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Comportamento Organizacional e Intraempreendedorismo Aula 5

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Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
 
Gestão da Produção Industrial 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comportamento Organizacional e 
Intraempreendedorismo 
 
 
 
 
 
 
Aula 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Mary Ferreira da Silva 
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
1 
Conversa Inicial 
 
Seja bem-vindo à aula de Comportamento Organizacional e 
Intraempreendedorismo! 
 
Hoje conheceremos a inteligência emocional, para isso iniciaremos nossos 
estudos pelos conceitos relacionados à inteligência emocional e faremos um link 
com o assunto que aprendemos na aula 3, as emoções. Analisaremos a natureza 
da inteligência emocional, como ela ocorre nas mulheres e nos homens e quais são 
os obstáculos que criamos para nós mesmos. 
Estudaremos, ainda, sobre a inteligência emocional aplicada, ou seja, em 
relação à crítica, ao feedback e o ao QI de grupo. Debateremos sobre a influência 
do temperamento na inteligência emocional, sobre os tipos diferentes de 
temperamento e desvios de comportamento no ambiente de trabalho; por fim, 
compararemos os pressupostos a favor e contra a inteligência emocional. 
 
 
Vamos começar? 
 
 
 
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
2 
Contextualizando 
 
Pense na organização onde você trabalha ou já tenha trabalhado e reflita: 
 
1. Como as pessoas se comportam em relação ao trabalho e nas relações 
pessoais dentro da empresa? 
2. Há pessoas mais fáceis e outras mais difíceis de lidar, certo? Por que será 
que é assim? 
3. Haveria um modo de cada um de nós termos controle sobre o nosso 
temperamento e agir de modo a favorecer nosso próprio desempenho e o 
dos outros? 
4. Você conseguiria identificar entre as pessoas com as quais convive se elas 
têm inteligência emocional ou não? E você, é emocionalmente inteligente? 
 
Ao final você terá condições de responder todas estas perguntas! 
 
 
 
Assista a videoaula, disponível no material 
on-line, onde a professora Mary apresenta o 
conteúdo desta aula. Não deixe de assistir! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
alphaspirit/shutterstock.com 
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
3 
O modo como os indivíduos avaliam situações complicadas 
ao se depararem com elas e a respostas que dão, são moldadas 
também por um passado ancestral, não apenas por julgamentos 
racionais próprios ou história de vida, ou seja, nosso comportamento 
vem geneticamente de milhares de anos do ser humano na terra. 
Segundo Goleman (1995, p. 20), em essência, todas as 
emoções são impulsos, herança da evolução humana, para uma 
ação imediata ou planejamentos instantâneos para atender a vida. 
Temos um repertório de emoções, cada uma com uma função 
específica e esses tipos diferentes de emoções preparam o corpo 
para diferentes tipos de resposta. 
Pesquise 
 
O Conceito de Inteligência Emocional 
 
Segundo Goleman (1995, p. 18), as emoções são de suma importância 
porque, principalmente em momentos decisivos, somos orientados por elas, “cada 
tipo de emoção que vivenciamos nos predispõe para uma ação imediata; cada uma 
sinaliza para uma direção que, nos recorrentes desafios enfrentados pelo ser 
humano ao longo da vida, provou ser a mais acertada” (GOLEMAN, 1995). Por isso, 
em comportamento organizacional temos que dar uma atenção especial às 
emoções, pois “quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode nos 
conduzir a lugar algum” (GOLEMAN, 1995). 
 
Em entrevista o neurocientista português António Damásio fala sobre como 
as emoções e sentimentos são essenciais ao influenciar a tomada de decisões e 
moldar a razão humana. Acesse ao site <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/os-
sentimentos-sao-fundamentais-para-a-sociedade-diz-antonio-damasio/> e confira! 
 
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Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
4 
Vamos conhecer algumas emoções e suas respostas? 
 
Raiva — O sangue flui para as mãos, facilitando sacar uma arma ou golpear 
o inimigo; os batimentos cardíacos aceleram-se e uma onda de hormônios gera 
uma pulsação, uma energia forte o bastante para uma ação enérgica. 
 
Medo — O sangue corre para os músculos facilitando a fuga e o rosto fica 
pálido. Ao mesmo tempo o corpo imobiliza-se por um breve instante, talvez para a 
pessoa pensar em se esconder ao invés de fugir. Circuitos dos centros emocionais 
do cérebro disparam uma corrente de hormônios que põe o corpo em alerta geral, 
tornando-o inquieto e pronto para agir. A atenção é focada na ameaça imediata. 
 
Felicidade — Há um aumento na atividade do centro cerebral, inibindo 
sentimentos negativos e favorecendo o aumento da energia existente, silenciando 
aqueles que geram pensamentos de preocupação. Mas não ocorrem mudanças na 
fisiologia, a não ser uma tranquilidade, fazendo com que o corpo se recupere 
rapidamente do estímulo causado por emoções perturbadoras. Isso proporciona 
um total relaxamento e uma melhor disposição e entusiasmo para a execução de 
qualquer tarefa que surja ou para seguir em direção às metas estabelecidas. 
 
