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APRESENTAÇÃO 
 
 
Caro(a) Aluno(a), 
 
 
A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e 
inteligência. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma 
preparação direcionada, focada nos pontos com maior probabilidade de 
cobrança no seu certame, pode representar a diferença entre aprovação e 
reprovação. 
 
Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS 
ONLINE, concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF PARA DELEGADO DA 
POLÍCIA CIVIL, que tem por premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares 
de cada matéria, com vistas a antecipação dos temas com maiores chances de 
cobrança em sua prova. 
 
Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, 
levando-se em consideração fatores como banca examinadora e respectivos 
membros (sempre que possível), retrospecto do concurso, recorrência temática 
dentro de cada disciplina, importância de cada tema, momento da segurança 
pública do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de Professores de 
projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos mais 
diferentes certames públicos. 
 
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método 
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE 
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais 
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir 
do processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma 
experiência diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria 
de preparação para carreiras públicas. 
 
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. 
 
Estude inteligente, estude Ad Verum! 
 
 
Francisco Penante 
CEO Ad Verum Suporte Educacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 www.adverum.com.br 
1 Grupo CERS ONLINE 
 
1. PARTE GERAL 
 
1.1. INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS 
 
1.1.1. CONCEITO 
 
Podemos conceituar “Direito Penal” como um conjunto de normas jurídicas 
(regras e princípios) que visa coibir as infrações penais (crimes e contravenções) 
mediante a imposição de sanção penal (pena aos imputáveis e medida de 
segurança aos inimputáveis). 
 
O direito de punir (jus puniendi) é exclusivo do Estado? Não! De acordo 
com o art. 57 da Lei nº 6.001/73 (Estatuto do Índio), o Estado tolera a aplicação, 
pelos grupos tribais, de sanções penais ou disciplinadoras contra os seus 
membros, desde que não revistam caráter cruel ou infamante, proibida, em 
qualquer caso, a pena de morte. 
 
 
F 
DPC-PA | 2009 | MOVENS: Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo 
com as instituições próprias, de sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, 
inclusive, em casos devidamente justificados, da pena de morte. 
 
1.1.2. NATUREZA JURÍDICA 
 
Também conhecida como “taxinomia”, a natureza jurídica do Direito Penal 
é ramo do Direito Público, haja vista ser composto de regras indisponíveis e 
obrigatoriamente impostas a todas as pessoas. 
 
 
F 
DPC-RN | 2009 | CESPE: O direito penal é ramo do direito público e privado, pois 
protege bens que pertencem ao Estado, assim como aqueles de propriedade 
individualizada. 
 
1.1.3. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA 
 
Sustenta-se a ideia de que o Direito Penal é a exceção, não a regra. Direito 
Penal como a ultima ratio. 
 
 
F DPC-PI | 2009 | UESPI: Segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal deve atuar como regra e não como exceção. 
 
Podemos enxergar o princípio da intervenção mínima à luz de dois 
subprincípios: 
 
a) Princípio da Fragmentariedade: o Direito Penal só pode ser chamado para 
tutelar fragmentos do ordenamento jurídico, isto é, somente aquelas condutas 
sociais que afetem os bens jurídicos mais importantes. 
 
 
V 
DPC-RN | 2009 | CESPE: O direito penal tem natureza fragmentária, ou seja, somente 
protege os bens jurídicos mais importantes, pois os demais são protegidos pelos outros 
ramos do direito. 
 
 
 www.adverum.com.br 
2 Grupo CERS ONLINE 
 
V 
DPC-SP | 2011 | PCSP: A ideia de que o Direito Penal deve tutelar os valores 
considerados imprescindíveis para a sociedade, e não todos os bens jurídicos, sintetiza o 
princípio da fragmentariedade. 
 
b) Princípio da Subsidiariedade: nem sempre o bem jurídico tutelado pela norma 
penal deve merecer a tutela do Direito Penal no caso concreto, principalmente 
quando outros ramos do Direito já punem a conduta praticada. Nesse sentido, o 
STJ decidiu que não caracteriza crime de desobediência (CP, art. 330) o 
descumprimento de medida protetiva de urgência, uma vez que a Lei nº 
11.340/06 e o CPP já estabelecem outras sanções para este caso, como, por 
exemplo, a requisição de força policial, imposição de multa, e decretação de 
prisão preventiva (STJ, REsp 1.492.757-DF). 
 
