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Penal e Processo Penal

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INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 17 e 20.02.2009 
 Aula n°04 
 
 
 
- 1 – 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
1. Artigos Correlatos 
1.1 Recebimento da denúncia ou queixa. Os arts. 396, caput, e 399 do CPP, com a redação da Lei nº 
11.719/2008 
2. Jurisprudência 
2.1 Notícias STF - Sexta-feira, 13 de Fevereiro de 2009 
2.2 RHC 88143 
2.3 RHC 19166/RJ 
2.4 RMS 20601/SP 
2.5 HC 92921 
2.6 HC 96.992 
2.7 HC 86.606 
2. 8 HC 92912 / RS 
 2. 9 REsp 388473 / PR 
3. Assista! 
Cabe anistia, graça ou indulto em delito de ação penal privada? - Denise Cristina Mantovani Cera 
4. Simulados 
 
 
1. ARTIGOS CORRELATOS 
1.1 Recebimento da denúncia ou queixa. Os arts. 396, caput, e 399 do CPP, com a redação 
da Lei nº 11.719/2008 
Elaborado em 10.2008. 
 Renato Marcão - membro do Ministério Público do Estado de São Paulo; mestre em Direito Penal, Polí-
tico e Econômico; professor no curso de pós-graduação da Faculdade de Direito Damásio de Jesus, no 
curso de pós-graduação em Ciências Criminais da UNAMA/UVB/Rede Luiz Flávio Gomes, no curso de 
pós-graduação da Escola Superior de Advocacia (OAB/SP), e no curso de pós-graduação do Instituto 
Busato de Ensino; membro da Association Internationale de Droit Pénal (AIDP), do Instituto Brasileiro 
de Ciências Criminais (IBCCrim), do Instituto de Ciências Penais (ICP) e do Instituto Brasileiro de Exe-
cução Penal (IBEP) 
 Discussão atual das mais acirradas centra suas energias em definir o exato momento em que ocorre o 
efetivo recebimento da denúncia ou queixa no processo penal, e isso em razão das disposições trazi-
das com a Lei n. 11.719/2008. 
Segundo pensamos, oferecida a denúncia ou queixa, caberá ao juiz proceder à análise da inicial acusa-
tória sob o aspecto formal e verificar os elementos de prova que a instruem, e, sendo caso, rejeitá-la 
liminarmente, a teor do disposto no art. 395 do CPP, assim procedendo quando for manifestamente 
inepta; faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal, ou faltar justa causa 
para o exercício da ação penal. Para ser viável, é imprescindível que a inicial acusatória esteja formal-
mente em ordem e substancialmente autorizada. 
Não identificando qualquer das causas justificadoras da rejeição liminar e, portanto, entendendo viável 
a acusação, o juiz deverá proferir despacho de recebimento da peça acusatória e ordenar a citação do 
acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
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Apesar da redação do art. 399 do CPP [01], que também fala em recebimento da denúncia ou queixa, 
não há falar em mero juízo preliminar de admissibilidade da acusação por ocasião do art. 396, caput, 
do CPP. 
A lei é clara ao determinar o efetivo recebimento da denúncia já por ocasião do art. 396 ( ... o juiz, se 
não a rejeitar liminarmente, "recebê-la-á" ...), e o curso do procedimento com a citação do acusado de 
molde a permitir que o processo tenha completada sua formação, como explicita o art. 363 do CPP, 
havendo harmonia entre estes dispositivos. 
Para que se tenha por completa a formação do processo é imprescindível se estabeleça a relação tri-
angular que envolve a acusação (oferecimento da peça acusatória), o juiz (recebimento formal da acu-
sação) e o réu (citação válida). Entender que o recebimento da denúncia só ocorre por ocasião do art. 
399 do CPP acarreta negar vigência ao art. 363 do mesmo Codex, e também vigência parcial ao art. 
396. 
A técnica jurídica está explícita. A lei fala em rejeição da denúncia ou queixa e absolvição sumária, 
tendo entre elas o recebimento e a citação. Rejeição, como é óbvio, antes do recebimento da inicial 
acusatória. Absolvição sumária, como também é reluzente, após a efetiva instauração da ação penal, 
pressupondo recebimento formal da acusação e citação; estando completa a formação do processo, 
como diz o art. 363 do CPP. 
O art. 406 do CPP, com a redação da Lei n. 11.689/2008 [02], bem indica a opção do legislador no 
sentido de determinar o efetivo recebimento da inicial acusatória antes de mandar citar o acusado para 
apresentação de resposta escrita. 
Não se seguiu, por aqui, a opção antes exposta no art. 81 da Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais 
Criminais); no art. 38 da Lei n. 10.409/2002 (anterior Lei de Drogas, já revogada), e no art. 55 da Lei 
