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Penal e Processo Penal

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INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 11 e 12.02.2009 
 Aula n°03 
 
 
 
- 1 – 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
1. Artigos Correlatos 
1.1 O recebimento da denúncia e a interrupção da prescrição na nova sistemática processual penal 
2. Jurisprudência 
2.1 RE 135.328 
2.2 HC 90.838 
2.3 HC 88143 
2.4 RE 464893 / GO 
2.5 INQ - 1968 
2.6 HC 84568/PE 
2.7 HC 93224 / SP 
2.8 Inq 1939 
3. Assista! 
Qual o papel do Ministério Público na ação penal privada subsidiária da pública? - Marcio Pereira 
4. Simulados 
 
 
1. ARTIGOS CORRELATOS 
1.1 O recebimento da denúncia e a interrupção da prescrição na nova sistemática processual 
penal 
Elaborado em 01.2009. 
Michel Bertoni Soares - Acadêmico de Direito da Fundinop/UENP - Jacarezinho - PR e Estagiário do Mi-
nistério Público do Estado de São Paulo 
1. Introdução: o Direito e a necessidade intrínseca de mudança 
 Como produto cultural destinado à busca pela justiça e à pacificação social, o direito necessita ser 
adequado às relações travadas pelos atores sociais, correspondendo aos seus anseios e necessidades, 
sob pena de se tornar incapaz de realizar os fins a que se propõe. Desta maneira, considerando que as 
modificações sociais se dão de forma vertiginosa no mundo globalizado, é inegável que o ordenamento 
jurídico precisa ser constantemente atualizado e readequado, tanto por intermédio da atividade inter-
pretativa, como por meio da edição de novas leis que atendam aos reclamos sociais. 
 No Brasil as mudanças se fazem ainda mais necessárias. Vivemos em um país inserido no contexto 
da modernidade tardia, que não passou pelo Estado da Providência e que, não obstante, possui uma 
das Constituições mais modernas do mundo. Todos esses ingredientes demonstram a tarefa árdua em 
que consiste dar efetividade à nossa Lei Maior. 
 O Código de Processo Penal brasileiro (Decreto-Lei nº 3.689/41) foi editado sob a égide da Consti-
tuição de Federal de 1937, a qual tinha conteúdo ditatorial e "restringiu direitos e garantias individu-
ais" [01], suprimindo institutos importantíssimos como o mandado de segurança e permitindo a pena 
de morte. 
 Isso ocorreu, pois a Carta Constitucional em questão foi promulgada no Governo Vargas e influenci-
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ada pelo totalitarismo e o fascismo da Constituição Polonesa [02], bem como das idéias de Mussolini e 
de Hitler. 
 Deste modo, o Código de Processo Penal refletia as idéias da Constituição da época, sendo necessá-
ria a sua reforma, talvez até mesmo a edição de um novo Código, a fim de adequá-lo à nova ordem 
constitucional, calcada na garantia dos direitos fundamentais. 
 Como exemplo do caráter autoritário que permeou o código, podemos citar a redação original de 
seu artigo 186 que assim dispunha: 
 "Antes de iniciar o interrogatório, o juiz observará ao réu que, embora não esteja obrigado a res-
ponder às perguntas que lhe forem formuladas, o seu silêncio poderá ser interpretado em prejuízo da 
própria defesa". 
 Com a promulgação da Constituição de 1988, inquestionável que o ônus processual mencionado, 
decorrente do silêncio do acusado, passou a conflitar com o princípio da presunção da inocência (CF, 
art. 5º, inciso LVII) e também com o direito do preso em flagrante delito permanecer calado (CF, art. 
5º, inciso LXIII). 
 Bem por isso, a Lei 10.792/2003 deu nova redação ao artigo 186 e incluiu-lhe parágrafo único para 
assegurar que o direito do réu em permanecer calado em seu interrogatório não lhe acarretará prejuí-
zos processuais. 
 Ressalte-se que a referida modificação não é um fato isolado. Considerando o longo período de de-
corrido desde a sua promulgação e o fato de que projetou sua vigência por três Constituições distintas 
(1946, 1967/1969 e 1988), o Código de Processo Penal passou por várias modificações e revogações 
de artigos. Entretanto, faltava e, mesmo após às recentes alterações, ainda falta [03] muito a ser a-
dequado em vista do processualismo moderno, bem como do garantismo derivado da Constituição de 
1988. Contudo, é justamente esse dinamismo que torna o Direito fascinante. 
2. Do Recebimento da Denúncia à Luz da Lei nº 11.719/08 
 Com a entrada em vigor da Lei 11.719/08 ocorrida em 22 de agosto de 2008, a qual entre várias 
medidas alterou a forma dos procedimentos previstos no Código de Processo Penal, inúmeras questões 
passaram a ser discutidas no âmbito jurídico, sendo talvez uma das mais importantes a que se cir-
cunscreve ao recebimento da denúncia nos procedimentos ordinário e sumário. 
 Não obstante seja um instituto de direito material, uma vez que é causa extintiva de punibilidade e 
se encontra prevista no Código Penal, a prescrição mantém estreita relação com o processo, pois a o-
corrência de determinados atos processuais poderá interromper ou suspendê-la. Entre suas causas in-