1.1.4. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL 
 
Sustenta-se que não se pode considerar penalmente típico o 
comportamento humano que não afronta o sentimento social de Justiça, que é 
aceito ou tolerado pela sociedade. Ex: venda de CDs ou DVDs piratas, casa de 
prostituição, jogo do bicho, etc. Nesse sentido, o STJ já decidiu que o princípio 
da adequação social não prevalece em face dos crimes de violação de direito 
autoral (Súmula 502), casa de prostituição (REsp 1.435.872-MG) e contravenção 
penal do jogo do bicho (REsp 1.464.860-SP). 
 
1.1.5. PRINCÍPIO DA LESIVIDADE 
 
Sinônimos: ofensividade, alteridade e transcendentalidade. 
 
Sustenta-se que não há crime quando a conduta do agente não ofender, 
de fato, um bem jurídico tutelado pela lei penal. 
 
 
V DPC-RJ | 2009 | CEPERJ: Por força do princípio da lesividade não se pode conceber a existência de qualquer crime sem ofensa ao bem jurídico protegido pela norma penal. 
 
Este princípio busca afastar a criminalização de: 
 
a) atitudes internas (nullum crimen sine actio): não se pune o simples ato de 
pensar ou cogitar a prática criminosa (cogitationis poenam nemo patitur). Fala-
se em “direito à perversão”, “direito de ser mal”. É por isso que ser pedófilo não 
é crime; crime é praticar pedofilia. 
 
 
V DPC-RJ | 2009 | CEPERJ: O princípio da lesividade (ou ofensividade) proíbe a incriminação de uma atitude interna. 
 
b) atitudes que não excedam o âmbito do próprio autor, mesmo que 
socialmente ou moralmente desviadas (nullum crimen sine injuria): assim 
sendo, o Direito Penal não pode punir condutas como autolesão corporal, 
tentativa de suicídio, auto-prostituição, etc. 
 
 
 
 
 
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3 Grupo CERS ONLINE 
 
 
V 
DPC-GO | 2013 | UEG: Ana, menor de 17 anos de idade, contrariando proibição de seus 
pais, procura Júlio para que este realize uma tatuagem no seu ombro com 
aproximadamente 15 centímetros de diâmetro. Ainda que presente a tipicidade formal, 
poderá ser aplicado o Princípio da Alteridade porque não houve lesão a bem jurídico de 
terceiro. 
 
 
É neste particular que se discute a constitucionalidade dos chamados “crimes de 
perigo abstrato”, que são aqueles em que a lei presume o perigo de determinada 
conduta, dispensando, assim, que bem jurídico alheio seja lesado para que o crime se 
consume. Ex: embriaguez ao volante, porte ilegal de arma de fogo, porte de drogas para 
consumo próprio, etc. Parte da doutrina defende que a tipificação de tais delitos viola 
o princípio da lesividade, uma vez que o agente, por não expor efetivamente à perigo 
bem jurídico alheio, não poderiaser punido, porquanto sua atitude não excede o seu 
próprio âmbito. De toda sorte, a jurisprudência do STF se mostra pacífica quanto a 
constitucionalidade de tais delitos, argumentando que os bens jurídicos tutelados por 
estes tipos penais são supraindividuais, como a segurança pública, a saúde pública, etc., 
razão pela qual seria lícito ao legislador antecipar a criminalização dessas condutas 
antes que elas afetem efetivamente um bem jurídico alheio. 
 
c) simples estados ou condições existenciais: ninguém pode ser punido 
por questões exclusivamente pessoais, sob pena de configurar o odioso 
Direito Penal do Autor. Neste sentido, infrações penais como a de 
vadiagem (LCP, art.59) deveriam ser extintas. 
 
 
V DPC-RJ | 2009 | CEPERJ: No direito penal democrático só se punem fatos. Ninguém pode ser punido pelo que é, mas apenas pelo que faz. 
 
 
 
V 
DPC-MG | 2003 | PCMG: Não pode ser considerada uma consequência do 
Princípio da Lesividade proibir a incriminação de comportamentos socialmente 
toleráveis. (ADAPTADA). 
 
