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Prof. Ronner Bolognani Lesões Musculares As lesões musculares estão entre as queixas mais comuns no atendimento ortopédico, ocorrendo tanto em atletas como em não atletas Pardini AG 2004 30 a 50% de todas as lesões associadas ao esporte Herring SA 1987 O estiramento dos “isquiotibiais” é a lesão mais comum nos atletas Blasier RB 1990 Os músculos são capazes de efetuar diferentes tipos de contração: Contração isométrica, cuja força é gerada pelo músculo na mesma quantidade da resistência que se opõe, não gerando movimento e não havendo mudança no tamanho do músculo; Contração concêntrica, cuja força gerada pelo músculo é maior que a resistência, gerando encurtamento do músculo; Contração excêntrica, cuja resistência supera a força gerada pelo músculo, resultando em um alongamento do músculo. Karthikeyan T, 2008 A maior parte das lesões musculares ocorre durante atividade desportiva, correspondendo de 10 a 55% de todas as lesões Järvinen TA 2005 Os músculos mais comumente afetados são os isquiotibiais, quadríceps (reto-femoral) e gastrocnêmios, músculos estes biarticulares que estão mais sujeitos às forças de aceleração e desaceleração Brukner P, Khan K. 2006 Lesões Musculares Lesões Musculares 1) Fase inflamatória aguda ou de destruição(0-7 dias): consiste de tecido edemaciado, formação de hematoma, exudato de fibrina e infiltrado de células inflamatórias 2) Fase proliferativa (7-21 dias): ocorre a fagocitose do tecido necrosado, coagulação de fibrina, proliferação de fibroblastos e miofibroblastos, além de crescimento sinovial e capilar 3) Fase de maturação e remodelamento (21 dias ou mais): consiste de maturação das miofibras, as fibras de colágeno tipo I começam a se organizar e finalmente ocorre a restauração da capacidade funcional do músculo reparado TIDBALL, 1995; JARVINEN et al., 2000; KANNUS et al., 2003 Termos Utilizados Amplamente Contratura; Distensão; Estiramento; Contusão; Falta de padronização na nomenclatura; confusão de termos Lesões Musculares Principais Causas: Desequilíbrios Musculares; Flexibilidade deficiente; Estiramento excessivo; Contração muscular violenta contra resistência; Biomecânica alterada / Erros de treinamento; Fadiga Muscular; Desidratação, nutrição inadequada e a temperatura ambiente desfavorável. Classificações O’Donoghue 1962 classificou as lesões quanto à sua gravidade em três tipos. Tipo I (estiramento) – afeta poucas fibras (< 5%); causada por alongamento excessivo das fibras musculares; causa dor à contração (contra a resistência) e ao alongamento passivo; apresenta edema pequeno e danos mínimos ao tecido, pequena hemorragia ou ausente e não há perda da função. Tipo II (ruptura parcial) – entre 5 e 50% do músculo afetado; causada, na maioria das vezes, por uma contração máxima, tem por sintomatologia edema, dor que piora contra a resistência, hemorragia moderada e função limitada pela dor. Tipo III (ruptura total) – ruptura completa das fibras musculares; presença de defeito visível ou palpável; grande edema e hemorragia; perda completa da função O'Donoghue DO Treatment of injuries to athletes. Philadelphia: WB Saunders, 1962 Pesquisador precursor, sistema ainda muito utilizado Classificação ( “Britânico”) Sistema proposto em 2014 Divide os graus de lesão de 0 a 4 1 a 4 subdivide em “a” fascial / “b” musculo-tendíneo / “c” intratendíneo Propõe reduzir a lacuna entre os diagnósticos Classificação( “Britânico”) Classificação( “Britânico”) O a – dor focal, ausência de alterações na IRM Dor após exercicio O b – dor difusa, ausência de alterações na IRM ou IRM característica de dor muscular tardia Dor muscular tardia ou em resposta a excêntrico. * Suspeita de