terruptivas encontra-se o recebimento da denúncia (CP, art. 117, I), daí a importância do tema posto 
em discussão. 
 Uma interpretação literal dos artigos 396 e 399 do CPP leva à conclusão de que atualmente nos 
procedimentos ordinário e sumário há dois recebimentos da denúncia. Entretanto, tal modalidade in-
terpretativa é por demais simplista e no caso em análise demonstra-se incapaz, se utilizada isolada-
mente, de revelar verdadeiro sentido da lei, visto que a linguagem dos artigos mencionados é passível 
de dúvida. Diante disto, deve-se lançar mão da interpretação em suas modalidades, sistemática e his-
tórica [04], a fim de complementar a interpretação gramatical. 
 Ressalte-se, desde já, conforme se verá pelas razões expostas, que continua a haver um único ato 
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de recebimento da denúncia e interruptivo da prescrição nesta fase processual, qual seja, o previsto 
no artigo 396, caput do CPP. 
 2.1 Da interpretação sistemática 
 Antes de receber a denúncia e adotar as demais providências elencadas no art. 396 o juiz deve ana-
lisar se ela não é inepta, se estão presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, bem 
como se há justa causa para a persecução penal, conforme determinam os incisos do artigo 395 do 
Código de Processo Penal. Não atendidos quaisquer desses requisitos, a inicial acusatória deverá ser 
rejeitada liminarmente. 
 Portanto, a novatio legis assemelhou em muito a rejeição da denúncia por meio do artigo 395 do 
CPP às hipóteses de indeferimento da inicial e extinção do processo sem resolução de mérito previstas 
no Código de Processo Civil. Bem por isso, a rejeição da inicial acusatória não faz coisa julgada materi-
al, nada impedindo que, sanadas as falhas, venha a ser proposta novamente. 
 Ressalte-se que o julgador ao proceder à análise determinada pelo artigo 395 do CPP e seus incisos 
e entender que não é o caso de rejeição da inicial, realizou um juízo abstrato e superficial, porém con-
cluiu pela viabilidade da propositura da ação penal, bem como que há indícios de autoria e prova da 
existência do crime (justa causa), portanto,deve passar à fase do artigo 396, recebendo a denúncia e 
ordenando a citação do acusado para apresentação da resposta escrita. 
 A citação ocorre para a apresentação de resposta escrita e não de defesa preliminar, deste modo, 
pressupõe o recebimento anterior da denúncia. 
 Com efeito, por defesa prévia entende-se aquela exercida pelo denunciado ou querelado após o ofe-
recimento da inicial acusatória, mas antes de seu recebimento. Em tais hipóteses, o julgador não apre-
cia a inicial. Antes, ordena que seja autuada e determina a notificação do denunciado ou querelado pa-
ra que se manifeste sobre a acusação. Tal procedimento é previsto, por exemplo, no artigo 55, da Lei 
11.343/06 que é claro ao afirmar que primeiro procede-se à notificação do denunciado para apresen-
tação da defesa preliminar e, posteriormente à sua apresentação dá-se o recebimento da denúncia, 
com fundamento no artigo 56, do referido diploma legal. 
 Por seu turno, o artigo 396 estabelece que primeiro o julgador recebe a inicial acusatória, após, 
manda citar o acusado para apresentação da resposta escrita. 
 Consideradas todas estas razões, não há dúvidas de que a Lei 11.719/08 não instituiu defesa preli-
minar e, sim, resposta escrita, a qual necessita do recebimento da denúncia para ser deflagrada. 
 Ofertada a resposta escrita e verificada qualquer das hipóteses previstas nos incisos do artigo 397 
do CPP, o julgador deverá absolver sumariamente o acusado. Instituiu-se, desta maneira, no âmbito 
do Direito Processual Penal a possibilidade, taxativa, diga-se de passagem, de julgamento antecipado 
da lide. 
 A pretensão punitiva para ser julgada improcedente por meio da absolvição sumária do réu necessi-
ta do recebimento prévio da denúncia. Do contrário que ação seria improcedente? Mais uma razão pa-
ra apontar-se a fase do artigo 396 como ato receptivo da inicial e interruptivo do lapso prescricional. 
 Demais disso, o artigo 363, caput do CPP dispõe que após a citação do acusado o processo terá 
completado a sua formação. Ora, para que se repute completa a relação processual imprescindível o 
recebimento da denúncia. Como a citação ocorre na fase do artigo 396, inegável que o recebimento da 
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vestibular acusatória também. 
 Desta feita, completada a relação processual após o recebimento da denúncia e a citação do acusa-
do com fundamento nos artigos 363 e 396 ambos do Código de Processo Penal, incabível operar-se 
novo recebimento com fulcro no artigo 399. 
2.2 Da interpretação histórica 
 Antes de se iniciar a interpretação histórica faz-se necessária uma ressalva: em boa parte do decor-
rer deste subtítulo há menção ao recebimento da denúncia utilizando-se como referência o artigo 395 
do Código de Processo Penal. Isto ocorre, pois de início a redação do atual artigo 395 encontrava-se 
disposta no artigo 396 e vice-versa. Contudo, após as emendas apresentadas pelo Senado sob a forma 