Amor — Sentimentos de afeição e satisfação sexual provocam estímulos 
parassimpáticos, que significa “resposta de relaxamento”, é um conjunto de 
reações que percorre todo o corpo, provocando um estado geral de calma e 
satisfação, facilitando a cooperação. 
 
Surpresa — Ao erguer as sobrancelhas é realizada uma varredura visual 
mais ampla e a retina recebe mais luz. Isso favorece a obtenção de mais 
informações sobre algo que aconteceu inesperadamente, ficando mais fácil 
perceber exatamente o que está havendo e planejar melhor a ação. 
 
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
5 
Repugnância — Algo desagradável ao paladar ou ao olfato, real ou 
imaginariamente. O lábio superior se retorce para o lado e o nariz enruga 
ligeiramente, como se fosse uma tentativa de tapar as narinas para evitar um odor 
ruim ou cuspir uma comida estragada. 
 
Tristeza — Tem como uma de suas funções favorecer um ajustamento a 
uma grande perda, como a morte de alguém ou uma grande decepção. Provoca 
uma perda de energia e de entusiasmo pela vida, principalmente por diversões e 
prazeres. Quando a tristeza é profunda, próxima da depressão, o metabolismo fica 
lento. Essa retração interior cria a oportunidade para lamentações ou frustração, 
para captar suas consequências para a vida e para planejar um recomeço quando 
a energia retornar. 
 
Goleman (1995, p. 23) diz que temos duas mentes, uma emocional1 e outra 
racional2, ou seja, uma que raciocina e outra que sente. As duas interagem na 
construção de nossa vida mental. As mentes emocional e racional operam, na 
maior parte do tempo, em harmonia, integrando seus conhecimentos para nos 
orientarmos no mundo. Geralmente há um equilíbrio entre as duas: a emoção 
alimenta e informa as operações da mente racional, e o racional refina e, às vezes, 
veta a entrada de emoções. Mas são faculdades semi-independentes, que refletem 
o funcionamento de circuitos diferentes, embora interligados do cérebro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Impulsiva, poderosa e, às vezes, ilógica. 
2 É o modo de compreensão de que temos consciência – é mais marcado na consciência, mais 
atento e com capacidade de ponderar e refletir. 
Dmitry Guzhanin/shutterstock.com 
 
 
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6 
Você sabia que ossequestros neurais, muitas vezes, são os 
responsáveis por levar pessoas a cometerem assassinatos? 
Sequestros neurais ocorrem quando a pessoa perde completamente o 
controle, e não dá tempo de a mente racional perceber o que está ocorrendo e nem 
de decidir sobre o que deve ser feito. Então, a pessoa tem uma atitude, muitas 
vezes, agressiva, como se estivesse possuída por um ímpeto desesperado e 
quando a se dá conta de si novamente, o crime já está consumado (GOLEMAN, 
1995, p. 28). 
 
Dentro do nosso cérebro está a parte que coordena e arquiva os nossos 
sentimentos, chamada de amígdala, um feixe em forma de amêndoa e com 
estruturas interligadas. Pesquisas realizadas com um indivíduo que teve sua 
amígdala retirada por conta de um acidente revelaram que ele, mesmo capaz de 
conversar, não reconhecia seus amigos, parentes, nem a mãe. Ele ficava 
impassível, sem nenhum sentimento; robotizado. 
Somente o ser humano chora e tem lágrimas, estas são provocadas pela 
amígdala e uma estrutura próxima, portanto, sem elas não há lágrimas. Animais 
que tiveram a amígdala retirada deixaram de sentir medo e raiva, perdendo 
totalmente a noção de perigo entre outros animais (GOLEMAN, 1995, p. 29). 
 
Saiba mais sobre quais os motivos que nos levam a chorar! 
Acesse ao link <http://super.abril.com.br/comportamento/por-que-
choramos> e leia a notícia Por que choramos? 
 
Dentro do nosso cérebro está, também, o hipocampo, responsável pelo 
registro e pela atribuição de sentido aos padrões perceptivos. Ele fornece a 
memória de contexto, vital para o significado das emoções; é o hipocampo quem 
reconhece o significado de uma cobra dentro de um zoológico e uma cobra na porta 
de nossa casa. Conforme Goleman (1995, p. 34), “o hipocampo é crucial no 
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
7 
reconhecimento do rosto de sua sobrinha. Mas é a amígdala que diz que você a 
detesta”. 
Portanto, devemos entender que “a emoção é crucial para o pensamento 
efetivo, tanto no que diz respeito a tomar decisões sensatas quanto simplesmente 
a permitir que pensemos com clareza” (GOLEMAN, 1995, p. 40). 
 
 
A animação Cérebro Dividido – Racional versus Emocional ilustra muito bem 
qual é a função do hipocampo e da amígdala. Acesse ao link 
<https://www.youtube.com/watch?v=UntImtyphzc> e assista! 
 
Assista a videoaula, disponível no material on-line, onde a professora Mary 
aborda o conceito de inteligência emocional. Confira! 
 