1.1.6. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
Sustenta-se que o Estado só pode criar um crime e cominar uma pena 
mediante uma lei estrita, prévia, escrita e certa. 
 
Referido princípio encontra-se positivado nos seguintes dispositivos: 
 
 CRFB, art. 5º, XXXIX: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena 
sem prévia cominação legal” 
 CP, art. 1º: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal”. 
 
 
 
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4 Grupo CERS ONLINE 
 
V 
DPC-RJ | 2009 | CEPERJ: O conteúdo essencial do princípio da legalidade se traduz em 
que não pode haver crime, nem pena que não resultem de uma lei prévia, escrita, estrita e 
certa. 
 
V DPC-RS | 2009 | PCRS: Quanto à forma de tipificação de condutas criminosas, o princípio da legalidade determina que haja lei prévia e lei escrita. 
 
Vamos estudar agora cada um destes requisitos para a incriminação: 
 
a) Lei Estrita / Lex Stricta | Princípio da Legalidade Estrita | Princípio da 
Reserva Legal: o Estado só pode incriminar uma conduta mediante lei. 
Esta “lei” a que se refere o art. 5º, XXXIX, CRFB, e o art. 1º do CP é a “lei 
em sentido estrito”. Lei em sentido estrito é a lei ordinária e a lei 
complementar (CRFB, art. 59, II e III). Ou seja, somente uma lei ordinária 
ou complementar pode ser utilizada para criar um tipo penal. A lei em 
sentido estrito submete-se à garantia constitucional da lex populi1. 
 
 
V 
DPC-PA | 2009 | MOVENS: A exigência de lei criando tipos penais para permitir 
a aplicação de sanção é garantia constitucional. 
 
Todavia, no tocante às normas penais não incriminadoras, é perfeitamente 
possível que outra fonte normativa trate da matéria. Ex: normas penais 
explicativas, excludentes de crime, excludentes de punibilidade, etc. 
 
 
V 
DPC-RJ | 2009 | CEPERJ: O princípio da legalidade estrita não cobre, segundo 
a sua função e o seu sentido, toda a matéria penal, mas apenas a que se traduz em 
fixar, fundamentar ou agravar a responsabilidade do agente. 
 
O exemplo mais cobrado em provas de Delegado de Polícia é o da Medida 
Provisória. É bem verdade que o art. 62, §1º, b, da CRFB, veda expressamente 
a possibilidade de edição de uma MP dispondo sobre matéria penal. 
 
 
V 
DPC-CE | 2015 | VUNESP: De acordo com o art. 62 da Constituição da República 
de 1988, não é permitida a edição de Medida Provisória em matéria Penal. 
(ADAPTADA). 
 
E é bem verdade também que, em razão da reserva legal (CRFB, art. 5º, XXXIX, 
e CP, art. 1º) e da lex populi (CRFB, arts. 22, I, c/c 84, IV) Medida Provisória não 
pode criar tipos penais, somente lei em sentido estrito pode. 
 
 
F 
DPF | 2002 | CESPE: Por ter força de lei, não viola o princípio da legalidade a 
medida provisória que define crimes e comina sanções penais. 
 
F 
DPC-PA | 2009 | MOVENS: É válida a descrição de conduta típica penal por 
medida provisória. 
 
1 Compete privativamente ao Poder Legislativo Federal dispor sobre direito penal (CRFB, art. 22, I) e 
privativamente ao Presidente da República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis penais (CRFB, art. 
84, IV). 
 
 
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5 Grupo CERS ONLINE 
 
F 
DPC-PI | 2009 | UESPI: O princípio da legalidade permite a criação de tipos 
penais incriminadores através da edição de medidas provisórias. 
V DPC-RO | 2014 | FUNCAB: Medida provisória não pode instituir crime ou fixar 
pena. 
 
Mas atenção: segundo o STF, é possível que Medida Provisória trate de norma 
penal não incriminadora. No RE 254.818-PR, a Corte considerou válida a MP 
1.571/97 que permitiu o parcelamento de débitos tributários e previdenciários 
como efeito extintivo da punibilidade. 
 
