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Centro de Ensino Superior Vale do Parnaíba
Dics.: Historia do Direito
Prof.: msc. Ana Karina Campelo
ERA VARGAS – 1930-1937
Ana Cláudia
Caio Roberto
César Matheus 
Dionésia
Eduardo Paiva
Geneses Oliveira
Pablo Manoel
Raimundo Bandeira
Tiago Gomes 
TERESINA-PI
NOVEMBRO-2017
ERA VARGAS
A Revolução de 1930 e o Governo Provisorio
A designação movimento político de 1930 é a mais apropriada para o processo de destituição do presidente Washington Luís (1926-1930) e a ascensão de Getúlio Vargas ao governo do país. Não obstante, ter havido uma alteração no cenário político nacional, não ocorreu uma transformação drástica dos quadros políticos que continuaram a pertencer às oligarquias estaduais. As reformas realizadas eram imperiosas para agregar as oligarquias periféricas ao governo federal. Desse modo, o emprego do termo “Revolução de 1930”, costumeiramente adotado para esse processo político, não é o mais adequado.
Alguns fatores propiciaram a instauração da segunda fase do período republicano, desencadeada pela emergência do movimento político de 1930. A quebra da bolsa de Nova Iorque, em outubro de 1929, provocou a queda da compra do café brasileiro pelos países Europeus e Estados Unidos. O café era o principal produto exportado pelo Brasil, e a redução das vendas das safras afetou a economia. No início do século XX era comum o financiamento federal à produção cafeeira, por meio da aquisição de empréstimos externos. Com a eclosão da crise de 1929 esse subsídio foi inviabilizado, debilitando o principal investimento nacional da época. As revoltas tenentistas ocorridas durante a década de 1920 e as manifestações e greves operárias também foram importantes aspectos que geraram instabilidade política no país. A fragilidade da economia nacional e a insatisfação de parcelas da população suscitaram a vulnerabilidade do regime oligárquico.
Durante a Primeira República destacavam-se econômica e politicamente as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, por isso as sucessões presidenciais eram decididas pelos políticos desses Estados. Essa prática ficou conhecida como política do café com leite, em referência aos principais produtos de São Paulo e Minas Gerais. Em 1929, esperava-se que a candidatura para a presidência da República fosse de um político mineiro, já que o então presidente consolidara a carreira política no Estado de São Paulo. No entanto, Washington Luís apoiou a candidatura do paulista Júlio Prestes para a presidência da República e de Vital Soares para a vice-presidência, descontentando a oligarquia mineira.
Os dissídios entre as oligarquias geraram as articulações para construir uma oposição à candidatura situacionista. O presidente do Estado de Minas Gerais, Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, entrou em contato com o presidente do Estado do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, para formar uma aliança de oposição. O presidente do Estado da Paraíba, João Pessoa, negou-se a participar da candidatura de Júlio Prestes e agregou-se aos oposicionistas. Além dos presidentes desses três Estados, parcelas do movimento tenentista e as oposições aos demais governos estaduais formaram a Aliança Liberal, e lançaram a candidatura de Getúlio Vargas à presidência e João Pessoa à vice-presidência. Dentre algumas das propostas da Aliança Liberal para a reformulação política e econômica no país, constavam no programa: a representação popular pelo voto secreto, anistia aos insurgentes do movimento tenentista na década de 1920, reformas trabalhistas, a autonomia do setor Judiciário e a adoção de medidas protecionistas aos produtos nacionais para além do café.
A eleição para a presidência ocorreu em 1° de março de 1930 e o resultado foi favorável à chapa Júlio Prestes – Vital Soares. Apesar de a Aliança Liberal acusar o pleito eleitoral de fraudulento, a princípio não houve requisição do posto de presidente da República. Os partidários oposicionistas apenas decidiram pegar em armas e alçar Getúlio Vargas à presidência com a morte de João Pessoa, em 26 de julho de 1930. João Pessoa foi assassinado por conta de um conflito da política regional da Paraíba, no entanto, o governo federal foi responsabilizado por esse atentado. Membros da Aliança Liberal entraram em contato com os generais para apoiarem a deposição de Washington Luís e garantirem que Getúlio Vargas se tornasse o próximo dirigente do país.
