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A carne

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS LICENCIATURA PLENA EM LETRAS
Ana Paula Rufino Pereira Hortência Dias de Souza Luana Cordeiro Têca Maria da Paz Monteiro
MONTEIRO 2014
 Ana Paula Rufino Pereira Hortência Dias de Souza Luana Cordeiro Têca Maria da Paz Monteiro
Análise da obra A carne apresentada ao curso de Licenciatura Plena em Letras da Universidade Estadual da Paraíba - Campus VI, como requisito da disciplina Modernidade I , sob orientação da Professora Dra. Maria Dorotéa da Silva.
MONTEIRO 2014
1.0 Resumo da obra
		A obra “A carne” é um romance naturalista de muito sucesso, escrito por Júlio Ribeiro, a sua primeira publicação ocorreu em 1888. Na época foi considerada uma obra polêmica, por retratar assuntos considerados “polêmicos”, como divórcio e a liberdade feminina. O maior crítico da obra foi o Padre Senna Freitas, este escreveu duras críticas a obra em artigos publicados em um jornal local, chamando a obra de “Carniça”, Júlio Ribeiro recebeu a sua crítica e respondeu com o artigo “O urubu Senna Freitas”. Os artigos por eles escritos foram reunidos e formaram a obra: “Uma polêmica célebre”. 
 	A obra “A carne”, conta a história de Lenita, uma jovem que foi criada pelo pai, pois a sua mãe morreu após o seu nascimento. Lopes Matoso, o pai de Lenita, lhe criou com muito carinho, e deu-lhe uma educação acima da média, ela cresceu, e tornou-se uma jovem inteligente e muito bonita. Muitos jovens rapazes pediam Lenita em casamento, mas ela não aceitava. Aos 22 anos de idade Lenita fica órfã, seu pai morre e ela fica muito abalada, e doente. 
		Um tempo depois da morte do seu pai Lenita envia uma carta ao Coronel Barbosa, um grande amigo da família que havia criado o seu pai pedindo para morar na casa dele em uma fazenda no interior de São Paulo, ele a recebe prontamente em sua casa. É na casa do Coronel que Lenita conhece o filho dele o engenheiro Manoel Barbosa, um homem maduro, que já havia sido casado, e que assim como Lenita gostava de estudar. Ele começaram a estudar juntos e se tornaram grandes amigos, essa amizade aos poucos se transformou em paixão. De início eles repelem o sentimento, mas não resistem e se entregam ao desejo da carne, sem que ninguém saiba.
		A história tem um final trágico. Barbosa faz uma viagem para resolver alguns negócios, enquanto isso Lenita ao mexer nas gavetas dele encontra cartas de outras mulheres que Barbosa havia, por se sentir traída ela decide ir embora, mesmo estando esperando um filho dele. Quando Barbosa retorna da viagem fica muito triste por não encontrar Lenita, algum tempo depois ela o envia uma carta falando “friamente” que estava grávida dele, e que iria se casar com outro e ia morar em outro país. Barbosa fica tremendamente abalado com a notícia e se suicida, aplicando uma dosagem fatal de veneno em sua veia.
2.0 Crítica social
		Na obra de “A carne”, Júlio Ribeiro faz várias críticas sociais a sociedade da época, seu romance chego a ser considerado obsceno por ir contra os ideais da época. Abordando temas polêmicos para a época, o autor gerou com esta obra grande polêmica, em especial com o clero católico. Afora a questão moral, também traz referência ao impacto causado pela obra de Charles Darwin nas pessoas comuns. Narrando uma paixão proibida, versa sobre assuntos que apenas no final do século XX passaram a ser legalizados no Brasil - como, por exemplo, o divórcio.
	A Carne expõe os anseios sexuais femininos, sobreposto ao lado racional. Lenita, a personagem central, vê-se órfã e solteira - num tempo onde as mulheres ocupavam um papel de extrema dependência ao elemento masculino. O autor relata as descobertas da jovem: primeiro, o próprio corpo, num banho de rio. A sensualidade crua do campo, entre os animais, narrada sem meias palavras, choca e desperta.
3.0 Mensagem deixada pelo autor
	O autor retrata uma mulher diferente dos padrões impostos, uma mulher com desejos sexuais, com vontades próprias, capaz de decidir sobre seu presente e futuro, sem a imposição de outro. Ele deixa a mensagem de que as mulheres têm as suas vontades próprias, os seus desejos “da carne”, e que não devem reprimi-los, que devem decidir se querem ou não se casar. 
	Por falar de assuntos considerados polêmicos na época da publicação a obra foi muito criticada, mas não deixou de ser lida, pois despertou o interesse dos jovens da época. Por abordar questões sexuais, no caso da mulher que não podia expor tais vontades, divórcio, problemas sociais, o problema da escravidão, as agressões sofridas pelos escravos.
