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Penal e Processo Penal

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INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 27.03.2009 
 Aula n°07 
 
 
 
- 1 – 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
1. Artigos Correlatos 
1.1 Corrupção, juizados de instrução e Tribunal Superior da probidade administrativa 
2. Jurisprudência 
2.1 HC 86606 / MS - MATO GROSSO DO SUL 
2.2 HC-95211 
2.3 HC 113.608-MG 
2.4 HC – 95291 
2.5 RHC 20348 / SC 
2.6 HC - 81438 
2.7 HC - 93076 
2.8 HC - 90729 
2.9 RE 260404 / MG - MINAS GERAIS 
2.10 HC 102227 / ES 
2.11 RHC 80718 / RS - RIO GRANDE DO SUL 
2.12 CC 27.368 
2.13 HC 119813 / PR 
2.14 HC 91003 / BA - BAHIA 
3. Assista! 
3.1 Questionamentos acerca da competência no processo penal 
4. Simulados 
 
 
1. ARTIGOS CORRELATOS 
1.1 Corrupção, juizados de instrução e Tribunal Superior da probidade administrativa * 
Elaborado em 07.2007. 
 Luiz Flávio Gomes - doutor em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Complutense 
de Madri, mestre em Direito Penal pela USP, secretário-geral do Instituto Panamericano de Política 
Criminal (IPAN), consultor, parecerista, fundador e presidente da Cursos Luiz Flávio Gomes (LFG) - 
primeira rede de ensino telepresencial do Brasil e da América Latina, líder mundial em cursos 
preparatórios telepresenciais 
 Para eliminar a impunidade reinante no nosso país sobretudo no âmbito da corrupção (que estaria 
gerando riscos inclusive para a democracia), vem o Deputado Paulo Renato Souza sugerindo a criação 
de um Tribunal Superior da Probidade Administrativa (O Estado de S. Paulo de 22.07.07, p. A2). É de 
se louvar a preocupação do Deputado para resolver o problema, de qualquer modo, a instituição de 
um Tribunal Superior composto de 11 membros para julgar casos de improbidade administrativa não 
parece ser o melhor caminho. Muito mais adequado nos afigura um novo Juizado Especial (Juizados de 
Instrução). 
A proposta do referido parlamentar centrou-se nos delitos contra o patrimônio público. O problema, 
entretanto, não reside neste ou naquele delito, sim, na morosidade do processamento de todos os 
casos de competência originária (foro especial). Para atacar as causas do problema o correto é retirar 
os Ministros e Desembargadores da presidência da fase preliminar instrutória. Disso deve se 
encarregar um juiz (ou desembargador) integrante dos Juizados de Instrução. O foro especial por 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 27.03.2009 
 Aula n°07 
 
 
 