n. 11.343/2006 (atual Lei de Drogas), no sentido de permitir resposta à acusação precedente ao rece-
bimento da peça inaugural. 
Necessário observar, ainda, que o art. 397 do CPP estabelece hipóteses em que o juiz, analisando o 
conteúdo da resposta escrita, poderá/deverá decretar a absolvição sumária do acusado, e é sem lógica 
pensar possa ser proferida sentença absolutória sem que exista processo efetivamente instaurado, e 
se é certo que processo instaurado pressupõe inicial acusatória formalmente recebida, resulta inviável 
pretender que o recebimento efetivo só ocorra por ocasião do art. 399 do CPP, cuja redação remete ao 
passado ("recebida"). 
Recebida a denúncia ou queixa, e não tendo ocorrido absolvição sumária, o juiz designará dia e hora 
para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o 
caso, do querelante e do assistente. 
Não há qualquer dúvida que o legislador deveria ter pautado por melhor técnica na redação dos arts. 
366 e 399 do CPP. Os lamentáveis e evitáveis equívocos a que se tem prestado em matéria penal e 
processual penal são recorrentes, infelizmente, e bastante sintomáticos. 
No sentido de que a inicial acusatória deve ser recebida já por ocasião do art. 396, caput, do CPP, con-
ferir: Eugênio Pacelli de Oliveira, Curso de Processo Penal, 10ª ed., Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2008, 
p. 640; Guilherme de Souza Nucci, Código de Processo Penal comentado, 8ª ed., São Paulo, Revista 
dos Tribunais, 2008, p. 715; Luiz Flávio Gomes, Rogério Sanches Cunha e Ronaldo Batista Pinto, Co-
mentários às reformas do Código de Processo Penal e da Lei de Trânsito, São Paulo, Revista dos Tribu-
nais, 2008, p. 338; Rômulo de Andrade Moreira, A reforma do Código de Processo Penal – Procedi-
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mentos, Revista Jurídica n. 370, p. 117. 
Em sentido contrário Geraldo Prado [03] assim leciona: "(...) oferecida a denúncia ou queixa e se não 
houver imediata rejeição, por aplicação do disposto no artigo 395 do Código de Processo Penal, o juiz 
determinará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, em dez dias. Somente de-
pois disso é que o juiz poderá receber a inicial (artigo 399), caso não a rejeite à luz dos novos argu-
mentos ou não absolva o acusado com fundamento em alguma das causas previstas no artigo 397 do 
mesmo estatuto." 
Sob o ângulo prático esta interpretação/aplicação restitui as coisas aos seus devidos lugares e confor-
ma a atividade da legislação ordinária a critérios constitucionais. 
"E, não menos importante, permite que a Reserva de Código opere em uma dupla dimensão garantis-
ta: reforçando a idéia do Código como ‘instrumentode acesso e interação com uma determinada reali-
dade’ [04]; e fundando a necessária racionalidade a possibilitar que a norma processual prevista no 
artigo 394, § 4º, do Código de Processo Penal cumpra a exigência constitucional de validade do siste-
ma [05]". 
Nessa mesma linha de pensamento, conferir: Cezar Roberto Bitencourt e Jose Fernando Gonzales, O 
recebimento da denúncia segundo a Lei 11.719/08. Disponível na Internet: http://www.conjur.com.br. 
Antonio Scarance Fernandes e Mariângela Lopes [06] denominam o primeiro despacho (art. 396, ca-
put) como "recebimento preliminar", e concluem que o recebimento efetivo, sendo caso, somente se 
dará após o oferecimento da resposta escrita. 
As posições doutrinárias estão postas claramente, e todas fundadas em fortes argumentos que recla-
mam cuidadosa reflexão. 
As conseqüências práticas de se adotar uma ou outra não se limitam ao debate ideológico ou acadêmi-
co. 
Resta aguardar para ver o entendimento que, enfim, prevalecerá na Suprema Corte. 
-------------------------------------------------------------------------------- 
Notas 
Recebida a denúncia ou queixa (...). 
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a 
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
Sobre procedimentos e antinonias. Boletim IBCCrim n. 190, setembro de 2008, p. 5. 
CHOUKR, Fauzi Hassan. Processo Penal de Emergência. Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2002, p. 26. 
PASTOR, Daniel R. Recodificación Penal y Principio de Reserva de Código. Buenos Aires: Ad-Hoc, 2005, 
p. 11. 
O recebimento da denúncia no novo procedimento. Boletim IBCCrim n. 190, setembro de 2008, p. 2. 
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http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11959 
 
