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Administração Estratégica Aula 4 Elton Ivan Schneider Introdução Nesta rota de aprendizagem, vamos discutir a importância da tomada de decisão estratégica. O estrategista, para realizar a tomada de decisão, já analisou o negócio e seu ambiente através da realização do diagnóstico estratégico (SWOT combinada com ferramentas de análise priorização de ações) e já verificou as possibilidades estratégicas, entendendo o que são estratégias competitivas e estratégias corporativas. IMPORTANTE: a tomada de decisões estratégicas em uma organização envolve o seu posicionamento estratégico, ou seja, a forma como a organização irá enfrentar as incertezas e ambiguidades de seu ambiente de negócios. Posicionamento Estratégico O posicionamento estratégico envolve decisões a respeito do negócio frente as suas forças competitivas (clientes, fornecedores, concorrentes, novos entrantes e produtos substitutos), que serão derivadas para seus processos internos de gestão (finanças, clientes e mercados, processos internos e aprendizagem), direcionando os planos e programas organizacionais que serão orientados pela missão, visão, valores e princípios organizacionais. Observe a representação gráfica do posicionamento estratégico a seguir. Problematização O franchising permite que o franqueador aumente sua base de atuação com maior intensidade do que seria possível se dependesse apenas de recursos próprios para instalar, operar e gerir novas unidades. O fenômeno ocorre porque o franqueador faz uso daquilo que os estadunidenses denominam O.P.M. (other people’s money, ou seja, o dinheiro dos outros), situação em que os franqueados bancam os custos de implantação, operação e de gestão das respectivas unidades. Além disso, o franchising reduz a necessidade de o franqueador recrutar, selecionar e contratar pessoal, em particular gerentes que sejam capazes de administrar essas novas unidades, muitas vezes geridas pelos próprios franqueados. Por meio do franchising, o franqueador pode, adicionalmente, ingressar em mercados nos quais dificilmente entraria se dependesse de seus recursos próprios, sejam financeiros ou humanos. Para isso, conta com a presença física e o conhecimento do franqueado sobre os hábitos e a cultura da região onde vive e trabalha. ARAÚJO, A. P. B. Franchising. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em: 17 jul. 2012 (adaptado). E você se lembra da matriz a seguir? Ela representa os componentes do vetor de crescimento e é conhecida como matriz de produtos e mercados ou Matriz de Ansoff. Após ler o texto e relembrar a matriz, analise o seguinte estudo de caso: Suponha que uma empresa franqueadora do setor de lanchonetes deseje ampliar negócios sem modificar os princípios negociais habitualmente praticados. A partir do texto e dos quatro quadrantes da matriz de componentes do vetor de crescimento apresentada acima, qual das alternativas de crescimento seria mais pertinente ao caso? a) Desenvolvimento de produto e diversificação. b) Desenvolvimento de mercado e diversificação. c) Penetração de mercado e diversificação. d) Penetração de mercado e desenvolvimento de produto. e) Penetração de mercado e desenvolvimento de mercado. Feedback da resposta correta (E): Uma estratégia de abertura de franquias permite ao negócio manter uma série de características que são consideradas essenciais em seus produtos e serviços. O franqueado se submete as condições do franqueador, porém entra com o capital necessário para a abertura do negócio, podendo ser até mesmo considerada uma estratégia de parceria de negócios. Quando acontece um acordo entre franqueador e franqueado, a nova parceria permite ao franqueador ampliar o seu mercado, tanto em novos mercados quanto em mercados existentes com seus produtos e serviços atuais, ou seja, permite a penetração e o desenvolvimento de mercado. Empresas como McDonalds e Burger King adotam esta estratégia até mesmo na busca de mercados internacionais, ou seja, em estratégias de internacionalização de seus negócios. Objetivos da Aula Aprenderemos sobre os tipos de conhecimento necessários para as decisões estratégicas: Conhecimento Efetivo Conceitual Procedural Metacognitivo Conhecer a estruturação da estratégia organizacional a nível do negócio e das funções internas da organização Conhecer os conceitos de estratégia de negócios, perspectivas estratégicas, mapas estratégicos e do Balanced Scorecard (BSC) Aplicar os conceitos do BSC e dos mapas estratégicos nas organizações Analisar situações de organizações em contextos de mercado, aplicando os conceitos de estratégia voltados à tomada de decisão estratégica Processo cognitivo e posicionamento estratégico Lembrar a terminologia do Mapas Estratégicos e do BSC Entender as perspectivas do BSC adaptando-as as suas organizações Aplicar os conceitos do BSC à estratégia organizacional Analisar o impacto e a integração da estratégia nos diferentes níveis organizacionais e a interatividade entre as diferentes perspectivas da estratégia Sintetizar a estratégia organizacional sob a forma de mapas estratégicos Classificar as decisões estratégicas nas diferentes perspectivas, entendendo suas interrelações Veja na tabela a seguir uma síntese que relaciona a dimensão do conhecimento ao posicionamento estratégico. Racionalidade e Decisão No escopo desta disciplina, procuraremos demonstrar a racionalidade como existente e possível no processo de elaboração e tomada de decisões estratégicas em uma organização. Nos ambientes de incerteza e de constante mudança em que vivem as organizações, torna-se