- 2 – 
prerrogativa de função existe no mundo todo. Não há como eliminá-lo nesse momento (tendo em vista 
o entorno cultural ocidental). Mas a instrução probatória, sem sombra de dúvida, deve ser mais célere. 
Um novo Tribunal Superior não resolve essa questão. Ao contrário, com pouco tempo de 
funcionamento tende a apresentar os mesmos gravames dos atuais tribunais. 
De outro lado, não nos parece que seja preciso "uma ampla reforma do Processo Penal, recursos mais 
restritos e prerrogativas menos liberais". O mais sério vício das propostas parlamentares nos últimos 
tempos reside no seu tendencial ranço populista (eleitoral). O Deputado Paulo Renato conta com 
discernimento suficiente para aparar as arestas da sua proposta. Recordemos: no Estado 
constitucional e humanista de Direito todas as garantias constitucionais, internacionais e 
infraconstitucionais devem ser preservadas, ou seja, o acusado deve contar com ampla defesa e 
contraditório, direito de contratar defensor etc. 
A única coisa a ser feita, em síntese, consiste na criação dos juizados de instrução. No mais, deve-se 
seguir o regramento processual vigente. Um juiz dedicado só a isso dará a celeridade esperada. Ele 
presidirá toda fase instrutória e conduzirá o caso até o recebimento (ou rejeição) da peça acusatória. 
Uma vez recebida essa peça, envia-se tudo ao tribunal competente para o julgamento final, nos 
termos do procedimento acusatório (oral). 
De acordo com a proposta do Deputado Paulo Renato o TSPA teria competência para julgar "os crimes 
contra a administração pública assim como os atos de improbidade administrativa". Esses atos de 
improbidade administrativa não configuram "delito" (no sentido formal da expressão). Logo, não 
deveriam nunca estar sujeitos à regra do foro especial por prerrogativa de função. Nesse ponto impõe-
se ampla reforma da legislação vigente (que, por causa da sua atual dubiedade, levou o STF a 
corretamente admitir em junho de 2007 a inaplicabilidade da lei da improbidade aos agentes políticos). 
De outro lado, se o TSPA viesse a se encarregar dos crimes contra a administração pública, os outros 
delitos ficaram sob a jurisdição dos atuais Tribunais Superiores. Ou seja: o problema da impunidade 
continuaria porque esses tribunais não contam com estrutura para o processamento preliminar dos 
casos que estão sujeitos à sua competência originária. 
Sugere-se, de outra parte, que o relator do caso receba monocraticamente a denúncia, "sem recurso 
ao plenário". O juízo de admissibilidade (ou inadmissibilidade) da denúncia é um dos mais relevantes, 
porque traz conseqüências sérias para o denunciado na media em que ele se transforma em "réu" a 
partir do momento em que a denúncia é recebida. Recorde-se que o ato do recebimento da denúncia 
pode implicar abusos incomensuráveis, daí a importância capital dos recursos (que existem para 
cumprir a função corretiva das ilegalidades e dos constrangimentos). Cortar recursos excrescentes 
(como é o caso do protesto por novo júri, v.g.) é uma coisa, mas isso jamais pode ser confundido com 
a eliminação das garantias mínimas dos acusados. 
Em suma: não nos parece acertada a proposta de criação de um TSPA. Conta com maior chance de 
acerto um juizado especial (Juizados de Instrução), que funcionaria sob a égide do contraditório. A 
vantagem desse mecanismo consiste no seguinte: toda prova produzida perante esse juiz não precisa 
ser renovada perante o Tribunal competente. Adotando-se o sistema acusatório, tudo é ratificado 
(neste tribunal) oralmente. A ampla defesa, nesse caso, somente é exercida para aclaramento de 
pontos divergentes. 
A celeridade esperada só se pode alcançar, como se vê, com a introdução no nosso ordenamento 
jurídico dos juizados de instrução, que devem instruir todos os casos de competência originária. No 
âmbito processual e operacional essa parece ser a melhor solução. Que, de qualquer modo, não esgota 
todo o arsenal de possibilidades. 
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 Data: 27.03.2009 
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- 3 – 
Paralelamente à idéia da criação dos juizados de instrução, a criminalidade organizada coligada com a 
corrupção deve também ser enfrentada com o uso de mecanismos penais, tendentes ao consenso, à 
colaboração. A figura da colaboração com a Justiça apresenta-se bastante apropriada nesses casos de 
criminalidade econômica, como vamos procurar demonstrar em outro artigo. 
Uma observação final: os casos de competência originária dos tribunais (casos de foro especial por 
prerrogativa de função) são julgados em instância única. Ocorre que a Convenção Americana de 
Direitos Humanos (art. 8, 2, h) assim como a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos 
Humanos asseguram, sempre, no âmbitocriminal, direito a um recurso, a um juiz ou tribunal superior. 
Para se cumprir isso caberia a adoção do seguinte: quando o julgamento é proferido por um tribunal 
de segunda instância, eventual recurso de apelação poderia ir para o STJ. Quando este é o tribunal 
originário, eventual recurso iria para o STF. Quando o STF é o competente, só resta a possibilidade da 
revisão criminal (para ele mesmo), com toda amplitude possível. 
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=10259 
 
 
2. JURISPRUDÊNCIA 
 
2.1 HC 86606 / MS - MATO GROSSO DO SUL 
 HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA 
Julgamento: 22/05/2007 Órgão Julgador: Primeira Turma 
 
Publicação 
 
DJe-072 DIVULG 02-08-2007 PUBLIC 03-08-2007 
DJ 03-08-2007 PP-00086 
EMENT VOL-02283-04 PP-00638Parte(s) 
 
