelo qual são afastados os microorganismos patogênicos de um local ou objeto. 
Riscos relacionados a Infecção:
Relacionados aos cuidados prestados: 
- Associada aos microrganismos presentes nas mãos dos profissionais de saúde, no ambiente ou no organismo do paciente. Geralmente estão relacionadas a procedimentos invasivos (por exemplo, intubação para auxiliar a respiração, passagem de cateteres venosos, cateteres no sistema urinário, cirurgias etc.). Em algumas situações essas infecções, especialmente as que ocorrem após cirurgias, podem ser prevenida com o uso de antibióticos.
Riscos relacionados a Infecção:
Relacionados à organização: 
- Sistemas de ventilação de ar e de água, disponibilidade de profissionais (por exemplo, a relação entre número de enfermeiras dedicadas a atender um determinado número de leitos), e estrutura física (mais de um leito no mesmo quarto, a distância entre estes leitos, presença de pias, papel toalha, gel alcoólico para higiene das mãos etc.).
Relacionados à condição clínica do paciente:
 - Infecção associada à gravidade da doença, o comprometimento da imunidade do paciente, a tempo da internação etc.
Causas das IRAS
A IRAS podem ser atribuídas às condições próprias do paciente com dificuldades em conviver com as bactérias que lhe COLONIZAM A PELE E AS MUCOSAS, pois sua microbiota endógena é importante na aquisição desta infecção.
Causas das IRAS
DECORRE DO TEMPO DE INTERNAÇÃO E ALGUNS PROCEDIMENTOS INVASIVOS:
- uso do cateter periférico e central;
- Uso de sondas;
- retirada de lesões da pele e nódulos de mama, dentre outros;
- feridas cirúrgicas.
Falta de assepsia:
1.no meio ambiente;
2.do material;
3.no paciente;
4.da equipe que o atende.
Causas das IRAS
Tipos de Flora:
A flora transitória fica localizada na superfície da pele e é formada por microrganismos que adquirimos no contato com o ambiente quer seja animado ou inanimado;
 Qualquer tipo de microrganismo pode ser encontrado transitoriamente nas mãos, apesar de ser mais comum encontrar bacilos Gram negativo (p.ex. Escherichia coli e Pseudomonas) e cocos Gram positivo (p.ex. staphylococcus),os agentes bacterianos mais frequentemente causadores de infecção hospitalar;
 
Têm um curto tempo de sobrevivência, um elevado potencial patogénico e são facilmente transmitidos por contato. A lavagem das mãos com sabão simples remove-os com facilidade. 
Tipos de Flora:
A flora residente existe normalmente na epiderme onde se multiplica, tendo funções importantes de prevenção da colonização com a flora transitória. Aquela flora é constituída principalmente por bacilos e cocos Gram positivo e anaeróbios;
Raramente causa doença a não ser quando introduzida traumaticamente nos tecidos ultrapassando as barreiras naturais, pelo que tem pouco significado nos procedimentos clínicos de rotina;
Estes microrganismos não são facilmente removidos pela ação mecânica da lavagem das mãos sendo necessário recorrer à ação química de um anti-séptico associado ou não ao agente de lavagem. 
As IH podem decorrer de falhas no processo de assistência, que elevem o risco de aquisição de infecções para os pacientes:
falhas no processo de esterilização,
falhas no preparo de medicações parenterais, 
falhas na execução de procedimentos invasivos etc.
Causas das IRAS
Agentes mais frequentes:
a) bactérias Gram-negativas: 
 - fermentadoras de glicose (Enterobacter spp., E.coli, Serratia spp., Klebsiella spp., Proteus spp., Citrobacter spp. E
 - não-fermentadoras de glicose (Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii)
b) bactérias Gram-positivas - Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-negativa e Enterococcus spp.
c) fungos: Candida albicans, C. parapsilosis, C. tropicalis e C. glabrata.
Transmissão:
Envolve três elementos:
Fonte:
-paciente, profissionais, artigos, visitantes;
• Hospedeiro suscetível:
paciente, profissionais, visitantes;
• Via de Transmissão:
- contato, aérea, veículo comum, vetor.
Sangue e fluidos corpóreos;
Contato direto ou indireto;
Gotículas;
Aerossol.
Transmissão:
Por que Isolar o paciente ?
Paciente 
Evitar Infecção cruzada;
Ambiente hospitalar com bactérias multirresistentes;
Paciente suscetível;
Controle de infecções hospitalares.
Profissional de Saúde 
Risco ocupacional;
Hospedeiro saudável;
Vetor de transmissão;
Controle de infecções hospitalares.
Raciocínio Teórico Do 
Isolamento
Diagnóstico De IRAS 
Observação direta do paciente ou análise de seu prontuário; 
Resultados de exames de laboratório;
Quando não houver evidência clínica ou laboratorial de infecção no momento da internação no hospital, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar após 72 horas da admissão no hospital;
Diagnóstico De IRAS 
Também são convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 horas da internação, quando associadas a procedimentos médicos realizados durante esse período; 
Os pacientes transferidos de outro hospital são considerados portadores de infecção hospitalar do seu hospital de origem; 
As infecções de recém-nascidos são hospitalares, com exceção das transmitidas pela placenta ou das associadas a bolsa rota superior a 24 horas.
