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Relatório de Estagio

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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ
Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência de Educação Infantil
DANIELLE NUNES DE SOUZA
São Paulo
 2017
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência de Educação Infantil
Relatório exigido como parte dos requisitos para conclusão da disciplina de Prática de Estágio Supervisionado em Docência de Educação Infantil sob a orientação da Professora Maria De Fatima Fernandes Rodrigues. 
 
 Curso: Pedagogia
São Paulo
2017
SUMÁRIO
3INTRODUÇÃO	�
41.	CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DA TURMA OBSERVADA	�
41.1.	- CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA	�
71.2	. - CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS	�
102.	DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS	�
14CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
15REFERÊNCIAS	�
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INTRODUÇÃO
Este relatório de estágio dispõe sobre as observações e experiências vivenciadas por mim, Danielle Nunes de Souza no cumprimento do estágio supervisionado em Educação Infantil, em atendimento à Lei 11.788 de 25 de Setembro de 2008, desenvolvido na Escola Municipal Maternal Prof.ª Luzia das Graças Barbosa Pereira, em Barueri/SP, entre os dias 14/08/2017 até 28/08/2017, atendendo assim, ao cumprimento da carga horária de 66 horas de estágio supervisionado obrigatório em Docência de Educação Infantil.
O objetivo desse trabalho consiste em apresentar a experiência vivenciada nos dias de cumprimento do estágio, e desenvolver uma análise entre a prática e a teoria da relação de ensino-aprendizagem na educação infantil. 
Desta forma, o primeiro capítulo deste relato descreverá as características da escola, apresentando o contexto no qual a instituição de ensino se encontra inserido, sua localização, e o cotidiano onde foi desenvolvido o estágio. Trará ainda caracterizações importantes como o Projeto Político Pedagógico, formas de avaliação, entre outros. 
Já o segundo capítulo discorre a respeito de minhas expectativas ao iniciar o estágio, as experiências vividas na realidade da prática docente como estagiária, e as observações e reflexões que me foram importantes.
E por fim, o terceiro capítulo deste trabalho traz minhas considerações finais sobre a experiência da atuação como estagiária, do aprendizado pessoal, da interação dos alunos com os professores, e também entre si, e da prática docente.
CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DA TURMA OBSERVADA
- CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A Escola Municipal Maternal Luzia das Graças Barbosa Pereira foi inaugurada no ano 2013, e está situada na Rua Doutor Parize, nº 180, Vila Ceres, em Barueri – SP, uma rua de pouco movimento, com infraestrutura razoável a uma zona urbana, dispondo de saneamento básico e ruas asfaltadas, porém de pista única para cada sentido de trânsito, o que acaba por dificultar um pouco a chegada e saída de micro ônibus, vans e carros que transportam as crianças atendidas pela unidade de ensino. 
O bairro Vila Ceres, onde esta maternal está localizada, é um bairro de periferia em Barueri, e caracteriza-se por um contexto socioeconômico de baixa renda, porém a comunidade residente encontra-se devidamente assistida quanto aos serviços de esgoto, água, luz, e coleta de lixo. 
Também se observa que a estrutura e funcionamento da maternal atingem bons níveis de qualidade, a começar pelo aspecto físico, pois trata-se de um prédio novo (apenas quatro anos de construção), amplo, com interior iluminado e arejado que dispõe de: Oito salas de aula equipadas com alguns brinquedos, uma média de 35 colchões, uma mesa e um armário para o docente, apesentando tamanho adequado para o número de crianças que atende; Dois berçários, também bem equipados como aproximadamente 24 berços cada um, chão forrado com tatames de E.V.A, mobiles e brinquedos estimulantes apropriados para a faixa etária do público atendido. Há ainda quatro banheiros com bacias sanitárias em tamanho infantil, e sendo dois dos banheiros equipados com chuveiros e dois com cubas para banho; Uma sala de leitura com livros ilustrados dispostos em prateleiras ao alcance das crianças, fantoches, móbiles, almofadas e tapetes para a hora das histórias, e bastante decoração colorida, porém, o acesso das turmas a este espaço somente ocorre em dias determinados; Uma sala de vídeos com televisão, aparelho de DVD, aparelhos de som, e material de teatro, almofadas e tapetes; Um mini auditório; Uma sala de diretoria com uma mesa, computador e armário; Secretaria que dispõe de banda larga, três mesas com computadores, um armário, e máquina copiadora e impressora; Uma sala dos professores também com uma mesa, computador e um armário; Uma cozinha com dispensa; Um refeitório preparado com mesas e cadeiras para atender cerca de 120 crianças por vez; Uma lavanderia com máquina de lavar e secadora de roupas; Uma mediana área verde ao redor ao redor da maternal, e um parque infantil com alguns brinquedos. E embora a escola esteja ativa há apenas quatro anos, uma parcela dos materiais de que dispõe já se encontram um pouco desgastados e até mesmo danificados, como exemplo, cito os colchonetes onde as crianças fazem seu horário rotineiro de repouso, alguns livros e ainda diversos brinquedos disponíveis para as crianças. 