 
 
 
 
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8 
Natureza da Inteligência Emocional 
 
Nem sempre uma pessoa vista por todos que a conhecem como sendo muito 
inteligente é dotado de inteligência emocional. O conceito de inteligência emocional 
é novo e abrange um conjunto de características como, por exemplo, 
 
“a capacidade de criar motivações para si próprio e de persistir num 
objetivo apesar dos percalços; de controlar impulsos e saber aguardar 
pela satisfação de seus desejos; de se manter em bom estado de espírito 
e de impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar; de ser 
empático e autoconfiante” (GOLEMAN, 1995, p. 46-47). 
 
Uma pesquisa com jovens estudantes universitários, que teve início na 
década de 1940 e durou até eles atingirem a meia idade, fez o acompanhamento 
da vida dessas pessoas, as quais uns eram os mais inteligentes da sala e outros 
de notas menores, apontou que o que fez a diferença na vida de cada um deles 
não foi terem as notas melhores ou piores, mas sim “a capacidade, adquirida na 
infância, de lidar com frustrações, controlar emoções e de relacionar-se com 
pessoas” (GOLEMAN, 1995, p.48). 
Isso não significa que ser muito inteligente 
seja ruim, pelo contrário, é ótimo! O que acontece é 
que essas pessoas depois de formadas, dentro do 
mercado de trabalho terão que lutar em pé de 
igualdade com aqueles outros que não foram tão 
bons alunos. 
 
Leia ao artigo Inteligência emocional no trabalho e compreenda o papel a 
inteligência emocional no trabalho. Acesse o conteúdo por meio do link 
<http://www.grupouninter.com.br/intersaberes/index.php/revista/article/view/108/8
1>. 
 
 
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Leia com atenção a citação a seguir: 
 
“Há muitos indícios que atestam que as pessoas emocionalmente 
competentes — que conhecem e lidam bem com os próprios sentimentos, 
entendem e levam em consideração os sentimentos do outro — levam 
vantagem em qualquer coisa na vida, seja nas relações amorosas e 
íntimas, seja assimilando as regras tácitas que governam o sucesso na 
política organizacional. As pessoas com prática emocional desenvolvida 
têm mais probabilidade de se sentirem satisfeitas e de serem eficientes 
em suas vidas, dominando os hábitos mentais que fomentam sua 
produtividade; as que não conseguem exercer nenhum controle sobre sua 
vida emocional travam batalhas internas que sabotam a capacidade de 
concentração no trabalho e de pensar com clareza” (GOLEMAN, 1995, 
p.48-49). 
 
Segundo Goleman (1995, p. 57), os homens com inteligência emocional alta 
são socialmente equilibrados, animados e comunicativos, não costumam ter 
receios e nem ficam remoendo preocupações. Eles têm uma considerável 
capacidade para se engajar com causas ou pessoas, de ter visão ética, de assumir 
responsabilidades; são atenciosos e solidários em seus relacionamentos. Sua vida 
emocional é rica e correta; sentem-se bem consigo mesmos, com os outros e no 
seu meio social. 
E as mulheres dotadas de inteligência emocional são mais assertivas e 
conseguem expressar-se de modo mais direto, sentem-se bem consigo mesmas; 
veem sentido na vida. São comunicativas e sociáveis, capazes de expressar 
adequadamente seus sentimentos; adaptam-se bem à tensão. “O equilíbrio social 
delas permite-lhes ir até os outros; sentem-se suficientemente à vontade consigo 
mesmas para serem brincalhonas, espontâneas [...] raramente sentem ansiedade 
ou culpa” e não ficam remoendo preocupações (GOLEMAN, 1995, p. 58) 
Portanto, devemos buscar entender a nós mesmos, pois a auto-observação 
nos faz ter consciência dos próprios sentimentos. Ter autoconsciência significa 
“estar consciente ao mesmo tempo de nosso estado de espírito e de nossos 
pensamentos sobre esse estado de espírito” (GOLEMAN 1995, p. 59-60). Por 
exemplo, se uma pessoa reconhece seu estado de espírito negativo vai querer 
livrar-se dele. 
 
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
10 
“Embora sentimentos fortes possam causar devastações no raciocínio, a 
falta de consciência do sentimento também pode ser destrutiva, sobretudo 
no avaliar decisões das quais depende, em grande parte, o nosso destino 
[...]. Essas decisões não podem ser bem tomadas apenas através do uso 
da razão; exigem intuição e a sabedoria emocional que acumulamos de 
experiências passadas” (GOLEMAN, 1995, p.66) 
 
Ou seja, a razão é muito importante, mas para tomar uma decisão sábia é 
importante estar em sintonia com nossos sentimentos. 
É preciso ter emoção na dose certa, ou seja, proporcional à circunstância! 
Quando sufocamos as emoções ficamos frios e insensíveis; quando não temos 
controle sobre as emoções e elas são extremas e persistentes tornando-se 
patológicas, é assim que acontece na depressão que paralisa, na ansiedade que 
destrói, na raiva alienada e na agitação maníaca (GOLEMAN, 1995, p.69). De fato, 
é fundamental para o nosso bem-estar manter as emoções que nos inquietam sob 
controle, pois os extremos (aquelas emoções intensas e duradouras) destroem 
nossa estabilidade! 
 