Pacientes Em Maior Risco
Recém- nascidos;
Acidentados;
Pacientes com Neoplasias Malignas; 
Receptores de órgãos;
Diabéticos;
Idosos;
Portadores de HIV.
CLASSIFICAÇÃO DAS IRAS POR TOPOGRAFIA
1- INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
Mais comum
Instrumentação trato urinário 
 - sonda vesical – 80%
 - outros – 5 a 10%
Idade avançada
Sexo feminino
Gravidez / Puerpério
Uso indiscriminado de antimicrobianos
Doenças subjacentes graves
Agente Etiológico: E. Coli(90%); Proteus sp; Enterobacter sp. 10
CLASSIFICAÇÃO DAS IRAS POR TOPOGRAFIA
2- INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
Tempo de internação;
Condições pré-operatórias;
Corpos estranhos, drenos, próteses;
Técnica cirúrgica;
Antibioticoprofilaxia.
Alguns Fatores de Risco:
Tricotomia com lâmina;
Assepsia inadequada/irregular do sítio operatório;
Duração prolongada da cirurgia;
Contaminação abdominal microbiana;
Drenos;
Furos em luvas;
Corpos estranhos;
Não realização de banho/higiene pré operatória.
3-INFECÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO 
Idade;
Patologia base;
Instrumentação do trato respiratório;
Colonização orofaringe;
Broncoaspiração;
Agente Etiológico: Staphylococcus aureus; Haemophilus influenzae; Streptococcus pneumoniae 
CLASSIFICAÇÃO DAS IRAS POR TOPOGRAFIA
4- INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUÍNEA
Técnica
Acesso vascular → tipo cateter
 → curativo
 → tempo 
 → local
Hospedeiro – doença base
Insumos contaminados
CLASSIFICAÇÃO DAS IRAS POR TOPOGRAFIA
Sintomatologia:
Os sintomas são relacionados ao local do procedimento ou envolvem algum sistema, como respiratório ou urinário. Pacientes graves podem ter comprometimento de todo o organismo. 
Geralmente o primeiro sintoma é febre.
Tratamento
Antibióticos injetáveis e por período de 14 a 30 dias;
Medidas de qualificação da assistência hospitalar e vigilância sanitária.
Prevenção 
Uso de luvas;
Anti-sépticos;
Esterilização;
Usos de material descartável;
Lavagem adequada das mãos.
Prevenção 
Importância
As infecções hospitalares são consideradas as principais causas de morbidade e de mortalidade, além de aumentarem o tempo de hospitalização do paciente, elevando o custo do tratamento.
CCIH
A CCIH é a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, órgão consultor, define as políticas de controle de IHs nos hospitais;
O SCIH é o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, órgão responsável pela execução das ações recomendadas pela CCIH.
Finalidades da CCIH
Detectar casos de IH;
Conhecer as principais IH detectadas no serviço e definir se estão dentro dos parâmetros aceitáveis;
Elaborar normas de padronização para que os procedimentos realizados sigam uma técnica asséptica;
Realizar controle na prescrição de antibióticos evitando a utilização descontrolada dos mesmos;
Recomendar as medidas de isolamento de doenças transmissíveis;
Oferecer apoio técnico à administração hospitalar para a aquisição correta de materiais e equipamentos e para o planejamento adequado da área física das unidades de saúde.
Finalidades da CCIH
Profissionais da CCIH
01 médico - 04h/dia;
01 enfermeiro para cada - 200 leitos - 08h/dia;
01 técnico de enfermagem -08h/dia cada 50 leitos;
Outros profissionais de saúde e representantes da administração do hospital
Saúde Ocupacional
O Profissional da área da saúde (PAS) pode adquirir ou transmitir infecções para os pacientes, para outros profissionais no ambiente de trabalho e para comunicantes domiciliares e da comunidade
As ações do Serviço de Saúde Ocupacional, no que diz respeito ao controle de infecção:
Objetivos: 
a) educar o PAS acerca dos princípios do controle de infecção, ressaltando a importância da participação individual neste controle;
b) colaborar com a CCIH na monitorização e investigação de exposições a agentes infecciosos e surtos;
c) dar assistência ao PAS em caso de exposições ou doenças relacionadas ao trabalho;
d) identificar riscos e instituir medidas de prevenção;
e) reduzir custos, através da prevenção de doenças infecciosas que resultem em faltas ao trabalho e incapacidade.
Saúde Ocupacional
Referências:
Renato C. Couto, Tânia M. G. Pedrosa, José Mauro Nogueira, INFECÇÃO HOSPITALAR, 3º edição, Editora MEDSI, 2003.
ANVISA. Curso básico de Controle de infecção hospitalar. Brasília,2000.

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