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Capítulo: 11 Título: As Três Faculdades e a Harmonia Autor: Ariano Suassuna Referência Bibliográfica SUASSUNA, Ariano. Iniciação à estética. 9° ed. - Rio de Janeiro: José Olympio, 2008. Palavras Chaves: Harmonia, Estética, Beleza Tema: As nove categorias principais da Harmonia, na visão psicológica. Estrutura Argumentativa "Pode-se aplicar esta lei em três graus diferentes, nas nossas três principais faculdades, na inteligência, na atividade e na sensibilidade, o que determina nove categorias estéticas, ou nove modalidades principais da grande lei de organização das forças mentais". (SUASSUNA, p. 116) Tese de oração Na visão de Lalo, o campo de estético é simples, didático e, aliada à de Aristóteles, e nos fornece um bom começo para o estudo do que virá ser a Beleza que, repetimos, e não se esgota no Belo clássico, sendo muito mais rica, variada e complexa. Sinopse Para o psicólogo Charles Lalo, seu ponto de partida é o mesmo que de Aristóteles, a Beleza parte da harmonia, ou ordem, está se dividindo em três principais faculdades que atribui ao espírito humano, a inteligência (ideias), a atividade (ação) e a sensibilidade (sentimento), no caso como prefere Edgard De Bruyne. A Harmonia é entendida de três maneiras são elas, Possuída (Belo, Grandioso, Gracioso), Procurada (Sublime, Trágico, Dramático) ou Perdida (Espirituoso, Cômico, Humorístico). Segundo Lalo, o Belo é a forma especial de Beleza estendida como uma harmonia sensível à inteligência, julgado pelo gosto, e na qual se obtém, sem esforço, o máximo de rendimento estético com um mínimo de meios. Já o Grandioso supõe-se uma harmonia resultante da vitória fácil obtida sobre um material resistente e duro. E por fim, o Gracioso um tipo de Beleza ligada à sensibilidade e ao afeto, uma harmonia que nos inspira sentimentos de proteção e afeto, diante de seres e objetos pequenos e frágeis. No campo da Harmonia Procurada, a categoria Sublime é a mais puramente intelectual das três, pois esta ligada ao caráter religioso, por causa de sua solenidade e da majestade das sua ideias superiores que, nele, aparece em conflito. Pode se dizer que o Sublime é um tipo de Beleza cujo núcleo é a meditação que nos desperta um sentimento estético de solene terror pela fatalidade e solenidade das ideias em conflito. O Trágico pertence ao grupo das categorias mais ligadas à atividade, é a sugestão de uma luta contra a fatalidade, o combate de um ser humano que se acredita livre contra uma necessidade exterior e irresistível, que acaba por esmaga-lo. O Dramático é definido de maneira mais simples, pois é, um tipo de Beleza que, através de uma ação, procura mais comover nossa sensibilidade. O campo da Harmonia Perdida, seria o campo do Risível, e o primeiro deles seria o Espirituoso é o domínio das obras de artes nas quais predomina o riso despertado por uma sugestão de ideias. O Cômico é um Risível de ação, o caráter e as ações cômicas se caracterizam por uma desarmonia presente numa vontade, por exemplo, o personagem avarento, de Molière, Harpagão, é cômico somente enquanto nós o supomos livre de não ser avarento, pois, para que o riso surja, é preciso que o autor primeiro, e o público depois dele, suponham que Harpagão é avarento porque quer, se nós suspeitássemos de sua avareza seria uma fatalidade, o Cômico desapareceria, dando lugar ao Trágico. O Humorístico é por sua vez, mais sensível do que intelectual, mais presente na vida afetiva do que no pensamento. Segundo Lalo o Humorístico é realista e fantástico, feroz e terno, moral, amoral e, por vezes imoral, metafísico e brincalhão, anárquico e social, apóstolo do bom-senso e demônio da extravagância.
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