Em 3 de outubro de 1930, a Aliança Liberal iniciou as incursões armadas. Na região Nordeste, as tropas foram lideradas por Juarez Távora, e tiveram como área de disseminação o Estado da Paraíba. E na região Sul, as tropas possuíam maior quantidade de membros comandados pelo general Góis Monteiro. As tropas dirigiam-se para o Rio de Janeiro, então capital federal, onde Getúlio Vargas seria elevado à presidência da República. Nesse processo, uma junta provisória militar depôs Washington Luís e assumiu o comando do país, em 24 de outubro de 1930. Quando Getúlio Vargas chegou com as tropas ao Rio de Janeiro, em 3 de novembro de 1930, a junta provisória lhe transferiu o governo. Assim, iniciou o Governo Provisório de Getúlio Vargas.
Código Eleitoral de 1932
O Código Eleitoral de 1932 foi instituído durante o governo provisório, por meio do Decreto nº 21.076 , com o objetivo de reformar a legislação eleitoral existente no país. Foi a partir de então que passamos a adotar o voto secreto, o voto feminino e o sistema de representação proporcional de votação. Em maio do mesmo ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi instalado no Rio de Janeiro, então capital do país. 
Pela primeira vez, a legislação eleitoral fez referência aos partidos políticos, ainda que fosse admitida a candidatura avulsa. O Código também passou a regular as eleições federais, estaduais e municipais e atribuiu à Justiça Eleitoral a responsabilidade de organizar o processo eleitoral incluindo o alistamento de eleitores, a organização das mesas de votação, a apuração dos votos, o reconhecimento e a proclamação dos eleitos. 
Uma curiosidade é que, já naquela época, o Código Eleitoral, em seu artigo 57, previa o uso de uma máquina de votar, que só veio a ser efetivada na década de 1990 com o desenvolvimento da urna eletrônica. 
O Código Eleitoral de 1932 também criou os Tribunais Regionais Eleitorais de cada Unidade da Federação para decidir sobre processos eleitorais. No artigo 23 do Capítulo II do Código, ficou determinado que os TREs passariam a cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do TSE. Também definiu como atribuição dos TREs julgar os recursos interpostos contra decisões dos juízes eleitorais e dividir o território de sua jurisdição em zonas eleitorais. Essa medida foi importante para unificar o processo eleitoral, considerando o tamanho do país. 
A Constituição de 1934
A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, ou simplesmente Constituição de 1934, foi a segunda constituição republicana e a terceira da história do Brasil, instituída no fim do governo provisório de Getúlio Vargas (1930-34) para dar legitimidade à sua presidência, bem como para amainar frustrações populares que culminaram, como evento mais marcante, na Revolução Constitucionalista de 1932. Embora tenha sido a constituição menos duradoura, a Carta de 1934 deixou heranças cruciais para o direito constitucional brasileiro, estabelecendo o sufrágio feminino e o voto secreto, maior independência do poder judiciário, direitos trabalhistas e, por fim, noções de liberdades básicas (como de livre expressão e movimento) junto com os três direitos fundamentais já em voga (segurança individual, liberdade e propriedade). Sua vigência durou até a Constituição de 1937, que instituiu o Estado Novo (1937-45).
Embora seja considerada um texto de regime democrático, ao contrário do de 1937, a Constituição de 1934 foi elaborada e promulgada durante um período quase ditatorial, onde o presidente provisório Getúlio Vargas, após derrubar o presidente Washington Luís em 1930 com um golpe militar, efetivamente governava comoum autocrata. Os quatro anos antecedentes à Constituição foram extremamente conturbados, tanto pelas constantes tentativas da elite "Café com Leite" (São Paulo e Minas) de recuperar o poder, quanto por sinceros descontentamentos populares contra um governo não constitucional, visto que Vargas governava por decretos. Esses dois eixos deram força à Revolução (ou Contrarrevolução) Constitucionalista de 1932, capitaneada por São Paulo e Rio Grande do Sul. Embora fracassada, a revolta foi decisiva para que Vargas, embora relutante, autorizasse a elaboração de uma nova Carta, cujo molde foi a Constituição de Weimar, da Alemanha.
Revolta Constitucionalista de 1932
Durante a Primeira República (1889-1930), São Paulo era o Estado mais destacado economicamente e na política nacional. O principal produto desse Estado, o café, era subsidiado com recursos federais e com empréstimos internacionais. Desse modo, a União arcava com muitas despesas para beneficiar os cafeicultores que se concentravam nesse Estado. Isso foi mudado com a instauração do governo de Getúlio Vargas.