PACTE.(S) : FÁBIO PAIM MENEZES LOPES OU FÁBIO PAIM DE 
 MENEZES LOPES 
IMPTE.(S) : EDILSON MAGRO 
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL MILITAREmenta 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PERSECUÇÃO PENAL NA JUSTIÇA MILITAR POR 
FATO JULGADO NO JUIZADO ESPECIAL DE PEQUENAS CAUSAS, COM TRÂNSITO EM JULGADO: 
IMPOSSIBILIDADE: CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. ADOÇÃO DO PRINCÍPIO DO NE 
BIS IN IDEM. HABEAS CORPUS CONCEDIDO. 1. Configura constrangimento ilegal a continuidade da 
persecução penal militar por fato já julgado pelo Juizado Especial de Pequenas Causas, com decisão 
penal definitiva. 2. A decisão que declarou extinta a punibilidade em favor do Paciente, ainda que 
prolatada com suposto vício de incompetência de juízo, é susceptível de trânsito em julgado e produz 
efeitos. A adoção do princípio do ne bis in idem pelo ordenamento jurídico penal complementa os 
direitos e as garantias individuais previstos pela Constituição da República, cuja interpretação 
sistemática leva à conclusão de que o direito à liberdade, com apoio em coisa julgada material, 
prevalece sobre o dever estatal de acusar. Precedentes. 3. Habeas corpus concedido. 
 
2.2 HC-95211 
 
STF - Brasília, 9 a 13 de março de 2009 - Nº 538. 
 
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Desarquivamento de Inquérito Policial e Excludente de Ilicitude - 1 
 
A Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus no qual pleiteado o trancamento de ação penal 
instaurada a partir do desarquivamento de inquérito policial, em que reconhecida excludente de 
ilicitude. No caso, o citado inquérito apurava homicídio imputado ao paciente, delegado de polícia, e a 
outros policiais, sendo arquivado a pedido do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, que 
reputara configurado o estrito cumprimento do dever legal. Passados dez anos da decisão judicial, fora 
instalado, pelo parquet, o Grupo de Trabalho para Repressão ao Crime Organizado - GRCO naquela 
unidade federativa — que dera origem, posteriormente, a Comissões Parlamentares de Inquérito em 
âmbito estadual e nacional —, cujos trabalhos indicariam que o paciente e os demais policiais não 
teriam agido em estrito cumprimento do dever legal, mas sim supostamente executado a vítima 
(“queima de arquivo”). A partir disso, novas oitivas das mesmas testemunhas arroladas no inquérito 
arquivado foram realizadas e o órgão ministerial, concluindo pela caracterização de prova 
substancialmente nova, desarquivara aquele procedimento, o que fora deferido pelo juízo de origem e 
ensejara o oferecimento de denúncia. A impetração alegava que o arquivamento estaria acobertado 
pelo manto da coisa julgada formal e material, já que reconhecida a inexistência de crime, incidindo o 
Enunciado 524 da Súmula do STF (“Arquivado o inquérito policial, por despacho do Juiz, a 
requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.”). 
HC 95211/ES, rel. Min. Cármen Lúcia, 10.3.2009. (HC-95211) 
 
Desarquivamento de Inquérito Policial e Excludente de Ilicitude - 2 
 
O Min. Ricardo Lewandowski suscitou questão de ordem no sentido de que os autos fossem deslocados 
ao Plenário, porquanto transpareceria que as informações as quais determinaram a reabertura do 
inquérito teriam se baseado em provas colhidas pelo próprio Ministério Público. Contudo, a Turma 
entendeu, em votação majoritária, que, antes, deveria apreciar matéria prejudicial relativa ao fato de 
se saber se a ausência de ilicitude configuraria, ou não, coisa julgada material, tendo em conta que o 
ato de arquivamento ganhara contornos absolutórios, pois o paciente fora absolvido ante a 
constatação da excludente de antijuridicidade (estrito cumprimento do dever legal). Vencido, no ponto, 
o Min. Ricardo Lewandowski que, ressaltando o contexto fático, não conhecia do writ por julgar que a 
via eleita não seria adequada ao exame da suposta prova nova que motivara o desarquivamento. No 
mérito, também por maioria, denegou-se a ordem. Aduziu-se que a jurisprudência da Corte seria farta 
quanto ao caráter impeditivo de desarquivamento de inquérito policial nas hipóteses de 
reconhecimento de atipicidade, mas não propriamente de excludente de ilicitude. Citando o que 
disposto no aludido Verbete 524 da Súmula, enfatizou-se que o tempo todo fora afirmado, desde o 
Ministério Público capixaba até o STJ, que houvera novas provas decorrentes das apurações. Ademais, 
observou-se que essas novas condições não afastaram o fato típico, o qual não fora negado em 
momento algum, e sim a ilicitude que inicialmente levara a esse pedido de arquivamento. Vencidos os 
Ministros Menezes Direito e Marco Aurélio que deferiam o habeas corpus por considerar que, na 
espécie, ter-se-ia coisa julgada material, sendo impossível reabrir-se o inquérito independentemente 
de outras circunstâncias. O Min. Marco Aurélio acrescentou que nosso sistema convive com os 
institutos da justiça e da segurança jurídica e que, na presente situação, este não seria observado se 
reaberto o inquérito, a partir de preceito que encerra exceção (CPP, art. 18). 
HC 95211/ES, rel. Min. Cármen Lúcia, 10.3.2009. (HC-95211) 
 