A equipe humana da maternal Prof.ª Luzia das Graças Barbosa Pereira é composta por 85 funcionários, distribuídos em: equipe administrativa (diretora, coordenadora pedagógica e pessoal da secretária), equipe da cozinha (as merendeiras responsáveis pelo preparo das sete refeições diárias servidas), equipe da limpeza, equipe de educadoras (composta por professores e agentes de desenvolvimento infantil), e o guarda de patrimônio; quadro este que atende bem a demanda composta de 320 alunos, distribuídos por faixa etária em dez turmas com a seguinte configuração: dois berçários, duas turmas de 1ª fase, três de 2ª fase e três turmas de 3ª fase). A maternal, bem como toda a rede municipal de maternais de Barueri, funciona em atendimento das 07h00min até às 19h00min, com horários de entrada as 07h00min e as 13h00min, e horários de saída às 13h00min, às 17h00min e às 18h30min, oferecendo assim atendimento em período integral, mas também possibilitando a estadia das crianças somente meio período na escola.
O Projeto Político Pedagógico da instituição, bem como de toda a rede municipal de ensino em Barueri/SP é baseado no aprendizado pela linha construtivista, que propõe a participação ativa do educando no processo de aprendizagem através de pesquisas em grupo, experimentação, desenvolvimento de raciocínio, e outros métodos. Diante disso, pode-se considerar que a coerência entre a prática e proposta pedagógica descrita no PPP existe em termos, pois apesar da equipe de educadores proporcionar rotineiramente aos alunos bastante experimentação na maternal, também ocorre cotidianamente a utilização de cartilhas para o desenvolvimento de atividades com as crianças, contrariando o construtivismo de Emilia Ferreiro.
A elaboração do Projeto Político Pedagógico da maternal sempre é feita pela diretora juntamente a coordenadora pedagógica, e ele é apresentado pronto ou praticamente pronto, pois dependendo da diretora, algumas até questionam se os docentes desejam acrescentar algo, mas a comunidade nunca participa da elaboração do Projeto.
A aproximação com a comunidade é feita através da comunicação via agendas individuais dos alunos, das reuniões, normalmente bimestrais, e das festas que são organizadas normalmente próximas a datas comemorativas, como por exemplo, festa junina, ou dia dos pais/mães, etc. há ainda um conselho composto por pais e amigos da escola que participam de reuniões e eventos objetivando melhorias para a instituição.. - CARACTERIZAÇÃO DA TURMA E ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
O estágio do qual este relatório se refere foi desenvolvido em uma turma de infantil 2, também conhecida como 2ª fase na maternal, com a Professora Esther Pereira Amaral. Aqui as crianças iniciam o ano, em sua grande maioria, com dois anos de idade e vão completando três no decorrer do ano. Como este estágio foi vivenciado no segundo semestre, a grande maioria das crianças que compunham a turma já tinham completado três anos, mas ainda assim foi possível perceber a diferença de desenvolvimento cognitivo entre as crianças que já tinham três anos completos para aquelas que tinham apenas dois. Através das atividades de desenho, por exemplo, ficou claro que as crianças que já tinham três anos completos produziam desenhos muito mais próximos da realidade, enquanto que as crianças que ainda tinham mais ou menos dois anos e meio desenhavam ainda com bastante predominância de rabiscos. 