4.0 Resumo sobre o naturalismo, escola literária que abriga a obra
O naturalismo foi um movimento cultural relacionado com a literatura o teatro e as artes plásticas, que surgiu na França no fim da década de 1860 na metade do século XIX. O naturalismo é uma escola literária conhecida por ser a radicalização do realismo, tendo como base a observação fiel da realidade e na experiência mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade, apresentando também uma forma de conceber o universo constituindo assim um dos pilares da ciência moderna, sendo alvo de algumas considerações também de ordem filosófica. É também pode ser definido como um movimento que rejeita o idealismo romântico então predominante.
A estética literária naturalista acreditava que o individuo é mero produto da sua hereditariedade e seu comportamento é fruto do meio em que vive e sobre o qual age. E assim esboçou o que se declarou com os primeiros passos do pensamento teórico evolucionista de Charles Darwin que a creditavam na seleção natural impulsionadora da transformação das espécies, e por explorar temas nunca antes trabalhados como homossexualidade, o incesto, o desequilíbrio e loucura. Outros nomes que também influenciaram este movimento, com suas ideias foram Hippolyte Taine, Èmile Zola e Auguste Comte passando assim a retratar em suas obras traços de natureza animal, desde impulsos sexuais, a comportamentos desagradáveis e instintos e criando assim narradores oniscientes, impassíveis para dar apoio á teoria em que acreditavam.
Os romances naturalistas apresentam uma abordagem de cunho extremamente aberto do sexo, o instinto fisiológico e o natural, retratando agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõem a personalidade humana e pelo uso da linguagem falada, que na época foi considerada um diálogo vivo extraordinariamente verdadeiro e chocante de tão inovador que a impressão que se tem atualmente ao ler uma obra dessa escola é de ser um texto atual e contemporâneo. Esses autores observavam à realidade, a sociedade, a natureza e o homem por meio de um método científico e suas visões eram determinista-mecanicistas, fruto das ideias positivistas e evolucionistas. Outro ponto a destacar é o cientificismo exagerado transformou a sociedade e o homem em suas experiências.
O naturalismo e o realismo apresentam muitas semelhanças entre si, mas apresentam certas diferenças, realismo retrata o homem interagindo com seu meio social, enquanto o outro o naturalismo, mostra esse homem como produto de forças naturais, desenvolvendo temas analisando o comportamento patológico do homem através de suas taras sexuais, de um lado animalesco. 
5.0 Personagens
Doutor Lopes Matoso: Pai de Lenita, Um homem que perdeu seus pais muito cedo e ficou aos cuidados de um amigo da família o coronel Barbosa, formou- se em direito e a casoucom uma prima.
Esposa de Lopes Matoso: Morreu de parto de sua primeira filhinha, no caso Lenita.
Lenita ou Helena: È a protagonista da história, uma jovem dotada de vários conhecimentos desde pequena pelo seu Pai.
Manuel Barbosa: Homem de meia idade,o único filho do coronel da fazenda em que Lenita foi passa um tempo, por quem se apaixona e vivem vários desejos carnais.
Pai de Manuel Barbosa: Um velho homem, dono de uma fazenda repleta de escravos, que tem um carinho muito grande por Lenita, o qual eratutor do seu pai.
Mãe de Manuel Barbosa: Uma senhora que possui a saúde muito fragilizada.
Doutor Guimarães: Médico da família Barbosa.
Joaquim Cambinda: Escravo da fazenda e feiticeiro responsável pela a morte de vários escravos da fazenda.
Maria Bugra: Escrava que trabalhava na plantação de milho e morre devido aos feitiços de Joaquim Cambinda.
Mané Bento: administrador da fazenda
Jubilosa: Mucama da casa do coronel Barbosa.
Manduca: Criada de confiança da família Barbosa que é responsável por cuidar da casa e da comida.
Marciana: Dama de companhia de Lenita em seus passeios pela fazenda.
Mendes Maia: Pretendente de Lenita, com quem vêm a se casar tempos depois por meio de um acordo.
6.0 Personagens Centrais
Lenita é a principal personagem da história, era dotada de conhecimentos, aprendeu de tudo: inglês, latim, italiano, grego, além de álgebra, geografia, história, dentre várias outras ciências. Sentia-se superior, portanto, queria casar-se, não jovem, mas futuramente, com um homem medíocre, pois para ela, “bons homens não eram bons maridos”.
 A personagem esta em constante mudança de personalidade como na parte em que vê um escravo com uma barra de ferro no pé, “de tarde falou ao coronel - que aquilo não tinha razão de ser, que era barbaridade, uma vergonha, uma coisa sem nome, que mandasse tirar o ferro, mas logo após ver o mesmo escravo sendo chicoteado Lenita sentia prazer.
