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* * RECEPTAÇÃO ART. 180 Natureza: delito acessório Delitos podem ser: Principais: Não pressupõem outros para sua existência. Ex: 121, 157, 171, 155, etc. b) Acessórios: Pressupõem outros para sua existência. Ex: receptação, favorecimento pessoal, favorecimento real, lavagem de dinheiro (art. 1º, Lei 9.613/98) Bem jurídico Tutelado: Patrimônio. * * Formas de receptação simples: a)- “Adquirir....ser produto do crime”: receptação própria b)- “Influir... receba ou oculte”: receptação imprópria Receptação Própria: É dispensável o ajuste prévio entre o autor do crime antecedente e o receptador. Ex: Uma pessoa furta um relógio, você vê e ao fugir ele dispensa o relógio (joga fora). Nesse momento, você vai lá e pega o relógio. Receptação Imprópria: art. 180, 2ª parte. Personagens: - Autor do crime anterior - Intermediário - Terceiro de Boa-fé Obs.: Não existe receptação de coisa produto de contravenção penal. Tem que ser crime. Senão, haveria analogia in malam partem. O crime pressuposto na receptação nem sempre é contra o patrimônio. Pode ser contra a Administração Pública. Ex: receptação-peculato. * * Sujeito Ativo: Trata-se de crime comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa, salvo o concorrente do crime pressuposto (crime anterior). OBS: Excepcionalmente, pode figurar como sujeito ativo o proprietário do bem, caso o objeto esteja na posse legítima de terceiro. Ex: pessoa adquire o próprio automóvel que estava penhorado em poder do depositário que foi furtado. Sujeito passivo: É a mesma do crime pressuposto. A receptação perpetua ilicitude. Objeto material: O STF acha que só se refere à coisa móvel. * * Art. 180, caput: “coisa que sabe ser produto de crime”. A expressão “que sabe” indica a corrente prevalente de dolo direto. OBS: “em proveito próprio ou alheio”: é exatamente isso que diferencia o art. 180 do crime de favorecimento real. No art. 180, o sujeito adquire em proveito próprio ou alheio (3ª pessoa diversa do autor do crime antecedente). Já no art. 349, o sujeito adquire em proveito do próprio autor do crime antecedente. * * Consumação: a) Própria: com a prática de qualquer um dos núcleos incluindo-se a coisa da esfera de disponibilidade do agente. OBS: Nas modalidades transportar, conduzir ou ocultar o crime é permanente. A consumação se prolonga no tempo. b) Imprópria: o crime é formal. Basta a influência para que terceiro de boa-fé adquira, receba ou oculte. Pouco importa se efetivamente adquiriu, recebeu ou ocultou. Prevalece o entendimento que não cabe tentativa . * * §1º: Receptação Qualificada: no exercício de atividade comercial ou industrial. O crime é próprio: só pode ser exercido por quem está no exercício de atividade comercial ou industrial. Este personagem tem mais facilidade de transmitir a coisa para terceiros de boa-fé. OBS: Quem vende produtos no fundo de sua casa, o camelô, abrange comerciante irregular, de fato de acordo com o § 2º (cláusula de equiparação). * * §3º: Receptação eventual (culposa): Crime comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa e a vítima é a mesma do delito antecedente. Existem 3 maneiras de praticar o crime de receptação: a) Por sua natureza deve presumir-se obtida por meio criminoso: Ex: Quadro de Van Gogh vendido na rua; relógio rolex vendido por R$100,00; b) Pela condição de quem oferece: Ex: menor vendendo um Mercedez. c) Pela desproporção entre o valor e o preço: OBS: alguém denunciado por receptação em razão da desproporção entre valor e o preço. Durante a instrução verificou-se que aquele preço pago, refere-se à primeira parcela, mas que foi um menor que vendeu o bem. * * §4º: o crime é acessório quanto à existência, mas de punibilidade independente à do crime principal. Assim, a receptação será punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime anterior. §5º: Perdão Judicial/ Privilégio: Perdão Judicial: art. 180, §3 º, primeira parte. Cabível na receptação culposa Pressupõe: primariedade e “culpa levíssima”. Privilégio: art. 180, §3º, segunda parte. Cabível na receptação dolosa, os Tribunais Superiores têm admitido o privilégio para as formas qualificadas. Pressupostos: primariedade + pequeno valor da coisa. * * §6º AUMENTO DE PENA : A pena dobra se os bens e instalações são da União, Estados, Municípios, empresa concessionária de serviço público e sociedade de economia mista. Só se aplica à receptação dolosa simples do caput e não contra a qualificada. (Vacilo do legislador)
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