Sobre a rotina da sala, as crianças já estavam perfeitamente adaptadas, e assim que chegavam, já pegavam as agendas nas mochilas a fim de entregar para a professora, colocavam suas mochilas no canto adequado e já se sentavam para brincar com o brinquedo que lhes é oferecido na recepção; enquanto a professora, por sua vez, anota o nome da criança na chamada e verifica a agenda. Logo em seguida as crianças são levadas ao refeitório, para o café da manhã, que normalmente consiste em tomar uma caneca de chá ou leite com achocolatado e comer um pãozinho francês ou uma bisnaguinha. Ao término do café, as crianças eram conduzidas ao banheiro, e depois retornávamos para a sala para a roda de conversa e o desenrolar das atividades diárias. Percebe-se quanta segurança e facilidade na organização a rotina promove. Há inclusive quadro de rotina na sala, com imagens dos momentos na ordem que ocorrerão no decorrer do dia, como a imagem da chegada com foco nas mochilas e agendas, em seguida a imagem correspondente ao café da manhã, com foco no pãozinho e na caneca com leite, e assim sucessivamente. Com o passar dos dias, percebi que quando a professora lembrava às crianças a sequência de atividades que se decorreriam em seu dia previamente, os alunos as executavam com mais tranquilidade, sem tanta agitação. A rotina está tão enraizada já nas crianças que para organizar a roda de conversa, a professora apenas avisava as mesmas antes de abrir a porta da sala algo do tipo: “Crianças agora é a hora de sentar em roda”, e todos se organizavam entre si mesmos, sabendo mais ou menos seus lugares, em questão de minuto os alunos estavam sentados em roda, prontos para uma leitura e/ou conversa, promovendo interação entre os conhecimentos prévios e os conhecimentos que estavam sendo trabalhados. 
A professora estava trabalhando o tema Família, e após aproximadamente 30 minutos de interação dialogada, ela desenvolvia alguma atividade com as crianças, pois, de acordo com Ausubel (2003): “o conhecimento prévio (conceitos, princípios, fatos, ideias, imagens, símbolos), é fundamental para a aprendizagem significativa uma vez que se constitui como determinante do processo de aprendizagem.”). A todo o momento, a professora se mostrava atenta aos comentários das crianças e todos tinham a vez de se manifestar. A interação entre aluno/professor se mostrou bem positiva, com estímulo de questionamentos promovidos pela professora nos educandos, estímulo na interpretação das atividades que estavam sendo realizadas, e espaço para que todos se expressassem através de fala, dança, música ou pintura. Entretanto, como o conteúdo estava voltado para essa abordagem mais artística, metodologia esta bem promissora de acordo com a psicopedagoga VAL SILVEIRA (2010), que defende que quanto mais a criança se expressar pela arte, maior vivência terá de si mesma, despertando para a conquista da saudável autoestima e desenvolvimento de sua autonomia, entretanto, em decorrência desta abordagem não foi possível analisar como era desenvolvida a alfabetização e o letramento durante o período presenciado.
