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Penal e Processo Penal

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INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 19 e 23.03.2009 
 Aula n°05 
 
 
 
- 1 – 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
1. Artigos Correlatos 
1.1 O termo de representação para fins de TCO pode ser feito perante a autoridade policial 
2. Jurisprudência 
2.1 HC 75697/DF 
2.2 HC 57200/RS 
2.3 HC 92921/BA 
2.4 REsp 663934/SP 
2.5 HC 84397/DF 
3. Assista! 
3.1 Lei n°. 11.719 - Quais as alterações com relação à "emendatio libelli"? 
4. Simulados 
 
 
1. ARTIGOS CORRELATOS 
1.1 O termo de representação para fins de TCO pode ser feito perante a autoridade policial 
Elaborado em 09.2002. 
 
Geraldo do Amaral Toledo Neto 
Professor de Direito Administrativo e Tributário da PUC/MG 
 
Para a apuração de determinadas infrações penais, a lei faz depender expressamente a ação penal 
pública da representação do ofendido, que é a manifestação da vítima ou de seu representante legal 
no sentido de autorizar a Autoridade Policial ou o Promotor de Justiça a instaurar suas respectivas 
peças no exercício de suas atribuições. (arts. 5º, 29 e 39 do CPP). Torna-se, destarte, a representação 
em condição suspensiva de procedibilidade, seja para instauração de Inquérito Policial ou elaboração 
de TCO pelo Delegado de Polícia, seja para promoção de denúncia feita pelo membro do Parquet. 
 
A imposição legislativa decorre do fato de que, por muitas vezes, o interesse do ofendido se sobrepõe 
ao público na repressão ao ilícito de que foi vítima, quando o Inquérito ou o Processo pode acarretar-
lhe males maiores que os resultantes da infração (strepitus judicii) ou causar-lhe problemas, 
desavenças, embaraços, perda de tempo precioso, etc. 
 
A representação, segundo já firmada jurisprudência e farta doutrina, não exige fórmula sacramental, 
bastando que se verifique o ocorrido, através de iniciativa inequívoca do ofendido ou de seu 
representante legal, que se dá através de ato volitivo perante as autoridades, pleiteando providências. 
Esta inequívoca manifestação de se ver iniciar a persecução criminal pode ser feita perante a 
Autoridade Policial, Promotor de Justiça, e Juiz de Direito de acordo com o art. 30 do CPP, e, para 
alguns julgados, perante a Polícia Militar, desde que expressamente manifestado no Boletim de 
Ocorrência. 
 
Quando se diz respeito à elaboração do TCO, criação dos Juizados Especiais, há uma certa corrente 
doutrinária e jurisprudencial que defende que a representação só poderá ser feita perante o membro 
do Ministério Público. Todos os casos de agressão, ameaça, dano, etc., deverão ser encaminhados ao 
Juizado Especial, mesmo que cause terrível constrangimento à vitima e esta insista em não 
representar no B.O. da PM, ou perante o Delegado de Polícia. 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 19 e 23.03.2009 
 Aula n°05 
 
 
 
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Data maxima venia, trata-se de um absurdo. Primeiro porque a lei dos Juizados em momento algum 
PROIBE a Autoridade Policial de colher tal representação. Segundo por que esta mesma lei acolhe 
subsidiariamente a lei processual penal que legitima e determina que o Delegado colha tal 
representação para iniciar suas atribuições legais perante ações públicas condicionadas. Terceiro e 
mais comum, por que a elaboração do Termo Circunstanciado de Ocorrência traria gravames 
irrecuperáveis para aqueles que não desejam qualificar seus problemas. 
 
Muitas vezes, uma mulher está diante de um fato lamentável, porém corriqueiro: aquele marido ou 
amásio que chega em casa "bêbado" e a agride. Ela ou seus vizinhos chamam a Polícia Preventiva que 
acalma os ânimos do ébrio e lavra um B. O. narrando o acontecimento. Segundo esta corrente, o 
Delegado, ao tomar conhecimento do B.O. da PM deveria imediatamente elaborar o T.C.O., 
encaminhando o casal ao Juizado Criminal. 
 
Acontece que esta corrente não sabe que muitas vezes a esposa (ou qualquer vizinho) aciona a Polícia 
Militar muito mais para prevenir ou apartar a briga do que para iniciar um processo criminal e futura 
separação civil. Na grande maioria das vezes o casal se reconcilia no outro dia. A esposa tem mais 
medo do constrangimento processual acabar com seu casamento do que "apanhar" novamente. Muitas 
vezes elas vão à Delegacia de Polícia pedir ao Delegado para que "arquive o processo" antes que ele 
"arquive seu casamento"... Isto também acontece muito nos casos de brigas, ameaças e danos entre 
vizinhos, amigos, parentes, etc. Por isso foi criado o instituto da Representação. Daí nasceram alguns 
temas extralegais como o Perdão do Ofendido. 
 