Outra importante garantia que deriva do princípio da legalidade estrita é a 
proibição da analogia in malam partem. Analogia (ou aplicação analógica) é 
uma técnica de integração legislativa, em que o intérprete, ao perceber uma 
lacuna legislativa involuntária, que o impossibilita resolver determinado caso 
concreto, procura uma lei que regule um caso bastante semelhante, e a utiliza 
naquele, de modo "emprestado", pois ubi eadem ratio, ubi idem ius (onde existe 
a mesma razão, deve existir o mesmo direito). É possível analogia em Direito 
Penal? Segundo a doutrina e jurisprudência majoritárias, não é possível 
analogia in malam partem em nenhuma hipótese, mesmo em se tratando de 
norma penal não incriminadora. Analogia, em Direito Penal, só se for in bonam 
partem. Neste sentido: (i) O crime de associação para o tráfico não integra a 
listagem legal de crimes equiparados a hediondos, razão pela qual é impossível 
analogia in malam partem com o fito de considerá-lo crime dessa natureza (STJ, 
HC 117.220-RJ); (ii) A união estável é reconhecida como entidade familiar, 
podendo se aplicar a analogia in bonam partem para o “companheiro” quando o 
art. 181, I, do CP, diz “cônjuge” (TJ-MG, APR 1.0446.08.009115-5/001); (iii) A 
norma do art. 327, § 1º, do CP, deve ser interpretada restritivamente, para 
equiparar o terceirizado ao funcionário público somente quando este é o sujeito 
ativo do delito. pois a aplicação de analogia in malam partem é vedada (TJ-RJ, 
APR 0002130-36.2013.8.19.0055). 
 
 
F DPC-RS | 2006 | FAURGS: Com base no postulado nullum crimen nulla poena 
sine lege stricta, é vedada qualquer forma de recurso à analogia em matéria 
criminal. 
 
F DPC-GO | 2008 | UEG: As normas penais que definem o injusto culpável e 
estabelecem as suas conseqüências jurídicas são passíveis de aplicação analógica. 
 
F 
DPC-RJ | 2009 | CEPERJ: Face ao fundamento, à função e ao sentido do 
princípio da legalidade, a proibição de analogia vale relativamente a todos os tipos 
penais, inclusive os permissivos. 
 
F 
DPC-RS | 2009 | PCRS: Relativamente à interpretação da lei penal, é corolário do 
princípio da legalidade que a lei penal seja stricta, com o que fica vedado, de 
qualquer modo, o uso da analogia em Direito Penal. 
 
Por fim, é preciso diferenciar “analogia / aplicação analógica” de “interpretação 
analógica”. Interpretação analógica não é uma forma de integração do Direito 
(como a analogia é), mas sim uma forma de interpretação deste. A interpretação 
analógica ocorre quando um dispositivo legal traz uma cláusula genérica após 
uma enumeração casuística – ex: CP, art.121, § 2º, I: “Se o homicídio é cometido: 
 
 
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mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe” – 
perceba que primeiro o legislador definiu um caso que seria considerado motivo 
torpe (paga ou promessa de recompensa), e depois trouxea cláusula genérica 
(ou por outro motivo torpe). Assim sendo, é perfeitamente possível considerar 
torpe o homicídio praticado com a intenção de receber herança, embora esta 
circunstância não esteja expressamente prevista no Código Penal. É pacífico na 
doutrina e jurisprudência o entendimento pela possibilidade da interpretação 
analógica em toda norma penal, inclusive incriminadoras. 
 
F DPC-PE | 2006 | IPAD: No Direito Penal Brasileiro, segundo a doutrina 
majoritária, a aplicação da analogia é o mesmo que interpretação analógica. 
 
F 
DPC-GO | 2008 | UEG: A interpretação analógica é aquela que abarca os casos 
análogos, conforme uma fórmula casuística gravada no dispositivo legal, não 
sendo admitida em direito penal. 
 
F DPC-RS | 2009 | PCRS: Analogia e interpretação analógica se equivalem, sendo que ambas são vedadas em Direito Penal, dada a primazia absoluta da lei como sua 
fonte. 
 
b) Lei Prévia / Lex Praevia | Princípio da Anterioridade: reza que uma 
pessoa só pode ser punida por um crime se, no momento em que ela 
praticou a conduta, esta já era tipificada na lei penal. Ex: se você hoje 
acender um cigarro dentro de um restaurante, estará cometendo um 
crime? Não, pois não existe uma lei penal tipificando esta conduta, logo, 
como não há crime sem lei anterior que o defina, então o fato é atípico em 
razão do princípio da anterioridade. 
 