praticamente impossível afirmar que as decisões estratégicas sejam totalmente racionais. Apesar de serem guiadas pela racionalidade, elas são permeadas pela intuição de seus gestores e decisores. Veja a seguir o esquema de fatores que influenciam a decisão, tanto da parte do decisor quanto da organização O Estrategista Organizacional O posicionamento estratégico de uma empresa corresponde um conjunto de decisões tomadas pelo gestor estratégico, mais racional ou mais intuitivo dependendo de cada organização. Não se trata de analisar a tomada de decisão como certa ou errada, até por que seus efeitos e consequências só podem ser medidos a posteriori. O estrategista organizacional esmera sua intuição em processos de estudo e aprendizagem sobre suas capacidades, habilidades e comportamentos, que necessitam ainda da compreensão da organização e de sua filosofia, de sua forma de decidir e de seu processo decisório em si. Intuição e racionalidade são faces de uma mesma moeda, mas o processo decisório da organização prima pela realização da tomada de decisão mais racional e processual. Por isso, nesta disciplina de administração estratégica, valorizam-se os métodos e técnicas que permitem ao gestor reduzir a incerteza e a ambiguidade sobre a tomada de decisão. O estrategista aprimora sua capacidade de administração, suas habilidades conceituais, seu comportamento informacional e decisório de modo a compreender a filosofia do negócio, perpetuando-a. Suas decisões operacionais, administrativas e estratégicas baseiam-se em um processo que otimize suas decisões. Em outras palavras, gerir um negócio significa tomar decisões; e tomar decisões é a essência do gerenciamento. Posicionamento Estratégico eTecnologia O desenvolvimento da capacidade informacional do gestor estratégico torna-se uma necessidade premente no contexto organizacional do século XXI. A evolução tecnológica das organizações, principalmente quanto às tecnologias da informação e comunicação, exigiu que o gestor estratégico aprendesse a separar os dados existentes e registrados, transformando-os em informação e conhecimento para a tomada de decisão. As transformações ocasionadas pela evolução tecnológica têm criado novas estruturas organizacionais, novas formas de trabalho, novos modelos de negócios, novas formas de participação e novas culturas administrativas e organizacionais, emergindo delas um novo gestor mais competente, dinâmico e arrojado dos que os anteriormente testados e considerados como bons gestores. Fatores Fundamentais da Estratégia O fato que torna este processo menos caudaloso é que sabemos que algumas coisas não mudaram e talvez nunca mudem, como os seguintes fatores fundamentais: • Manter a empresa viva e funcionando • Viabilidade e retorno financeiro • Criatividade • Inovação e flexibilidade • Competitividade e redução de custos • Satisfação dos clientes e ganhos de mercado • Responsabilidade social, ambiental e sustentabilidade organizacional Conseguindo estes objetivos, os gestores estratégicos continuarão a tomar decisões, caso contrário, novos decisores serão levados aos postos mais altos organização. Missão e Visão Empresarial A administração estratégica de um negócio consiste em um processo sequencial lógico de análises e escolhas que pode aumentar as chances de um gestor ou de uma equipe de gestores estratégicos tomarem decisões acertadas em uma organização, gerando vantagens competitivas que sejam duradouras. O início do processo estratégico se dá com a definição da missão e visão da organização. Missão A missão organizacional procura expressar as habilidades e capacidades de uma organização (seus pontos fortes), demonstrando a realidade atual e futura da organização de forma compreensível, exprimindo o espírito da organização, motivando seus colaboradores para a realização da estratégia e para o atendimento e satisfação dos clientes atuais e futuros da organização. Visão A visão empresarial nos remete à visualização de um cenário futuro para a organização, que inspire, motive, nos traga uma imagem de um futuro excitante e desafiador que só depende da organização para se tornar realidade. Valores Os princípios e valores representam as crenças que orientarão o comportamento organizacional, como: ética, moral, caráter, responsabilidade social, responsabilidade ambiental, negociações justas, retorno para a sociedade, respeito ao cliente, respeito aos fornecedores, à legislação e aos interesses dos stakeholders. A Administração Estratégica e o Processo da Estratégia O Estrategista Organizacional O processo de construção da estratégia visa gerar na organização uma vantagem competitiva que seja rara, de difícil imitação e duradoura para a empresa em seus processos de competição no mercado empresarial. Este processo de construção da estratégia é regrado por princípios e valores organizacionais que determinam os rumos da estratégia, sua validade e constância de propósitos. Continuando na construção do modelo estratégico, encaminham-se as etapas de diagnóstico estratégico (análise interna e externa) seguido dos estudos das opções estratégicas do negócio (estratégias competitivas e corporativas) para a consequente tomada de decisão. Tomada de Decisão Estratégica A tomada de decisão estratégica envolve a análise das potencialidades de mercado da empresa (Matriz de Ansoff) em comparação com as vantagens competitivas (Matriz SWOT) da organização gerando desta forma as estratégias competitivas (destinadas à competição no ambiente de jogo onde atuam as forças de Porter) e as estratégias corporativas (Parcerias, joint