A Autoridade Policial, ao receber qualquer B.O. ou notícia de agressão, ameaça, dano, ou similar, deve 
tomar uma das três providências: 
 
Se estiver expressamente escrita no Boletim de Ocorrência da Polícia Militar a manifestação do desejo 
de ver o autor ser processado, ou que se inicie a persecução criminal, LAVRAR imediatamente o Termo 
Circunstanciado e enviá-los ao Juizado Especial; 
 
Se o B.O. nada mencionar a respeito deste desejo, e sendo casos graves ou de repercussão, INTIMAR 
as partes e oferecer à vítima a possibilidade dela se manifestar pela Representação; 
Se o B. O. nada mencionar a respeito deste desejo, verificando que não se trata de ilícito grave (o 
chamado "cotidiano"), AGUARDAR num despacho pela espera de Representação formal na Delegacia 
no prazo exigido pela lei. 
 
Seguindo esta orientação, com certeza estará a Polícia Judiciária ajudando a aplicar a Justiça, evitando 
constrangimentos. Estará seguindo os ditames da Lei 9099/95 que determina a aplicação do Princípio 
da Economia Processual, visto que evitar o uso dos serviços e papéis do Estado para que na audiência 
seja demonstrado o desinteresse da vítima, já manifestada antes, é atingir, além deste princípio, 
outros como o do interesse público. Estará evitando um sacrifício maior para os Promotores e Juízes, 
aumentando suas pautas de audiência e carga processual, com Termos Circunstanciados 
desinteressantes, inconvenientes e que são considerados natimortos, já que nenhuma das partes tem 
e terão interesse no prosseguimento dos mesmos. 
 
A lei dos Juizados Especiais segue a tendência mundial do laxismo, do direito penal mínimo. E esta 
intervenção mínima também diz respeito ao processo. Sua informalidade, sua celeridade, cujo 
corolário é distanciar mais os pequenos delitos das preocupações carcerárias numa fragmentariedade e 
numa tendência de se resolver os conflitos de forma privada, distancia-se de qualquer ação que faça o 
Estado intervir nos desejos particulares. Isto quer dizer que o Estado deve respeitar os anseios de 
cada um em crimes que são taxados de pequeno potencial ofensivo e necessitam de representação 
para a persecução criminal. 
 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 19 e 23.03.2009 
 Aula n°05 
 
 
 
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Não sejamos legalistas. Muitas autoridades desavisadas, a maioria parlamentar, não conhece as ruas, 
o povo, as dificuldades in loco. Criam leis ou agem dentro de seus escritórios com ar condicionado. 
São tecnocratas que ignoram a realidade da segurança pública. Vamos, numa interpretação teleológica 
da Lei dos Juizados, tentar aplicar a justiça, deixando de lado a vaidade,as brigas de atribuições e a 
mesquinharia do "É MEU!". A segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de TODOS. 
 
-------------------------------------------------------------------------------- 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Tacrim SP 
Rjdtacrim 41/200 
 
É Válida Como Forma De Representação Para Fins Do Art. 91 Da Lei 9099/95, A Declaração Da Vítima, 
Feita Na Delegacia De Polícia Após O Acidente, Na Qual Manifesta A Vontade De Ver O Responsável 
Pelo Atropelamento Ser Processado. 
 
RHC 10872 
Min. JOSÉ ARNALDO DA FONSECA 
DJ DATA:04/06/2001 PG:00190 
 
Habeas Corpus. Penal E Processo Penal. Lesão Corporal Culposa Na Direção De Veículo Automotor. 
Representação Da Vítima Ou De Seu Representante Legal. Art. 88, Da Lei 9.099/95, C.C. O ART. 291, 
DA LEI 9.503/97. Desnecessidade De Rigor Formal. Decadência Não Configurada. A Representação Da 
Vítima Exigida Pelo Art. 88 Da Lei 9.099/95 Não Exige Fórmula Sacramental, Sendo Suficiente O 
Simples Registro Da Ocorrência Perante A Autoridade Policial. 
 
HC 10842 
Min. GILSON DIPP 
DJ DATA:27/11/2000 PG:00175 
 
Criminal. Hc. Lei Nº 9.099/95. Justiça Militar. Aplicabilidade. Lei Nº 9.839/99. Não-Incidência. 
Representação. Formulação Perante A Autoridade Policial. Validade. 
 
