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AULA 2 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

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AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Aula 2: A Política Oficial de Avaliação Institucional no Brasil - Parte II
 Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Reconhecer a complexidade do sistema nacional de avaliação identificando os principais dispositivos legais que possibilitaram a sua organização e institucionalização;
2- Identificar o princípio constitucional determinando que a União deva proceder à avaliação nacional como forma de prestar contas à sociedade da qualidade da educação oferecida;
3- Reconhecer o significado e a dimensão do impacto na realidade educacional brasileira do modelo de avaliação e ser capaz de discutir os resultados dos exames nacionais divulgados na mídia.
Premissa
Caro aluno desde a primeira aula você deve estar se perguntando:
“Por que é tão importante avaliar?”
Ou então...
“Mas quais foram os fatos pertencentes à realidade educacional brasileira que propiciaram e motivaram a introdução de uma política de avaliação a partir do governo central?”
Breve histórico da educação no Brasil na década de 1980
Para entender e responder às perguntas anteriores temos que voltar à década dos anos 1980 porque no Brasil se iniciava o período de Abertura Política e o início do processo de redemocratização do país. Na área econômica foi feita a introdução da ideologia neoliberal.
Esses fatos e mais a aceleração do processo de urbanização da população brasileira exigia que o homem brasileiro possuísse um nível de escolarização maior, que ele dominasse a leitura e a escrita e as operações matemáticas básicas. 
 Porém, o sistema educacional apresentava um quadro deplorável, com altas taxas de evasão e reprovação escolar. Poucos alunos completavam o ensino fundamental de forma satisfatória.
Essa medida apenas alterou a natureza do problema: passamos a ter na sala de aula o aluno que não aprendia a ler e a escrever, mas que era impulsionado através das séries, independente do seu nível de conhecimento, gerando uma demanda futura pela educação de jovens e adultos.
E a solução encontrada pra isso?
A solução encontrada era não reprovar o aluno com baixo desempenho escolar. Introduziram na escola a promoção automática.
Índice de analfabetos no Brasil
Hoje temos com de acordo com o censo 2010, um a população de analfabetos de 10 milhoes de adulto o que significa:
Para você que gosta de futebol simplesmente 82.238 Maracanãs lotados, em dia de jogo de finalização de campeonato!
82.238 x
Para você que curte passear no Rio de Janeiro, significa mais do que a população do Município do Rio de Janeiro, que é de cerca de 6 milhões e 300 mil pessoas!
Passo-a-passo da solução encontrada
O primeiro passo importante seria gerar um banco de dados que possibilitasse ao governo distribuir os recursos financeiros de maneira mais justa e para isso deveria identificar os locais onde se concentravam o problema para poder analisar as causas do insucesso do aluno. 
Foi estabelecida a mecânica do Censo Escolar que é realizado até hoje, todos os anos, em todas as escolas brasileiras, em todos os municípios e estados. Esse fato possibilitou maior clareza para o estabelecimento de metas mais reais sobre a melhoria do atendimento pelas escolas brasileiras.
Contudo, só a geração de dados através do Censo não tem sido garantia para solucionar o problema da qualidade nas escolas. Seria necessário conhecer as causas, os fatores internos e externos que influenciavam a permanência do aluno como analfabeto ou, com um nível de leitura considerado insuficiente para que pudesse exercer uma cidadania plena.
Assim, aos poucos cresceu a consciência de que era necessário um programa de avaliação nacional que desse conta, não só de avaliar o rendimento do aluno, mas de conhecer a comunidade escolar, o aluno, a gestão e as condições existentes. Mas a conquista de um sistema de avaliação nacional foi difícil e requereu muito empenho das pessoas envolvidas nessa luta e, embora seja comum criticar a escola pública, pelos resultados obtidos pelos alunos nos exames, esses dados são valiosos, pois nos orientam e nos dão a dimensão dos problemas a resolver.
O que você acha da taxa de analfabetismo existente no Brasil? 
Qual seria a solução? 
Pense um pouco e veja que contibuição você poderia dar.