ventures, internacionalização, fusões e aquisições) do negócio a partir dos quais são gerados os objetivos estratégicos organizacionais. Preste atenção ao mapa da estratégia de negócios a seguir: Indicadores da Estratégia O processo de tomada de decisão normalmente tem intenções e objetivos muito claros (fazer regras, quebrar regras, seguir regras ou especializar-se) que podem ser traduzidas em indicadores quantitativos da estratégia. Exemplo de Indicadores Objetivo Estratégico: Manter-se como a empresa mais rentável do setor no período 2015 a 2020 (fazer regras) Indicador: Lucro líquido Medidas: 10% de lucro líquido em cada exercício do período Metas: aumentar em 20% as vendas da empresa para os clientes/mercados mais lucrativos do negócio Iniciativas: estabelecer programa de relacionamento com os clientes mais rentáveis do negócio Responsabilidade: área comercial/vendas Prazo para realização da meta: sistema de acompanhamento mensal com pontos de análise semestrais, sendo o primeiro prazo de acompanhamento 30/06/2015. Para uma boa implementação estratégica, é preciso que se estabeleçam processos de avaliação e acompanhamento. Captar novos clientes sem perder os atuais Conseguir melhores preços de matérias-primas sem comprometer a qualidade do produto e/ou serviço Desenvolver produtos e serviços sustentáveis Assumir a responsabilidade pelas sobras e rejeitos de processos Estabelecer processos de engenharia reversa em toda a cadeia produtiva Treinar e capacitar a mão de obra com a mesma intensidade com que se buscam novas tecnologias de produção Inserir a organização na comunidade de forma ativa e participante, resolvendo os problemas sociais e ambientais da comunidade Reflexão! É importante lembrar que as políticas e diretrizes estudadas não são leis, regras ou mandamentos a serem seguidos, são exemplos de princípios que as empresas podem ou não adotar ao avaliar suas posturas e principalmente os resultados da estratégia. Criação da Estratégia Organizacional Mintzberg, em seu artigo Crafting Strategy, faz uma analogia entre a criação da estratégia e a habilidade de um artista. A criação da estratégia organizacional envolve visão, criatividade, intuição, imaginação, inovação e domínio de detalhes, bem como a descoberta de novos padrões pela aprendizagem contínua no aprender fazendo, que só ocorre quando o artista está esculpindo sua obra, realizando sua criação que será única e inigualável. Desenvolvimento da Estratégia Já Herrero Filho (2005) afirma que a essência da estratégia está no processo de desenvolvimento da capacidade organizacional para adquirir, criar, acumular e explorar conhecimento, afinal de contas, em momentos de grande incerteza e descontinuidade, os ativos intangíveis da organização. O conhecimento e a capacidade de aprender são as suas principais fontes de geração e manutenção de vantagens competitivas. O Mapa Estratégico 1. Ao criar a estratégia, os gestores da organização passam a arquitetar um grande plano competitivo para o negócio, que liga as intenções da organização as suas competências essenciais. Para Kaplan e Norton (2004), tão importante quanto elaborar a estratégia é comunicar e demonstrar como os elementos da estratégia interagem. 2. As competências essenciais de uma organização possibilitam o aumento do valor percebido pelo cliente, ajudam a empresa a competir com os concorrentes, geram valor para os acionistas, direcionam as ações, planos e programas organizacionais, funcionando como um mapa para a construção da visão de futuro da organização. 3. Um mapa estratégico representa visualmenteas relações de causa e efeito entre os componentes da estratégia de uma organização. 4. Ele corresponde a uma representação visual da estratégia, mostrando em uma única página como a estratégia de negócios se relaciona com os aspectos financeiros da estratégia, com os clientes e o mercado, como impacta nos processos produtivos internos do negócio e nas atividades de aprendizagem e crescimento da organização, ou seja, como ela impacta na vida de seus colaboradores e partes interessadas (stakeholders). 5. Para os autores, a estratégia organizacional só pode ser implementada quando estiver ajustada e integrada internamente. As decisões a respeito do negócio (estratégia competitiva e corporativa) devem ser transportadas para os processos organizacionais envolvendo a perspectiva financeira, dos clientes, dos processos internos e da aprendizagem e crescimento. Modelo Conceitual do Mapa Estratégico Alinhamento Estratégico A estratégia não pode ser vista como um agregado de planos setoriais independentes e sim como um conjunto de temas complementares analisados simultaneamente. É do alinhamento estratégico que a organização consegue extrair a vantagem competitiva, ajustando os processos operacionais dos negócios às necessidades dos clientes, integrando processos de desenvolvimento de novos produtos (inovação) às necessidades de aumento dos resultados financeiros, ajustando seus planos de treinamento e desenvolvimento a novos processos organizacionais, integrando a tecnologia da informação à cultura, liderança, sociedade, trabalho em equipe e gestão do conhecimento. Balanced Scorecard Aliado ao conceito de mapas estratégicos, Kaplan e Norton (2004) também criaram o conceito de Balanced Scorecard (Sistema Balanceado de Indicadores para a mensuração da Estratégia). Na visão dos autores, a maior parte das organizações não falha na elaboração da estratégia, mas na fase de implementação. Por isso, preste atenção a seguir [Fonte: baseado em Herrera Filho (2004)]: O Balanced Scorecard não é: Um sistema de controle