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TÓPICOS ESPECIAIS EM ADMINISTRAÇÃO AULA 01 A disciplina Inovação Tecnológica O ciclo de criação/conversão/aplicação do conhecimento é contínuo e contribui fortemente para gerar nas organizações a cultura organizacional inovadora. Valor do conhecimento Atualmente, o poder econômico e de produção de uma empresa estão mais diretamente relacionados à capacidade de criar e transferir conhecimento do que aos seus ativos tangíveis, como instalações, equipamentos etc. Os ativos intangíveis, como criatividade e inovação, são a chave para o sucesso e a longevidade das empresas num cenário extremamente competitivo. Após entender o valor do conhecimento como principal bem de nossa sociedade, você pode perceber que, para o crescimento e desenvolvimento virtuoso de países e corporações, é necessário um fluxo de criação, difusão e utilização do conhecimento. Conceitos, como capacidade de aprendizado, criatividade, flexibilidade e sustentabilidade, surgem como princípios orientadores para conduta de indivíduos e organizações. Se pensarmos de forma mais aprofundada, perceberemos que o conhecimento sempre foi o ativo mais importante de uma organização, entretanto, somente há pouco tempo as instituições tornaram-se conscientes do valor desse recurso para seu desenvolvimento e sustentabilidade no mercado, passando a ter foco nos processos de criação, aquisição, transferência, difusão, apropriação e, consequentemente, gestão do conhecimento. Criação e conversão do conhecimento Para compreender o processo de criação do conhecimento é importante a utilização de categorias para os diferentes tipos de conhecimento. Vamos trabalhar inicialmente com as categorias de conhecimento tácito e conhecimento explícito Tácito: “O conhecimento tácito é aquele disponível com pessoas e que não se encontra formalizado em meios concretos” = conhecimento de causa (rsrsrs) Explíicito: “O conhecimento explícito é aquele que pode ser armazenado, por exemplo, em documentos, manuais, bancos de dados ou em outras mídias”. O grande desafio das empresas é transformar o conhecimento tácito de seus colaboradores em conhecimento explícito, identificado onde e como está armazenado o conhecimento, com todos os seus atributos, e como recuperá-lo. A criação de um novo conhecimento numa organização está relacionada a um processo de interação dinâmica e cooperativa entre seus colaboradores, que implica em aprendizado, constituindo-se num processo coletivo e não meramente individual, podendo levar a uma formação organizacional, regional, nacional ou global. Modos de conversão do conhecimento Nonaka & Takeuchi identificaram quatro modos de conversão entre conhecimento tácito e explícito: externalização, internalização, combinação e socialização. O quadro seguinte permite uma melhor visualização e compreensão da interação e conversão desses conhecimentos: AULA 02 CRIAÇÃO E TRANSFERENCIA DO CONHECIMENTO A espiral do conhecimento O processo de criação do conhecimento é composto por fases e promovido em determinadas condições num tempo definido, como se fosse uma espiral – a espiral do conhecimento. O conceito de espiral do conhecimento foi amplamente divulgado no início da década de 90, pois explicava e demonstrava de forma prática como as empresas podem desenvolver o fluxo do conhecimento entre as pessoas, parceiros e o mercado. Uma espiral cresce contínua e evolutivamente, assim também acontece com o conhecimento que vai se desenvolvendo em espiral quando se acrescenta mais um passo a cada ciclo. “o conhecimento vai sendo construído passo a passo, garantindo a coerência com o que já se sabe, organizando os conceitos apreendidos, relacionando com fatos e situações reais”. Abordagem oriental x ocidental Segundo Nonaka e Takeuchi, existem diferenças básicas entre o pensamento japonês e o ocidental sobre o conhecimento. Essas diferenças residiriam no fato do pensamento ocidental ter uma compreensão estreita do que seja conhecimento, consequentemente, também dos meios para a sua exploração, e de não ter se desvencilhado do dualismo cartesiano impregnado no pensamento ocidental. Para os japoneses, o conhecimento vai além dos dados quantificáveis e das informações codificadas, e o dualismo estaria presente em separações, tais como tácito e explícito, corpo e mente, individual e organizacional, burocracia e força-tarefa, racionalismo e empirismo, planejamento e implementação, entre outros. A proposta principal do trabalho desses autores foi formular uma nova teoria sobre a criação de conhecimento no âmbito organizacional. Para isso, eles investigaram três dimensões do tema: ontológica, epistemológica e temporal. Investigaram também as condições necessárias para a sua criação e exploração. Dimensão ontológica Está fundamentada no ser e na construção do conhecimento pelo indivíduo, independentemente do modo pelo qual se manifesta. Dimensão epistemológica Está fundamentada no conhecimento, na distinção entre o conhecimento tácito e o explícito. Essa teoria estudou a interação entre o conhecimento tácito e o explícito, identificando quatro modos de conversão. Dimensão temporal Quando as interações na dimensão ontológica e epistemológica se sobrepõem ao longo do tempo (terceira dimensão desta teoria), é formada a espiral do conhecimento, que representa a dinâmica do processo de criação do conhecimento.
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