V 
DPC-RS | 2009 | PCRS: Lei prévia significa que a lei incriminadora seja anterior 
à data da prática do fato ou conduta nela previsto; trata-se da exigência da 
anterioridade da lei penal. 
 
c) Lei Escrita / Lex Scripta: nosso Direito Penal pertence à família do “civil 
law”, e não à do “commom law”, isto é, entre nós, o que vale é o Direito 
Penal escrito, especialmente aquele relativo a normas penais 
incriminadoras. Ou seja, ninguém pode ser punido por algo que não está 
escrito na lei penal. Por esta razão, não se admite que um costume possa 
fundamentar a punição de alguém2. Pegadinha de concurso: confundir os 
termos “lex stricta” (lei estrita) ou “lex scripta” (lei escrita). 
 
F DPC-RS | 2006 | FAURGS: O postulado nullum crimen nulla poena sine lege scripta não proíbe a criação de tipos penais incriminadores por meio de costumes. 
 
2 Mas isto não significa que os costumes não possam ser utilizados como fontes formais secundárias. Ex: 
termos do Código Penal como "ato obsceno" e "repouso norturno" são retirados dos costumes do local 
em que foi praticado o delito. 
 
 
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7 Grupo CERS ONLINE 
 
V DPC-RS | 2009 | PCRS: A lex scripta exclui a admissibilidade dos costumes como criadores de normas penais. 
 
F DPC-SP | 2011 | PCSP: A lei estrita, desdobramento do princípio da legalidade, veda o emprego de costumes. 
 
d) Lei Certa / Lex Certa / Princípio da Taxatividade: a lei penal, 
principalmente a incriminadora, deve ser indiscutível em seus termos, não 
podendo descrever o crime de forma vaga, aberta, imprecisa ou lacunosa, 
pois isso vai de encontro à segurança jurídica. É necessário que o 
legislador seja taxativo quanto aos preceitos primário e secundário de 
tipos penais, ainda que minimamente. Exemplo de dispositivo penal que 
viola o referido princípio: art. 9º da Lei de Segurança Nacional: "Tentar 
submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania 
de outro país". 
 
 
F 
DPC-RS | 2006 | FAURGS: Pode-se afirmar que o postulado nullum crimen nulla 
poena sine lege certa não tem qualquer distinção do princípio da reserva legal, 
sendo empregados como sinônimos. 
 
 
 
 
V 
DPC-RS | 2009 | PCRS: O princípio da legalidade impõe que as leis penais sejam 
certas, ou seja, que a descrição tipológica não pode deixar margens à dúvida quanto 
à significação, devendo ser evitados os tipos incriminadores genéricos. É o que 
alguns doutrinadores denominam de taxatividade ou determinação taxativa da lei 
penal (ADAPTADA). 
 
1.1.7. PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS 
 
Em razão do princípio da dignidade da pessoa humana (fundamento da 
República Federativa do Brasil), não se pode conceder tratamento indigno ao 
preso. 
Referido princípio encontra-se positivado nos seguintes dispositivos: 
 CRFB, art. 5º, XLVII: “Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de 
guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) 
de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis”. 
 CRFB, art. 5º, XLIX: “É assegurado aos presos o respeito à integridade 
física e moral”. 
 CRFB, art. 5º, L: “Às presidiárias serão asseguradas condições para que 
possam permanecer com seus filhos durante o período de 
amamentação”. 
 CP, art. 38: “O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda 
da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua 
integridade física e moral”. 
 CP, art. 39: “O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe 
garantidos os benefícios da Previdência Social”. 
 
 
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8 Grupo CERS ONLINE 
 
F DPC-AM | 2001 | PCAM: Não poderá haver penas cruéis, de banimento, de 
trabalhos forçados, de caráter perpétuo e de morte. 
 
F DPC-PI | 2009 | UESPI: O princípio da humanidade das penas proíbe, em 
qualquer hipótese, a pena de morte no ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 
F 
DPC-CE | 2015 | VUNESP: A Constituição da República de 1988 (art. 5º, XLVII) 
veda expressamente a existência de pena de morte (salvo em caso de guerra 
declarada), além de vedar as penas de caráter perpétuo; de trabalhos forçados; de 
banimento; infamantes e cruéis. 
 