Muitasdas complicações de saúde são causadas por sentimentos diversos, 
que muitas vezes nos causam raiva, tristeza, angústia e, consequentemente, o 
estresse. Compreenda melhor sobre como os sentimentos podem afetar nossa 
saúde, acessando ao site <http://www.libertas.com.br/libertas/?p=176> e lendo ao 
texto Ansiedade, Tristeza e Raiva; Complicações na Saúde. 
 
Quando as emoções são tão fortes a ponto de roubar a concentração para 
atividades importantes da vida e do trabalho, o que de fato está sendo roubado é a 
capacidade mental cognitiva ou memória funcional. 
 
 
 
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11 
Memória funcional é definida, por Goleman (1995, p. 92), como “a 
capacidade de ter em mente toda a informação relevante para a execução de uma 
determinada tarefa”. Ela contém elementos simples como número do nosso próprio 
telefone ou complexos como uma equação matemática ou as etapas de um 
procedimento de trabalho. É a memória funcional a responsável pela nossa 
capacidade de pronunciar uma frase ou executar uma tarefa como escrever uma 
pequena redação sobre determinado assunto. 
 
Apesar de, até o momento estarmos falando sobre como os sentimentos 
negativos nos afetem, precisamos ressaltar que o bom humor também possui 
benefícios, pois durante os estados de espírito positivos a nossa capacidade de 
pensar com flexibilidade e complexidade é maior, de modo que facilita a 
visualização de soluções para problemas, sejam eles profissionais ou intelectuais, 
ou seja, ao fazer uma pessoa rir estamos ajudando-a a solucionar um problema. 
 
Acesse ao link <https://www.youtube.com/watch?v=T4mv2fRSkTA> e 
acompanhe o vídeo que apresenta quais são os benefícios do bom humor. Não 
deixe de assistir! 
 
Agora vamos falar de esperança e otimismo! 
 
Esperança significa “capacidade de acreditar que se tem a vontade e os 
meios para atingir as próprias metas, quaisquer que sejam” (GOLEMAN, 1995, p. 
100). Ela tem um papel poderosíssimo na nossa vida, conforta na aflição, oferece 
vantagens em âmbitos diversos como desempenho acadêmico ou desafios 
profissionais. Do ponto de vista da inteligência emocional, pessoas esperançosas 
apresentam menos depressão porque encaminham a própria vida de acordo com 
suas metas, geralmente são menos ansiosas e tem menos distúrbios emocionais. 
Assim como a esperança, o otimismo consiste em “uma forte expectativa 
de que, em geral, tudo vai dar certo na vida, apesar dos reveses e frustrações” 
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
12 
(GOLEMAN, 1995, p. 101). Da perspectiva da inteligência emocional, “o otimismo 
é uma atitude que protege as pessoas da apatia, desesperança ou depressão 
diante das dificuldades” (GOLEMAN, 1995, p. 101). No entanto, o otimismo deve 
ser realista, pois um otimismo ingênuo demais pode ser desastroso. 
A soma do otimismo com a esperança resulta no conceito de autoeficácia, 
que significa ter certeza de que temos a capacidade de controlar os fatos de nossa 
vida, bem como somos capazes de encarar os desafios que surgirem. 
 
Aprenda mais sobre autoeficácia lendo ao artigo Por dentro da autoeficácia: 
um estudo sobre seus fundamentos teóricos, suas fontes e conceitos correlatos. 
Para isso acesse ao link, ou acompanhe no seu material on-line, 
<http://ojs.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/10818/5961>. 
 
Outro componente importante da inteligência emocional é a empatia, 
definida pelo dicionário Michaelis como “estado de espírito no qual uma pessoa se 
identifica com outra, presumindo sentir o que a outra está sentindo”. Esse 
sentimento é alimentado pelo autoconhecimento, pois quanto melhor entendemos 
nossas próprias emoções, mais temos facilidade em entender o sentimento do 
outro. 
 
Acesse o vídeo disponível em 
<https://www.youtube.com/watch?v=j_DDTUzN8xI>, assista ao vídeo O que é 
empatia? e compreenda o sentimento de empatia! 
 
Assista no material on-line à videoaula em que a professora Mary explica 
sobre a natureza da inteligência emocional. Não perca! 
 
 
 
 
 
 
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13 
Inteligência Emocional Aplicada 
 
Nas organizações a ideia de inteligência emocional é novidade, assim como 
o desconhecimento do custo-benefício proporcionado por ela. Segundo Goleman 
(1995, p. 164), é positivo no ambiente organizacional ter pessoas, principalmente 
em cargos de comando, dotadas de inteligência emocional: “estar sintonizado com 
os sentimentos daqueles com quem tratamos, saber lidar com discordâncias para 
que elas não cresçam, saber entrar em fluxo na execução de um trabalho”. 
Liderança não é dominação, liderança é “a arte de convencer as pessoas a 
trabalharem em vistas a um objetivo comum” (GOLEMAN, 1995). Em relação às 
nossas próprias carreiras profissionais, é essencial sabermos o que sentimos a 
respeito de pessoas, coisas, situações, bem como ter consciência sobre o que 
realmente nos satisfaz no nosso trabalho. 
Dentro das habilidades empresariais, as aptidões emocionais devem ser a 
prioridade número um, porque promovem mudanças radicais no ambiente de 
trabalho. Há três tipos de aptidões importantes a serem aplicadas neste caso: 
“poder externar reclamações sob a forma de críticas construtivas, criar uma 
atmosfera em que a diversidade não se constitua em uma fonte de discórdia e onde 
o trabalho em equipe seja eficaz” (GOLEMAN, 1995, p. 164). 
 