 
2. JURISPRUDÊNCIA 
 
2.1 Notícias STF - Sexta-feira, 13 de Fevereiro de 2009 
 
Entenda as diferenças entre os diversos tipos de prisão no Brasil 
 
Entenda as diferenças entre prisão temporária, preventiva, em flagrante, civil e para efeitos de 
extradição – modalidades permitidas pela justiça brasileira. 
 
Prisão Temporária: A prisão temporária é uma modalidade de prisão utilizada durante uma 
investigação. Geralmente é decretada para assegurar o sucesso de uma determinada diligência 
“imprescindível para as investigações”. Conforme a Lei 7.960/89, que regulamenta a prisão 
temporária, ela será cabível: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - 
quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento 
de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na 
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes de homicídio, sequestro, 
roubo, estupro, tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro, entre outros. 
 
O prazo de duração da prisão temporária, em regra, é de 5 dias. Entretanto, existem procedimentos 
específicos que estipulam prazos maiores para que o investigado possa permanecer preso 
temporariamente. 
 
Prisão Preventiva: A prisão preventiva atualmente é a modalidade de prisão mais conhecida e debatida 
do ordenamento jurídico. Ela pode ser decretada tanto durante as investigações, quanto no decorrer 
da ação penal, devendo, em ambos os casos, estarem preenchidos os requisitos legais para sua 
decretação. O artigo 312 do Código de Processo Penal aponta os requisitos que podem fundamentar a 
prisão preventiva, sendo eles: a) garantia da ordem pública e da ordem econômica (impedir que o réu 
continue praticando crimes); b) conveniência da instrução criminal (evitar que o réu atrapalhe o 
andamento do processo, ameaçando testemunhas ou destruindo provas); c) assegurar a aplicação da 
lei penal (impossibilitar a fuga do réu, garantindo que a pena imposta pela sentença seja cumprida). 
 
O STF rotineiramente vem anulando decretos de prisão preventiva que não apresentam os devidos 
fundamentos e não apontam, de forma específica, a conduta praticada pelo réu a justificar a prisão 
antes da condenação. A Constituição Federal determina que uma pessoa somente poderá ser 
considerada culpada de um crime após o fim do processo, ou seja, o julgamento de todos os recursos 
cabíveis. 
 
Prisão em Flagrante: A prisão em flagrante possui uma peculiaridade pouco conhecida pelos cidadãos, 
que é a possibilidade de poder ser decretada por “qualquer do povo” que presenciar o cometimento de 
um ato criminoso. As autoridades policiais têm o dever de prender quem esteja em “flagrante delito”. 
 
Prisão para execução da pena: A prisão que objetiva o início da aplicação de uma pena foi objeto de 
discussão de um recente debate pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal. Os ministros entenderam 
que ela somente pode ser iniciada quando forem julgados todos os recursos cabíveis a serem 
interpostos, inclusive àqueles encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ – Recurso Especial) e 
Supremo Tribunal Federal (STF – Recurso Extraordinário). Entretanto, isso se aplica aos condenados 
que responderam o processo em liberdade, pois contra estes não existiam fundamentos para 
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decretação da prisão preventiva. Caso surjam novos fatos que justifiquem a prisão a preventiva, os 
condenados poderão ser recolhidos antes do julgamento dos recursos. 
 