Os empréstimos internacionais para a produção do café foram inviabilizados por conta da dívida acumulada pela União com esse subsídio, e a produção de outros insumos passou a ser incentivada. Com a ascensão do movimento de 1930 e o governo de Getúlio Vargas, a oligarquia paulista perdeu a proeminência política e reduziu a vantagem econômica sobre as demais oligarquias, por isso tornou-se opositora do novo regime instaurado.
Dessa maneira, grupos políticos atrelados aos cafeicultores e ao patronato paulistas iniciaram mobilizações pela constitucionalização do país, no ano de 1932. A designação de revolução constitucionalista de 1932 para esse processo é errônea, principalmente por ter sido impulsionada por setores conservadores que pretendiam restituir o poder. É mais pertinente nomear esse processo de Movimento Constitucionalista de 1932.
Características Gerais da Constituição de 1934
- Existência do sistema político de três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário)
- Teve caráter democrático (no sentido liberal).
- Sistema eleitoral (eleições diretas) com voto secreto. Previu também o voto feminino e obrigatório para maiores de 18 anos.
- Estabelecimento da Justiça do Trabalho e leis trabalhistas, além da liberdade de formação e existência de sindicatos de classes trabalhistas.
- Outros dois avanços na área do trabalho foi a proibição do trabalho infantil e o estabelecimento da jornada de trabalho de oito horas diárias com repouso semanal obrigatório. Também estabeleceu férias remuneradas e remuneração para trabalhadoras grávidas.
- Manutenção do regime republicano com princípios federativos (com redução da autonomia dos estados).
- Estabeleceu a nacionalização de recursos minerais presentes no subsolo brasileiro.
- Estabelecimento de monopólio estatal em alguns setores da indústria.
A Competência para elaboração de legislação.
A Constituição de 1891, com relação às leis de processo penal e civil,
descentralizou totalmente a elaboração destes instrumentos. Cada Estado
poderia ter seus próprios códigos de processo, entretanto, nem todos
prepararam suas leis, permaneceram cumprindo os códigos de processo
do Império.
A constituição de 1934, embora reconhecesse o federalismo, buscou não
exagerar no caso da elaboração de legislação, visto que não havia dado
certo a tentativa anterior. Desta forma, somente a União poderia legislar,
conforme o artigo 5°.
Art. 5°
“Nas disposições transitórias estava indicado que seriam formadas
comissões para a elaboração desta legislação:”
Art. 11°
Aos Estados restava competência
Para legislar completamente, sem ferir alguns princípios.
Municípios
Os municípios deveriam ter resguardada a sua autonomia, isto é,
reforçado pelo artigo 13° que traz também uma contradição a este
princípio de autonomia, visto que, ao mesmo tempo que a eletividade de
prefeitos municipais fica resguardada, esta não é para todos os
municípios, os prefeitos de Capitais e Estâncias Hidrominerais podem ser
nomeados.
Ainda sobre a questão dos municípios, o parágrafo quarto do artigo 13°,
indica sem maiores proteções à autonomia municipal que a intervenção
do Estado pode ocorrer no caso de não pagamento das prefeituras das
dívidas para com os Estados.
Poder Executivo Federal
Não há vice presidência:
“ Art.51 O Poder Executivo Federal é exercido pelo Presidente da República”.
A escolha do Presidente da República seria feita, conforme consagra o parágrafo 1º do artigo
51, por sufrágio direto.
No entanto, a intromissão de Vargas e seus aliados é evidente nos trabalhos da Assembleia. O
diário do presidente retrata a tranquilidade explícita com que ele lida com as manobras políticas
para permanecer no poder. Desde o início dos trabalhos constituintes, ele não precisava se
preocupar pois não deixaria a presidência.
Para Vargas, tudo tinha uma justificativa, não precisando ser plausível, sendo até mesmo
discutível a qualidade desta, mas ela existindo, não haveria necessidade de preocupação.
Poder Legislativo Federal
O legislativo mantinha-se dividido em Câmara dos Deputados e Senado, no caso da Câmara,
estaria estabelecida a continuidade da representação classista.
Permanece, como na constituição de 1891, a imunidade parlamentar , chegando ao caso de,
mesmo com prisão em flagrante, o presidente da câmara ter que autorizar a formação de culpa,
mesmo para crimes comuns.
Ao Senado Federal é dado a incumbência de zelar pela constituição e coordenar os poderes.