de substitutivo ao projeto que culminou na Lei 11.719/08, alterou-se a ordem os referidos artigos, pa-
ra que estejam dispostos conforme a lei foi promulgada. 
 O projeto nº 4207/2001 criado pelo Ministério da Justiça em conjunto com uma comissão de reno-
mados juristas presidida por Ada Pelegrini Grinover e que resultou na promulgação da Lei 11.719/08 
dispunha em sua redação original que: 
 "Art. 395. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou a queixa, o juiz, se 
não a rejeitar liminarmente, ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito no 
prazo de dez dias, contados da data da juntado do mandado aos autos ou, no caso de citação por edi-
tal, do comparecimento pessoal do acusado ou de defensor constituído." 
 Os parágrafos do referido artigo dispunham sobre a forma de processamento da resposta escrita. 
Superada esta fase, deveria ser observado o artigo 396, que continha a seguinte redação: 
 "Art. 396. O juiz, fundamentadamente, decidirá sobre a admissibilidade da acusação, recebendo 
ou rejeitando a denúncia ou queixa." 
 Deste modo, a resposta escrita teria a natureza jurídica de defesa preliminar, pois seria apresenta-
da anteriormente ao recebimento da denúncia e o juízo de admissibilidade acerca da pretensão puniti-
va somente realizar-se-ia após a manifestação do denunciado sobre a acusação. 
 Poderia ainda haver dúvida, mediante a utilização da interpretação gramatical, se o recebimento da 
denúncia ocorreria com fundamento no artigo 396 ou no artigo 399, já que este originalmente conti-
nha a expressão: "recebida a acusação". 
 Porém, repita-se, a resposta escrita desempenharia o papel de defesa preliminar, portanto, seria 
anterior ao recebimento da denúncia. 
 Contudo, não foi este o desejo do legislador. As sucessivas emendas sofridas pelo projeto de Lei 
4.207/2001, tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado Federal, bem como os pareceres exa-
rados pelo Deputado Regis de Oliveira Fernandes na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da 
Câmara e a redação final dos dispositivos em questão demonstram que se pretendeu que o juízo de 
admissibilidade acerca da pretensão punitiva fosse efetuado de ofício pelo juiz, anteriormente ao rece-
bimento da inicial acusatória, e que este ato processual, por sua vez, precedesse à citação do acusado 
para a resposta escrita, que, desta maneira, não mais pode ser encarada como defesa preliminar. Ve-
jamos. 
 Ao ser discutido na Câmara dos Deputados o projeto original foi alterado pelo plenário, passando o 
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artigo 395 a ter a seguinte redação: 
 "Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou a queixa, o juiz, se não a rejei-
tar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, 
no prazo de dez dias ou, no caso de citação por edital, do comparecimento pessoal do acusado ou do 
defensor constituído". 
 Vê-se, portanto, que a intenção dos deputados federais era que o recebimento da denúncia ocorres-
se antes de apresentada a resposta escrita, com fundamento no artigo 395 do Código de Processo Pe-
nal. 
 Posteriormente, no Senado Federal, aprovou-se substitutivo ao projeto advindo da Câmara dos De-
putados, que, entre várias providências, excluiu o recebimento da inicial acusatória do artigo 395, tra-
tando do tema tão-somente no artigo 399. 
 Fosse o substitutivo do Senado transformado em Lei, aí sim se poderia falar na ocorrência do juízo 
de admissibilidade após a apresentação da resposta escrita e em recebimento da denúncia ou da quei-
xa-crime com base no artigo 399. 
 Entretanto, o projeto foi novamente alterado na Câmara dos Deputados antes de sua aprovação, 
trazendo o recebimento da denúncia para a fase do artigo 396, após o juízo de admissibilidade realiza-
do pelo julgador com base no artigo 395, ambos do Código de Processo Penal. Portanto, o recebimento 
da denúncia precede a citação do acusado e a apresentação da resposta escrita. 
 Demonstrando que esta foi a verdadeira intenção dos legisladores vale transcrever o parecer exara-
do pelo relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara, Deputado Régis de Olivei-
ra Fernandes sobreo substitutivo apresentado pelo Senado Federal com relação ao recebimento da 
denúncia: 
 "Emenda nº 8: Pretende alterar no caput do art. 395, do Código de Processo Penal, o termo ‘re-
cebê-la-á’, sob a justificativa de que o ato de recebimento da denúncia está previsto no momento des-
crito no artigo 399. 
 O instrumento que é o processo, não pode ser mais importante do que a própria relação material 
que se discute nos autos. Sendo inepta de plano a denúncia ou queixa, razão não há para se mandar 
citar o réu e, somente após a apresentação de defesa deste, extinguir o feito. Melhor se mostra que o 
juiz ao analisar da denúncia ou queixa ofertada fulmine relação processual infrutífera. 
 Rejeita-se a alteração proposta pelo Senado." 
 Por todas estas razões, de acordo a intenção dos legisladores o recebimento da denúncia ocorre 