Foi possível observar que a prática do dia a dia já não vinha sendo repensada, e rotineiramente alguns alunos eram rotulados como manhosos, bagunceiros ou mesmo chatos, ocorrendo a total desconsideração pelo aspecto emocional da criança. Até cheguei a questionar a professora sobre um determinado aluno que estava apresentando um comportamento bem inadequado, se o mesmo talvez não estivesse bem de saúde ou algo do gênero, porém a resposta que obtive foi apenas de que aquilo se configurava em pura manha, entretanto o aluno não compareceu a aula no dia seguinte porque estava com febre. Neste ocorrido, ficou claro para mim que se faz necessário repensar a prática pedagógica diariamente, e aprimorar o olhar e a escuta em relação às crianças, pois para educar, é necessário que cada uma delas seja tida como um ser individual com vivências únicas e sentimentos e emoções que ainda estão apenas começando a aprender a expressar. Segundo o RCNEI (1988): 
O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Os procedimentos de cuidado também precisam seguir os princípios de promoção da saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseadas em conhecimentos específicos sobre desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em conta diferentes realidades socioculturais. (BRASIL, 1998, p.25)
Considerei a postura da professora como de uma boa profissional, o respeito, a confiança e o carinho entre ela e os alunos eram recíprocos, e apresentava comportamento ético dentro e fora de sala de aula, com as demais colegas de trabalho, porém deixava a desejar no quesito criatividade/inovação, como por exemplo na diversidade de músicas que poderiam ser trabalhadas com os alunos, na arrumação e cuidados com a sala de aula, nas brincadeiras e jogos ao ar livre, e em algumas outras coisas. Ocorria muito tempo ocioso, onde os alunos ficavam ainda mais agitados, tempo onde poderiam estar desenvolvendo alguma atividade previamente planejada de forma educativa, mas isso não era percebido porque nesses momentos a professora estava sempre fazendo algo que não deu tempo de ela fazer outrora (com alguma frequência ela alegava alguns afazeres, como o segundo expediente em que lecionava em outra escola, a segunda graduação que vinha fazendo). Apesar de toda essa ‘escassez’ de tempo hábil, o conteúdo programático estava sendo adequadamente cumprida, e os objetivos propostos para a turma vinham sendo alcançados.
Essa turma se mostrou bastante agitada, porém sem maiores dificuldades de se trabalhar, visto que seus alunos se encontravam praticamente todos no mesmo nível de aprendizagem. E a disciplina se estabelecia através de acordos e regras que todos respeitavam, e quando ocorriam algumas pequenas ‘transgressões’ de tais regras, a professora conversava com o aluno, levando a pensar sobre sua atitude.
O método de avaliação utilizado em sala de aula se apresentou condizente com o Artigo 31 da Lei de Diretrizes e Bases de 1996, sendo os alunos avaliados através da observação no dia a dia (Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. LDB, 1996). 
DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E REALIZADAS
	Durante o período de observação e colaboração descrito neste relatório não tive autorização para pôr em prática o projeto pedagógico elaborado por mim pois a rede municipal de educação de Barueri é muito rígida em relação a metodologia por eles estipulada, entretanto, a professora Esther gentilmente me cedeu valiosos momentos de sua rotina para que eu pudesse aplicar alguma atividades elaboradas por mim visando aprendizagemnos eixos de atuação na educação infantil consideradas significativas para ampliação e enriquecimento das condições de inserção das crianças na sociedade.
Deste modo, com autorização da professora, construí um cantinho “Mercadinho”, utilizando embalagens vazias de produtos do dia a dia, tais como: caixas de leite, de ovos, embalagens de xampu, latas de achocolatado, de milho, de leite condensado, caixas de creme dental, creme de leite, cereal, entre outros. Além disso, com as caixas de alimentos que chegam na cozinha da maternal, confeccionei cestas de compras; e disponibilizei uma calculadora bem grande que possuía em casa, porém sem pilhas ou baterias. Segundo Kramer (1998) a utilização de cantinhos na sala de aula se faz de fundamental importância para o bom desenvolvimento da criança, isso porque proporciona aos educandos a oportunidade de estudar em um ambiente favorável ao desenvolvimento de suas habilidades de uma forma lúdica e prazerosa. 
Ao estar tudo pronto, a professora me cedeu um momento após a roda de conversa para questionar as crianças, então conversamos guiando a conversa com perguntas do tipo: Vocês sabem o que é um mercado? Para que serve? Vocês vão ao mercado com quem? Após essa interação, apresentei-lhes o espaço “Mercadinho” que eu havia construído para eles e fiquei observando a recriação que se seguiu. De acordo com a teoria de Piaget (1967) o faz de conta (ou o jogo simbólico), seria a ferramenta ou subterfúgio que a criança usa para assimilar e acomodar a realidade na qual está inserida. Ficou evidente para mim que o imaginário da criança está muito ligado à realidade vivenciada por ela, e boa parte de sua brincadeira se espelha naquilo que observou seus pais, avos, enfim, seus responsáveis fazendo. Ou seja, a fantasia, o faz de conta possibilita às crianças vivencias para além de sua idade ou realidade. 