Desta forma, caberia ao Senado não somente aprovar a nomeação de magistrados, colaborar na
feitura deles, mas, também suspender leis declaradas inconstitucionais pelos tribunais.
Poder Judiciário
A constituição de 1934 estabeleceu como órgãos do poder judiciário:
“art. 63. São órgãos do Poder Judiciário:
a)a Corte Suprema;
b)os juízes e tribunais federais;
c) os juízes e tribunais militares;
d) os juízes e tribunais eleitorais.”
Voto e o Sistema Eleitoral
Pela primeira vez, a legislação eleitoral fez referência aos partidos políticos, mas ainda era admitida a candidatura avulsa naquela época. Esse código já previa o uso de máquina de votar, o que curiosamente só veio a se efetivar na década de 90. O Código de 1932 também introduziu aos pleitos o voto secreto, o sistema de representação proporcional em dois turnos e a importante conquista do voto feminino. Esse direito foi obtido por meio do Código Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932. Mesmo assim, a conquista não foi completa. O código permitia que apenas as mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria pudessem votar. As restrições ao pleno exercício do voto feminino só foram eliminadas no Código Eleitoral de 1934. No entanto, o voto feminino ainda não era obrigatório.
Trabalho
São ícones dessa constituição as áreas que tratam dos direitos trabalhistas, educacionais, eleitorais, econômicos e sociais. No período quem que foi redigida trouxe grande avanço para a sociedade e para a construção do Brasil em que vivemos. Mesmo tendo pouco tempo de vigência, essa carta foi responsável por modernizar as relações sociais, melhorando importantes pontos de discussão.
A primeira vista se percebe uma proteção do trabalho, a Carta Magna proibia qualquer tipo de distinção salarial baseada em critérios de sexo, idade, nacionalidade ou estado civil, instituiu o salário mínimo, a redução da carga horária de trabalho para 8 horas diárias, o repouso semanal, férias remuneradas, indenização do trabalhador demitido sem justa causa e proibiu o uso da mão-de-obra de jovens menores de 14 anos. Todas essas garantias ainda hoje são respeitadas mesmo sofrendo algumas modificações com o tempo.
Justiça do Trabalho
“Art. 122 - Para dirimir questões entre empregadores e empregados, regidas pela legislação social, fica instituída a Justiça do Trabalho, à qual não se aplica o disposto no Capítulo IV do Título I.”
Parágrafo único - A constituição dosTribunais do Trabalho e das Comissões de Conciliação obedecerá sempre ao princípio da eleição de membros, metade pelas associações representativas dos empregados, e metade pelas dos empregadores, sendo o presidente de livre nomeação do Governo, escolhido entre pessoas de experiência e notória capacidade moral e intelectual. 
Nacionalismo
O Estado Novo não pode ser visto como um fenômeno instantâneo, que veio a se consumar da noite para o dia em 1937. Ao contrário do que se convencionou por certo tempo na historiografia, o fenômeno do Estado Novo, tem que ser percebido como um processo conjuntural que compreende todo o primeiro período da “era” Vargas. O Estado Novo tem seus embriões ainda em 1930 com o processo “revolucionário”, percebemos que este, esteve subjacente, ao regionalismo efervescente nos dois primeiros “momentos possíveis” do primeiro período da “era” Vargas, que vai de 1930 passando pela primeira constituição de Vargas, até as eleições de 1934.
            A partir de 1935, podemos considerar que o mundo está passando por mudanças, e Vargas no que parece sempre soube estar atento as mudanças políticas e econômicas a nível global, de forma que Vargas pode ser percebido como um governante multifacetado, que como poucos soube lidar com as transformações que estavam ocorrendo em esfera global. Estas mudanças exigiram novas atitudes na esfera política, era preciso aderir aos novos modelos políticos devido à necessidade de se encontrar um “espaço vital” entre o capitalismo moribundo da década de 1930, e o sonho do nacionalismo aos moldes totalitários europeus, além do “perigo vermelho”.
            O nacionalismo penetrou com mais facilidade devido ao padrão autoritário como observou Fausto, 2010, o autoritarismo no Brasil era uma marca da cultura política do país. “A dificuldade de organização de classe, da formação de associações representativas e de partidos fez da solução autoritária uma atração constante”.