Esta modalidade de prisão é regulamentada pela Lei de Execuções Penais (Lei 7.210/1984), que 
possibilita, inclusive, o sistema de progressão do regime de cumprimento das penas, trata dos direitos 
e deveres dos presos e determina as sanções às faltas disciplinares, entre outros temas. 
 
Prisão preventiva para fins de extradição: Medida que garante a prisão preventiva do réu em processo 
de Extradição como garantia de assegurar a efetividade do processo extradicional. É condição para se 
iniciar o processo de Extradição. A Extradição será requerida depois da Prisão Preventiva para 
Extradição, por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado que a requerer, 
diretamente de governo a governo. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao 
Ministério da Justiça, que o encaminhará ao STF, cabendo ao Ministro Relator ordenar a prisão do 
extraditando, para que seja colocando à disposição do Supremo Tribunal Federal. 
 
A importância da prisão preventiva para extradição se dá pelo fato de que seria impossível para o país, 
que pretende julgar um criminoso, apresentar pedido de extradição para um determinado estado onde 
o procurado foi localizado, mas logo após este fugir para outro país. 
 
Também de nada adiantaria conceder um pedido de extradição, mas na hora de entregar o estrangeiro 
ao Estado requerente, não estar com ele em mãos. Entretanto, em casos excepcionais, o STF tem 
autorizado que estrangeiros com pedido de extradição em curso possam aguardá-lo em liberdade. 
 
Prisão civil do não pagador de pensão alimentícia: Esta é a única modalidade de prisão civil admitida 
na Justiça brasileira. Recentemente o Supremo reconheceu a ilegalidade de outra espécie de prisão 
civil, a do depositário infiel. 
 
A prisão civil do não pagador de pensão alimentícia tem por objetivo fazer com que o pai ou mãe, ou 
outro responsável, cumpra sua obrigação de prestaralimentos ao seu filho. Existem debates sobre a 
possibilidade do filho também possuir o dever de prestar alimentos aos pais, quando estiverem 
passando necessidades. 
 
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=103323 
 
2.2 RHC 88143 
 
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA OS COSTUMES. VÍTIMA 
POBRE. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA PROPOR A AÇÃO PENAL. A POSSIBILIDADE DE 
UTILIZAÇÃO, PELA VÍTIMA, DE DEFENSORIA PÚBLICA, NOS ESTADOS APARELHADOS A TANTO, NÃO 
SUPRIME A LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. AÇÃO 
PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO. Nos crimes contra os costumes, uma vez caracterizada 
a pobreza da vítima, a ação penal passa a ser pública condicionada à representação, tendo o Ministério 
Público legitimidade para oferecer a denúncia. Inteligência do art. 225, § 1º, do Código Penal. Não 
afasta tal titularidade o fato de a vítima ter à sua disposição a Defensoria Pública estruturada e 
aparelhada. Opção do legislador, ao excepcionar a regra geral contida no artigo 32 do Código de 
Processo Penal e possibilitar a disponibilidade da ação penal, tão-somente, até o oferecimento da 
denúncia. Recurso improvido. (RHC 88143, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado 
em 24/04/2007, DJe-032 DIVULG 06-06-2007 PUBLIC 08-06-2007 DJ 08-06-2007 PP-00049 EMENT 
VOL-02279-02 PP-00378 RT v. 96, n. 864, 2007, p. 496-500) 
 
 
 