com fundamento no artigo 396 do CPP e precede a citação do acusado e a resposta escrita a ser apre-
sentada. 
2.3 Da interpretação literal 
 A linguagem utilizada nos artigos 396 e 399 do CPP é dúbia, conforme já ressaltado acima, de modo 
que se analisando isoladamente os artigos em questão conclui-se que nos procedimentos ordinário e 
sumário há atualmente dois recebimentos da denúncia. Entretanto, a interpretação em suas modalida-
des sistemática e histórica dirime quaisquer dúvidas, demonstrando que há um único ato de recebi-
mento da inicial, qual seja, o previsto no artigo 396 do CPP. 
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 Apesar disso, mesmo tratando do tema de forma literal, é possível afirmar que o recebimento da 
denúncia se dá na fase do artigo 396, pois no caput do dispositivo em questão atribui-se a denomina-
ção acusado àquele que deverá ser citado para apresentar a resposta por escrito; como é sabido, a 
melhor técnica recomenda que só seja utilizada tal nomenclatura após o recebimento da inicial. As 
demais modalidades interpretativas utilizadas corroboram tal entendimento. 
 Isto posto, conclui-se que a redação do artigo 399 do CPP foi mal formulada. Melhor seria que o le-
gislador tivesse optado pela expressão: "não absolvido sumariamente o acusado" em vez de utilizar 
"não rejeitada a denúncia ou a queixa liminarmente". 
3. Conclusões 
 a) Antes de receber a denúncia o juiz de ofício realiza um juízo de admissibilidade visando aferir su-
perficialmente se a pretensão punitiva demonstra-se viável (art. 395 do CPP); 
 b) Sendo viável, deve recebê-la e determinar a citação do acusado para apresentação da resposta 
escrita (art. 396 do CPP); 
 c) A resposta escrita difere da defesa preliminar, uma vez que possui como requisito o prévio rece-
bimento da denúncia; 
 d) Para que o réu seja sumariamente absolvido, com fundamento no artigo 397 do CPP faz-se ne-
cessário o prévio recebimento da inicial acusatória. Do contrário qual pretensão punitiva seria julgada 
improcedente? Pois, se assim fosse, o processo sequer haveria sido iniciado. 
 e) Citado o réu, o processo tem sua formação completada (art. 363 do CPP). A citação ocorre com 
fundamento no artigo 396. Como poderia a relação processual estar formada com a citação se o rece-
bimento da denúncia não precedesse o ato citatório? 
 f) Uma vez completa a relação processual (arts. 363 e 396 do CPP), mostra-se incabível novo ato 
de recebimento da denúncia com fulcro no artigo 399 do referido diploma legal. 
 g) O legislador alterou o projeto original que culminou na Lei 11.719/08 para incluir o recebimento 
da denúncia na fase do artigo 396 do CPP; 
 h) A linguagem utilizada nos artigos 396 e 399 do CPP é confusa, entretanto, a interpretação nas 
modalidades sistemática e histórica dirime eventuais dúvidas. 
 Diante de todos estes elementos não há dúvidas de que, nos procedimentos ordinário e sumário, o 
recebimento da denúncia ocorre na fase do artigo 396 do Código de Processo Penal. Portanto, será 
com base neste ato processual que a prescrição será interrompida, conforme determina o artigo 117, 
inciso I do Código Penal. 
Referências Bibliográficas 
 BREGA FILHO, Vladimir. Direitos Fundamentais na Constituição de 1988: Conteúdo Jurídico das Ex-
pressões. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2002. 
 ESTEFAM, André. A Lei 11.719/08 não criou defesa preliminar. In: www.juridica.com.br. Acesso em 
15/01/2009. 
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 MASSON, Cléber Rogério. Alcance e natureza jurídica do instituto previsto pelo artigo 366 do Código 
de Processo Penal. In: Reforma Processual Penal, volume II. Escola Superior do Ministério Público de 
São Paulo. 
 MOREIRA, Rômulo de Andrade. A reforma do Código de Processo Penal. In: Reforma Processual Pe-
nal, volume II. Escola Superior do Ministério Público de São Paulo. 
 RIOS GONÇALVES, Victor Eduardo. O recebimento da denúncia e a Lei 11.719/08. In: Reforma Pro-
cessual Penal, volume II. Escola Superior do Ministério Público de São Paulo. 
 STRECK, Lênio Luiz. Hermenêutica Jurídica e (m) Crise. Porto Alegre: Editora Livraria do Advogado, 
2007. 
 THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro: Editora Forense, 
2008. 
Notas 
 1. BREGA FILHO, Vladimir. Direitos Fundamentais na Constituição de 1988: Conteúdo Jurídico das 
Expressões. Editora Juarez de Oliveira, ano 2002, pg. 36. 
 2. Razão pela qual ficou conhecido como "A Polaca". 
 3. Demonstrando a necessidade de novas alterações vale salientar que há outros projetos em 
curso visando à adequação do CPP à nova ordem Constitucional. 
 4. Pela interpretação sistemática busca-se refletir a questão sob a análise conjunta dos diversos 
dispositivos relacionados à matéria tanto no CPP, quanto na legislação correlata, e pela interpretação 
histórica aborda-se o tema através do material produzido na Câmara e no Senado durante a tramita-
ção do projeto que deu origem à Lei 11.719/08. 
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12269 
 