Evolução histórica do modelo de avaliação da educação básica no Brasil
Caro aluno, até aqui você já deve ter percebido amplamente como o panorama mundial pode ter refletido no cenário educacional brasileiro, como a introdução da ideologia neoliberal estabeleceu políticas de desresponsabilização do Estado com a população acarretando o aumento das desigualdades sociais entre os indivíduos e as disparidades de desenvolvimento entre as regiões do país.
Não pode ter ficado insensível diante do fato que ainda não achamos um caminho eficaz para erradicar o analfabetismo do nosso país e a melhoria do desempenho de nosso aluno. Deve ter refletido sobre o importante papel exercido pelos agentes políticos e o trabalho assumido por vários sujeitos que participaram dessa realidade agindo no sentido de impulsionar a introdução no Brasil das inovações sobre avaliação preconizadas pelos avanços ocorridos em outros países.
De acordo com os textos publicados por autores (Bonamino, 2002; Ristoff, 2005; Dias Sobrinho 2003 e 2000), que descreveram a origem dos mecanismos de avaliação utilizados no Brasil, podemos concluir que se referem ao fato de que os projetos e as tentativas de análise das condições existentes nas instituições foram realizadas, inicialmente, por iniciativa isolada de um gestor. E o que desejava esse gestor? Bom, é o que veremos nesse documento.
O importante é você entender que esse período ( 1960 – 1980) embora marcado por descontinuidades e diversidade na orientação das pesquisas, permitiram que os estudos feitos criassem uma massa crítica importante para o desenvolvimento de um programa de análise do sistema educacional brasileiro.
A primeira tentativa de maior amplitude foi realizada em 1988, com a implementação do Sistema de Avaliação do Ensino Público do 1º grau que se caracterizou por ser uma experiência piloto com aplicação das provas aos alunos dos estados do Paraná e Rio Grande do Norte. 
A experiência permitiu visualizar as dificuldades que deveriam ser enfrentadas para a aplicação de provas e testes em larga escala.
Várias foram as dificuldades enfrentadas para gerar um sistema nacional integrado e coordenado pelo MEC, desde a falta de recursos financeiros específicos até a equipe que pudesse se responsabilizar pela execução das etapas de um processo de avaliação.
Esse sonho só se tornou realidade a partir da institucionalização, em 1990, do Sistema Nacional de Educação Básica, marco decisivo no sentido da realização de um exame nacional, o SAEB, para a avaliação do rendimento escolar do aluno do ensino fundamental da rede pública.
Mas é importante entender primeiro o significado e a importância dentro do contexto educacional do país da implantação de um sistema nacional de avaliação. De acordo com Bonamino (2002, p.89), diriamos que: “a institucionalização do SAEB é entendida como um processo que, para garantir o desenvolvimento de uma avaliação de longo alcance e de caráter sistemático, passa a dispor de instituições, profissionais e recursos financeiros específicos, que lhe permitem contar com a infraestrutura material e humana em condições de prover os fundamentos conceituais e as capacidades operacionais necessárias à implementação de uma avaliação da educação básica de abrangência nacional”. Leia mais!
Analisando a forma como o MEC apresenta o sistema podemos ressaltar que a preocupação com a qualidade do ensino nos leva a perguntar:
O que significa ter um ensino de qualidade?
A qualidade envolve tantos aspectos e varia de acordo com a concepção de educação embasando o trabalho pedagógico que se torna difícil defini-la.
Por outro lado, não podemos esquecer que existem fatores internos e externos à realidade da escola que favorecem a realização de um projeto pedagógico de qualidade como: formação adequadado professor, material didático variado e apropriado ao aprofundamento dos conteúdos curriculares, uma biblioteca com um acervo relevante, uma gestão democrática, o interesse dos pais pela aprendizagem dos filhos e tantos outros que justificam a realização de um diagnóstico.
Qualidade e obstáculos
Outro ponto valioso de ser destacado diz respeito à utilização dos dados gerados pela avaliação para a definição na área educacional.
Caso não tenha um conhecimento dos fatores que impedem a melhoria do trabalho realizado por professores e alunos, como poderei contribuir para a melhoria da qualidade através da definição de diretrizes, metas, linhas de ação que me permitam pelo menos diminuir os problemas a enfrentar?