gerencial Um conjunto de indicadores financeiros Um painel de informações gerenciais Uma lista de indicadores chave de performance A gestão estratégica com base no Balanced Scorecard gera valor quando: Torna a formulação e a implementação da estratégia com um processo contínuo de aprendizagem Coloca a estratégia no centro do negócio e no interior do processo gerencial Integra a estratégia ao dia a dia operacional das pessoas Assegura a compreensão da estratégia por todos os colaboradores Descreve a estratégia em uma linguagem de fácil entendimento e expressão Traduz a estratégia em um conjunto de indicadores qualitativos e quantitativos, para medir a eficiência e a eficácia da estratégia organizacional, no uso dos ativos tangíveis e intangíveis da organização, na geração de valor para o cliente, o mercado e a organização, gerando vantagens competitivas sustentáveis. Modelo de Relações Causais na Estratégia Analise com atenção o diagrama a seguir, que mostra a relação entre as diferentes perspectivas empresarias ligadas à estratégia. Veja a seguir: Objetivos Financeiros da Estratégia Para Herrero Filho (2005), a perspectiva financeira da estratégia de negócios tem como objetivo mostrar se a escolha estratégica implantada está contribuindo para o aumento de valor da organização, gerando lucros, possibilidades de reinvestimento, retorno para os acionistas e possibilidades de retorno social e ambiental decorrentes do bom desempenho da organização. Kaplan e Norton (2004) reforçam que o lucro é o objetivo final da estratégia e que os indicadores de desempenho financeiro servem para mostrar se a implementação e execução da estratégia empresarial estão fluindo. Produtividade e Receita O resultado financeiro de uma organização acontece em função de duas abordagens básicas: crescimento da receita e aumento da produtividade. a) Aumento da produtividade Melhora na estrutura de custos Reduzindo saídas de caixa, eliminando defeitos, reduzindo estoques, reciclando materiais, reduzindo despesas, aumentando a ecoeficiência de banheiros, sistemas de iluminação e ventilação Aumento da utilização dos ativos Gerenciando a capacidade dos ativos existentes, eliminando-se gargalos, gerindo planos de manutenção preventiva e preditiva, aumentando a produtividade de máquinas, equipamentos e pessoas b) Crescimento da Receita Expansão das oportunidades Lançamentos de novos produtos, criação de novos mercados, oferta de novos serviços, realização de parcerias com clientes e distribuidores Aumento de valor para o cliente Acréscimo de novas funcionalidades no produto e/ou serviço, inovação tecnológica, qualidade acima do padrão de mercado, preços competitivos, propagandas cooperativadas, entre outros Estratégias de Curto e Médio Prazo A estratégia de sucesso é aquela que integra ações nas duas frentes, aumento da produtividade e crescimento das vendas. Outro aspecto importante diz respeito ao estabelecimento de ações de curto, médio e longo prazo. As ações de melhoria nos aspectos de gestão operacional da empresa são consideradas de onda curta por dois motivos: trazem resultados imediatos e sua implantação depende única e exclusivamente da organização. Já processos de gestão de clientes que envolvam novas estratégias comerciais, como sistemas de gestão e retenção de clientes, são consideradas estratégias de médio prazo, afinal de contas o cliente deve perceber as vantagens da estratégia proposta e concordar com elas, e isto normalmente leva tempo. Estratégias de Longo Prazo Já os processos de inovação em produtos e tecnologia e as ações sociais e ambientais da organização tendem a ser projetos de longo prazo, pois precisam de aceitação pelo mercado e pela sociedade. Quando bem desenvolvidos, gerenciados e implantados, geram vantagens competitivas de longo prazo. É o caso de empresas como a Natura Cosméticos, que há muito tempo desenvolvem programas de inovação de produtos com base em programas de parcerias ambientais e sociais. Trata-se da inovação como fonte para uma estratégia de criação de uma empresa cidadã. Geração de Valor ao Longo do Tempo Os processos internos fornecem valor em diferentes horizontes de tempo. Acompanhe o gráfico a seguir: Impacto dos Programas Estratégicos Voltando à afirmação de Kaplan e Norton (2004) de que o objetivo último da estratégia é o lucro, percebe-se que programas de qualidade, a gestão da inovação e a criação de programas de relacionamento pela organização refletem por toda a organização e, mesmo não tendo sido criados a partir da perspectiva financeira, impactam nos resultados financeiros da organização. A criação de planos e programas que sustentam a vantagem competitiva corresponde a outro grupo de ações que impulsionam a estratégia. Trata-se da integração estratégica, pois as ações nos diferentes níveis e perspectivas organizacionais impactam em toda a organização, inclusive em seu lucro. Criando Valor a Partir da Estratégia Observe o diagrama a seguir, que sintetiza a percepção de valor em relação ao prazo. Objetivos Financeiros da Estratégia A perspectiva do cliente mantém um relacionamento muito próximo à perspectiva de crescimentoda receita apontada na perspectiva financeira. Trata-se de descrever como a organização criará valor para o cliente de forma competitiva, diferenciada e sustentável para o cliente, que é o foco da estratégia nesta perspectiva. O objetivo da estratégia nesta perspectiva deve apontar como a organização pretende aumentar o valor percebido pelo cliente em relação aos produtos, serviços, imagem da marca, experiência de compra, relacionamento, funcionalidade dos