2.3 HC 113.608-MG 
 
Informativo Nº: 0385 Período: 2 a 6 de março de 2009. 
 
 LEI MARIA DA PENHA. REPRESENTAÇÃO. 
 
A Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, concedeu a ordem de habeas corpus, mudando o 
entendimento quanto à representação prevista no art. 16 da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 27.03.2009 
 Aula n°07 
 
 
 
- 5 – 
Considerou que, se a vítima só pode retratar-se da representação perante o juiz, a ação penal é 
condicionada. Ademais, a dispensa de representação significa que a ação penal teria prosseguimento e 
impediria a reconciliação de muitos casais. HC 113.608-MG, Rel. originário Min. Og Fernandes, Rel. 
para acórdão Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ-SP), julgado em 5/3/2009. 
 
2.4 HC - 95291 
 
INFORMATIVO Nº 522 
 
TÍTULO 
Conexão: Competência Relativa e Princípio do Juiz Natural - 2 
 
ARTIGO 
Esclareceu-se que o reputado constrangimento ilegal não teria origem no desmembramento dos 
processos, nem na provável prejudicialidade do conflito de competência que pende no STJ, mas 
resultaria da análise da ação penal referente aos crimes de contrabando, descaminho e formação de 
quadrilha por outro juiz que não o mesmo para julgar o paciente por homicídio. Assim, considerou-se 
não caber a esta Corte decidir sobre a viabilidade da tese da defesa no que diz respeitoà conexão 
entre as causas relativas ao homicídio e aos demais crimes atribuídos ao paciente, limitando-se apenas 
à questão de saber se a conexão seria critério absoluto de definição de competência, a ponto de 
eventual julgamento de uma das ações e a conseqüente impossibilidade de incidência das regras de 
conexão representarem afronta ao art. 5º, LIII, da CF. Observou-se que as regras de conexão são 
aplicáveis a causas que, em princípio, seriam examinadas em separado e que, verificada a conexão 
entre os feitos, deve-se recorrer aos critérios de modificação ou prorrogação das competências já 
conferidas. Asseverou-se que, se incabíveis as regras modificativas da competência, as atribuições 
jurisdicionais originárias devem ser mantidas, visto que competência absoluta não se modifica ou 
prorroga. Nesse sentido, afirmou-se que a conexão só altera competência relativa, pois torna 
competente para o caso concreto juiz que não o seria sem ela. Enfatizou-se que, sendo relativa a 
competência por conexão, o julgamento da ação penal pelos delitos de contrabando, descaminho e 
formação de quadrilha não violaria o princípio do juiz natural. Ademais, afirmou-se que, na hipótese de 
o conflito de competência perder o objeto, será porque o órgão competente para apreciar cada uma 
das ações não poderá ser determinado por conexão, mas pelas regras de distribuição originária de 
competência, a saber: juízo competente será aquele que, segundo essas, já o seria para julgar a 
mesma ação, se não tivesse havido nexo entre as infrações penais. Aduziu-se, ainda, ser questionável 
o argumento de que a incidência do referido Verbete levaria à perda do objeto do conflito de 
competência, uma vez que possível reconhecimento de conexão entre causas provocará junção dos 
processos para o efeito de soma ou de unificação das penas (CPP, art. 82, parte final). Dessa forma, 
não se vislumbrou dano irreparável a incidir no prosseguimento da ação penal em curso na Justiça 
Federal. HC 95291/RJ, rel. Min. Cezar Peluso, 30.9.2008. (HC-95921) 
 