componente Neural – “+N” Lesões Musculares 1 a – lesão na região da fascia Alto sinal na IRM (branco) Área menor que 10% do diametro do músculo Extensão longitudinal menor que 5 cm. Ruptura fascial se houver – menor que 1 cm 1 b – Lesão localizada no músculo ou Junção Musc. Tend. Menos de 10% da area de secção muscular extensão longitudinal menor que 5 cm Ruptura de fibras se houver – menor que 1 cm *sem grau “c” neste nível de lesão Lesões Musculares 2 a – lesão na região da fascia Alto sinal na IRM (branco) na periferia do músculo Alto sinal entre 10 – 50% do diametro do músculo Extensão longitudinal entre 5 e 15 cm Ruptura fascial se houver – menor que 5 cm 2 b – Lesão localizada no músculo ou Junção Musc. Tend. Entre 10 e 50% da area de secção muscular extensão longitudinal entre 5 e 15 cm Ruptura de fibras menor que 5 cm 2 c – Lesão no tendão Menos que 50% do diâmetro do tendão e comprimento Ruptura menor que 5 cm Lesões Musculares 3 a – lesão na região da fascia Alto sinal na IRM (branco) na periferia do músculo Alto sinal entre maior que 50% do diametro do músculo Extensão longitudinal maior que 15 cm Ruptura fascial – maior que 5 cm 3 b – Lesão localizada no músculo ou Junção Musc. Tend. alto sinal maior que 50% da area de secção muscular extensão longitudinal maior que 15 cm Ruptura de fibras maior que 5 cm 3 c – Lesão no tendão lesão maior que 50% do diâmetro do tendão comprimento longitudinal maior que 5 cm Sem evidencia de lesão completa mas com perda da integridade do tendão Lesões Musculares 4 – Lesão completa do músculo 4 c – Lesão completa do tendão Dor significativa imediata; súbita limitação da atividade Lesões Musculares Fase aguda -PRICE (Proteção, Repouso, Gelo ou Ice, Compressão e Elevação) = minimizar o sangramento do sítio da lesão 15 a 20 minutos de Gelo em intervalos de 30 a 60 minutos - Compressão externa (coxal, bandagem – menor que P.A sistólica Lesões Musculares Fase aguda - Evitar a mobilização do membro afetado: A mobilização precoce pode causar um aumento no tecido cicatricial, dificultando a passagem dos capilares. -Após três a quatro dias, iniciar mobilização, passiva e após alongamento suave e aquecimento da musculatura. Esta mobilização precoce irá favorecer o crescimento de vasos capilares, melhor regeneração e organização das células musculares (grau 4 não se aplica) Tratamento pós-fase aguda 1. Treinamento isométrico pode ser iniciado sem o uso de pesos e posteriormente com o acréscimo deles. Especial atenção deve ser tomada para garantir que todos os exercícios isométricos sejam realizados sem dor. 2. Treinamento isotônico pode ser iniciado quando o treino isométrico for realizado sem dor com cargas resistidas. 3. O exercício isocinético com carga mínima pode ser iniciado uma vez que os dois exercícios anteriores sejam realizados sem dor . Ressalta-se que qualquer atividade de reabilitação deve ser iniciada com o aquecimento adequado do músculo lesionado Tratamento pós-fase aguda Recursos utilizados na regeneração muscular: Crioterapia (SALVINI et al., 1997), Ultra-som (RANTANEN et al., 1999; WILKIN et al., 2004), Laser (OLIVEIRA; PARIZZOTO; SALVINI, 1999), Antiinflamatórios (LAPOINTE; FRÉMONT; CÔTÉ, 2003), Mobilização(JARVINEN et al., 2000; VENOJARVI et al., 2004). Fase avançada: bicicleta ergométrica Esteira – caminhada / trote Controle Neuromuscular Treino excêntrico Pliometria Agilidade / velocidade / mudança de direção Gestual esportivo Treino habilidades específicas Treinamento funcional / CORE Transição para preparação física Critérios para liberação: 85 a 90% em relação ao lado sadio: Força muscular / Amplitude de Movimento / testes de Desempenho
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