produtos, disponibilidade, parcerias, entre outros. O que se pretende é gerenciar o valor da base de clientes da organização ao longo de seu ciclo de vida, ou seja, durante o período de tempo em que ele mantém um relacionamento com a organização. Para Herrero Filho (2004), esse método estratégico trabalha com os seguintes aspectos: Aspectos emocionais do cliente (admiração, respeito, reconhecimento e valor) Aspectos de interação da organização com o cliente (tratamento, simpatia, cortesia) Aspectos de desempenho técnico do produto (entrega no prazo, precisão, informações confiáveis, garantias e serviços) Aspectos relacionados ao serviço básico ofertado ao cliente (características do produto, qualidade, funcionalidade e desempenho) Já para Kaplan e Norton (2005) a perspectiva do cliente tem objetivos para diferentes proposições de valor. Confira a seguir: Melhor custo total Fornecer produtos de mais baixo custo, com qualidade compatível com o custo operacional, velocidade de compra e seleção adequada de clientes e mercado alvo pretendido. Liderança de produto Produtos de alto desempenho, velocidade, tamanho, precisão, peso, pioneirismo no mercado, penetração em novos mercados com inovação, seja de produtos desenvolvidos internamente na organização ou adquiridos de outros fornecedores e/ou mercados. Soluções completas para os clientes Oferecer a melhor solução total para os clientes, em termos de qualidade das soluções, número de produtos e serviços, formas de retenção dos clientes e rentabilidade dos clientes a longo prazo. Aprisionamento (lock-in) Neste tipo de estratégia a intenção é ofertar ao cliente um acesso amplo e eficiente de produtos e serviços de modo a aprisioná-lo, seja pela ampla gama de produtos ou serviços ou pela dificuldade em trocar de produto e/ou serviço. Para conseguir este tipo de resultado da estratégia, a organização opta por fornecer um padrão de produto ou serviço diferenciado, inovador, estável, com ampla gama de produtos complementares, para um grande base de clientes, tornando difícil sair dela ou não pertencer a ela. A Perspectiva do Cliente na Estratégia Analise o diagrama a seguir, que mostra a relação dos objetivos com as vantagens competitivas sob a perspectiva do cliente: Possibilidades da Estratégia Os objetivos da estratégia devem gerar uma vantagem competitiva para a organização, sendo que a estratégia pode resultar em cinco possibilidades: 1. Preço / Custo Baixo: a organização consegue competir de forma vantajosa com os preços mais baixos do mercado ou as maiores margens de lucro possíveis 2. Qualidade: a empresa pretende ser reconhecida pela qualidade de seus produtos, garantindo um lugar de destaque no mercado com o desempenho superior de seus produtos 3. Portfólio de produtos: a organização garante aos seus clientes e/ou mercados um portfólio de produtos/serviços não encontrado em outras organizações. A variedade do portfólio é seu grande diferencial competitivo 4. Personalização: a organização pretende ser reconhecida por sua capacidade de entregar produtos e serviços personalizados e adequados às necessidades de cada cliente 5. Inovação de produto: empresas com este tipo de estratégia competitiva ditam regras e tendências de mercado. Também é a estratégia mais arriscada e lucrativa A proposição de valor ao cliente é resultante da combinação de possibilidades dos objetivos da estratégia com a vantagem competitiva desejada. Os atributos do produto ou serviço deverão atender as características da vantagem competitiva e estão diretamente relacionadas com melhoria da produtividade organizacional. Do ponto de vista do objetivo, a proposição valor deve propiciar a organização a aumentar o seu volume de vendas, seja para os clientes e mercados atuais, seja para novos clientes e mercados. Proposição de Valor ao Cliente O primeiro conjunto de características da proposta de valor ao cliente dizem respeito aos atributos do produto/serviço. Produto Características do produto, processo produtivo, principais matérias-primas, tecnologia embarcada no produto e no processo produtivo, dimensões e diferenciais do produto em relação concorrência. Preço O preço a ser praticado deverá ser relativo às proposições da organização em relação aos seus objetivos estratégicos e sua vantagem competitiva. Produto, qualidade, funcionalidade e intensidade da competição no setor serão determinantes da variável preço. Qualidade Neste item a organização deverá se posicionar em relação aos seus concorrentes, indicando se sua qualidade pode ser considerado igual, inferior ou superior à qualidade dos produtos ofertados por eles. Disponibilidade Diz respeito à forma como o produto será comercializado: lojas próprias, distribuidores, em lojas de varejo, pela internet, com vendedores próprios, em franquias, etc.. Seleção Diz respeito a quais mercados serão alvo da organização e se os produtos serão comercializados a nível local, regional, nacional ou internacional. Funcionalidade Aqui devem ser descritos itens de desempenho do produto, estabelecimento de comparativos com os produtos da concorrência, estabelecimento de padrões de funcionalidade, consumo e durabilidade, entre outros. Observe o esquema a seguir, que detalha os itens relacionados aos atributos do produto/serviço, relacionamento e imagem. Título da tela: Relacionamento e Imagem da Organização Uma boa proposta de valor envolve ainda dois aspectos principais: o relacionamento com o cliente e imagem da organização. O relacionamento da organização com seu mercado pretendido engloba serviços (montagem, instalação, treinamento e assistência técnica) e