Um desdobramento do princípio da humanidade das penas é o princípio 
da individualização das penas, que exige um tratamento customizado para 
cada detento. Um exemplo disto encontra-se no art. 5º, XLVIII, da CRFB: “A pena 
será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do 
delito, a idade e o sexo do apenado”. 
 
V 
DPC-AM | 2001 | PCAM: A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, 
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, sendo assegurado 
aos presos o respeito à integridade física e moral. 
 
F 
DPC-PA | 2009 | MOVENS: As penas serão cumpridas em estabelecimentos 
prisionais, diferençados apenas em relação ao sexo do apenado. 
 
 
 
V 
DPC-PA | 2013 | UEPA: Dispondo sobre os direitos e garantias fundamentais dos 
brasileiros e estrangeiros residentes no país, a Constituição de 1988, em seu art. 5º, 
XLVIII, determina que “a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de 
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado”. Esta norma garante 
o princípio da individualização da pena, porque impõe ao Estado o dever de 
classificar os apenados a partir de características pessoais concretas, prevenindo 
problemas como o da “contaminação carcerária”. 
 
1.1.7. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA 
 
Ninguém pode responder pela sanção penal aplicada ao outro, pois não há 
falar em responsabilidade solidária, subsidiária ou sucessiva no Direito Penal. 
Mas isso não significa que, em caso de morte do culpado, os efeitos civis da 
sentença condenatória não possam atingir a herança deixada por ele. 
 CRFB, art. 5º, XLV: “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de 
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. 
 
F 
DPC-AM | 2001 | PCAM: Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, 
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite 
do valor patrimônio destes. 
 
 
V 
DPC-TO| 2008 | CESPE: Prevê a Constituição Federal que nenhuma pena 
passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores 
 
 
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e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. Referido 
dispositivo constitucional traduz o princípio da intranscendência. 
 
V DPC-PI | 2009 | UESPI: Segundo o princípio da intranscendência, a pena não pode passar da pessoa do condenado. 
 
F DPC-AC | 2017 | IBADE: É correto afirmar que responsabilização de terceiros pela conduta de alguém viola o princípio penal denominado Inderrogabilidade. 
 
Atenção: condenação à pena de multa (CP, art. 49) não se confunde com 
efeitos civis da condenação penal! 
 
F 
DPF | 2013 | CESPE: A multa aplicada cumulativamente com a pena de reclusão 
pode ser executada em face do espólio, quando o réu vem a óbito no curso da 
execução da pena, respeitando-se o limite das forças da herança. 
 
1.1.8. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
 
Incorporado no Direito Penal pelo estudos de Claus Roxin, o princípio da 
insignificância defende que condutas formalmente típicas que causem 
inexpressiva legal ao bem jurídico devem ser consideradas irrelevantes penais, 
sob pena de causar um desnecessário congestionamento da Justiça Penal. 
Referido princípio possui natureza jurídica de causa supralegal de exclusão 
da tipicidade material. 
 
V 
DPC-RJ | 2009 | CEPERJ: O princípio da insignificância revela uma hipótese de 
atipicidade material da conduta. 
F DPC-PI | 2009 | UESPI: O princípio da insignificância exclui a ilicitude. 
 
A jurisprudência dos Tribunais Superiores adota os seguintes requisitos 
para sua aplicação: 
a) Requisitos Objetivos: Mínima ofensividade da conduta; 
Ausência/Nenhuma de periculosidade social da ação; 
Reduzido/Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e 
Inexpressividade da lesão jurídica provocada. Dica: M.A.R.I. 
 