2.5 RHC 20348 / SC 
RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS 
2006/0231461-1 
Relator(a) 
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (1131) 
Órgão Julgador 
T6 - SEXTA TURMA 
Data do Julgamento 
24/06/2008 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 01/09/2008 
Ementa 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 27.03.2009 
 Aula n°07 
 
 
 
- 6 – 
PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. 1. CRIME MILITAR COMETIDO POR POLICIAL MILITAR 
DO ESTADO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL. DEMISSÃO ANTERIOR À INSTAURAÇÃO 
DO INQUÉRITO POLICIAL. 
IRRELEVÂNCIA. JUÍZO NATURAL QUE SE FIXA À ÉPOCA DO FATO. 2. RECURSO A QUE SE NEGA 
PROVIMENTO. 
1. Crime militar cometido por militar no exercício da função. Em homenagem à garantia do juízo 
natural, a competência deve ser fixada sempre em relação à qualidade que o recorrente apresentava 
no momento do cometimento do fato, não podendo ser alterada por conta de alteração fática posterior 
(exoneração). 
2. Recurso a que se nega provimento. 
 
2.6 HC - 81438 
 
INFORMATIVO Nº 254 
TÍTULO 
Co-autoria de Civil em Crime Militar 
 
ARTIGO 
Considerando que o art. 53, § 1º, do CPM, estabelece que as condições ou circunstâncias de caráter 
pessoal quando forem elementares do crime militar se comunicam entre os autores no caso do 
concurso de agentes, a Turma indeferiu habeas corpus impetrado contra acórdão do STM, no qual se 
sustentava a atipicidade da conduta do paciente - consistente na suposta prática do crime de ofensa 
aviltante a inferior (art. 176 do CPM) em co-autoria com militar -, já que, na condição de civil não 
poderia ter sido submetido à norma penal militar. Considerou-se que a qualidade de superior 
hierárquico do co-réu militar, por ser elementar do crime, estende-se ao paciente (art. 53, § 1º, do 
CPM: "Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas. § 1º ... 
Não se comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime."). HC 81.438-RJ, rel. Min. Nelson Jobim, 11.12.2001.(HC-81438) 
 
2.7 HC - 93076 
 
INFORMATIVO Nº 517 
TÍTULO 
EC 45/2004: Juiz Singular e Crimes Militares Impróprios 
 
ARTIGO 
A EC 45/2004, ao incluir o § 5º ao art. 125 da CF, atribuiu competência aos juízes singulares para o 
julgamento de crimes militares impróprios (“§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar 
processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais 
contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de 
direito, processar e julgar os demais crimes militares.”). Com base nesse entendimento, a Turma 
indeferiu habeas corpus em que se sustentava a competência do Conselho Permanente de Justiça para 
processar policial militar denunciado pela suposta prática dos delitos de roubo e extorsão mediante 
seqüestro (CPM, artigos 242, § 2º, II e 244, § 1º, respectivamente), bem como se alegava o 
cerceamento à sua defesa ante a supressão da fase de alegações orais. Rejeitou-se o argumento de 
ofensa ao devido processo legal e salientou-se, ainda, que, na falta de normas procedimentais no 
Código de Processo Penal Militar, devem ser observadas as regras do Código de Processo Penal 
comum, nas quais não há previsão de alegações orais. HC 93076/RJ, rel. Min. Celso de Mello, 
26.8.2008. (HC-93076) 
 
 
 
 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 27.03.2009 
 Aula n°07 
 
 
 