Após essa experiência, a professora foi me envolvendo cada vez mais na rotina da sala, e me permitiu trabalhar músicas com as crianças, o que foi muito produtivo.
Aproveitei esse espaço concedido e desenvolvi uma atividade para o desenvolvimento da lateralidade usando a música Desengonçada, da Bia Bedran, afinal, de acordo com Cazaux (2000) “O plano de aula deve satisfazer os interesses e as necessidades dos alunos, sem afastar -se dos pontos essenciais a serem desenvolvidos”. (Cazaux Página | 12 Haydt, p. 105). A letra dessa música orienta facilmente uma coreografia bastante interessante. Segue a letra da música: 
�
Refrão
Vem dançar, vem requebrar
Vem fazer o corpo se mexer 
Acordar
É a mão direita, mão direita, mão
Direita agora,
A mão direita, que eu acordar.
É a mão esquerda, a mão esquerda,
A mão esquerda agora
As duas juntas que eu vou acordar
(Refrão)
É o ombro direito, é o ombro direito,
É o ombro que eu vou acordar.
É o ombro esquerdo, é o ombro
Esquerdo
Os dois juntos que eu vou acordar
(Refrão)
É o cotovelo direito, é o cotovelo
Direito
É o cotovelo que eu vou acordar
É o cotovelo esquerdo, é o cotovelo
Esquerdo
Os dois juntos que eu vou acordar
(Refrão)
É o braço direito, é o braço direito
É o braço que eu vou acordar
É o braço esquerdo, é o braço
Esquerdo
Os dois juntos que eu vou acordar
(Refrão)
É o joelho direito, é o joelho direito
É o joelho que eu vou acordar
É o joelho esquerdo, é o joelho
Esquerdo,
Os dois juntos que eu vou acordar
(Refrão)
É o pé direito, é o pé direito, é o
Pé direito agora
É o pé direito, que eu vou acordar
É o pé esquerdo, é o pé esquerdo
É o pé esquerdo agora
Os dois juntos que eu vou acordar
(Refrão)
É a cabeça, os ombros, as mãos,
Cotovelos e braços
Que eu vou acordar
A cintura, a barriga, o bumbum,
Os joelhos
Tudo junto que eu vou acordar
�
Chiarelli e Barreto (2005) nos diz que: “As atividades de musicalização permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua noção de esquema corporal, e também permitem a comunicação com o outro.” Assim, expliquei previamente para as crianças que colocaria uma música bem divertida para dançarmos juntos, e que essa música nos diria para mexermos cada parte do nosso corpo, então era só irmos movimentando cada parte do corpo conforme a música fosse cantando. Coloquei para tocar a primeira vez e começamos a dançar, as crianças dançaram comigo me observando atentamente e movimentando as partes do corpo meio timidamente conforme eu também ia movimentando as partes do meu próprio corpo de acordo com a letra da música. Ao terminar a música, eles acharam muito divertido e pediram para tocar novamente. Então coloquei a música de novo e desta vez, todos dançaram se movimentando bem mais livremente e se divertindo muito. Quando a música chegou ao fim, as crianças pediram para tocar ainda mais uma vez, e assim o fiz e dançamos todos juntos alegres e nos movimentando cada vez mais habilmente. Ao final, da música, já era hora de seguirmos para a hidratação das crianças. Segundo Freitas (2008) a representação que a criança possui do seu próprio corpo é um elemento indispensável na formação de sua personalidade, assim faz-se muito importante a aprendizagem corporal, encorajando a consciência a cerca das variadas partes de seu corpo. 
Outra experiência valiosa foi quando a Prof. permitiu que eu desenvolvesse a leitura com as crianças. Escolhi a leitura de “O Conto de Peter Rabbit”, e as crianças prestaram bastante atenção pois esse livro que tenho está em tamanho bem grande, com imagens bastante nítidas e coloridas se mostrando bem chamativo às crianças. Antunes (2004) acredita que as crianças precisam ter contato com o livro para que este possa cumprir efetivamente seu objetivo de ser chamativo e envolvente como são as histórias que tanto gostam de ouvir e participar.