 
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2.3 RHC 19166/RJ 
 
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ART. 20, DA LEI Nº 7.716/89. 
ALEGAÇÃO DE QUE A CONDUTA SE ENQUADRARIA NO ART. 140, § 3º, DO CP. IMPROCEDÊNCIA. 
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. FALTA DE JUSTA CAUSA. INOCORRÊNCIA. 
I - O crime do art. 20, da Lei nº 7.716/89, na modalidade de praticar ou incitar a discriminação ou 
preconceito de procedência nacional, não se confunde com o crime de injúria preconceituosa (art. 140, 
§ 3º, do CP). Este tutela a honra subjetiva da pessoa. Aquele, por sua vez, é um sentimento em 
relação a toda uma coletividade em razão de sua origem (nacionalidade). 
II - No caso em tela, a intenção dos réus, em princípio, não era precisamente depreciar o passageiro 
(a vítima), mas salientar sua humilhante condição em virtude de ser brasileiro, i.e., a idéia foi exaltar 
a superioridade do povo americano em contraposição à posição inferior do povo brasileiro, atentando-
se, dessa maneira, contra a coletividade brasileira. Assim, suas condutas, em tese, subsumem-se ao 
tipo legal do art. 20, da Lei nº 7.716/86. 
III - A peça acusatória deve vir acompanhada com o mínimo embasamento probatório apto a 
demonstrar, ainda que de modo indiciário, a efetiva realização do ilícito penal por parte dos 
denunciados. Se não houver um lastro probatório mínimo a respaldar a denúncia, de modo a tornar 
esta plausível, não haverá justa causa a autorizar a instauração da persecutio criminis (Precedentes da 
Corte Especial e da Turma). In casu há o mínimo de elementos (v.g., prova testemunhal) que indicam 
possível participação dos recorrentes no delito a eles imputado. 
Writ denegado. (RHC 19166/RJ, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
24.10.2006, DJ 20.11.2006 p. 342) 
 
2.4 RMS 20601/SP 
 
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CRIMES CONTRA O MEIO 
AMBIENTE. DENÚNCIA. INÉPCIA. SISTEMA OU TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO. NULIDADE DA 
CITAÇÃO. PLEITO PREJUDICADO. 
I - Admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais desde que haja a 
imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício, 
uma vez que "não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação de 
uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio" cf. Resp nº 564960/SC, 5ª Turma, Rel. 
Ministro Gilson Dipp, DJ de 13/06/2005 (Precedentes). 
II - No caso em tela, o delito foi imputado tão-somente à pessoa jurídica, não descrevendo a denúncia 
a participação de pessoa física que teria atuado em seu nome ou proveito, inviabilizando, assim, a 
instauração da persecutio criminis in iudicio (Precedentes). 
III - Com o trancamento da ação penal, em razão da inépcia da denúncia, resta prejudicado o pedido 
referente à nulidade da citação. 
Recurso provido. 
(RMS 20601/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 29.06.2006, DJ 
14.08.2006 p. 304) 
 
2.5 HC 92921 
 
A pessoa jurídica não pode figurar como paciente de habeas corpus, pois jamais estará em jogo a sua 
liberdade de ir e vir, objeto que essa medida visa proteger. Com base nesse entendimento, a Turma, 
preliminarmente, em votação majoritária, deliberou quanto à exclusão da pessoa jurídica do presente 
writ, quer considerada a qualificação como impetrante, quer como paciente. Tratava-se, na espécie, de 
habeas corpus em que os impetrantes-pacientes, pessoas físicas e empresa, pleiteavam, por falta de 
justa causa, o trancamento de ação penal instaurada, em desfavor da empresa e dos sócios que a 
compõem, por suposta infração do art. 54, § 2º, V, da Lei 9.605/98. Sustentavam, para tanto, a 
ocorrência de bis in idem, ao argumento de que os pacientes teriam sido responsabilizados 
duplamente pelos mesmos fatos, uma vez que já integralmente cumprido termo de ajustamento de 
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conduta com o Ministério Público Estadual. Alegavam, ainda, a inexistência de prova da ação reputada 
delituosa e a falta de individualização das condutas atribuídas aos diretores. HC 92921/BA, rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, 19.8.2008. (HC-92921) 
Enfatizou-se possibilidade de apenação da pessoa jurídica relativamente a crimes contra o meio 
ambiente, quer sob o ângulo da interdição da atividade desenvolvida, quer sob o da multa ou da perda 
de bens, mas não quanto ao cerceio da liberdade de locomoção, a qual enseja o envolvimento de 
pessoa natural. Salientando a doutrina desta Corte quanto ao habeas corpus, entendeu-se que uma 
coisa seria o interesse jurídico da empresa em atacar, mediante recurso, decisão ou condenação 
imposta na ação penal, e outra, cogitar de sua liberdade de ir e vir. Vencido, no ponto, o Min. Ricardo 
Lewandowski, relator, que, tendo em conta a dupla imputação como sistema legalmente imposto (Lei 
9.605/98, art. 3º, parágrafo único) — em que pessoas jurídicas e naturais farão, conjuntamente, parte 
do pólo passivo da ação penal, de modo que o habeas corpus, que discute a viabilidade do 
prosseguimento da ação, refletiria diretamente na liberdade destas últimas —, conhecia do writ 
também em relação à pessoa jurídica, dado o seu caráter eminentemente liberatório. HC 92921/BA, 
rel. Min. Ricardo Lewandowski, 19.8.2008. (HC 92921 - Informativo 516, STF) 
 