O vídeo disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=V8Qq5ri1pCg> 
apresenta uma entrevista com o psicoterapeuta George Vittorio Szenészi falando 
sobre a importância da inteligência emocional no trabalho. Não deixe de assistir! 
 
No âmbito da crítica temos que falar de feedback, pois a crítica é, de certa 
forma, um feedback e não devemos encará-la como algo negativo, pelo contrário, 
é importante para nossa evolução profissional. “A crítica é uma das mais 
importantes tarefas de um administrador” (GOLEMAN, 1995, p. 165), entretanto, o 
problema está na forma como ela é feita e como é percebida pelo outro. As críticas 
não podem jamais ser expressas como ataques pessoais. 
 
 
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14 
Portanto, deve-se criticar com habilidade! Mas como 
criticar com habilidade? 
 
De acordo com Goleman (1995, p. 167), “uma crítica hábil pode ser uma das 
mais proveitosas mensagens que um administrador envia”, pois a partir do 
momento em que ela é bem elaborada “concentra-se no que a pessoa fez e no que 
pode fazer, em vez de identificar um traço do caráter da pessoa em um trabalho 
malfeito”. 
A crítica é uma arte! Entretanto, é necessário saber fazê-la com habilidade. 
Por isso acompanhe, a seguir, alguns conselhos para aprender a criticar com 
habilidade. 
 
 
Seja específico 
 
“Pegue um incidente importante, um fato que ilustre um problema 
crítico que precise ser resolvido, ou um padrão de deficiência, como a 
incapacidade de realizar bem determinadas etapas de um serviço. É 
desmoralizante simplesmente ouvir que estamos fazendo ‘alguma 
coisa errada’, sem saber que coisas são essas para que possamos 
corrigi-las. Concentre-se nos detalhes, dizendo o que a pessoa fez 
bem, o que fez mal, dando-lhe a oportunidade de mudar. Não faça 
rodeios, nem seja indireto nem evasivo, isso confundirá a verdadeira 
mensagem” (GOLEMAN, 1995, p. 168). 
 
 
Ofereça uma solução 
 
 
“A crítica, como todo feedback útil, deve ser acompanhada de uma 
sugestão para resolver o problema. De outro modo, deixa quem a 
recebe frustrado, desmoralizado ou desmotivado. A crítica pode abrir 
portas para outras alternativas de que a pessoa não se dera conta ousimplesmente sensibilizar para deficiências que exigem atenção — 
entretanto, deve-se incluir sugestões sobre como cuidar desses 
problemas” (GOLEMAN, 1995, p. 168). 
 
 
 
 
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15 
 
Faça a crítica pessoalmente 
 
 
As críticas, assim como os elogios, são mais efetivas cara a cara e em 
particular. As pessoas que não se sentem à vontade para fazer críticas 
— ou um elogio — provavelmente devem querer fazê-lo à distância, 
através de um memorando, por exemplo. Mas esta é uma forma de 
comunicação muito impessoal e rouba da pessoa que a recebe a 
oportunidade de responder ou de prestar esclarecimentos” 
(GOLEMAN, 1995, p. 168). 
 
 
Seja sensível 
 
“Este é um apelo pela empatia, para estar sintonizado com o impacto 
que você provoca com o que diz e como o diz sobre a pessoa a quem 
você se dirige. [...] Administradores que tem pouca empatia são mais 
inclinados a dar feedback de uma maneira que causa certos danos, 
com o arrepiante sarcasmo. Feita desta forma, a crítica é destrutiva; 
em vez de abrir caminho para uma correção, cria um revide emocional 
de ressentimento, raiva, defensividade e distanciamento” (GOLEMAN, 
1995, p. 168). 
 
 
Há também algumas dicas importantes para os que recebem as críticas: 
 
 
Se a conversa 
estiver causando 
muito desconforto, 
peça para 
continuar mais 
tarde, peça um 
tempo para 
absorver a 
mensagem difícil e 
se acalmar.
Entender a crítica 
como uma 
informação valiosa 
para a melhoria do 
seu trabalho e não 
como sendo um 
ataque pessoal.
Entenda a crítica 
como sendo uma 
oportunidade de 
atuar junto àquele 
que critica na 
solução do 
problema. Não cair na 
defensiva, mas 
assumir a 
responsabilidade.
 
 
Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD) 
 
16 
Também faz parte da inteligência emocional o QI de grupo, que resulta da 
soma das aptidões e dos talentos das pessoas compondo os envolvidos em um 
processo produtivo. Pode ser observado quando “as pessoas se reúnem para 
chegarem a um consenso, seja em uma reunião de planejamento executivo ou 
como uma equipe trabalhando para chegar a um produto partilhado” (GOLEMAN, 
1995, p. 174). 
 
Leia a reportagem entenda o que é inteligência emocional e por que ela é 
importante para você, disponível em 
<http://www.megacurioso.com.br/comportamento/69776-entenda-o-que-e-
inteligencia-emocional-e-por-que-ela-e-importante-para-voce.htm>, e entenda o 
que é inteligência emocional e por que ela é importante para você! 
 