- 7 – 
2.8 HC - 90729 
 
INFORMATIVO Nº 461 
TÍTULO 
Concurso de Crimes e Competência da Justiça Militar 
 
ARTIGO 
A Turma deferiu habeas corpus para determinar o retorno dos autos à 1ª Vara Criminal de 
Caçapava/SP, competente para processar e julgar militar condenado pela prática dos crimes de 
abandono de local de serviço e roubo qualificado pelo emprego de arma (CPM, artigos 195 e 242, § 2º, 
respectivamente) pelo fato de haver largado o posto para o qual escalado e, fardado, valendo-se de 
arma da corporação, roubar automóvel de civil. No caso, instaurado processo contra o paciente 
perante a 1ª Vara Criminal de Caçapava, por infração ao art. 157, § 2º, I, do CP, o magistrado 
estadual declinara de sua competência e remetera os autos à auditoria militar em face da existência de 
idêntico processo, quanto ao roubo, na justiça castrense. Absolvido pela auditoria, o Ministério Público 
Militar interpusera apelação para o STM, que reformara a decisão e condenara o paciente. 
Inicialmente, salientou-se que a questão envolveria a discussão sobre a competência ou não da justiça 
militar para julgar o delito de roubo em concurso com o de abandono de posto. Entendeu-se pela sua 
incompetência, uma vez que a simples circunstância de o paciente estar em horário de serviço, na 
ocasião do cometimento do delito, não significaria que estivesse exercendo atividade militar, como não 
estava, na espécie, conforme se infere dos autos. Aduziu-se que também não se poderia cogitar da 
competência da justiça militar em decorrência da utilização de armamento de propriedade militar 
(CPM, art. 9º, II, f), ante a revogação desse dispositivo pela Lei 9.299/96. HC deferido para, mantida a 
condenação por abandono de posto, cassar o acórdão impugnado no ponto em que condenara o 
paciente por infração ao art. 242, § 2º, do CPM. HC 90729/SP, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 
27.3.2007. (HC-90729)2.9 RE 260404 / MG - MINAS GERAIS 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Relator(a): Min. MOREIRA ALVES 
Julgamento: 22/03/2001 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
 
Publicação 
 
DJ 21-11-2003 PP-00009 EMENT VOL-02133-04 PP-00750Parte(s) 
 
RECTE. : JOSÉ FELICIO DA SILVA 
RECTE. : TADEU DO ESPÍRITO SANTO 
ADVDO. : TADEU SUZANA GUIMARÃES 
RECDO. : MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALEmenta 
 
EMENTA: Recurso extraordinário. Alegação de inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 9º do 
Código Penal Militar introduzido pela Lei 9.299, de 7 de agosto de 1996. Improcedência. - No artigo 9º 
do Código Penal Militar que define quais são os crimes que, em tempo de paz, se consideram como 
militares, foi inserido pela Lei 9.299, de 7 de agosto de 1996, um parágrafo único que determina que 
"os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da 
competência da justiça comum". - Ora, tendo sido inserido esse parágrafo único em artigo do Código 
Penal Militar que define os crimes militares em tempo de paz, e sendo preceito de exegese (assim, 
CARLOS MAXIMILIANO, "Hermenêutica e Aplicação do Direito", 9ª ed., nº 367, ps. 308/309, Forense, 
Rio de Janeiro, 1979, invocando o apoio de WILLOUGHBY) o de que "sempre que for possível sem 
fazer demasiada violência às palavras, interprete-se a linguagem da lei com reservas tais que se torne 
constitucional a medida que ela institui, ou disciplina", não há demasia alguma em se interpretar, não 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 27.03.2009 
 Aula n°07 
 
 
 
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obstante sua forma imperfeita, que ele, ao declarar, em caráter de exceção, que todos os crimes de 
que trata o artigo 9º do Código Penal Militar, quando dolosos contra a vida praticados contra civil, são 
da competência da justiça comum, os teve, implicitamente, como excluídos do rol dos crimes 
considerados como militares por esse dispositivo penal, compatibilizando-se assim com o disposto no 
"caput" do artigo 124 da Constituição Federal. - Corrobora essa interpretação a circunstância de que, 
nessa mesma Lei 9.299/96, em seu artigo 2º, se modifica o "caput" do artigo 82 do Código de 
Processo Penal Militar e se acrescenta a ele um § 2º, excetuando-se do foro militar, que é especial, as 
pessoas a ele sujeitas quando se tratar de crime doloso contra a vida em que a vítima seja civil, e 
estabelecendo-se que nesses crimes "a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar 
à justiça comum". Não é admissível que se tenha pretendido, na mesma lei, estabelecer a mesma 
competência em dispositivo de um Código - o Penal Militar - que não é o próprio para isso e noutro de 
outro Código - o de Processo Penal Militar - que para isso é o adequado. Recurso extraordinário não 
conhecido. 
 