 
2. JURISPRUDÊNCIA 
 
2.1 RE 135.328 
 
RE 135328 / SP - SÃO PAULO 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO 
Julgamento: 29/06/1994 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação 
DJ 20-04-2001 PP-00137 EMENT VOL-02027-06 PP-01164 
RTJ VOL-00177-02 PP-00879Parte(s) 
RECTE. : ESTADO DE SÃO PAULO 
ADVDO. : MIRNA CIANCI 
RECDO. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
Ementa 
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LEGITIMIDADE - AÇÃO "EX DELICTO" - MINISTÉRIO PÚBLICO - DEFENSORIA PÚBLICA – ARTIGO 68 
DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL - CARTA DA REPÚBLICA DE 1988. A teor do disposto no artigo 134 
da Constituição Federal, cabe à Defensoria Pública, instituição essencial à função jurisdicional do 
Estado, a orientação e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do artigo 5º, LXXIV, 
da Carta, estando restrita a atuação do Ministério Público, no campo dos interesses sociais e 
individuais, àqueles indisponíveis (parte final do artigo127 da Constituição Federal). 
INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA - VIABILIZAÇÃO DO EXERCÍCIO DE DIREITO ASSEGURADO 
CONSTITUCIONALMENTE - ASSISTÊNCIA JURÍDICA E JUDICIÁRIA DOS NECESSITADOS - 
SUBSISTÊNCIA TEMPORÁRIA DA LEGITIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Ao Estado, no que 
assegurado constitucionalmente certo direito, cumpre viabilizar o respectivo exercício. Enquanto não 
criada por lei, organizada - e, portanto, preenchidos os cargos próprios, na unidade da Federação - a 
Defensoria Pública, permanece em vigor o artigo 68 do Código de Processo Penal, estando o Ministério 
Público legitimado para a ação de ressarcimento nele prevista. Irrelevância de a assistência vir sendo 
prestada por órgão da Procuradoria Geral do Estado, em face de não lhe competir, 
constitucionalmente, a defesa daqueles que não possam demandar, contratando diretamente 
profissional da advocacia, sem prejuízo do próprio sustento. 
 
2.2 HC 90.838 
 
INFORMATIVO Nº 464 
TÍTULO 
Deserção e Condição de Militar - 1 
PROCESSO 
HC - 90838 
ARTIGO 
A Turma iniciou julgamento de habeas corpus preventivo em que condenado pelo crime de deserção 
alega, ao argumento de não possuir mais a condição de militar, a nulidade de acórdão do STM que 
mantivera a sua condenação. No caso, a juíza-auditora, em face da incapacidade temporária do 
paciente para o serviço militar, certificada em inspeção de saúde realizada para os fins de reinclusão, 
determinara, com fundamento no art. 457, § 2º, do CPPM e na Enunciado 8 da Súmula do STM, o 
arquivamento dos autos da execução da sentença condenatória já transitada em julgado. 
Posteriormente, a juíza-auditora, ao acolher o parecer do Ministério Público Militar no sentido de que a 
execução da pena deveria prosseguir, haja vista já ter ocorrido o trânsito em julgado, reconsiderara a 
sua decisão. Irresignada, a Defensoria Pública da União, sustentando a prejudicialidade da execução, 
requerera novo arquivamento, deferido pela magistrada. Contra essa decisão, o Juiz-Auditor-
Corregedor da Justiça Militar formulara representação dirigida ao Ministro- Presidente do STM contra a 
juíza, aduzindo que não seria válido, ao juiz da execução, declarar a nulidade de nenhuma sentença 
condenatória. No tribunal a quo, a representação fora autuada como correição parcial, ainda não 
apreciada. HC 90838/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, 24.4.2006. 
(HC-90838) 
 
2.3 RHC 88143 - STF 
 
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA OS COSTUMES. VÍTIMA 
POBRE. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA PROPOR A AÇÃO PENAL. A POSSIBILIDADE DE 
UTILIZAÇÃO, PELA VÍTIMA, DE DEFENSORIA PÚBLICA, NOS ESTADOS APARELHADOS A TANTO, NÃO 
SUPRIME A LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. AÇÃO 
PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO. Nos crimes contra os costumes, uma vez caracterizada 
a pobreza da vítima, a ação penal passa a ser pública condicionada à representação, tendo o Ministério 
Público legitimidade para oferecer a denúncia. Inteligência do art. 225, § 1º, do Código Penal. Não 
afasta tal titularidade o fato de a vítima ter à sua disposição a Defensoria Pública estruturada e 
aparelhada. Opção do legislador, ao excepcionar a regra geral contida no artigo 32 do Código de 
Processo Penal e possibilitar a disponibilidade da ação penal, tão-somente, até o oferecimento da 
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denúncia. Recurso improvido. (RHC 88143, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado 
em 24/04/2007, DJe-032 DIVULG 06-06-2007 PUBLIC 08-06-2007 DJ 08-06-2007 PP-00049 EMENT 
VOL-02279-02 PP-00378 RT v. 96, n. 864, 2007, p. 496-500) 
 