		Espasmo de prazer, sacudido, vibrante; estavam pálidos, seus olhos relampejavam, seus membros tremiam. “Um sorriso cruel, gelado, arregaçava lhe os lábios, deixando ver os dentes muito brancos e as gengivas rosadas”.
Lenita mesmo com um alto nível de conhecimento, não entendia o que estava acontecendo com seu corpo, começava a ter desejos da carne não conseguia controlar mais sua mente.
Manuel Barbosa era Filho do coronel, dono da fazenda em que Lenita estava. Chamado de Manduca pelo próprio pai, Barbosa era um homem já com certa idade. Mesmo separado, ainda mantinha-se casado pois naquela época não era aceito o divórcio. 
6.1- Características físicas
 Lenita era uma garota branca, bonita muito especial, inteligente e cheia de vida. Aos quatorze anos Helena, ou Lenita, era uma jovem forte, desenvolvida, de caráter formado e instrução acima do vulgar. Era modesta e retraída nos bailes em que aparecia.
Manuel Barbosa era um homem maduro, de aproximadamente 40ª anos, exímio conhecedor das coisas da vida, periodicamente partia para longas caçadas; vivera por dez anos na Europa.
6.2- Características psicológicas
Lenita tinha um alto nível conhecimento, queria se casar, mas não jovem, futuramente, com um homem medíocre, pois para ela, “bons homens não eram bons maridos”. A personagem esta em constante mudança de personalidade, e apresentava sinais de histerismo.
Manoel Barbosa era um homem bem consciente, bem instruído, mesmo assim questionador, principalmente de seus próprios sentimentos por Lenita, por quem se apaixona, vivia trancado no quarto com seus livros. Devido a decepção causada por Lenita, ao enviá-lo uma carta informando que iria se casar com outro e criar o seu filho, ele comete suicídio.
7.0 Ação e espaço
	As cenas descritas no livro acontecem em uma fazenda remota do oeste da província de São Paulo, onde o autor narra o ambiente em detalhes para que o leitor construa as cenas em sua mente, deixando a leitura mais empolgante e fácil de visualizar.  A descrição ajuda a compreender a mente dos personagens e estabelecer cenários na fauna e flora brasileira. Em seguida, Lenita se muda para o Rio de Janeiro. 
Há também no livro, a presença de duas cartas, uma enviada de Barbosa a Lenita, onde narra a sua viajem a Santos e descreve tudo o que encontrou lá. A outra carta foi enviada por Lenita para Barbosa para contar que havia ido embora e estava grávida dele, mas iria se casar com o Dr Mendes Mais, antes de fazer essa revelação ela descreve o Rio de Janeiro.
8.0 Tempo da narrativa
	A obra é narrada em 3ª pessoa, com um narrador pressuposto onisciente neutro, sabe tudo o que se passa, conhece até mesmo o desejo e sentimentos das personagens. Porém é extradiegético, ou seja, não faz parte do enredo/discurso. “Lenita hauriu a sorvos largos esse ambiente embriagador. Apoderou-se dela um desejo ardente, irresistível, de banhar-se nessa água fresca”. Ao contrário da narrativa romântica em que se exalta a natureza, o narrador de A Carne exalta a natureza brasileira de maneira científica. Constrói críticas da hipocrisia da sociedade que acabavam esbarrando nas leis da natureza. O tempo no livro é cronológico, pois especifica em alguns momentos as horas e os dias, também se é dia ou noite.
9.0 Comentário pessoal sobre a obra
	Diante do foi visto neste livro, podemos perceber a importância de uma obra literária como esta, em um período em que as mulheres não podiam nem frequentar uma escola, vem o autor falando em desejo sexual, é sensacional mesmo sabendo do julgamento moral na qual a obra passou. A obra retrata uma nova posição da mulher na sociedade. Julio Ribeiro teve varias criticas com o livro A Carne. 
Uma personagem como Lenita não refletia as mulheres daquela época, deixando ser levadas pelos desejos carnais, além de possuir conhecimentos científicos e detentora de seu desejo sexual. Com essas críticas, podemos ver como a sexualidade era vista pela sociedade brasileira do final do século XIX,as características e o estilo do autor não foram considerados. Atualmente A Carne é considerada uma obra de extrema importância da literatura brasileira.
Referências Bibliográficas
COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura no Brasil. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira S.A,1976.
RIBEIRO, Júlio. A carne. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.
PROENÇA, Mário Cavalcanti. Estudos Literários. Ed. Livraria José Olímpio. 1974. Rio de Janeiro.

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