parcerias (software, desenvolvimento de produtos, logística reversa). No aspecto imagem da marca devem ser consideradas as possibilidades de: Marca própria Licenciamento de produtos e marcas Estratégias de primeira e segunda marcas Processo de Gestão de Clientes O último aspecto a ser ressaltado no estabelecimento das estratégias da perspectiva do cliente diz respeito ao processo de gestão de clientes (atendimento, conquista, retenção e crescimento da carteira de clientes), que tem impacto direto na perspectiva de processos internos do negócio e na perspectiva de aprendizado e crescimento da organização. A estratégia organizacional enquanto matéria de estudo pode ser fracionada, mas enquanto atividade de planejamento e administração organizacional deve ser feita de forma integrada, onde ações em uma perspectiva influenciam as decisões em outra, realimentando-a. Papéis da Estratégia Quando falamos da perspectiva dos processos internos da organização, devemos estar atentos a três importantes papéis da estratégia, segundo Herrero Filho (2005): 1. São as iniciativas internas que viabilizam a proposição de valor para o cliente, ou seja, os produtos e serviços serão desenvolvidos e produzidos de acordo com as competências distintivas do negócio 2. Os processos internos contribuem para a elevação da produtividade organizacional e para o aumento das vendas de uma organização,ou seja, é na perspectiva interna da organização que o valor é gerado 3. Indicam os novos conhecimentos e as novas competências necessárias às pessoas da organização, para que se gere efetivamente valor para o negócio. Cadeia de Valor O grande desafio da equipe gerencial da organização está em equilibrar as estratégias de negócios, de clientes e/ou mercado, dos processos internos, de aprendizagem e de crescimento da organização. Não basta apenas integrar, mas implantar a estratégia, gerenciá-la, ajustá-la e avaliá-la a de modo a garantir o sucesso. Para Herrero Filho (2005) o valor percebido pelos clientes, o aumento do valor de mercado da organização e o retorno gerado para o acionista são decorrentes da estratégia implantada nos processos internos da organização, ou seja, dependem do quanto a cadeia de valor criada pela organização está ajustada a estratégia. O conceito de cadeia de valor foi criado inicialmente por Michael Porter em seu livro Vantagem Competitiva. De acordo com o autor, a vantagem competitiva de uma organização é oriunda da boa gestão de atividades primários e secundárias. As atividades primárias dizem respeito aos processos de transformação da indústria (entrada de materiais, produção, distribuição, venda e serviços de pós-vendas). Já as atividades secundárias dizem respeito aos processos de apoio na organização, envolvendo a infraestrutura, os processos de recrutamento e seleção, os processos de desenvolvimento de produtos, o gerenciamento da tecnologia e cadeia de suprimentos da organização. O bom gerenciamento da cadeia permite à organização auferir margens de lucro sustentáveis ao longo do tempo. Embora tenha sido elaborada para atividades relacionadas com a indústria, atualmente o modelo é adaptado para comércio e serviços dada a necessidade de organização em termos de processos agregadores de valores e de suporte a estratégia. A equipe de implantação da estratégia deve estar ciente que a cadeia de valor é genérica, cabendo a cada organização estabelecer sua própria cadeia, que pode agregar elementos novos como a gestão da inovação, a gestão da qualidade ou outro processo que a organização entender como principal. Cadeia de Valor de Michael Porter Observe o diagrama explicativo da cadeia de valor idealizada por Porter, que divide a organização em atividades primárias e secundárias: Após a organização elaborar uma imagem clara dos objetivos financeiros desejados e de como irá atender aos seus clientes e mercados, os objetivos da perspectiva interna e da perspectiva de aprendizado deverão descrever como a estratégia deverá ser executada, de modo a garantir um desempenho excepcional nestas duas perspectivas, pois impulsionarão a estratégia organizacional. Ao estender a estratégia para os processos internos da organização, será necessário abordá-la sob três possibilidades: Objetivos de desempenho do processo produtivo Estratégia de fabricação Cadeia de valor Processos Internos da Estratégia Para Martins e Laugeni (2006), a estratégia de manufatura de uma organização deve contemplar diretrizes que propiciem a agregação de valor dos produtos e serviços ao público alvo pretendido através dos fatores indicados no diagrama a seguir. Veremos cada parte em detalhes Objetivos de Desempenho Rapidez A velocidade no atendimento ao cliente pode ser determinante para o sucesso da estratégia organizacional em ambientes de maior competição. Rapidez de entrega, pontualidade, entrega em menor tempo, etc, são fatores que permitem menores níveis e maior rotatividade de estoques, o que contribui para os resultados financeiros da organização Custo O custo é sempre um aspecto essencial da estratégia organizacional em qualquer empresa. A produção de um produto ou serviço a um custo compatível é objetivo de qualquer organização. Com base no custo, as organizações podem simultaneamente realizar duas estratégias: preços baixos e margens altas Confiabilidade Diz respeito ao quanto a empresa consegue cumprir aquilo que promete ao seu cliente e mercado em termos de: prazos prometidos, funcionalidade do produto, durabilidade, assistência técnica, serviços ao consumidor, inovação, entre outros Flexibilidade Reporta a capacidade da empresa em