2.4 RE 464893 / GO 
 
RE 464893 / GO 
Relator: Min. Joaquim Barbosa 
Julgamento: 20/05/2008 
Órgão Julgador: Segunda Turma 
Recte.(s): Delfino Oclécio Machado 
Adv.(a/s): Sérgio Ferreira Wanderley e Outro (a/s) 
Recdo.(a/s): Ministério Público do Estado de Goiás 
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENAL. PROCESSUAL PENAL. MINISTÉRIO PÚBLICO. 
OFERECIMENTO DE DENÚNCIA COM BASE EM INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO. VIABILIDADE. RECURSO 
DESPROVIDO. 1. Denúncia oferecida com base em elementos colhidos no bojo de Inquérito Civil 
Público destinado à apuração de danos ao meio ambiente. Viabilidade. 2. O Ministério Público pode 
oferecer denúncia independentemente de investigação policial, desde que possua os elementos 
mínimos de convicção quanto à materialidade e aos indícios de autoria, como no caso (artigo 46, §1°, 
do CPP). 3. Recurso a que se nega provimento. 
 
2.5 INQ - 1968 
 
Informativo nº. 325 
Título Ministério Público e Poder de Investigação 
Processo INQ - 1968 
Artigo 
Iniciado o julgamento de inquérito em que se pretende o recebimento de denúncia oferecida contra 
deputado federal pela suposta prática de fraudes contra o Sistema Único de Saúde - SUS, levantadas a 
partir de investigações efetivadas no âmbito do Ministério Público Federal. O denunciado, em sua 
defesa, alega a atipicidade da conduta, a inépcia da denúncia, bem como a falta de justa causa para a 
ação penal, porquanto o Ministério Público Federal não deteria competência para proceder à 
investigação de natureza criminal, incumbindo-lhe apenas, a teor do disposto no inciso VIII do art. 129 
da CF, requisitar diligências e a instauração de inquérito policial. O Min. Marco Aurélio, relator, 
considerando que os elementos que serviram de base à denúncia provêm exclusivamente de dados 
obtidos em investigação criminal realizada pelo Ministério Público, proferiu voto no sentido de rejeitar 
a denúncia, por entender que o Ministério Público, embora titular da ação penal, não possui 
competência para realizar diretamente investigações na esfera criminal, mas apenas de requisitá-las à 
autoridade policial competente, no que foi acompanhado pelo Min. Nelson Jobim. Após, o julgamento 
foi adiado em face do pedido de vista do Min. Joaquim Barbosa (CF, art. 129: "São funções 
institucionais do Ministério Público: ... VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de 
inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;"). Inq 1.968-
DF, rel. Min. Marco Aurélio, 15.10.2003.(INQ-1968) 
 