 
 
 
 
V 
DPC-RJ | 2012 | FUNCAB: O princípio da insignificância, decorrência do caráter 
fragmentário do Direito Penal, tem base em uma orientação utilitarista, tem origem 
controversa, encontrando, na atual jurisprudência do STF, os seguintes requisitos 
de configuração: a mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma 
periculosidade social da ação; o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do 
comportamento; e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Requisitos Subjetivos: embora a análise deva ser feita no caso concreto, 
podemos observar na jurisprudência a inaplicabilidade do princípio 
quando o agente é reincidente, possui maus antecedentes ou é criminoso 
habitual. 
 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
PRINCÍPIO DA IRRELEVÂNCIA 
PENAL DO FATO / PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA IMPRÓPRIO 
Infração Bagatelar Própria. Infração Bagatelar Imprópria 
Sem previsão legal CP, art. 59, in fine 
Exclui-se a tipicidade material Exclui-se a punibilidade 
 
Ex: furto de uma fruta 
Ex: pagamento do tributo nos crimes 
contra a ordem tributária torna a pena 
desnecessária 
 
 
 
 
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Questão Inédita 
Assinale a alternativa que corresponde com as lacunas: 
 
I. O pai de um adolescente não pode responder pelo crime praticado pelo filho em 
razão do princípio _______. 
II. Aquele que confessa a um policial que está indo cometer um crime, ainda não 
pode ser punido em razão do princípio _______. 
III. Aquele que furar uma fila de banco não pode ser punido criminalmente em razão 
do princípio _______. 
IV. Aquele que é flagrado vendendo um DVD “pirata” não poderia ser punido 
criminalmente em razão do princípio _______. 
V. Aquele que, pela primeira vez, subtrai um pacote de “Miojo” de um supermercado 
não pode ser punido em razão do princípio _______. 
VI. O agente que ultrapassar sinal vermelho, incorrendo na contravenção do art. 32 
da LCP, não deve sofrer sanção penal, mas sim administrativa (multa), em razão do 
princípio _______. 
 
a) instranscendência; lesividade; legalidade; adequação social; insignificância; 
subsidiariedade. 
b) transcendentalidade; insignificância; fragmentariedade; adequação social; 
intervenção mínima. 
c) alteridade; lesividade; reserva legal; bagatela imprópria; subsidiariedade; 
taxatividade. 
d) intranscendência; ofensividade; anterioridade; adequação social; bagatela 
própria; fragmentariedade. 
 
Comentário: o candidato atento ficaria na dúvida entre a assertiva a) e d), embora a 
correta seja a alternativa a) pois o mais acertado no caso é a subsidiariedade, não a 
fragmentariedade, embora ambos sejam ramificações de um mesmo princípio: 
intervenção mínima. Obs: fique ligado nos sinônimos dos princípios! 
 
 
 
 
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Princípio da 
Intervenção 
Mínima 
O Direito Penal só pode ser usado para tipificar condutas que 
afetem os bens jurídicos mais importantes (fragmentariedade); 
mesmo que o fato seja tipificado pelo Direito Penal, ele só deve 
ser acionado quando a conduta não for suficientemente punida por 
outro ramo do Direito (subsidiariedade). 
Princípio da 
Adequação Social 
O Direito Penal não deve punir condutas aceitas ou toleradas pela 
sociedade. Prestar atenção à Súmula 502 do STJ. 
Princípio da 
Ofensividade 
O Direito Penal não pode punir atitudes internas, atitudes que não 
excedam o âmbito do próprio autor e simples estados ou 
condições existenciais. 
Princípio da 
Legalidade 
O indivíduo somente poderá responder por um crime se houver 
uma lei estrita, prévia, escrita e certa; somente lei em sentido 
estrito (ordinária ou complementar) pode criar crimes e cominar 
penas; medida provisória não pode criar crimes nem cominar 
penas; é proibida a analogia in malam partem; é permitida a 
analogia in bonam partem; é permitida a interpretação analógica. 
Princípio da 
Humanidade das 
Penas 
Não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada; não 
haverá penas perpétuas, de trabalhos forçados, de banimento ou 
cruéis; o princípio da individualização das penas sustenta que a 
pena deve ser customizada. 
Princípio da 
Intranscendência 
A pena (privativa, restritiva, multa) não pode passar da pessoa do 
infrator, porém os efeitos civis podem atingir a herança, no caso 
de morte. 
Princípio da 
Insignificância 
São requisitos de aplicação: (M)ínima ofensividade da conduta; 
(A)usência/Nenhuma de periculosidade social da ação; 
(R)eduzido/Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do 
comportamento; e (I)nexpressividade da lesão jurídica provocada 
(MARI). 
 
 
 
 
 
 
 
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ANOTAÇÕES DO CANDIDATO

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