Acompanhe no material on-line à videoaula em que a professora Mary 
explica sobre a inteligência emocional aplicada. Não deixe de assistir! 
 
 
 
 
 
 
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O Temperamento 
 
No decorrer da vida criamos padrões emocionais, porém eles podem ser 
modificados, pois “temperamento não é destino” (GOLEMAN, 1995, p. 229). Já 
notou que algumas pessoas são tímidas demais ou explosivas demais? Isso está 
relacionado à herança genética, mas como mudar? 
Primeiro vamos à definição de 
temperamento: estados de espírito que tipificam 
nossa vida emocional. O temperamento tem base 
na genética e se evidencia no comportamento e 
nas atitudes do indivíduo desde o nascimento até 
a fase adulta. 
Uma pesquisa realizada por Jerome Kagan aponta para quatro tipos de 
temperamento: tímido, ousado, otimista e melancólico. Cada um desses tipos vem 
de um padrão diferente de atividade cerebral. Certamente há inúmeras diferenças 
de herança temperamental, porém a pesquisa está centrada na “dimensão de 
temperamento que vai da ousadia à timidez” (GOLEMAN, 1995, p. 230). 
Pesquisas revelaram que a dimensão de temperamento: alegria de um lado 
e tristeza do outro, está ligada à relativa atividade das áreas pré-frontais esquerda 
e direita, os polos superiores do cérebro emocional. 
As pessoas que possuem maior atividade no lobo frontal esquerdo são por 
temperamento animadas: geralmente sentem prazer em estar com outras pessoas 
e com o que a vida lhes oferece, dando a volta por cima dos reveses. Entretanto, 
aquelas com maior atividade no lado direito são dadas ao negativismo e ao 
azedume, perturbam-se facilmente com os problemas da vida. 
Por temperamento, nós parecemos estar preparados para dar respostas à 
vida a partir de um registro positivo ou negativo. A tendência para comportamentos 
melancólicos ou alegres, assim como da timidez para a ousadia, aparecem nos 
primeiros anos da nossa vida, por isso acredita-se que tenha fundamento genético 
(GOLEMAN, 1995, p. 235). 
 
Brian A Jackson/shutterstock.com 
 
 
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“O contraste entre tristes e alegres mostra-se de muitas formas, por 
exemplo, em um experimento, voluntários viram pequenos trechos de 
filmes. Uns eram divertidos (um gorila tomando banho, um cachorrinho 
brincando), enquanto outros eram como um filme didático para 
enfermeiros, exibindo detalhes sanguinolentos de cirurgias, de forma 
bastante perturbadora. 
As pessoas cujo hemisfério direito era dominante, acharam os filmes 
alegres apenas medianamente divertidos, mas sentiram um extremo 
medo e náusea em reação à sangueira cirúrgica. Já o grupo alegre, cujo 
hemisfério esquerdo era dominante, reagiu muito pouco à cirurgia e 
demonstraram intensa alegria quando viram os filmes alegres” 
(GOLEMAN, 1995, p. 235). 
 
Apesar disso, mesmo que as pessoas nasçam com esses padrões de 
comportamento ou desenvolvam na primeira infância, não significa que estejam 
condenados a levar a vida melancólicos e bizarros. “O aprendizado emocional 
adquirido na infância pode ter um profundo impacto no temperamento, ampliando 
ou reduzindo uma predisposição inata” (GOLEMAN, 1995, p. 235). 
 
Então, respondendo às perguntas: 
 
 
Por que algumas pessoas são tímidas demais ou explosivas 
demais? Isso está relacionado à herança genética, mas como 
mudar? 
Podemos afirmar que é possível mudar, mas depende de como esta 
pessoa foi estimulada durante a infância e como foi seu ambiente durante os 
primeiros anos da vida. Na fase adulta há como mudar, desde a pessoa seja 
consciente do problema, queira mudar e procurar ajuda profissional competente 
para auxiliá-la neste processo! 
 
 
As empresas ou os gestores podem fazer algo para melhorar o 
humor dos funcionários? 
Com bom humor os gestores poderiam transmitir pequenos sinais de que 
estão contentes por um trabalho bem feito. Além disso, líderes bem-humorados 
conseguem cercar-se de pessoas mais positivas e o resultado é uma maior 
 
 
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cooperação entre todos. “Um estudo com estagiários de empresas brasileiras 
concluiu que quando os superiores hierárquicos usam o bom humor como 
estratégia de comunicação, os estagiários ficam mais satisfeitos e menos 
estressados, são menos negligentes e têm maior intenção em ser efetivados nas 
organizações” (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 173). 
 