Informativo nº. 359 
Título Ministério Público e Poder de Investigação - 2 
Processo Inq – 1968 
Artigo 
O Tribunal retomou julgamento de inquérito em que se pretende o recebimento de denúncia oferecida 
contra deputado federal e outros pela suposta prática de crime de estelionato (CP, art. 171, §3º), 
consistente em fraudes, perpetradas por médicos que trabalhavam na clínica da qual os denunciados 
eram sócios, que teriam gerado dano ao Sistema Único de Saúde - SUS, as quais foram apuradas por 
meio de investigações efetivadas no âmbito do Ministério Público Federal. Na sessão de 15.10.2003, o 
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Min. Marco Aurélio, relator, rejeitou a denúncia, por entender que o órgão ministerial não possui 
competência para realizar diretamente investigações na esfera criminal, mas apenas de requisitá-las à 
autoridade policial competente, no que foi acompanhado pelo Min. Nelson Jobim - v. Informativo 325. 
Em voto-vista, o Min. Joaquim Barbosa divergiu desse entendimento e recebeu a denúncia. Afirmou, 
inicialmente, não ter vislumbrado, na espécie, verdadeira investigação criminal por parte do Ministério 
Público.Salientou que o parquet, por força do que dispõe o inciso III, do art. 129 da CF, tem 
competência para instaurar procedimento investigativo sobre questão que envolva interesses difusos e 
coletivos (no caso a proteção do patrimônio público) e que essa atribuição decorre não da natureza do 
ato punitivo que resulta da investigação, mas do fato a ser investigado sobre bens jurídicos cuja 
proteção a CF lhe conferiu. Esclareceu que a outorga constitucional, ao parquet, da titularidade da 
ação penal implicaria a dos meios necessários ao alcance do seu múnus, estando esses meios 
previstos constitucional (CF, art. 129, IX) e legalmente (LC 75/93, art. 8º, V; Lei 8.625/93, art. 26). 
Asseverou que, apesar do Ministério Público não ter competência para presidir o inquérito policial, de 
monopólio da polícia, a elucidação dos crimes não se esgotaria nesse âmbito, podendo ser efetivada 
por vários órgãos administrativos, tendo em conta o disposto no parágrafo único do art. 4º do CPP. 
Ressaltou que a premissa de que o art. 144, §1º, IV, da CF teria estabelecido monopólio investigativo 
em prol da polícia federal poria em cheque várias estruturas administrativas e investigativas realizadas 
por diversos órgãos no sentido de combater uma série de condutas criminosas. Concluiu, dessa forma, 
quanto à questão preliminar, pela existência de justa causa para recebimento da denúncia. Os 
Ministros Eros Grau e Carlos Britto acompanharam a divergência. 
Após, o Min. Cezar Peluso pediu vista dos autos. (CF, art. 129: "São funções institucionais do 
Ministério Público:.. III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;... VIII – 
requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos 
jurídicos de suas manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, 
desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria 
jurídica de entidades públicas..."; LC 75/93: "Art. 8º Para o exercício de suas atribuições, o Ministério 
Público da União poderá, nos procedimentos de sua competência:... V - realizar inspeções e diligências 
investigatórias..."; Lei 8.625/93: "Art. 26. No exercício de suas funções, o Ministério Público poderá: I 
- instaurar inquéritos civis e outras medidas e procedimentos administrativos pertinentes e, para 
instruí-los..."; CPP: "Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de 
suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único.A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a 
quem por lei seja cometida a mesma função."). Inq 1968/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 1º.9.2004. (Inq-
1968) 
 
2. 6 HC 84568/PE 
 
HC 84568/PE – STJ 
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. 
EXCESSO DE PRAZO. INEXISTÊNCIA. INSTRUÇÃO CRIMINAL ENCERRADA. SÚMULA 52/STJ. NEGATIVA 
DE AUTORIA. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. ORDEM DENEGADA. 
1. A concessão de Habeas Corpus em razão da configuração de excesso de prazo é medida de todo 
excepcional, somente admitida nos casos em que a dilação (1) seja decorrência exclusiva de 
diligências suscitadas pela acusação; (2) resulte da inércia do próprio aparato judicial, em obediência 
ao princípio da razoável duração do processo, previsto no art. 5o., LXXVIII da Constituição Federal; 
ou (3) implique em ofensa ao princípio da razoabilidade. 
2. O período de 81 dias, fruto de construção doutrinária e jurisprudencial, não deve ser entendido 
como prazo peremptório, eis que subsiste apenas como referencial para verificação do excesso, de 
sorte que sua superação não implica necessariamente um constrangimento ilegal, podendo ser 
excedido com base em um juízo de razoabilidade. 
3. Neste caso, a demora no término da instrução probatória pode ser atribuída, entre outras causas, à 
pluralidade de denunciados e defensores, sendo que dois dos acusados estão foragidos, tendo sido 
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necessária, inclusive, a citação por edital. Ademais, conforme as informações por último prestadas, o 
feito encontra-se em fase de alegações finais (art. 500 do CPP), o que atrai a incidência da Súmula 
52/STJ. 
4. O Habeas Corpus não se revela a via própria para o exame da negativa de autoria, diante da 
necessidade 
de dilação probatória. 
Precedentes. 
5. O MPF manifesta-se pela denegação do writ. 
6. Habeas Corpus denegado. 
(HC 84568/PE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 
04.09.2007, DJ 24.09.2007 p. 349) 
 
2.7 RHC 81326 / DF 
 
RHC 81326 / DF - DISTRITO FEDERAL 
RECURSO EM HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. NELSON JOBIM 
Julgamento: 06/05/2003 Órgão Julgador: Segunda Turma 
 
Publicação 
 
DJ 01-08-2003 PP-00142 EMENT VOL-02117-42 PP-08973 
 
Parte(s) 
 
RECTE. : MARCO AURÉLIO VERGÍLIO DE SOUZA 
ADVDO. : SEBASTIÃO JOSÉ LESSA 
RECDO. : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 
 
Ementa 
 
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. MINISTÉRIO PÚBLICO. INQUÉRITO 
ADMINISTRATIVO. NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL E CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE 
POLICIAL/DF. PORTARIA. PUBLICIDADE. ATOS DE INVESTIGAÇÃO. INQUIRIÇÃO. ILEGITIMIDADE. 1. 
PORTARIA. PUBLICIDADE A Portaria que criou o Núcleo de Investigação Criminal e Controle Externo da 
Atividade Policial no âmbito do Ministério Público do Distrito Federal, no que tange a publicidade, não 
foi examinada no STJ. Enfrentar a matéria neste Tribunal ensejaria supressão de instância. 
Precedentes. 2. INQUIRIÇÃO DE AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. ILEGITIMIDADE. A Constituição 
Federal dotou o Ministério Público do poder de requisitar diligências investigatórias e a instauração de 
inquérito policial (CF, art. 129, VIII). A norma constitucional não contemplou a possibilidade do 
parquet realizar e presidir inquérito policial. Não cabe, portanto, aos seus membros inquirir 
diretamente pessoas suspeitas de autoria de crime. Mas requisitar diligência nesse sentido à 
autoridade policial. Precedentes. O recorrente é delegado de polícia e, portanto, autoridade 
administrativa. Seus atos estão sujeitos aos órgãos hierárquicos próprios da Corporação, Chefia de 
Polícia, Corregedoria. Recurso conhecido e provido. 
 