Além disso, esse conto narra a trajetória de Peter Rabbit, um coelhinho que, ao desobedecer sua mãe e ir onde ela diz para o filho não ir, passa por grandes apuros. Partindo dessa história, tracei uma comparação entre os apuros vividos por Peter Rabbit na história devido a sua desobediência, e as consequências negativas que a desobediência e a quebra de combinados podem causar no nosso dia, na escola ou em casa. Após o diálogo, cantamos a música “De olhos vermelhos, de pelos branquinhos, de passo ligeiro, eu sou o coelhinho...” e agora, quando alguém descumpre os combinados, a professora sempre lembra sobre o ocorrido com o Peter Rabbit ao desobedecer, isso é bem gratificante. Como diz Cademartori (1986, p. 73): “Através da história, a dimensão simbólica da linguagem é experimentada, assim com a sua conjunção com o imaginário e o real”
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Este relatório destinou-se a documentar as experiências vivenciadas por mim como aluna do curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá em atuação estagiária obrigatória numa instituição de educação infantil no segundo semestre de 2017. Durante o cumprimento das sessenta e seis horas exigidas de prática estagiária, as experiências foram enriquecedoras modificando meu olhar diante da educação. 
Pude observar situações em que, infelizmente, a teoria e a prática educativa andam divergentes, profissionais desistindo de ensinar, e ainda situações vindas de conflitos hierárquicos, e até mesmo conflitos pessoais. Presenciei falta de condições físicas adequadas, falta de materiais, mas também presenciei a superação de diversas dificuldades por parte de alguns profissionais dedicados e criativos. 
Compreendi que para exercer uma prática pedagógica transformada e transformadora é fundamental atenção à pesquisa, problematização, contextualização, mas, sobretudo, interação, pois se faz imprescindível ouvir e ver mais atentamente as crianças, suas falas, seus olhares, suas atitudes e intenções, investigar suas histórias familiares e se sensibilizar aos seus sentimentos. 
Minhas expectativas foram superadas no quesito interação com as crianças, eu não esperava que elas fossem tão desenvoltas, tão articuladas, e até mesmo autônomas.Porém, as expectativas referentes a aplicação da teoria, infelizmente, deixaram muito a desejar. De qualquer forma, foi um aprendizado muito válido e de fato bastante significativo. Finalizo satisfeita com as experiências vivenciadas, com o desempenho alcançado, com as práticas executadas e com o aprendizado que nunca mais será esquecido. 
REFERÊNCIAS
ANTUNES, W. de A. Lendo e formando leitores: orientações para o trabalho com a literatura infantil. São Paulo: Global, 2004
AUSUBEL, NOVAK, HANESIAN, 1980; AUSUBEL, 2003, folha de rosto
BRASIL. Referencial Curricular Para a Educação Infantil. v. 1, Brasília: MEC/SEF, 1998. 
CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. 4.ed. São Paulo.: Brasiliense, 1987
CAZAUX, Haydt. R. Curso de Didática Geral: O Planejamento da ação Didática. São Paulo, Ática. 2000. p, 105. 
CHIARELLI, Lígia Karina Meneghetti; BARRETO, Sidirley de Jesus. A importância da musicalização na educação infantil e no ensino fundamental: A música como meio de desenvolver a integração do ser. Recreart, Santiago de Compostela, jun. 2005. Disponível em: <http://www.iacat.com/revista/recrearte/recrearte03/musicoterapia.htm>. Acesso em: 21 out. 2017
FREITAS, N. K. Esquema corporal, imagem visual e representação do próprio corpo: questões teóricas conceituais. Ciências e Cognição, v. 13, n. 3, p. 318-324. 2008.
KRAMER, Sônia. Com a pré‐escola na s mãos: uma alternativa curricular para 
educação infantil. São Paulo: Ática, 1998. 
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. 3 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1964.
VAL SILVEIRA, Fernanda do. A arte de contar histórias: um enfoque psicopedagógico. Construção psicopedagógica, São Paulo, v. 18, n. 17, dez.  2010.

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