A conclusão simples é que devemos avaliar com seriedade e buscar tomar no coletivo, democraticamente, as decisões com base nesses dados.
Clique aqui para fazer download do material com detalhes acerca das avaliações: Provinha Brasil, ENEM, ENCEJA e o PISA
E na educação superior?
Primeiramente, para alcançar esta meta seria a reformulação dos cursos de graduação colocando-os mais de acordo com os padrões existentes nas universidades dos países mais desenvolvidos.
Institucionalização da Avaliação na Educação Superior
Foi constituída a Comissão Especial de Avaliação da Educação Superior – CEA - pelas Portarias MEC/SESu nº 11 de, 28 de abril de 2003, e nº 19, de 27 de maio de 2003, “com a finalidade de analisar, oferecer subsídios, fazer recomendações, propor critérios e estratégias para a reformulação dos processos e políticas de avaliação da Educação Superior e elaborar a revisão crítica dos seus instrumentos, metodologias e critérios utilizados”.
No documento produzido em 2003, pela CEA, encaminhado ao Senado para a aprovação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAE - são explicitados os fatos e as razões para que os parlamentares entendessem a importância e a urgência de se introduzir na Educação Superior um processo contínuo de avaliação, em substituição aos procedimentos que vinham sendo realizados.
No citado documento, eles apontam que a partir da década de 1980, os países industrializados e os latino–americanos, empreenderam importantes reformas em seus sistemas de educação superior buscando adaptá-los aos desafios da globalização econômica. Esse movimento de reforma provocou uma multiplicação dos tipos de instituições de ensino superior, diversificou o perfil dos docentes, introduzindo novas ofertas de cursos, ampliando a matrícula.
Como prestar conta à população do trabalho realizado, sem dispor de um processo de avaliação e de regulação da educação?
No mesmo documento, a CEA faz uma importante consideração sobre a definição de um sistema de avaliação quando diz que: “A função atribuída pelo Estado à educação superior no país é determinante da proposta de avaliação a ser adotada. De um lado está o modelo de inspiração anglo-americano baseado em sistemas predominantemente quantitativos para produzir resultados classificatórios; de outro o modelo holandês e francês, que combina dimensões quantitativas e qualitativas com ênfase na avaliação institucional e análise”. (p.14)
Na verdade, a primeira reflexão que devemos fazer é sobre a seguinte pergunta: qual é a função da educação superior no Brasil?
Esse fato é preocupante, pois a lógica que está regendo o trabalho dos professores e dos alunos está pautada na eficiência e na eficácia para garantia do lucro decorrente da racionalização dos custos e recursos empregados e não na consistência e qualidade do ensino ministrado.
Procurando entender os rumos da política pública brasileira, constatamos que o governo vem incentivando, desde 1990, a participação da iniciativa privada e deixando fluir uma competitividade de mercado que vem atraindo investidores de universidades estrangeiras na busca da lucratividade da aplicação do capital no ensino superior no Brasil.
Breve histórico sobre a avaliação na educação superior no Brasil
A mais antiga e duradoura experiência brasileira de aspectos de avaliação da educação superior é a dos cursos e programas de pós-graduação, desenvolvida desde 1976, pela CAPES.
Até o início de 1980, a produção acadêmica no âmbito da temática da Avaliação Institucional e da Avaliação da Educação Superior tinha pouco destaque.
Os primeiros textos sobre esta temática revelaram preocupação com o controle da qualidade das Instituições de Educação Superior (GERES), em virtude do crescimento exacerbado de instituições e matrículas. Nesse contexto, surgiu a primeira proposta de avaliação da educação superior no país: o Programa de Avaliação da Reforma Universitária (PARU) de 1983.
CAPES (Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior)
A partir da nova República, em 1985, surgiu no MEC uma proposta de avaliação da educação superior vinda da Comissão de Alto Nível: Grupo Executivo para a Reforma da Educação Superior.
 A Constituição Federal de 1988 trouxe importantes inovações para a vida do país. Apresenta no Art. 208, como um dos princípios fundamentais da educação no Brasil, a garantia de padrão de qualidade como dever do Estado. 
 No Art. 209 permite a participação da iniciativa privada e estabelece 2 condições: o cumprimento das normas gerais da educação nacional e a autorização e avaliação de qualidade pelo poder público.