Educação
A Constituição de 1934 foi a primeira a incluir um capítulo especial sobre a educação, estabelecendo pontos importantes: a educação como direito de todos; a obrigatoriedade da escola primária integral, a gratuidade do ensino primário; a assistência aos estudantes necessitados. E estabeleceu em seu artigo 150 como competência da União“fixar o plano nacional de educação, compreensivo do ensino em todos os graus e ramos, comuns e especializados; coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território Nacional”. Estabeleceu a função normativa para todo o território nacional e para todos os níveis no Inciso XIV do Artigo 5º: 
Art. 5º “Compete privativamente à União: XIV – traçar as diretrizes da educação nacional.”
Assistencia do Estado e Casamento
Getúlio Vargas fundou o Estado Nacional Brasileiro e iniciou um processo
de desenvolvimento que levou o Brasil a categoria de país capitalista de maior
crescimento durante quase 60 anos. O Brasil era apenas um fornecedor de produtos
agrícolas - principalmente o café - e um mercado cativo dos produtos industriais
ingleses, importados a preços de monopólio. Diante dos preços baixos pagos pelo café,
a oligarquia cafeeira, para garantir lucros, usava o governo que dominava para
empréstimos nos bancos ingleses e assim comprar a safra - os estoques de café
chegaram a 10% do Produto Nacional Bruto, enquanto o país se endividava e os
empréstimos eram pagos pelo trabalho da população. A indústria era bloqueada, o
povo, desempregado, vegetava na miséria e na fome; cada província era um feudo do
poder da oligarquia cafeeira mantida pela fraude eleitoral e pela violência.
Foi contra essa situação que, com a participação decisiva dos oficiais revolucionários
que anos antes tinham formado a Coluna Prestes, formou-se a Aliança Liberal com a
chapa Getúlio-João Pessoa. Mas a eleição foi fraudada mais uma vez e João Pessoa
assassinado. E então a revolução começou, em 3 de outubro de 1930. O governo da
oligarquia servil aos ingleses foi derrubado em 26 dias.
Foi também comandante da revolução, foi de Porto Alegre ao Rio de
Janeiro em meio ao levante e à aclamação popular. Em todo o Brasil, o povo se ergueu
e ocupou as ruas para garantir e saudar a revolução. Começava uma nova era no país,
durante a qual os brasileiros foram unidos para construir a nação que idealizava:
independente, soberana, com uma poderosa base industrial, com orgulho de suas
riquezas. Seguiu-se um processo de desenvolvimento que levou o Brasil a ser o país
capitalista de maior crescimento durante quase 50 anos. Formou-se uma numerosa
classe trabalhadora, que conquistaram direitos como o salário mínimo à altura de suas
necessidades, a jornada de trabalho de oito horas, as férias e o descanso semanal
remunerado, a aposentadoria, a licença-maternidade.
Mudança de Estado
Aos cinquenta anos, Brasília é uma jovem cidade. Sua história, entretanto,
começa muito antes do dia 21 de abril de 1960,quando foi inaugurada por Juscelino
Kubitschek representando a materialização do progresso, nosso ideal republicano e do
desenvolvimento que marcava o imaginário brasileiro da década de 1950. De fato, a
cidade começou a ser gestada no imaginário brasileiro ainda no período colonial,
quando as ideias que defendiam a interiorização do poder central já constavam da
pauta dos principais movimentos emancipacionistas, cujo expoente foi a Inconfidência
Mineira no final do século XVIII.
Nos Autos da Devassa da Inconfidência Mineira, depoimentos mostram
que a interiorização da capital do Brasil Independente, a ser instalada em São João Del
Rei, já fazia parte do ideário dos inconfidentes, sendo incorporada ao processo como
relevante dado acusatório. Conforme relatou o próprio líder do movimento, o Alferes
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, além de transferir o centro de poder para
São João Del Rei, pretendia também ali fazer uma Universidade como a de Coimbra. 
A capital do Brasil Independente seria, portanto, uma cidade, para além de aspectos
administrativos, centro de ideias, geradora de uma cultura que representasse, também
no plano político, a efetivação da ruptura entre o país e a Coroa Portuguesa.
Por esse motivo, a ideia de instalação da capital no interior do país
assumiu a conotação de elemento subversivo da ordem colonial, de prova de sedição,
incorporada ao cabedal de acusações que justificariam a violência da repressão que se
abateu sobre o movimento emancipacionista, afinal, esse deslocamento da sede das
decisões administrativas para o interior do país não tratava de mera transferência de
local, mas de uma mudança com implicações políticas, com impactos nas relações de
poder.

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