rapidamente adaptar-se às mudanças ambientais e tendências de mercado. Ajuda na capacidade de inovar, lançar novos produtos e atender a demandas específicas de clientes e mercados. Quanto mais flexível e rápida for a organização, mais ela gera vantagem competitiva frente aos concorrentes Qualidade A qualidade já não é mais um diferencial competitivo por si só, virou uma obrigação para as organizações. O bom desempenho em relação à qualidade propicia a satisfação dos clientes para com o produto ou serviço da organização, traz redução de custos inerentes à qualidade perfeita do produto e aumenta a produtividade organizacional Estratégias de Fabricação Agora, conheça as estratégias de fabricação dos produtos e serviços para conhecer as diferenças entre elas e os contextos nos quais cada uma é utilizada: Fazer contraprojeto (Engine to order – ETO) Este tipo de estratégia é adotada por empresas que, além de fabricarem o produto, ajudam seus clientes no planejamento do produto e de suas funcionalidades, atividade comum na indústria de navios e na indústria de aviação ou construção civil. Não existem estoques de produtos ou matérias-primas e o grande diferencial da organização está em sua capacidade de projetar e fabricar produtos personalizados para seus clientes. Outra característica marcante deste mercado e desta estratégia é que o pagamento do produto acontece quase que integralmente durante seu processo de fabricação. Fazer contrapedido (Make to order – MTO) Este tipo de estratégia de fabricação atende a mercados que exigem personalização, como é o caso de produtos fabricados sob encomenda (móveis e roupas por exemplo). O início do processo de fabricação se dá a partir do fechamento do pedido e o estoque mantido pela organização é o de matérias-primas básicas utilizáveis em todos os produtos. A grande desvantagem desta estratégia está na demora de entrega do produto ou serviço ao cliente. Montar contrapedido (Assemble to order – ATO) Neste tipo de estratégia, a empresa fabrica subconjuntos do produto final, mantendo estoques de produtos semiacabados. A montagem do produto final é feita mediante pedido do cliente que especifica suas necessidades. Desta forma, a organização pode propiciar ao cliente e ao mercado algumas possibilidades de personalização de produtos. O estoque mantido ainda é alto e está sob a forma de produtos semiacabados. Fazer para estoque (Make to stock – MTS) Diz respeito ao quanto a empresa consegue cumprir aquilo que promete ao seu cliente e mercado em termos de: prazos prometidos, funcionalidade do produto, durabilidade, assistência técnica, serviços ao consumidor, inovação, entre outros. Processos da Cadeia de Valor Agora, conheça detalhadamente a terceira parte da estratégia de negócios, a cadeia de valor propriamente dita. Não adotaremos a cadeia de valor pura de Porter, mas uma cadeia de valor adaptada baseada nos preceitos do BSC de Kaplan e Norton (2004). Processos de gestão tecnológica Processos de gestão da tecnologia, seu desenvolvimento, seleção, aquisição, treinamento da equipe e obtenção de resultados operacionais a partir da tecnologia desenvolvida. Processos de gestão operacional Processos que produzem e fornecemos produtos e serviços da organização, envolvendo o abastecimento do processo produtivo, a produção em si, a distribuição e o gerenciamento de riscos. Processos de gestão de pessoas Processos que aumentam o valor para o cliente, desde o gerenciamento da carteira de clientes (seleção, conquista, retenção e crescimento) aos processos de recrutamento, treinamento e desenvolvimento das pessoas que irão utilizar a tecnologia, gerar os processos organizacionais e implantar os processos de gestão da inovação. Processos de gestão da inovação Processos que criam novos produtos e serviços e identificam novas oportunidades, alimentam o portfólio de produtos e englobam também os investimentos em P&D, projetos e desenvolvimento de novos produtos. Processos regulatórios e sociais Processos que melhoram as comunidades e meio ambiente onde a organização está inserida, envolvendo segurança e saúde no trabalho, emprego, atuação da empresa junto à comunidade, ações de logística reversa e de gestão ambiental de seus processos produtivos. Processos de Aprendizagem e Crescimento Esta perspectiva procura descrever os ativos intangíveis da organização, incluindo na estratégia os seguintes aspectos: Capital humano: habilidades, conhecimentos, atitudes e competências Capital da informação: disponibilidade de sistemas, redes e infraestrutura, voltadas ao registro e disseminação de informações por toda a organização Capital organizacional: relacionado aos processos de mudança organizacional, capital da marca e da imagem da empresa Além da formulação da estratégia, os indivíduos presentes na organização são também os responsáveis pela implementação da estratégia e pela formação das equipes de trabalho que irão realizar os planos e projetos que viabilizarão a estratégia organizacional. Estratégia com Visão de Futuro Para Herrero Filho (2005) o desafio é avaliar se o trabalho realizado pelos executivos e trabalhadores da organização estão gerando os resultados esperados, ou seja, gerando aprendizagem e a criação de novas competências distintivas que propiciarão vantagens competitivas futuras. Não se trata apenas de executar a estratégia, mas de criar condições para futuras estratégias mais rentáveis ao negócio, gerando sustentabilidade ao longo do tempo. Intraempreendedores Um dos grandes objetivos desta perspectiva está na geração dos intraempreendedores, pessoas que assumirão para si a