 
E quando há desvios de comportamento dentro do ambiente de 
trabalho? 
Em muitos casos esses comportamentos desviantes no ambiente de 
trabalho são resultados de emoções negativas. Pessoas que tem sentimentos 
negativos tentam culpar as outras pelo seu mau humor, veem o comportamento 
dos outros como ofensivo e tem dificuldade em entender o ponto de vista alheio. 
Esses processos de pensamento podem conduzir a agressões verbais e até 
físicas. 
Há também outro sério problema: segurança e acidentes no trabalho. Há 
pesquisas que relacionam sentimentos negativos com maior incidência de 
acidentes do trabalho.Indicam também que os gestores podem contribuir para 
melhorar a saúde e a segurança, e consequentemente, reduzir custos, 
“certificando-se que os funcionários não se envolvam em atividades 
potencialmente perigosas quando estiverem de mau humor [...] pois os 
sentimentos negativos deixam as pessoas mais distraídas, e as distrações 
podem, obviamente, levar a comportamentos negligentes” (ROBBINS, JUDGE e 
SOBRAL, 2010, p. 112). 
 
Acompanhe no material on-line à videoaula em que a professora Mary 
explica sobre como o temperamento influencia em nossa inteligência emocional. 
Confira! 
 
 
 
 
 
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Pressupostos a Favor e Contra a Inteligência Emocional 
 
Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 106), apresentam alguns pressupostos a 
favor e contra a inteligência emocional. Vejamos primeiro as argumentações 
favoráveis. 
 
1. A inteligência emocional tem apelo intuitivo 
Ter inteligência social e saber dar conta de si é muito bom, pois 
 
“a intuição sugere que as pessoas que conseguem detectar as emoções 
das outras, controlar as suas próprias e lidar bem com as interações 
sociais têm uma vantagem no mundo dos negócios. [...] O resultado de 
uma pesquisa indicou que os sócios de uma empresa de consultoria 
dotados de inteligência emocional acima da média ganharam 1,2 milhão 
de dólares a mais no volume de negócios que traziam para a empresa do 
que os outros sócios” (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 106). 
 
2. A inteligência emocional está associada ao desempenho 
Várias pesquisas já indicaram que quanto mais inteligente emocionalmente 
uma pessoa é, melhor o seu desempenho no trabalho. Um exemplo disso está em 
um estudo que apontou que 
 
“a habilidade de reconhecer as emoções nas expressões faciais dos 
outros e captar os sentimentos não evidentes das outras pessoas 
(perceber sinais sutis sobre as emoções das pessoas) previu a avaliação 
dos colegas sobre o valor que as pessoas tinham para suas empresas” 
(ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 106). 
 
3. A inteligência emocional é biologicamente fundamentada 
 
“Em um estudo, pessoas com danos na área do cérebro que governa o 
processo emocional (parte do córtex pré-frontal) não obtiveram resultados 
mais baixos do que os outros nos testes padrão de inteligência. Mas, nos 
testes de inteligência emocional “sua pontuação foi significativamente 
mais baixa [...] e suas decisões normais foram prejudicadas. Isso 
demonstra que a inteligência emocional tem fundamento neurológico, não 
apresentando relação com as escalas de inteligência cognitiva. Portanto, 
constatou-se, também que a inteligência emocional tem influência 
genética” (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 112). 
 
 
 
 
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Agora vejamos quais são os argumentos contra. 
 
1. A inteligência emocional é um conceito muito vago 
Há pesquisadores que dizem não estar claro o que vem a ser a inteligência 
emocional, pois se trata de “um conceito vago e impossível de medir, além de ainda 
questionarem sua validade”. Afirmam que o termo “inteligência emocional” é 
impróprio, porque a autoconsciência e a empatia não pertencem ao intelecto. A 
definição de inteligência emocional pode ser tão abrangente e com uma diversidade 
de componentes que “não é mais nem um conceito inteligível" (ROBBINS; JUDGE; 
SOBRAL, 2010, p. 107) 
 
2. A inteligência emocional não pode ser mensurada 
Muitos questionam sobre a mensuração da inteligência emocional, 
afirmando que para ser um modo de inteligência “deve haver respostas certas e 
erradas sobre ela em testes”. De fato, alguns testes apresentam “respostas certas 
e erradas, embora a validade de algumas das questões seja questionável”, mas 
são diversas as avaliações de inteligência emocional e os estudiosos não as 
sujeitam a estudos tão rigorosos “como fizeram com as avaliações de 
personalidade e inteligência em geral”. (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 
107). 
 
3. A validade da inteligência emocional é duvidosa 
Algumas críticas apontam que, por estar estreitamente ligada à inteligência 
e à personalidade (fatores autocontroláveis), a inteligência emocional não oferece 
nada novo. O fundamento para esse pressuposto é que a inteligência emocional 
aparenta “estar altamente correlacionada com variações de personalidade, 
especialmente estabilidade emocional”. Se isso for verdade, “as evidências de um 
componente biológico da inteligência emocional não são legítimas, e fatores 
biológicos, como o nível de atividade cerebral, podem ser atribuídos a outros 
construtos psicológicos muito mais conhecidos e pesquisados”. Apesar disso, a 
 
 
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A forma de interpretar emoções tanto positivas como 
negativas é relativamente a mesma no mundo todo, 
independente da cultura. Em todas as culturas as emoções 
negativas são vistas como perigosas e destrutivas, enquanto 
as positivas são mais desejáveis. No entanto, algumas culturas 
dão mais valor a certas emoções que às outras. 
“Por exemplo, a cultura norte-americana valoriza o 
entusiasmo, ao passo que os chineses consideram as 
emoções negativas mais úteis e construtivas que os norte-
americanos. Em geral, o orgulho é visto como uma emoção 
positiva no Ocidente, em culturas individualistas como a dos 
Estados Unidos, mas as culturas do Oriente, tais como China 
e Japão, tendem a ver o orgulho como indesejável” 
(ROBBINS, JUDGE e SOBRAL, 2010, p. 114). 
inteligência emocional é altamente popular nas empresas de mídia e de consultoria 
(ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 107). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É preciso também saber que as normas de expressão das emoções são 
diferentes de uma cultura para outra. 
 