RHC 9350 
Min. GILSON DIPP 
DJ DATA:28/02/2000 PG:00095 
 
A Representação, Como Condição De Procedibilidade, Prescinde De Rigor Formal, Bastando A 
Demonstração Inequívoca Da Vontade Do Ofendido, No Sentido De Que Sejam Tomadas Providências 
Em Relação Ao Fato E À Responsabilização Do Autor - Sendo Aceitável Tal Formulação Perante A 
Autoridade Policial. 
 
HC 7771 
Min. GILSON DIPP 
DJ DATA:17/02/1999 PG:00152 
 
II. A Representação, Como Condição De Procedibilidade, Prescinde De Rigor Formal, Bastando A 
Demonstração Inequívoca Da Vontade Do Ofendido, No Sentido De Sejam Tomadas Providências Em 
Relação Ao Fato E À Responsabilização Do Autor. III. O Boletim De Ocorrência, Lavrado Pelo Delegado 
De Polícia, É Documento Hábil A Demonstrar A Intenção De Responsabilizar O(S) Responsável(Eis). 
 
Outras decisões que admitem a representação perante a autoridade policial 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
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- STJ (RHC 9.350 – SP – DJU De 28/02/2000, P. 95/96); 
- TJSP (RT 454/360); 
- Conclusão Criminal Nº 3, Do Encontro Dos Juizados Especiais Em Curitiba; 
- STJ (RHC 7112/MG – T6, Min. Fernando Gonçalves, DJU 25/02/98, P. 125); 
- Tacrimsp – HC 324872 – J. 15/07/98, C11, J. Renato Nalini). 
 
TOLEDO NETO, Geraldo do Amaral. O termo de representação para fins de TCO pode ser feito perante 
a autoridade policial . Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 60, nov. 2002. Disponível em: 
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3480>. Acesso em: 19 mar. 2009. 
 
 
2. JURISPRUDÊNCIA 
 
2.1 HC 75697 / DF - DISTRITO FEDERAL 
 
HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO 
Julgamento: 03/02/1997 Órgão Julgador: Segunda Turma 
Publicação DJ 19-09-2003 PP-00031 EMENT VOL-02124-05 PP-00892Parte(s) 
PACTE.: VASCO RODRIGUES DA CUNHA 
IMPTE.: DIRCEU DE FARIA 
COATOR: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
INTERV: ALESSANDRA CASTELLO BRANCO PORTES 
ADVDOS.: ANTÔNIO CARLOS SIGMARINGA SEIXAS E OUTROEmenta 
 
EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. 
OFENDIDA MENOR DE DEZOITO ANOS. DIREITO DE QUEIXA. OMISSÃO DO REPRESENTANTE LEGAL. 
QUEIXA DA OFENDIDA AO ATINGIR DEZOITO ANOS. DECADÊNCIA. SÚMULA 594-STF. CPP, ARTS. 33, 
34, 50, PARÁGRAFO ÚNICO, E 52. I. - O direito de queixa poderá ser exercido tanto pela ofendida 
como pelo seu representante legal. Na hipótese de omissão ou de renúncia deste, a ofendida, ao 
completar 18 (dezoito) anos, poderá exercer esse direito de queixa, sendo que, nesse caso, o prazo 
decadencial começará a fluir a partir da data em que ela atingir a maioridade penal. Precedente do 
STF. RECr 94.524-MS, Relator para o acórdão Min. Néri da Silveira. II. - H.C. indeferido. 
 
2.2 HC 57200 / RS 
 
HABEAS CORPUS 2006/0074124-5 
Relator(a) Ministro GILSON DIPP (1111) 
Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA 
Data do Julgamento 03/10/2006 
Data da Publicação/Fonte DJ 30/10/2006 p. 348 
Ementa 
CRIMINAL. HC. CALÚNIA. REPRESENTAÇÃO. AUSÊNCIA DE MENÇÃO DOS ENVOLVIDOS. 
DESNECESSIDADE. ATO INFORMAL. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
IMPROPRIEDADE DO MEIO ELEITO. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA NÃO-EVIDENCIADA DE PLANO. 
MATÉRIA FÁTICA. ORDEM DENEGADA. 
I. Hipótese em que a representação omite um dos envolvidos no evento delituoso. 
II. A doutrina e a jurisprudência são uníssonas no sentido de não se exigir formalidades ao exercício 
do direito de representação, predominando a idéia de informalidade do ato, sendo bastante a 
manifestação do desejo de processar, conforme ocorrido in casu. 
III. No momento em que se exerce o direito de representação, não se exige a narrativa completa do 
fato e nem a indicação de todos os envolvidos no evento, dada a sua eficácia objetiva e subjetiva. 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 19 e 23.03.2009 
 Aula n°05 
 