2.8 HC 93224 / SP 
 
HC 93224 / SP - SÃO PAULO 
HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. EROS GRAU 
Julgamento: 13/05/2008 Órgão Julgador: Segunda Turma 
 
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Publicação 
 
DJe-167 DIVULG 04-09-2008 PUBLIC 05-09-2008 
EMENT VOL-02331-01 PP-00168 
 
Parte(s) 
 
PACTE.(S): SAULO DE CASTRO ABREU FILHO 
IMPTE.(S): MANUEL ALCEU AFFONSO FERREIRA E OUTRO(A/S) 
COATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. ABUSO DE PODER: MANUTENÇÃO DE 
PRISÃO SEM FLAGRANTE DELITO OU ORDEM FUNDAMENTADA DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA 
COMPETENTE. DENÚNCIA INEPTA. INOCORRÊNCIA. MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. 
ARTIGO 18, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LC 73/95 E ARTIGO 41, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N. 8.625/93. 
INVESTIGAÇÃO CONDUZIDA PELO PARQUET. LEGALIDADE. AÇÃO PENAL. TRANCAMENTO. 
EXCEPCIONALIDADE. 1.A denúncia que descreve de forma clara, precisa, pormenorizada e 
individualizada a conduta praticada por todos e cada um dos co-réus, viabilizando o exercício da ampla 
defesa, não é inepta. Está na peça acusatória que o paciente ordenou --- verbo nuclear do tipo relativo 
ao delito de abuso de poder --- que o Delegado de Polícia mantivesse, abusivamente, a prisão de 
pessoas, conduzindo-as à delegacia policial, sem flagrante delito ou ordem fundamentada da 
autoridade judiciária competente. 2. Sendo o paciente membro do Ministério Público Estadual, a 
investigação pelo seu envolvimento em suposta prática de crime não é atribuição da polícia judiciária, 
mas do Procurador-Geral de Justiça [artigo 18, parágrafo único, da LC 73/95 e artigo 41, parágrafo 
único, da Lei n. 8.625/93]. 3. O trancamento da ação penal por falta de justa causa, fundada na 
inépcia da denúncia, é medida excepcional; justifica-se quando despontar, fora de dúvida, atipicidade 
da conduta, causa extintiva da punibilidade ou ausência de indícios de autoria, o que não ocorre na 
espécie. Ordem denegada. 
 
2.9 Inq 1939 
 
Inq 1939 / BA - BAHIA 
INQUÉRITO 
Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE 
Julgamento: 03/03/2004 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
 
Publicação 
 
DJ 02-04-2004 PP-00011 EMENT VOL-02146-02 PP-00258 
RTJ VOL 00192-02 PP-00542 
 
Parte(s) 
 
QTE.(S) : GEDDEL QUADROS VIEIRA LIMA 
ADV.(A/S) : YURI CARNEIRO COÊLHO E OUTRO (A/S) 
QDO.(A/S) : ANTÔNIO CARLOS PEIXOTO DE MAGALHÃES 
ADV.(A/S) : ALFREDO VENET LIMA 
ADV.(A/S) : JOSÉ GERARDO GROSSI 
 
EMENTA: I. Ação penal: crime contra a honra do servidor público, propter officium: legitimação 
concorrente do MP, mediante representação do ofendido, ou deste, mediante queixa: se, no entanto, 
opta o ofendido pela representação ao MP, fica-lhe preclusa a ação penal privada: electa una via... II. 
Ação penal privada subsidiária: descabimento se, oferecida a representação pelo ofendido, o MP não se 
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mantém inerte, mas requer diligências que reputa necessárias. III. Processo penal de competência 
originária do STF: irrecusabilidade do pedido de arquivamento formulado pelo Procurador-Geral da 
República, se fundado na falta de elementos informativos para a denúncia. 
 
 
3. ASSISTA! 
 
Qual o papel do Ministério Público na ação penal privada subsidiária da pública? - Marcio Pereira 
 
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090116112142125 
 
 
4. SIMULADOS 
 
1. Quanto as questões abaixo, marque as alternativas incorretas e as corretas: 
 
a) A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação 
extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações penais 
descritas nesta Lei. 
correta 
 
b) A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu 
impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
 
correta. 
 
c) É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão 
do exercício de suas funções. 
 
correta

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