2. 6 HC 96.992 
 
LEI MARIA DA PENHA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. 
Trata-se de habeas corpus impetrado contra acórdão que deu provimento ao recurso em sentido 
estrito interposto pelo MP, determinando que a denúncia, anteriormente rejeitada pelo juiz de 1º grau, 
fosse recebida contra o paciente pela conduta de lesões corporais leves contra sua companheira, 
mesmo tendo ela se negado a representá-lo em audiência especialmente designada para tal finalidade, 
na presença do juiz, do representante do Parquet e de seuadvogado. Com isso, a discussão foi no 
sentido de definir qual é a espécie de ação penal (pública incondicionada ou pública condicionada à 
representação) deverá ser manejada no caso de crime de lesão corporal leve qualificada, relacionada à 
violência doméstica, após o advento da Lei n. 11.340/2006. A Turma, ao prosseguir o julgamento, por 
maioria, denegou a ordem, por entender que se trata de ação penal pública incondicionada, com apoio 
nos seguintes argumentos, dentre outros: 1) o art. 88 da Lei n. 9.099/1995 foi derrogado em relação 
à Lei Maria da Penha, em razão de o art. 41 deste diploma legal ter expressamente afastado a 
aplicação, por inteiro, daquela lei ao tipo descrito no art. 129, § 9º, CP; 2) isso se deve ao fato de que 
as referidas leis possuem escopos diametralmente opostos. Enquanto a Lei dos Juizados Especiais 
busca evitar o início do processo penal, que poderá culminar em imposição de sanção ao agente, a Lei 
Maria da Penha procura punir com maior rigor o agressor que age às escondidas nos lares, pondo em 
risco a saúde de sua família; 3) a Lei n. 11.340/2006 procurou criar mecanismos para coibir a 
violência doméstica e familiar contra as mulheres nos termos do § 8º do art. 226 e art. 227, ambos da 
CF/1988, daí não se poder falar em representação quando a lesão corporal culposa ou dolosa simples 
atingir a mulher, em casos de violência doméstica, familiar ou íntima; 4) ademais, até a nova redação 
do § 9º do art. 129 do CP, dada pelo art. 44 da Lei n. 11.340/2006, impondo pena máxima de três 
anos à lesão corporal leve qualificada praticada no âmbito familiar, corrobora a proibição da utilização 
do procedimento dos Juizados Especiais, afastando assim a exigência de representação da vítima. 
Ressalte-se que a divergência entendeu que a mesma Lei n. 11.340/2006, nos termos do art. 16, 
admite representação, bem como sua renúncia perante o juiz, em audiência especialmente designada 
para esse fim, antes do recebimento da denúncia, ouvido o Ministério Público. HC 96.992-DF, Rel. Min. 
Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ-MG), julgado em 12/8/2008. (Informativo 363, STJ - HC 
96.992-DF) 
 
2.7 HC 86.606 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PERSECUÇÃO PENAL NA JUSTIÇA MILITAR POR 
FATO JULGADO NO JUIZADO ESPECIAL DE PEQUENAS CAUSAS, COM TRÂNSITO EM JULGADO: 
IMPOSSIBILIDADE: CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. ADOÇÃO DO PRINCÍPIO DO NE 
BIS IN IDEM. HABEAS CORPUS CONCEDIDO. 1. Configura constrangimento ilegal a continuidade da 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 17 e 20.02.2009 
 Aula n°04 
 
 
 
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persecução penal militar por fato já julgado pelo Juizado Especial de Pequenas Causas, com decisão 
penal definitiva. 2. A decisão que declarou extinta a punibilidade em favor do Paciente, ainda que 
prolatada com suposto vício de incompetência de juízo, é susceptível de trânsito em julgado e produz 
efeitos. A adoção do princípio do ne bis in idem pelo ordenamento jurídico penal complementa os 
direitos e as garantias individuais previstos pela Constituição da República, cuja interpretação 
sistemática leva à conclusão de que o direito à liberdade, com apoio em coisa julgada material, 
prevalece sobre o dever estatal de acusar. Precedentes. 3. Habeas corpus concedido. 
 