 
 
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IV. "Se a representação é instituída em benefício da vítima e independe de formalidades, vale ela 
contra todos os autores do ilícito, ainda que não constem seus nomes da peça, salvo se houve 
restrição expressa do ofendido." 
V. Ausência de decadência do direito de representação, dada a regularidade da promoção exercida 
dentro do prazo fatal de seis meses. 
VI. Denúncia que imputou ao paciente a prática do delito de calúnia cometido contra Promotor de 
Justiça. 
VII. A falta de justa causa para a ação penal só pode ser reconhecida quando, de pronto, sem a 
necessidade de exame valorativo do conjunto fático ou probatório, evidenciar-se a atipicidade do fato, 
a ausência de indícios a fundamentarem a acusação ou, ainda, a extinção da punibilidade, hipóteses 
não verificadas in casu. 
VIII. O habeas corpus constitui-se em meio impróprio para a análise de alegações que exijam o 
reexame do conjunto fático-probatório, se não demonstrada, de pronto, qualquer ilegalidade nos 
fundamentos da exordial acusatória. 
IX. Ordem denegada. 
 
2.3 HC 92921 / BA 
 
HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI 
Julgamento: 19/08/2008 Órgão Julgador: Primeira Turma 
Publicação DJe-182 DIVULG 25-09-2008 PUBLIC 26-09-2008 EMENT VOL-02334-03 PP-00439 
RJSP v. 56, n. 372, 2008, p. 167-185Parte(s) 
PACTE.(S): CURTUME CAMPELO S/A 
PACTE.(S): GLADSTON JOSÉ DANTAS CAMPELO 
PACTE.(S): RONALDO DANTAS CAMPELO 
PACTE.(S): ANTÔNIO RAYMUNDO DANTAS RAMIRO 
PACTE.(S): JOÃO CARLOS LACERDA 
IMPTE.(S): CURTUME CAMPELO S/A E OUTRO(A/S) 
ADV.(A/S): REGINALDO PEREIRA MIGUEL 
COATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇAEmenta 
 
EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME AMBIENTAL. HABEAS CORPUS PARA TUTELAR PESSOA 
JURÍDICA ACUSADA EM AÇÃO PENAL. ADMISSIBILIDADE. INÉPCIA DA DENÚNCIA: INOCORRÊNCIA. 
DENÚNCIA QUE RELATOU a SUPOSTA AÇÃO CRIMINOSA DOS AGENTES, EM VÍNCULO DIRETO COM A 
PESSOA JURÍDICA CO-ACUSADA. CARACTERÍSTICA INTERESTADUAL DO RIO POLUÍDO QUE NÃO 
AFASTA DE TODO A COMPETÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA 
E BIS IN IDEM. INOCORRÊNCIA. EXCEPCIONALIDADE DA ORDEM DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
ORDEM DENEGADA. I - Responsabilidade penal da pessoa jurídica, para ser aplicada, exige 
alargamento de alguns conceitos tradicionalmente empregadosna seara criminal, a exemplo da 
culpabilidade, estendendo-se a elas também as medidas assecuratórias, como o habeas corpus. II - 
Writ que deve ser havido como instrumento hábil para proteger pessoa jurídica contra ilegalidades ou 
abuso de poder quando figurar como co-ré em ação penal que apura a prática de delitos ambientais, 
para os quais é cominada pena privativa de liberdade. III - Em crimes societários, a denúncia deve 
pormenorizar a ação dos denunciados no quanto possível. Não impede a ampla defesa, entretanto, 
quando se evidencia o vínculo dos denunciados com a ação da empresa denunciada. IV - Ministério 
Público Estadual que também é competente para desencadear ação penal por crime ambiental, mesmo 
no caso de curso d'água transfronteiriços. V - Em crimes ambientais, o cumprimento do Termo de 
Ajustamento de Conduta, com conseqüente extinção de punibilidade, não pode servir de salvo-conduto 
para que o agente volte a poluir. VI - O trancamento de ação penal, por via de habeas corpus, é 
medida excepcional, que somente pode ser concretizada quando o fato narrado evidentemente não 
constituir crime, estiver extinta a punibilidade, for manifesta a ilegitimidade de parte ou faltar condição 
exigida pela lei para o exercício da ação penal. VII - Ordem denegada. 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 19 e 23.03.2009 
 Aula n°05 
 
 
 