2.10 HC 102227 / ES 
HABEAS CORPUS 
2008/0058023-9 
Relator(a) 
Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA (1128) 
Órgão Julgador 
T5 - QUINTA TURMA 
Data do Julgamento 
27/11/2008 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 19/12/2008 
Ementa 
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA PRATICADO POR MILITAR 
CONTRA CIVIL. LEI 9.299/96. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. TRIBUNAL DO JÚRI. 
CONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. NORMA DE ORDEM 
PÚBLICA. NULIDADE. 
PRECEDENTES DO STF. ORDEM CONCEDIDA. 
1. Com a edição da Lei 9.299/96, que excluiu do rol dos crimes militares os crimes dolosos contra a 
vida praticados contra civil, atribuindo à Justiça Comum o julgamento dos referidos delitos, adveio 
grande controvérsia jurisprudencial sobre a constitucionalidade da lei. 
2. Acerca do tema, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 260.404/MG, em 22/3/01, 
decidiu pela constitucionalidade do parágrafo único do art. 9º do Código Penal Militar, introduzido pela 
Lei 9.299/96. 
3. Ademais, a Emenda Constitucional 45/04, ao alterar o art. 125, § 4º, da Constituição Federal, 
dispôs que "Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes 
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a 
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do 
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças" (sem grifos no original). 
4. No caso em exame, tendo em vista a competência absoluta do Tribunal do Júri para julgamento da 
causa, impõe-se a declaração de nulidade da ação penal, em que três policias militares do Estado do 
Espírito Santo teriam cometido homicídio qualificado contra dois civis. 
5. Por outro lado, considerando que "Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício 
ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na 
iminência de sofrer coação ilegal" (CPP, art. 654, § 2º), entendo que deve ser concedida, de ofício, 
ordem de habeas corpus para declarar a nulidade da ação penal em relação também aos co-réus. 
6. Ordem concedida para declarar a nulidade da Ação Penal 024930023049, que tramitou perante a 
Auditoria Judiciária Militar do Espírito Santo, preservando os atos processuais anteriores ao acórdão 
que julgou o Conflito de Competência 100970005789. Ordem concedida, de ofício, no mesmo sentido, 
aos demais co-réus. 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 27.03.2009 
 Aula n°07 
 
 
 
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2.11 RHC 80718 / RS - RIO GRANDE DO SUL 
 RECURSO EM HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO 
Julgamento: 22/03/2001 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
 
Publicação 
 
DJ 01-08-2003 PP-00106 EMENT VOL-02117-41 PP-08911Parte(s) 
 
RECTE. : ALDAIR BERGHETTI 
ADVDO.: ROBERTO LEAL KELLETER 
RECDO. : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALEmenta 
 
EMENTA: PENAL. CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA PRATICADO POR POLICIAL MILITAR CONTRA CIVIL. 
DESCLASIFICAÇÃO PARA LESÕES CORPORAIS SEGUIDAS DE MORTE, OPERADA PELO TRIBUNAL DO 
JÚRI. JULGAMENTO EFETUADO PELO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI, NA FORMA PREVISTA NO 
ART. 74, § 3º, PARTE FINAL, E NO ART. 492, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. ALEGADA 
OFENSA AO ART. 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. A norma do parágrafo único inserido pela 
Lei nº 9.299/99 no art. 9º do Código Penal redefiniu os crimes dolosos contra a vida praticados por 
policiais militares contra civis, até então considerados de natureza militar, como crimes comuns. Trata-
se, entretanto, de redefinição restrita que não alcançou quaisquer outros ilícitos, ainda que decorrente 
de desclassificação, os quais permaneceram sob a jurisdição da Justiça Militar, que, sendo de extração 
constitucional (art. 125, § 4º, da CF), não pode ser afastada, obviamente, por efeito de conexão e 
nem, tampouco, pelas razões de política processual que inspiraram as normas do Código de Processo 
Penal aplicadas pelo acórdão recorrido. Recurso provido. 
 