responsabilidade pela criação da inovação na organização através de produtos, serviços ou novas estratégias de negócios. O intraempreendedor é o elemento que sonha, cria e inventa o novo, pensando em formas de transformar a organização em busca de uma nova realidade lucrativa e sustentável. Desenvolvimento Sustentável Uma perspectiva importante desta etapa da estratégia envolve o desenvolvimento local sustentado, ou seja, o retorno econômico aliado ao desenvolvimento social e ambiental do local onde a organização está inserida. Garantir retorno financeiro aos acionistas não é mais uma justificativa aceitável gerar problemas sociais e ambientais. Não só a regulação promovida por governos está impactando nos negócios, como a pressão de organizações não governamentais e da própria sociedade, cada vez mais consciente de sua força, faz as organizações reverem seus planos de ação. O meio ambiente, a segurança e saúde de seus funcionários, as práticas trabalhistas e laborais e os investimentos da organização na comunidade passaram a ser referenciais de avaliação da conduta empresarial das organizações. A pressão nas organizações quanto a estes aspectos tem se tornado um novo imperativo na atuação delas. Não basta anunciar ações básicas de sustentabilidade; é preciso que estas ações se sustentem ao longo do tempo, passando a ser critérios de avaliação dos resultados organizacionais. O resultado econômico da estratégia passa a ser o objetivo final da estratégia, vigiado de perto pelo retorno social e ambiental. Aprendizado e Desenvolvimento Sustentável Acompanhe o mapa a seguir, que inclui as competências do desenvolvimento sustentável no aprendizado da organização: Síntese Ao completar esta unidade de ensino e aprendizagem, cabe ressaltar que o processo da estratégia é composto de temas complementares e simultâneos. Didaticamente, os temas da estratégia foram divididos em blocos de aprendizagem, porém na elaboração e execução estes temas são construídos de forma interativa e conjunta. O que buscamos com a estratégia organizacional é um equilíbrio de ações entre as perspectivas da estratégia, ou seja, a partir da missão, visão e valores organizacionais são estabelecidas as estratégias do negócio, que permitem à empresa competir no mercado mutante em que atuam. A partir destas definições, a estratégia precisa ser absorvida e transformada pela organização e pelas pessoas que nela trabalham em um conjunto de planos, programas e projetos de ação. Mapa Estratégico Um mapa estratégico procura reunir toda a estratégia em uma perspectiva de integralidade. Trata-se de uma representação visual de como a estratégia se ajusta às diferentes perspectivas do negócio e, ao mesmo tempo, mostra o quanto a estratégia deve estar integrada e ajustada a cada novo desafio proposto pelo ambiente empresarial. Veja o exemplo do mapa estratégico da Gerdau, que utiliza o método BSC. Cada organização procura montar o mapa da estratégia de acordo com suas necessidades. Em caso de governos, entidades sociais, associações de classe e ONGs, é comum que o mapa seja montado de diferentes formas, enfatizando aspectos considerados importantes para os gestores, clientes, funcionários e pela sociedade em geral. O que se pretende com o mapa é fazer com que a estratégia seja entendida, seguida, apoiada e realizada por todos. Atividade prática Para esta rota de aprendizagem, você deverá analisar a estratégia de uma empresa que você conheça, construindo o mapa estratégico da organização de acordo com o exemplo dado pelo professor na aula prática. Ao elaborar o mapa estratégico, leve em consideração os seguintes aspectos: a) Comece a montagem do mapa estratégico pela missão, visão e valores. Se a empresa não possui estas declarações, elabore-as; b) Realize um diagnóstico organizacional elaborando uma matriz SWOT do negócio. c) Elabore a matriz Ansoff de oportunidades de mercado. d) Escolha a estratégia competitiva mais adequada à organização. e) Escolhe e descreva a estratégia corporativa do negócio, enfatizando os objetivos da estratégia. f) Desmembre a estratégia nas quatro perspectivas do negócio: financeira, dos clientes, processos internos e de aprendizagem e crescimento. Referências: ANGELONI, M. T.; MUSSI, C. C. (Org.). Estratégias: formulação, implementação e avaliação. O desafio das organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2008. COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica. São Paulo: Saraiva, 2005. JOHNSON, Gerry. Explorando a estratégia corporativa. Porto Alegre: Bookman, 2007. KAPLAN, Robert; NORTON, David P.; Mapas estratégicos – Balanced Scorecard: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. MINTZBERG, Henry. Ascensão e queda do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2004. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.W.; LAMPEL, J.; Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN,J.B.; GHOSHAL, S.; O processo da Estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. Porto Alegre: Bookman, 2006. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia Empresarial e vantagem competitiva: como estabelecer, implementar e avaliar. São Paulo: Atlas, 2005. PENG, M. Estratégia Global. São Paulo: Thompson Learning, 2008. PORTER, Michael. Estratégia Competitiva: técnicas para a análise de indústrias e concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. PORTER, M.; MONTGOMERY, C.; Estratégia: a busca da vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Elsevier, 1998. STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.
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