“As pessoas nos Estados Unidos e no Oriente Médio reconhecem o sorriso 
como indicador de felicidade, mas nas culturas árabes o sorriso é visto 
como um sinal de atração sexual, portanto, as mulheres aprendem desde 
cedo a não sorrir para um homem. Por outro lado, em países coletivistas, 
as pessoas são mais propensas a acreditar que a manifestação emocional 
de alguém tem a ver com a relação entre elas. Nos Estados Unidos há um 
preconceito contrário à expressão das emoções, especialmente aquelas 
negativas e intensas. Já os vendedores franceses, pelo contrário, têm má 
fama por serem grosseiros com os clientes e um relatório do próprio 
governo francês confirma isso” (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 
114-115). 
 
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Na realidade, é bem mais fácil reconhecer as emoções com exatidão quando 
estamos dentro da nossa própria cultura. Até mesmo as expressões faciais ficam 
mais claras quando dirigidas a alguém da mesma cultura. 
 
Para compreender os pressupostos a favor e contra a inteligência emocional, 
assista à videoaula a seguir com a professora Mary, disponível no material on-line. 
Fique atento! 
 
 
 
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Trocando Ideias 
 
Expor sua opinião e interagir com seus colegas, opinando e trocando 
informações é muito importante! 
 
Por isso dê a sua opinião sobre o assunto inteligência emocional. Você 
acredita ser importante para o crescimento e para o desempenho profissional? 
Você concorda que quanto mais pessoas trabalhando juntas forem dotadas de 
inteligência emocional, maiores são as chances de sucesso do grupo, do setor e 
da organização? Você acredita que muitas empresas hoje,durante o processo de 
seleção, buscam pessoas que demonstrem ter inteligência emocional? 
 
Não se esqueça de entrar no Fórum da disciplina, 
disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem, 
e postar a sua resposta! 
 
 
 
Na Prática 
 
A Inteligência Emocional é composta por algumas competências 
comportamentais, como: a autopercepção, o autocontrole, a automotivação, a 
empatia e as práticas sociais. 
 
Acesse e assista, no vídeo disponível em 
<https://www.youtube.com/watch?v=BqF50IuR3_c>, o autor de Inteligência 
Emocional, psicólogo e professor Daniel Goleman, responder algumas perguntas 
sobre esse tema. Acompanhe! 
 
 
Sunny studio/shutterstock.com 
 
 
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Síntese 
 
Estudamos nesta aula alguns conceitos relacionados à inteligência 
emocional, principalmente o seu próprio conceito. Analisamos as emoções e de que 
modo elas interferem positiva ou negativamente na inteligência emocional. Vimos 
que tipos diferentes de emoção preparam o corpo para diferentes tipos de resposta 
e que existe uma interação entre nossa mente racional e nossa mente emocional. 
Também falamos sobre os sequestros neurais que ocorrem quando a 
pessoa perde completamente o controle. Em seguida estudamos sobre a natureza 
da inteligência emocional, suas características e que pessoas com inteligência 
emocional conseguem conquistar mais sucesso na vida. Vimos que os homens com 
inteligência emocional alta são socialmente equilibrados, animados e 
comunicativos, não costumam ter receios e nem ficam remoendo preocupações e 
as mulheres dotadas de inteligência emocional são mais assertivas, conseguem 
expressar-se de modo mais direto e sentem-se bem consigo mesmas. 
Discutimos sobre a importância do autocontrole, pois a vida é composta de 
altos e baixos, assim é o tempero da vida, mas precisamos vivê-los de modo 
equilibrado. Também estudamos sobre a nossa capacidade mental cognitiva ou 
memória funcional, que nos permite ter informação necessária para a execução de 
uma tarefa. 
Vimos a importância do bom humor, da esperança, do otimismo e da 
empatia. Debatemos sobre a inteligência emocional aplicada nas organizações, a 
importância da crítica e do feedback. Falamos sobre o QI de grupo, que é a soma 
das aptidões e dos talentos das pessoas que trabalham juntas. Analisamos as 
características do temperamento, a sua interferência direta na inteligência 
emocional e aprendemos sobre os desvios de comportamento dentro do ambiente 
de trabalho. Por fim, comparamos alguns pressupostos a favor e contra a 
inteligência emocional. 
 
Aprendemos muito sobre Inteligência Emocional nessa aula, não é? Antes 
de encerrarmos, acesse o material on-line e confira a síntese que a professora Mary 
faz sobre tudo o que aprendemos! 
 
 
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Referências 
 
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o 
que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. 
 
ROBBINS, S. P.; JUDGE, T. A.; SOBRAL, F. Comportamento organizacional: 
teoria e prática no contexto brasileiro. 14.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2010.

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