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2.4 REsp 663934 / SP 
 
RECURSO ESPECIAL 2004/0073380-5 
Relator(a) Ministro PAULO MEDINA (1121) 
Órgão Julgador T6 - SEXTA TURMA 
Data do Julgamento 09/02/2006 
Data da Publicação/Fonte DJ 27/03/2006 p. 367 
Ementa 
RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. PEREMPÇÃO. INOCORRÊNCIA. MANDATO. FATO 
CRIMINOSO. MENÇÃO. DENÚNCIA. INÉPCIA. AUSÊNCIA. 
A perempção somente tem lugar após o recebimento da queixa-crime. A menção do fato criminoso no 
instrumento de mandato, exigida pelo art. 44 do Código de Processo Penal (CPP), cumpre-se pela 
indicação do artigo de lei no qual se baseia a queixa-crime ou pela referência à denominação jurídica 
do crime. A queixa-crime que atribui a prática de delitos contra a honra aos querelados, de maneira 
conjunta, e expõe o fato criminoso e suas circunstâncias, a qualificação dos acusados, a classificação 
do crime e o rol das testemunhas atende os requisitos do art. 41 do estatuto Processual Penal. 
Recurso Especial a que se nega provimento. 
 
2.5 HC 84397 / DF 
 
HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE 
Julgamento: 21/09/2004 Órgão Julgador: Primeira Turma 
Publicação DJ 12-11-2004 PP-00029 EMENT VOL-02172-02 PP-00266 
RT v. 94, n. 832, 2005, p. 467-471 
LEXSTF v. 26, n. 312, 2005, p. 354-364 
RJADCOAS v. 6, n. 63, 2005, p. 553-557 
PACTE.(S): RAIMUNDO FEITOSA DE ALBUQUERQUE LIMA 
IMPTE.(S): BRUNO RODRIGUES 
COATOR(A/S)(ES): TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO DISTRITO 
FEDERAL 
 
EMENTA: I. Ação penal privada: crime de exercício arbitrário das próprias razões (C. Penal, art. 345, 
parágrafo único): decadência: C.Pr.Penal, art. 44. 1. O defeito da procuração outorgada pelas 
querelantes ao seu advogado, para requerer abertura de inquérito policial, sem menção do fato 
criminoso, constitui hipótese de ilegitimidade do representante da parte, que, a teor do art. 568 
C.Pr.Pen., "poderá ser a todo o tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais" (RHC 
65.879, Célio Borja); 2. Na espécie, a presença das querelantes em audiências realizadas depois de 
findo o prazo decadencial basta a suprir o defeito da procuração. II. Recurso: supressão de instância. 
1. A jurisprudência do Tribunal é no sentido de que, se o juiz, induvidosamente competente, rejeita a 
denúncia por um dos fundamentos do art. 43 C.Pr.Penal, o provimento do recurso contra a decisão que 
a rejeita implica o recebimento da denúncia, não representando supressão de instância: precedentes. 
2. No caso - apelação (L. 9.099/95, art. 82) dirigida especificamente à decisão que, com fundamento 
nos arts. 43, III e 44, ambos do C.Pr.Penal, reconhecera a ausência de regular representação da parte 
-, resulta do provimento da apelação, o mesmo efeito obtido no recurso em sentido estrito, qual seja o 
recebimento da queixa. 3. Daí, contudo, não se extrai que - dada a devolutividade à Turma Recursal 
de todas as questões suscitadas -, superada uma delas, não se devessem analisar as demais. 
 
 
 
 
 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 19 e 23.03.2009 
 Aula n°05 
 
 
 
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3. ASSISTA! 
 
Lei n°. 11.719 - Quais as alterações com relação à "emendatio libelli"? Profª. Patrícia 
Vanzolini. 
 
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20080717144551718 
 
 
 
4. SIMULADOS 
 
4.1 Airton ajuíza contra Roberto uma queixa-crime. Designada audiência, e intimado 
pessoalmente para depoimento pessoal, o querelante, imotivadamente, deixa de comparecer, 
sequer tendo comunicado a ausência a seu advogado, também ausente. Para a extinção de 
punibilidade de Roberto, o juiz considerará que houve perempção. 
 
Resposta: Correta. 
 
4.2 Diversamente do que ocorre em relação ao processo civil, no processo penal não se admite que, 
em caso de morte da vítima, os familiares assumam o lugar dela, no pólo ativo da ação penal privada, 
para efeito de apresentação de queixa. 
 
Resposta: Errada. 
 
4.3 A renúncia ao exercício do direito de queixa e o perdão do ofendido, em relação a um dos autores 
do crime, a todos se estenderá, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. 
 
Resposta: Errada.

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