 2. 8 HC 92912 / RS 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. AÇÃO PENAL. TRANCAMENTO. ALEGAÇÃO DE 
DUPLICIDADE DE PROCESSOS SOBRE OS MESMOS FATOS. CRIMES DE NATUREZA COMUM E 
CASTRENSE. CUMPRIMENTO DE TRANSAÇÃO PENAL E EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE NA JUSTIÇA 
ESTADUAL. COISA JULGADA MATERIAL. PERSECUÇÃO PENAL NA JUSTIÇA MILITAR. PRINCÍPIO DO NE 
BIS IN IDEM: AUSÊNCIA DE PLAUSIBILIDADE JURÍDICA DOS FUNDAMENTOS APRESENTADOS. 
HABEAS CORPUS INDEFERIDO. 1. Eventual reconhecimento da coisa julgada ou da extinção da 
punibilidade do crime de abuso de autoridade na Justiça comum não teria o condão de impedir o 
processamento do Paciente na Justiça Castrense pelos crimes de lesão corporal leve e violação de 
domicílio. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que, 
por não estar inserido no Código Penal Militar, o crime de abuso de autoridade seria da competência da 
Justiça comum, e os crimes de lesão corporal e de violação de domicílio, por estarem estabelecidos 
nos arts. 209 e 226 do Código Penal Militar, seriam da competência da Justiça Castrense. Precedentes. 
3. Ausência da plausibilidade jurídica dos fundamentos apresentados na inicial. 4. Habeas corpus 
indeferido. 
 
 2. 9 REsp 388473 / PR 
 
REsp 388473 / PR 
RECURSO ESPECIAL 2001/0173299-9 
Relator(a) Ministro PAULO MEDINA (1121) 
Órgão Julgador T6 - SEXTA TURMA 
Data do Julgamento 07/08/2003 
Data da Publicação/Fonte DJ 15/09/2003 p. 411 
Ementa 
Recurso Especial. Direito Processual Penal. Ação penal pública. Princípio da indivisibilidade. 
Inobservância. Nulidade do processo. Inocorrência. 
A indivisibilidade da ação penal pública decorre do princípio da obrigatoriedade, segundo o qual o 
Ministério Público não pode renunciar ao “jus puniendi”, cuja titularidade é exclusiva. 
O princípio da indivisibilidade da ação, quanto à da validade do processo, é inaplicável à ação penal 
pública, no sentido de que o oferecimento da denúncia contra um acusado ou mais não impossibilita 
a posterior acusação de outros. 
O princípio da indivisibilidade da ação penal, em sede de validade do processo, aplica-se tão-somente 
à ação penal privada (CPP, art. 48). 
Não há nulidade no oferecimento da denúncia contra determinados agentes do crime, desmembrando-
se o processo em relação a suposto co-autor, a fim de se coligir elementos probatórios hábeis à sua 
denunciação. 
Recurso especial provido. 
__________________________________________________________________________________ 
3. ASSISTA! 
 
Cabe anistia, graça ou indulto em delito de ação penal privada? - Denise Cristina Mantovani Cera 
 
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090122103806301 
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4. SIMULADOS 
 
1. Quanto as questões abaixo, marque as alternativas incorretas e as corretas: 
 
 (A) Pode ser colhida prova criminal no gabinete do Promotor de Justiça, sob sua 
presidência. 
 
 Errada 
 
 (B) Em ação penal privada, admite-se a assistência de acusação. 
 
 Errada 
 
 (C) O assistente da acusação pode recorrer de sentença absolutória se não o houver feito 
o Promotor de Justiça. 
 
 Correta 
 
 (D) O assistente de acusação pode arrolar e ouvir testemunhas mesmo que já se tenha 
verificado o limite máximo de depoentes. 
 
 Errada

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