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EXCELENTÍSSI MO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA VA RA CRIMINAL DA COMARCA DO ESTADO ... Processo nº.... TÍCIO, já devidamente qualificado nosautos do processo criminal em epígrafe que lhe move o Ministério Público do Estado, indiciado com base no Artigo 125 do Código Penal, por seu advogado(procuração em anexo), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar: ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS nos termos do Artigo 403, § 3 º do Código de Processo Penal pelos motivos de fato e de direito aduzidos : DOS FA TOS Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma, após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalhavam juntos. Ocorre que, no retorno para casa, o indiciado ao acelerar demasiadamente o carro, devido à pressa, perdeu o controle do veículo numa curva fechada, vindo a capotá-lo. O Corpo de Bombeiros prestou o devido atendimento de urgência, e encaminharam a amiga do indiciado ao hospital, onde ficou constatada a ausência de lesões. Contudo, ficou constatado que a gravidez de Maria foi interrompida em consequência do impacto do acidente,. Conforme laudo pericial do IML acostado nos autos às fl.14. O indiciado restou denunciado pelo Ministério Público, ao qual, o imputou a conduta descrita no art. 125 do Código Penal, incorrendo o indiciado, no crime de aborto provocado por terceiro. Foram realizadas as oitivas da vítima, das testemunhas da acusação e da defesa, e interrogatório do acusado, na forma do art. 411 do CPP, respondendo o indiciado em liberdade. DO DIREITO O Ministério Público Estadual denunciou Tício que ao dar carona a suposta vítima, sob forma imprudente, ao retornar para casa dirigindo seu veículo automotor, imprimiu velocidade excessiva na via, com o intuito de retornar a sua residência mais cedo, acabou capotando o veículo, ocasião na qual, sua amiga Maria veio a sofrer um aborto em razão do impacto do acidente. Conforme versa o Artigo 125 do Código Penal: “Art 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena: reclusão, de 3(três) a 10(dez) anos.” Entende-se que será penalizado, aquele que, sem o consentimento da vítima, entendendo-se a conduta do crime, de forma subjetiva, somente se procedendo mediante DOLO, e não de forma culposa, conforme incutido no caso em tela. Tício ao oferecer carona a sua amiga Maria, não agiu com “animus” para provocar um aborto e incidir em conduta criminosa. Portanto, não havendo o DOLO DIRETO OU EVENTUA L de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, torna- se a denúncia do Ministério Público ATÍPICA, na forma do Artigo 415, III DO Código de Processo Penal . DO PEDIDO Face ao exposto requer: A absolvição sumária do indiciado, com base no Artigo 415, III do Código de Processo Penal. Nestes Termos, Pede Deferimento. ..............................., 14 de Fevereiro de 2017. Advogado OAB/XX
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