2.12 CC 27.368 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUÍZOS MILITAR E COMUM ESTADUAL. CRIME CONTRA A VIDA 
PRATICADO POR MILITAR. VÍTIMA PRETENDIDA: MILITAR. SITUAÇÃO: VÍTIMA CIVIL. ABERRATIO 
ICTUS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. Ainda que tenha ocorrido a aberratio ictus, o militar, na 
intenção de cometer o crime contra colega da corporação, outro militar, na verdade, acabou 
praticando-o contra uma vítima civil, tal fato não afasta a competência do juízo comum. Conflito 
conhecido, declarando-se a competência do Tribunal de Justiça do Estadode São Paulo, o suscitado. 
(CC 27368/SP, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/10/2000, 
DJ 27/11/2000 p. 123) 
 
2.13 HC 119813 / PR 
HABEAS CORPUS 
2008/0244242-0 
Relator(a) 
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (1131) 
Órgão Julgador 
T6 - SEXTA TURMA 
Data do Julgamento 
16/12/2008 
Data da Publicação/Fonte 
DJe 02/02/2009 
Ementa 
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. POLICIAL MILITAR. HOMICÍDIO CONTRA COLEGA. USO DE 
FARDA E ARMA DA CORPORAÇÃO. CHURRASCO FORA DAS INSTALAÇÕES CASTRENSES. 
IMPRUDÊNCIA ALHEIA AO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO. 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 27.03.2009 
 Aula n°07 
 
 
 
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JUSTIÇA MILITAR. INCOMPETÊNCIA. 
1. O crime militar, definido no art. 9.º do Código Militar, deve ser entendido de forma restritiva, 
sempre tendo em conta a razão de ser da justiça especializada. Quando o militar se encontra fora de 
situação de atividade, entendida como tal sua efetiva atuação funcional, ou seja, nas ocasiões em que 
age como civil, não há se estender a competência da justiça militar, visto que não há se lhe exigir o 
mesmo padrão de conduta, de hierarquia e disciplina. 
2. Ordem concedida para, reconhecendo a incompetência da Justiça Militar, anular a ação penal n. 
6/05, distribuída à Vara da Auditoria da Justiça Militar do Paraná - Conselho Permanente da Justiça 
Militar Estadual, a partir do oferecimento da denúncia, inclusive, sem prejuízo do envio dos autos ao 
Ministério Público do Estado do Paraná para que, se o caso, ofereça nova exordial acusatória. 
 
2.14 HC 91003 / BA - BAHIA 
 HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA 
Julgamento: 22/05/2007 Órgão Julgador: Primeira Turma 
 
Publicação 
 
DJe-072 DIVULG 02-08-2007 PUBLIC 03-08-2007 
DJ 03-08-2007 PP-00087 
EMENT VOL-02283-04 PP-00753Parte(s) 
 
PACTE.(S) : PAULO SÉRGIO DA HORA FRANÇA 
IMPTE.(S) : ADHEMAR SANTOS XAVIER 
COATOR(A/S)(ES) : PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL MILITAREmenta 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL MILITAR. PROCESSUAL PENAL MILITAR. CRIME 
DOLOSO PRATICADO POR CIVIL CONTRA A VIDA DE MILITAR DA AERONÁUTICA EM SERVIÇO: 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR PARA PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DA AÇÃO PENAL: ART. 
9º, INC. III, ALÍNEA D, DO CÓDIGO PENAL MILITAR: CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. 
HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de ser 
constitucional o julgamento dos crimes dolosos contra a vida de militar em serviço pela justiça 
castrense, sem a submissão destes crimes ao Tribunal do Júri, nos termos do o art. 9º, inc. III, "d", do 
Código Penal Militar. 2. Habeas corpus denegado. 
 
3. ASSISTA! 
 
3.1 Questionamentos acerca da competência no processo penal 
 
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20081125095327283 
 
 
4. SIMULADOS 
 
Quanto ao Princípio do Juiz Natural, julgue: 
 
1. é possível a criação de Juízo ou Tribunal, pela Constituição, para julgar fatos ocorridos antes de sua 
criação. 
 
correta 
 
2. o instituto do desaforamento não viola o Princípio do Juiz Natural, observados os parâmetros legais. 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito penal processual 
 Prof.: Renato Brasileiro 
 Data: 27.03.2009 
 Aula n°07 
 
 
 
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Correta 
 
3. a criação de Juízos e Tribunais de Exceção não ofende o Princípio do Juiz Natural, desde que editada 
a medida em período de anormalidade institucional. 
 
Errada 
 
4. o Princípio do Juiz Natural traduz a idéia de que o cidadão não deve ser julgado por qualquer Juiz, 
mas pelo Juiz competente, segundo dispuser a lei. 
 
Correta

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