A ideia de implantar o Estado Avaliador nasceu na gestão do Presidente Collor, mas gerou um movimento de resistência das próprias universidades públicas que não aceitaram a avaliação externa a ser realizada pelo MEC, visto considerarem como uma intervenção em sua autonomia.
 No governo do Presidente Itamar Franco, mediante um processo de diálogo, essas barreiras foram removidas e a comunidade acadêmica aceitou participar de um processo de autoavaliação denominado Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras - PAIUB (1993).
Clique aqui para fazer download do material com detalhes sobre as avaliações e planos institucionais que servem como ferramentas para a autoavaliação, que são: PAIUB, ENC, PNE, ENADE. Detalhes também sobre a Legislação da Avaliação da Educação Superior e o CONAES.
Política de Avaliação da Educação Superior
A Comissão Especial de Avaliação ao propor o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior procurou consolidar as necessárias convergências em relação a uma concepção de avaliação como processo que efetivamente vinculasse a dimensão formativa a um projeto de sociedade comprometido com a igualdade e a justiça social.
Como um dos principais objetivos da avaliação institucional pode-se destacar o de conhecer as fortalezas e os problemas da instituição.
O sistema de avaliação é uma construção a ser assumida coletivamente, com funções de informação para tomadas de decisão de caráter político, pedagógico e administrativo, melhoria institucional, autorregulação, emancipação, elevação da capacidade educativa e do cumprimento das demais funções públicas.  
Todas as instituições, independentemente de suas formas organizacionais, dependência administrativa e natureza jurídica e idealmente todos os membros da comunidade educativa: professores, estudantes, funcionários, ex-alunos e outros grupos sociais concernidos devem se envolver, juntamente com os representantes do governo, nos processos avaliativos, realizando ações coletivamente legitimadas.
Política de Avaliação da Educação Superior
As ações da avaliação interna e externa devem ser realizadas de forma combinada e complementar. 
 O roteiro ou o formulário a ser usado deve ser basicamente o mesmo para todas as unidades da instituição respeitando o perfil de cada curso e deve ser implementado com flexibilidade para a maior compreensão da instituição em análise.
1 - O processo de autoavaliação é de responsabilidade de cada instituição, que buscará obter a mais ampla e efetiva participação da comunidade interna nas discussões e estudos, sendo recomendável que nesse processo também conte com a colaboração de membros da comunidade externa, especialmentede ex-alunos e representantes daqueles setores sociais mais diretamente envolvidos com a IES.
2 - Deve ser procedida com base no roteiro elaborado pela CONAES e à disposição na internet, porém deve ser desenvolvida de acordo com a especificidade da instituição. A autoavaliação é um processo social e coletivo de reflexão, produção de conhecimentos sobre a instituição e os cursos, compreensão de conjunto, interpretação e trabalho de transformação. A comissão institucional de avaliação é denominada em cada instituição de Comissão Própria de Avaliação (CPA) e deve estar vinculada ao órgão colegiado superior.
3 - Avaliação externa organizada pela CONAES é periódica e realizada nos cursos de graduação. A instituição se submete a uma análise conduzida por comissão externa constituída por agentes pertencentes à comunidade acadêmica e científica com ampla compreensão das instituições universitárias.
4 - Os avaliadores externos devem sempre estar atentos aos critérios de participação, integração e de articulação das relações de caráter pedagógico e de relevância social, em conformidade com o estabelecido no projeto pedagógico institucional. A avaliação externa é realizada com base nos formulários e questionários anteriormente preenchidos pelos agentes da instituição que permitem aos avaliadores perceberem com mais propriedade as particularidades de cada IES.
5 - Finalizando, você deve ter entendido que não esgotamos o assunto e no site do Inep poderá buscar outras informações do seu interesse. O importante é ter uma base para entender como o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior formalizado pela Lei 10861/04 permite ao Estado cumprir a sua função de regulador do sistema educacional de nível superior garantindo ao aluno um ensino de qualidade.
Você percebe que a autoavaliação feita pela sua universidade contribui para a melhoria do seu curso? Pense nisso.

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